Depois do banho, Stenio vai até a cozinha onde a esposa preparava a mamadeira do pequeno Miguel.
— Oi! — Ele a abraça por trás, cheirando sua nuca.
— Demorou, Xxxtenio.
— Sentiu minha falta?
— Claro que não. — Ela mente.
— Amor, estou morrendo de fome — Fala, mordiscando o ombro dela.
— Não consegui te esperar, já jantei, mas tem comida para você. Diferente do que fez comigo sábado, meu querido.
— Sábado eu estava cansado, Helô. Sem ressentimentos, por favor.
— Uhm!
— Me faz companhia pelo menos? Não quero comer sozinho.
— Aham, aham. Só me deixa terminar a mamadeira do nosso terroristinha.
— Passei no quarto e ele já está quase dormindo, nem se mexeu quando falei com ele.
— Cansou! Desde que cheguei da PF ele me fez correr e brincar pela casa toda, Stenio. Nosso filho tem uma energia que não acaba mais. Nem a última operação que trabalhei me deixou tão cansada como brincar com ele hoje.
— Ele parece você. Está sempre agitada. Amor, ele não comeu ainda? Acho que vai dormir antes da mamadeira ficar pronta.
— Comeu sim, essa é para mais tarde... Já estou terminando aqui, vai pegando a salada na geladeira, tem suco e outras coisas que estão no forno, só ligar para esquentar.
— Quero esquentar outras coisas hoje, sabia?
— Xxxtenio, tira a mão da minha bunda.
— Pow, Helô, você adora me privar das coisas gostosas da vida.
— Safado — Ela responde aos risos, correspondendo ao selinho que ele lhe rouba.
— Já disse que você é gostosa? — Fala, cheirando a amada.
— Não disse, mas sua fome é de comida, então... para de querer me agarrar. Vai... Vai pegar sua comida, Stenio.
— Só mais um beijinho, amor.
— Xxxtenio... Vai comer.
— Quero... — Ele se insinua.
— Palhaço! Estou falando do seu jantar, liga o forno para esquentar.
Fazendo exatamente o que a delegada orienta, minutos depois o advogado estava sentado a mesa da cozinha. Com a comida do Filho já pronta, ela vai para junto e faz companhia enquanto o amado come.
— Helô, cadê a Creusa?
— Desceu, resolveu tomar um ar. Tu não encontrou com ela lá embaixo, não?
— Não! — O advogado estranha.
— Tô achando que Creusita anda paquerando com alguém, só não sei quem.
— Como assim, Helô? Ela já tinha acabado tudo com aquele antigo porteiro.
— Stenio, ela pode ter conhecido alguém novo.
— Não gosto de pensar sobre isso.
— Tu é ciumento demais. Isso é medo de perder o posto de queridinho. — A delegada provoca.
— Não é isso. A Creusa fez cirurgia, ela deveria ficar em casa.
— Xxxtenio, Creusa tá ótima. Ela tem mesmo que sair, conversar, namorar, ver gente.
— Helô, é sério...
— Não tem cabimento você querer impedir Creusita de namorar.
— Melhor não pensar nisso, não gosto. — Ele resmunga, voltando a comer.
— Ciumento mais lindo. Oh, me fala desse seu encontro com a mãe da amiguinha do Miguel. Impressionante como elas te adoram, né?
— Depois eu que sou o ciumento. Elas gostam porque sou simpático, você fecha a cara.
— Não tenho meus dentes para ficar mostrando pra qualquer pessoa. Já você, não pode ver um rabo de saia.
— Helô, não seja injusta comigo — O advogado acha graça.
— Fala sobre esse encontro, fala.
— Ela contou sobre como está sendo levar a filha para a escola. Não são todos os alunos que estão indo, que a diretora está tomando todos os cuidados e que estão seguindo muito bem as normas de segurança.
— Depois que nos falamos mais cedo, fiquei pensando... talvez possamos reavaliar sobre o Miguel voltar. Já falamos sobre isso tantas vezes e acabamos deixando o assunto esquecido. Volta, não volta...
— O Miguel está cada dia mais agitado, se sente preso trancado o dia inteiro. Diferente da Alice que faz a aula por chamadas de vídeo, tem contato com os amigos todo dia. Ele não...
— Que tal irmos pessoalmente na escola amanhã, Stenio? Assim sentiremos mais segurança ou não...
— Amanhã não sei se consigo, Helô. Tenho que trabalhar no escritório, depois a aula online.
— Tudo bem, professor. — Ela fala revirando os olhos, mas sorrindo.
— Achei sexy você me chamando de professor.
— Assediar aluna é crime, sabia? — A chefe de polícia força um tom inocente.
— Ainda bem que você não é minha aluna. — Ele rebate, fazendo-a levantar para sentar em seu colo.
— Xxxxtenio... — Aos risos os dois se beijam de leve.
— Acho que preciso te explicar sobre algumas leis. Revisar a constituição nunca é demais, Helô.
— Se você tratar todas as suas assim... juro que te faço perder seu bem mais precioso, não preciso dizer qual.
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