História Helô e Stenio Para Sempre - 9 - 240 - Dama de ferro

— Fala, Stenio. — a delegada dispara ao atender o celular.
— Precisa ser tão seca?
— Oi, meu amor... meu maridinho, meu pão de mel. Tá melhor assim? Agora desembucha que eu e o Pedro estamos rodeados de problemas pra resolver antes das 20h.
— Você só volta pra casa essa hora, Helô?
— Aham, aham.
— Poxa!
— Já pegou o terroristinha na escola?
— Acabamos de entrar em casa. Dialinda levou ele para o banho.
— A professora reclamou de alguma coisa hoje, Stenio?
— Não, ela até elogiou o comportamento dele.
— Será que ele aprendeu depois da bronca que levou no almoço hoje? Tá aí, me surpreendi.
— Helô, você é dura demais. Fiquei com pena dele.
— Jura, Stenio?
— Não estou reclamando ou te criticando, é apenas...
— Tá, tá, tá... agora fala, fala o motivo da ligação.
— Já que você está apressada, prefiro falar em casa.
A delegada suspira e baixa o tom de voz.
— Desculpa! Meu dia foi uma loucura e ainda tenho tanta coisa pra fazer. Por que você está ligando, quer dizer algo?
— É que desde que voltamos pra casa não conseguimos aproveitar nenhum segundo juntos. No dia do jantar romântico o Miguel acordou chorando e você dormiu com ele, depois teve seu trabalho, Miguel de novo e até agora nada. Sentindo falta de ter você só pra mim.
— Você me tem todo dia, meu querido.
— Helô, você entendeu perfeitamente bem.
— Só pra tu saber, também estou com saudades.
— De verdade, doutora?
— De verdade, mas agora preciso desligar. Nos falamos por mensagem? E sobre esse assunto, prometo compensar.
— Tá bom!
— Beijos, meu amor. Te amo! Até mais tarde— ela fala e Pedro ergue a sombrancelha ao ouvir.
Quando a delegada desliga, encara o assistente.
— Que cara é essa, Pedro?
— Me assustei. Nunca vi a dama de ferro se declarando assim.
— Dama de quê?
— Mais papéis para serem assinados. — Pedro desvia o assunto e entrega a pasta para ela.