História Hellsing - Caminho para a Eternidade - O pecado da Tentação

Ela dormia como uma criança, talvez em parte, sempre fosse. Isso era essencialmente... Ruim? Não, ela isso que o encantou não fora? Assim como ocorreu há tantos anos atrás, nessa mesma cidade, numa outra época, numa outra vida.  Alucard encostou a cabeça em seu trono, ele sentia que havia mudado desde sua fusão ao gato Schrodinger, mas aparentemente os mesmos sentimentos estranhamente humanizados ainda assolam seu corpo como uma doença. A encarou por alguns minutos, o corpo de Seras desfalecido estava deitado sobre seu divã de veludo vitoriano vermelho, o corpo da jovem vampira parecia tenso, como se estivesse pronta para superar sua própria condição para atacar novamente, claro, ele poderia tê-la satisfeito com seu próprio sangue, mas não o quis, não ainda, não enquanto a garota estava sob seu poder.
Levantou-se e retirou o sobretudo vermelho, dobrou com cuidado e o repousou sobre sua poltrona, despreocupadamente se aproximou de Seras enquanto retirava o laço de seu pescoço junto com seu colete negro, se inclinou perante ela, o rosto da mesma reagiu movendo a cabeça para sua direção, a garota era inconscientemente dele e isso dava a Alucard um certo tipo de... Prazer. Sentiu uma vontade animalesca de tomar a boca dela com força, mas se conteve, desde sua transformação, provavelmente sempre o veria de forma paterna e como tal, era sua responsabilidade ensinar a garota e não confundi-la ao possui-la, por um momento sua mente se desvaneceu  e deslizou a mão grande pela barriga da vampira, dedilhando suavemente entre a curva da cintura, passando pelo quadril e encontrando a barra da saia vermelha do uniforme, inconscientemente subiu a saia e começou a invadir com a mão a parte interna das suas coxas, mas Seras se moveu novamente reagindo a seu toque e Alucard rapidamente se afastou.
- Maldita seja... Policial – disse a si mesmo enquanto percebia que estava perdendo a racionalidade. Respirou fundo e foi até o pequeno frigobar que havia ali próximo de seu “covil”, era no mínimo irritante saber que Seras continuava com essa péssima mania de se alimentar mal, Alucard realmente pensara que ela tivesse se transformado em uma vampira completa após aquela noite em Londres, escutou um gemido de dor da garota e fechou os olhos se condenando, exigir maturidade dela era injusto e ele deveria admitir, afinal, ela era sua responsabilidade, Integra havia deixado isso bem claro na noite da transformação, e mal passaram um ano juntos, no meio de todo caos com os Iscariotes, Millenium e após sua “Morte”, a verdade é que Seras sabia pouco ainda. Ele se virou e levou a bolsa de sangue a boca, a mordendo com as presas enquanto fitava Seras desacordada no divã, na verdade, ela não sabia de nada, nem sobre ser vampira, nem sobre ser mulher... Tantas descobertas... Tantas experencias... Ah, sim, ele podia...
- Mestre! – A Ouviu gritar, assustada, levantando-se de supetão no divã e o encarando com os olhos azuis brilhantes.


De fato, se não fosse o iphone em sua mão, James podia jurar que estava num filme barato de Vampiros dos Anos 80, o bar parecia extremamente sombrio, a iluminação baixa deixava os olhos de seus frequentadores acessos como os de animais predadores, a música clássica ressoava de um piano próximo, fornecido provavelmente por um daqueles vampiros nostálgicos do século XV, a cheiro de cigarro, charuto, bebida e sexo faziam James revirar os olhos e não era de prazer, tinha como serem mais clichês? Pensou enquanto observava uma mulher digna de ser a Morticia Addams passar ao seu lado.
- Como está a safra? – A mulher perguntou, sentando-se ao seu lado e apontando para sua taça de Sangue.
- Hum..  – James revirou a taça como se imitasse a degustação de vinho – Sangue A+, puro, extremamente puro, provavelmente safra vai se foder do ano mil setecentos e vai tomar no cú.
A Mulher riu alto, tão alto que fez James suspirar com a evidente falsidade.
- Você continua o mesmo James, sempre me fazendo rir. – Ela disse, colocando a mão pálida sobre seu ombro e afundando discretamente as unhas em sua carne.
- O que você quer? – Ele disse observando o fundo de sua taça.
- Estão te chamando.
Cansado, James empurrou lentamente a taça em direção ao bartender, e se virou para se levantar. A “Mortícia” sorriu satisfeita enquanto o encarava com os olhos âmbar.
- Bom menino – Disse alto demais, numa tentativa de reafirmar seu suposto poder perante os outros frequentadores. James realmente não estava com saco para aquele teatrinho de “Quem manda mais aqui”.
Ainda com a mão em seu ombro, dessa vez com as unhas menos fincadas em sua pele, a mulher o levou discretamente até o fundo do bar, a área reservada detrás de um longo corredor velho e empoeirado. Ao pararem em frente a porta de madeira maciça a mulher encarou James, vendo que o mesmo não fez nenhum gesto de bater, a mesma se apressou e bateu algumas vezes, tendo a porta prontamente aberta por absolutamente ninguém.
- Eu o trouxe – Ela se adiantou a dizer, forçando a entrada dele até a sala.
O local estava menos fedido, e mais claro também, de fato, ali estavam vampiros que não estavam encenando uma peça gótica, a mesa redonda de mármore branco reluzia, enquanto cinco vampiros estavam distribuídos sentados, inúmeras taças de sangue vazias na mesa eram apenas um reflexo do quão insaciáveis eles eram.
- Obrigada, Evelyn. – O vampiro do canto falou, fazendo uma menção para a mesma se retirar.
Bufando a “Evelyn Mortícia” encarou James, fez um bico e saiu batendo a porta como uma adolescente de quinze anos.
- Agora diga-me... - Ouviu uma voz feminina ressoar do canto esquerdo da sala – Então você finalmente encontrou Seras?