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História Hellsing - Caminho para a Eternidade - Almas Compartilhadas


Escrita por: Lady_Miss_Chief

Capítulo 43 - Almas Compartilhadas


Fanfic / Fanfiction Hellsing - Caminho para a Eternidade - Almas Compartilhadas

Drácula pousou na Janela do quarto de Mina e Jonathan Harker, apoiando-se na beirada, colocou um pé dentro, em seguida do outro, enquanto expandia suas sombras negras para vedar completamente a porta, impedindo que qualquer um adentrasse.
Seras observou Mina se levantar da cama aonde adormecia tranquilamente de supetão, tomada pelo susto que ambas sabiam que Alucard tão bem causava com sua presença.
- Está ai? – Ela perguntou fitando o rosto em direção a escuridão.
- Estou... – Drácula respondeu, acendendo com as mãos uma única vela que pairava na frente de uma cruz que o fez ranger os dentes.
- Drácula... Meu Amor! – ela começou pulando da cama e indo em direção a ele, agarrando-se a seu corpo.
- Amor? Tsc... – O vampiro desdenhou revirando os olhos – Que amor é este que consegue ser compartilhado? – Ele a fitou com os olhos em chamas – Me responda Mina Murray... Ah... Não, você é Harker agora não?
Envergonhada a jovem loira deu uns passos para trás, afastando-se dele, Seras se perguntou se era medo ou apenas arrependimento que havia guiado suas ações.
- Você... Você não entende... Jonathan foi meu primeiro amor...
- Ora, então bastou o bastardo retornar vivo que você correu para casar com ele? – Ele a pegou pelo quadril com tamanha força que Mina Gemeu alto, quase perdendo as forças nas pernas enquanto Drácula a empurrava em direção a Janela aberta do terceiro andar - Você me traiu – Finalizou inclinando o corpo dela em direção a queda certa.
- Não! – Ela gritou, segurando a lapela da capa de Drácula, fazendo Seras se aproximar assustada – Eu nunca te trairia! Eu.... Eu... Ainda sou sua. Por isso preciso te avisar...
- Hum, me avisar do que? – Drácula ergueu a sobrancelha direita, curioso.
- Já sabem que estou em processo de transformação... Sabem que eu inclusive bebi seu sangue. Estão indo atrás de você, irão mata-lo para tentar reverter minha condição!
- Você é fraca – Drácula disse segurando-a pelo pulso de forma despreocupada e a jogando sobre a cama – Eu realmente achei que você era a escolhida para... Eu Senti algo... Não sei como fui capaz de... Argh! – Finalizou fechando os punhos com força.
- Eu te Amo! – ela gritou, inclinando na cama enquanto colocava a mão no peito – Sim! Eu fui fraca, Jonathan voltou dos mortos e isso me confundiu, mas... Eu Te Amo! Eu quero ficar com você!
Seras observava que Drácula andava de costas para Mina, parou perante a vela acessa, fitando o símbolo da cruz com ódio. Não se sabe quantos minutos passaram, mas em certo momento ele virou o rosto para fita-la chorando na cama.
- Então que assim seja, ficaremos juntos – Disse a fazendo olha-lo esperançosa – Quanto a Van Hellsing, Dr. Seward, Quincey Morris, Arthur Holmwood e... Jonathan Harker – ele a fitou com seriedade – Todos eles, sem exceções, irão morrer.
Antes que Mina se inclinasse, em pânico, Drácula a beijou, Seras pôde observar a contra gosto um filete fino de sangue escorrer pelos lábios dela, embora a mesma chorasse. Após alguns minutos, Drácula se afastou o bastante para dizer:
- Você fez sua escolha, Mina. Aceite as consequências.
O vampiro se transformou em um morcego e desapareceu noite adentro, Mina estava estática na cama, o olhar vago enquanto as lagrimas caiam pelo rosto pálido, Seras se aproximou da fantasma, sentindo uma estranha empatia pela sua situação, com o coração dividido entre dois homens, sabendo que um mataria o outro por sua causa. Repentinamente uma dor fortíssima assolou o coração de Seras, a fazendo colocar a mão no peito enquanto caia de joelhos, o que era aquilo? Por que aquela mesma dor de quando Quincey a matou voltou naquele exato momento?

Quando a dor diminuiu e conseguiu recobrar a consciência sobre si mesma, abriu os olhos e se deparou com o quarto de... Quincey. Não... Não ainda. Seras se levantou e deu alguns passos em direção a penteadeira tão conhecida, tocou a escova que reluzia como se tivesse sido comprada há apenas alguns dias, repentinamente, Mina saiu do Closet, com os cabelos loiros amarrados acima da cabeça, usava um robe de cetim lilás bordado, atrás dela, Jonathan, era a primeira vez que Seras o via claramente desde a pintura, Jonathan era um homem definitivamente belo, com olhos azuis escuros, cabelos longos castanhos, usava um pijama verde militar de bom acabamento, ambos pareciam tensos.
- O que você quer!? – Gritou Mina virando o corpo em direção a ele.
- Quero que me responda, Mina! Agora! – Ele apontou o dedo em direção a ela – Me diga porque você geme e chama o nome daquele monstro todas as noites na nossa cama, nosso leito!
- Eu não sei! – Ela respondeu, furiosa.
- Você me disse que não o amava, que ele apenas a enfeitiçou e a usou... – Jonathan se aproximou, pegando o queixo dela com agressividade – Mas é mentira, não é?
Visivelmente transtornada, Mina balançou a cabeça diversas vezes tentando desvencilhar do controle de Jonathan.
- Me deixe em paz... – Ela pediu, enquanto uma lagrima escorria de seu rosto pálido.
- Você é uma rameira, isso que é... – Jonathan desdenhou com nojo.
- Por favor... O Quincey... – Ela pediu em prantos – Vai acordar nosso filho...
- Não sei como fui tão idiota... – Jonathan sussurrou a largando e colocando as mãos na cabeça perdido em seus próprios pensamentos – Arriscamos nossas vidas para salva-la... Perdemos Quincey Morris para aquele demônio... E sabe o que é pior Mina? – Ele disse, tristemente enquanto abria a porta do quarto – Eu acho que você nem queria ser salva – finalizou saindo do cômodo e batendo a porta com força.
Mina ficou parada, encarando o marido com os olhos encharcados de lagrimas, Seras sentiu sua dor de tal forma como se fosse compartilhada. Mas antes que pudesse toca-la sentiu seu corpo sendo novamente arremessado para outro lugar.

Não havia mais quartos luxuosos, não ali, uma cama de metal sujo surgia na visão de Seras, ao lado uma privada com uma pequena pia, no chão ratos corriam com naturalidade, não haviam janelas, livros, nada, transtornada, Seras foi em direção a porta de metal, tentou abri-la em vão, embora fosse completamente vedada, na parte superior uma pequena janela com grades permitia que se visse o que parecia ser um corredor de uma ala hospitalar, vozes e gritos ecoavam constantemente, o lugar era como o próprio inferno, a Vampira encostou a cabeça na porta, ao longe pôde identificar as vozes de Jonathan e Seward conversando.
- Talvez tudo aquilo tenha sido demais para ela...
- Sim, e eu não aguento mais, estou vivendo um pesadelo Seward... – Jonanthan disse vacilante – Todas as noites ela sonha com aquele demônio, ela o chama, ela... Faz coisas que uma dama jamais deveria fazer, ainda mais sobre outro homem que não seu marido.
- Sim, eu entendo.
- Era melhor... Deus me perdoe...
- O que, meu velho amigo? – Seward perguntou gentilmente.
- Às vezes penso que teria sido melhor que ela tivesse morrido junto com aquele monstro.
Sentindo o peso daquela frase, Seras tentou colocar a mão no rosto para segurar as lagrimas, fora quando notara que não conseguia, olhou pra baixo confusa para se ver usando o que era claramente uma camisa de força, usou sua força vampírica para facilmente se livrar daquilo, mas em vão, não tinha forças nenhuma, era como se fosse... Humana novamente. Confusa, olhou para os lados, desde que tudo aquilo começara ela via Mina em terceira pessoa, então porque naquele momento... Ela era... começou a bater a cabeça contra a porta de metal desesperada, não... Era injusto demais que tivesse descoberto toda a história, para acabar daquele modo, presa dentro do corpo e da memória de Mina.
- Minha memória? – Uma voz feminina ressoou no quarto, e Seras abriu os olhos encharcados de Lágrimas para ver Mina sentada na cama com um lindo vestido salmão, ela a fitou, sorrindo gentilmente – Nossa memória, Seras.
Em choque, a vampira franziu a testa encarando o fantasma a sua frente, o que ela queria dizer? Mina Harker e Seras Victoria eram pessoas diferentes.
A Jovem e bela dama vitoriana se levantou da cama, parando na frente de Seras, aproximou-se o bastante para dar um beijo rápido nos lábios da vampira. Repentinamente tudo ficou claro.
- Eu sou... Sua reencarnação. – Seras se ouviu dizer, assombrada.
- Sim, é. – Mina confirmou – Você e eu... Dividimos a mesma alma.
- Mas... Alucard, ele...
- Não sabe – Mina respondeu.
- Você... Se arrependeu de ter escolhido ele? – Seras questionou curiosa, mas Mina apenas riu inocentemente.
- Somos a mesma pessoa... Sabe a resposta... – Ela fez uma pausa, respirando profundamente enquanto desviava o olhar para sua cela – A verdade é que Jonathan estava certo, eu preferia ter morrido com Drácula... Então, coloquei um fim a minha vida aqui.
- E quanto a... Quincey?
- Quincey é meu amor... A única coisa boa que surgiu de toda essa dor... – Mina comentou de forma nostálgica – Mas ele se perdeu, Dr Seward alimentou o ódio do meu filho e o tornou... Nisso que ele é agora, nem vampiro, nem humano... Um verdadeiro monstro.
Seras caiu de joelhos, repentinamente sentindo uma forte dor no ventre, gemeu alto, sendo aparada por Mina que a segurou pelos ombros.
- Ele é nosso filho, Seras... Escute-me, você é a única capaz de dar paz ao nosso menino.
- Eu não posso! – Seras gritou, sentindo a dor no ventre rasga-la por dentro.
- Você deve! – Mina gritou firmemente – O sangue dele está corrompido, ele foi um humano transformado em vampiro sinteticamente, após isso, bebeu uma formula capaz de torna-lo tão forte quanto Alucard, mas você conseguirá derrota-lo.
- Do que está falando? – Seras respondeu com dificuldade - Eu sequer fui capaz de afasta-lo, usei todas minhas forças e...Ai!
Com a dor ficando cada vez mais cortante, Seras sentia o suor escorrer da sua testa, Mina continuava segurando seus ombros com força, olhando no fundo dos seus olhos.
- Ele é fruto do nosso ventre, só você vai conseguir fazê-lo vacilar o bastante para... Se aproximar – Mina continuou – Esse é um poder que apenas você tem, Alucard não.
- E... Quando... Eu tiver me aproximado? – Seras sentia que ia desmaiar, olhou para baixo para perceber a poça de sangue que escapava pelo seu ventre.
- Você irá drena-lo – Mina respondeu – Ele é uma vampiro sintético, jamais teria sido criado de forma natural... Deve tirar dele toda a formula que corre em suas veias agora, você irá suga-lo para dentro de si... Novamente. – Ela finalizou tristemente colocando a mão sobre o ventre de Seras.
- Mina... O que significa... Tudo isso...? – Seras falou, confusa com seus pensamentos estando cada vez mais fragmentados enquanto perdia pouco a pouco a consciência.
- Psiu, todas as respostas estão dentro de você – Ela falou colocando o dedo sobre seus lábios – Tem que retornar agora. Alucard precisa de você.

 


Notas Finais


Olá! Quase me atrasei, mas aqui estou com mais um capitulo da fic <3

Foi tão bom escrever sobre Drácula dentro do Livro de Bram Stoker.
Pra quem conhece a obra original sabe como é... Difícil os capítulos serem separados do ponto de vistas dos personagens e nunca do Drácula. Muitas de suas ações ficam confusas e não entendemos a intenção dele, portanto... Aqui eu tentei fazê-lo senti-lo próximo de vocês.

Além disso, MINA! É interessante colocar um ponto final a história dela, né?
Agora entendemos ela melhor, como ela se sentia em relação e ele e principalmente, a relação de Seras Victoria com ela.

Aliás, que é algo que Kouta Hirano (autor de Hellsing) deixa em ambiguidade constante durante o anime, a possibilidade inegável de Seras ser reencarnação de Mina Harker. Até hoje é altamente discutido em fóruns do mundo todo e possuem muitas fundamentações interessantes e dicas que Kouta deu durante a obra.

Enfim, espero que gostem!
Muito obrigada por todo carinho imenso e comentários de vocês.

Instagram: @Lady_Miss_chief

Próximo capitulo: Segunda-feira


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