História Hellsing - Caminho para a Eternidade - A Vampira do Rei

Era uma manhã cinzenta, as nuvens negras estavam estendidas sobre o esplendor azul do céu e Seras se sentiu aliviada, por mais tempo que passasse, o sol ainda era um incomodo, a terra estava molhada, ela caminhava com certa dificuldade pela floresta, ao sul de Londres, próximo a  Greenwich, uma área que foi desenvolvida mais tardiamente do que o resto da cidade, embora depois da invasão da Millenium toda Londres fora arruinada e ainda estava se reerguendo de toda a destruição.
Sua equipe continha ela e mais dez homens, ex-soldados mercenários que agora serviam a organização, nem toda tradição acaba, afinal, olhou para a terra molhada, esperava que os remanescentes da Wild Geese estivessem bem em sua merecida aposentadoria.
- Área Limpa – Ouviu um soldado avisar, não que ela não já soubesse disso, obviamente, mas deveria se lembrar constantemente que o restante dos homens ali eram apenas humanos.
Tentou se recordar com precisão de seu objetivo, aparentemente Integra havia recebido um alerta de monstros naquela região, seres que saiam de suas covas, provavelmente mais um desses estranhos casos envolvendo Ghouls. Com sua vista vampírica avistou movimento á cerca de cinco quilômetros a frente, fez um breve sinal aos homens para que parassem, pulou sobre as arvores e usou sua super velocidade para se aproximar o máximo que conseguia, subiu sobre um pilar de uma possível igreja que havia existido ali, ao alto pôde ver com mais clareza a movimentação suspeita, um homem, de ombros largos, rosto quadrado e cabelos loiros escovados para trás parecia estar enterrando ou... Desenterrando algo com uma pá, curiosa, Seras se agachou e estreitou o olhar para tentar enxerga-lo melhor, sua camisa branca social estava grudada em seus músculos discretos, mas definitivamente belos, enquanto o homem erguia a pá e afastava a terra do buraco que fizera, fora então que Seras viu claramente uma mão sair das entranhas da terra. Ok, ele estava desenterrando algo mesmo. Discretamente ligou o comunicador e sussurrou:
- Cinco quilômetros ao leste, movimentação suspeita, aproximação de 100 metros.
Desligou rapidamente quando viu o homem olhar pra cima, por um momento seu coração vampírico disparou quase como se tivesse retornado a vida, era possível? Não... Ele não poderia tê-la ouvido, jamais, não seria... Humano.
Assim que a mão cadavérica surgiu da terra, o homem parou de cavar, jogando a pá longe, rapidamente contornou o buraco e se agachou, parecia esperar algo, não demorou muitos segundos para a mão se mexer e o morto sair da cova.
- Ghouls... – Seras se ouvir sussurrando. Mas... Qual a necessidade de enterra-los?
Antes que pudesse pensar sobre o assunto sentiu o alerta de perigo lhe percorrer o corpo como um raio, instintivamente se virou pegando com as mãos um dardo que fora atirado em direção as suas costas. Sentiu a fúria preencher o corpo como se estivesse possuída e num salto correu em direção ao seu agressor, em questão de segundos havia arremessado a cabeça de um humano longe enquanto seu corpo ainda agonizava com a arma na mão. Nesse momento se deu conta de aonde sua fúria a trouxera, era um tipo de ruina moderna, mais um prédio que fora destruído pelos nazistas, numa cidade tão pequena que provavelmente não houve nenhum sobrevivente que valesse a reconstrução do local, o prédio estava parcialmente destruído e aparentemente completamente sujo, cercado de todo aquele caos e sangue que houvera naquela noite de terror.
- Você é forte – Uma voz grossa cortou o ambiente, fazendo Seras instintivamente pular em seu pescoço e enterrar o corpo do portador contra a parede fria e úmida.
O Homem pálido loiro sorriu com emoção, era exatamente o mesmo homem que estava desenterrando o corpo, o loiro de traços marcantes, seus olhos verdes eram como joias, brilhavam emanando poder, seus lábios grossos exibiam um ar que poderiam ser de um príncipe, sua camisa branca,  ainda suja de terra aberta até metade do tórax demonstrava claramente que ele não era um fissurado por moda como Valentine, mas também não parecia desleixado de todo modo, a calça jeans reafirmava seu porte, justa a suas coxas, quase como se pudessem rasga-las com um pouco mais de força.
- Você é REALMENTE forte – Ele disse agora rindo alegremente.
Seras bateu a cabeça dele contra a parede, afundando seu crânio enquanto ressoava o barulho e poeira do local.
- Quem é você? – Gritou firmemente enquanto ele gemia com a batida.
- Calma... Calma... – Pediu erguendo as mãos. – Veja, estou desarmado!
- Não me importo. – Seras disse rapidamente fazendo mais pressão sobre o pescoço pálido.
- Sou... James. – Disse por fim – Você é... Magnifica, Seras.
Confusa, a Vampira diminuiu a pressão das mãos sobre o pescoço do homem.
- Como sabe quem sou?
Ele pareceu aliviado e sorriu mais abertamente, agora sim Seras pôde ver com clareza as presas do homem, definitivamente, um vampiro.
- Todos sabem quem é. És o anjo negro da fatídica noite de Londres...
Seras estreitou a sobrancelha, ficando mais confusa ainda.
- És a Vampira do Rei. – O homem disse por fim, encarando-a com olhos de esmeralda.