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História Helena ao início - Helena em branco


Escrita por: HanaMochizuki e TateIDD

Capítulo 72 - Helena em branco


Lui

Eu segurava apenas os trapos do vestido que a Helena usava. Havia sangue. Muitas manchas de sangue em todo cumprimento. O seu coração arrancado, era evidênciado no meio da cama.

Quem teria feito isso?

Que animal a mataria e levaria o seu corpo desnudo, e para que? 

Zombar da sua morte?

"Eu arrancarei a carne dos seus ossos por toda a eternidade até cessar a minha dor.  Maldito seja!"

Helena

_ O que eu estou fazendo aqui? _ estava em pânico, eu não lembrava de nada antes daquele lugar.

_ Você está em casa, querida _ a voz melodiosa tinha uma certa arrogância enrustida.

Analisei a face pálida emoldurada pelos cabelos negros e os olhos num tom mel. Não reconhecia este rosto.

Nem este lugar me era familiar. Não lembrava o meu nome ou... Nada. Eu não tinha lembrança alguma.

A sala era muito iluminada com móveis, cortinas e sofas brancos. Paredes de vidro voltadas para o mar.

 Era dia, por volta das dez da manhã. Eu vestia biquíni e uma saída de banho, me levantando do sofá onde eu dormira. 

_ E-Eu não me lembro _ gaguejei em um pânico controlado, suspirei.

_ É normal. Você passou por um grande susto.

_ Foi mesmo? _ incerteza no meu tom.

_ Sim, ontem. Não se lembra? 

Balancei a cabeça negando, sentia uma grande tristeza. Como se tivesse esquecido de algo muito importante para mim.

_ Não se preocupe. Você irá lembrar _ sorriu com agrado, ele estava feliz.

_ Como é o meu nome?

_ Alone.

_ E o seu?

_ Marcos.

_ Pode me contar mais sobre mim?

_ Com todo prazer _ sorriu mais uma vez com aquela expressão felicidade.

Eu não. Não estava feliz. Algo gritava e arranhava para sair de dentro das minhas lembranças. Doía não saber. 

_ Vamos para a praia? Eu te conto tudo o que você quiser saber _ propôs, e eu aceitei.

Estávamos numa ilha afastada de tudo, com acesso somente por uma nau. Não havia nenhuma aqui. 

Nenhum barco, lancha, iate ou canoa. De repente me senti como uma prisioneira.

Aquele desconhecido poderia ter causado a minha perda de memória e ter me sequestrado para este lugar. 

Mas parecia absurdo. 

Faltava um motivo.

_ Eu te encontrei na praça de São Marcos em Veneza. Você estava sozinha e desamparada. Um infeliz te atacou. Este foi o grande susto que você teve ontem. Eu te ajudei e te trouxe para minha casa. Esta casa _ dizia molhando os pés nas ondas que se aproximaram de nós, de mãos dadas. 

_ Você me ajudou. Obrigada. 

_ Foi um prazer, Alone. Não se preocupe com a sua falta de memória, ela vai voltar. 

_ Espero que sim.

_ Enquanto isso, minha casa será a sua casa. Faça o quiser e fique muito bem a vontade. Esta é a sua casa agora.

_ É muito generoso sr Marcos.

_ Para você é apenas Marcos.

_ Marcos _ corrigi.

A casa era espaçosa e linda. Ocupei os meus dias com livros, Internet, escrever livros. 

Um deles falava de um vampiro com uma aparência muito jovem que se apaixonou por uma mulher mais velha. Ele a rejuvenesceu para a sua própria idade em uma semana e casou com ela. Fez isso, porque ela era o seu amor de outras vidas passadas. 

Estranho, quando eu escrevo esta história, sinto que na verdade, a estou reescrevendo. Como se a houvesse lido antes, ou como se já conhecesse a história por alguém que já  a viveu.

Hoje decidi cozinhar para o Marcos. Nunca o vejo comer e ele me disse que era vegetariano. Por isso, peguei umas receitas on-line e fiz comida especialmente para ele.

Havia acabado de por a mesa. Fazia o mesmo ritual todos os dias, no mesmo horário. O Marcos vinha até a mesa para me fazer companhia e beber vinho tinto, enquanto eu almoçava. Conversavamos muito sobre coisas triviais.

_ Hoje você irá comer comigo hoje _ falei animada.

_ Eu não como, Alone. Você sabe.

_ Mas você disse que era porque era vegetariano. Fiz comida vegetariana para nós hoje.

Olhou para a mesa que eu preparei para ele e sorriu ternamente lisonjeado. Levantou o olhar para mim sorrindo _ Bom. Neste caso, terei prazer em almoçar com você, senhorita.

 Fiquei feliz por ele ter gostado. Embora comesse pouco e bebesse muito, parecia apreciar a minha comida.

_ Podemos ir até a cidade para comprar algo que você necessite, a tarde. O que você acha?

_ Acho... _ hesitei _ Não quero abusar da sua hospitalidade. Você já me deu tanto, me deixando ficar.

_ O abuso é meu. Você me faz companhia e tolera a minha chatice. Sou mais do que grato pela sua presença colorindo os meus dias cinzas. Até cozinhou para mim.

_ Não foi nada.

_ Foi muito para mim. Estou feliz por tal honra.

Sorri.

Depois do almoço, um iate com um condutor nos aguardava no pequeno porto particular, atrás da mansão. Seguimos para a longínqua terra firme e cidade mais próxima.

Marcos me ofereceu a sua mão em ajuda, para descer do iate, e eu aceitei.

Continuamos com as mãos dadas durante o percurso pelas ruas e lojas. Marcos era muito atencioso e gentil, apesar do tom arrogante visitar a sua voz, sempre que afirmava algo com certeza, parecia muito com o sotaque britânico, enrustido no seu falar português.

Tinha um charme especial no modo como se referia a mim. Parecia que flertava comigo o tempo todo. Isso me agradava. Ser tratada com carinho por alguém tão especial como o Marcos, era como se eu fosse especial para ele.

Comprou tudo o que eu achei bonito, o que foi um exagero. Eu não precisava daquelas coisas todas. Mas gostei de tê-las para mim, ainda assim.

A lua brilhava no céu, e o Marcos me levou a um restaurante com vista para o mar e para a lua cheia.

Vi o garçom trazer o vinho para o Marcos, automaticamente. Ele devia vir sempre aqui. Novamente eu jantei sozinha, enquanto o Marcos bebia.

_ Posso provar? _ pedi curiosa para saber que gosto tinha.

_ Claro que pode, Alone _ serviu o vinho em minha taça que antes continha água.

Bebi sentindo o gosto doce. Era diferente de qualquer vinho que eu já provaram antes.

Era estranho que eu lembrasse de gostos, cheiros, coisas que eu sabia fazer... Mas não lembrasse de nada de mim mesma, ou da minha vida, e família. Talvez eu não tivesse uma família.

Um pouco mais de uma semana havia se passado. Nesse tempo eu não tive nenhuma memória recordando sobre a minha vida.

O gosto do vinho encorpado era delicioso. Mas a sua viscosidade, me lembrava a viscosidade do sangue humano. Estranhamente, isso não me incomodava nenhum pouco, eu gostava. Era mais delicioso ainda, por sua textura e cor.

_ Gostou? _ sorriu como se notasse muito bem a resposta que pedia.

_ Delicioso.

_ É bem melhor quente _ passou os dedos pela chama da vela sobre a mesa, fazendo uma expressão de prazer diante da dor que o calor da chama lhe provocara.

Aquela ação me deu um calor prazeroso, que percorreu todo o meu corpo, como um arrepio?




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