História Helô e Stenio Para Sempre - 9 - Acordada e consciente

Sentado em uma cadeira ao lado da maca que a esposa dorme, Stenio segura sua mão e faz um leve carinho. Pensando no filho que estava em casa e, segundo Dialinda, não parava de chorar e perguntar por papai e mamãe. Drica naquele momento deveria estar no avião, a blogueira e Alice estavam voando para o Rio depois do que havia acontecido.
A chefe de polícia tinha dormido o dia inteiro devido aos sedativos, e em nenhum momento ele tinha desgrudado dela. De vez em quando a enfermeira aparecia para verificar os sinais vitais, trocar o soro ou aplicar mais medicação.

O domingo já estava acabando quando lentamente ela abre os olhos, a visão um pouco turva, mas aos poucos vai melhorando.
— Stenio? — fala o nome dele em tom arrastado.
— Amor, você acordou. — o coração dele acelera e logo fica de pé.
— Dormi muito tempo?
— Muito!
— Ainda estou no hospital? — ela pigarreia, passando os olhos pelo quarto.
— Você lembra o que aconteceu, amor? Você foi baleada na barriga e passou por uma cirurgia.
— Lembro que o médico falou que precisava tirar o projétil.
— A cirurgia foi um sucesso. Helô, que bom que você acordou e está falando comigo.
— Tu não achou que ficaria viúvo, achou?
— Não brinca. — ele tenta em vão segurar as lágrimas.
— Foi só um contratempo, Stenio. Não precisa ficar preocupado. — ela fala, mas fecha os olhos e faz careta ao sentir dor.
— O que foi, amor? Preciso chamar a enfermeira, ela pediu para avisar assim que você acordar.
— Faz isso, Stenio. Avisa pra ela que acordei e posso voltar pra casa.

Apertando o botão indicado que alertava na enfermaria, ele logo volta a dar atenção pra ela.
— Pedi tanto pra você acordar logo e falar olhando nos meus olhos que está bem.
— Estou ótima se tu quer saber. — mais uma vez ela tenta brincar, mas a dor a incomoda e fica visível em sua expressa.
— Tá doendo, amor? Como eu queria trocar de lugar com você. Daria tudo para estar aí no seu lugar.
— Não diz besteira, Stenio.
— Eu tive tanto medo. Nunca me senti tão perdido e...
— Ei, não chora. Foi só uma bala, o principal é que não quebrei meu salto.
— Você é muito importante pra mim, Helô. Se eu te perder, perco o ar. A vida só é vida se tiver você comigo. — ele volta a se emocionar, beijando a testa dela.
— Preciso repassar com o Otávio tudo que aconteceu. Quanto tempo exatamente eu dormi? Pega o meu celular, Stenio. Pegaram os bandidos?
— Helô, você acabou de acordar depois de dormir muito pós cirurgia. Não precisa e não pode se preocupar com nada. A polícia está cuidando e vão achar quem fez isso. Agora foca em você e em ficar bem.
— Estou bem, meu amor. — ela afirma, mas o lábio treme e uma lágrima escorre.

De repente as imagens da noite anterior começam a repassar na mente dela. Um silêncio se faz e os dois se encaram entre lágrimas.
— Enquanto estava sangrando naquele chão, só pensava o quanto queria estar com você e com toda nossa família nem que fosse pela última vez. Lembro que na ambulância estava perdendo a consciência e pensando que talvez não tenha dito o quanto te amo.
— Helô! — o advogado deixa o rosto colar no dela e os dois ficam ali emocionados.
— Eu te amo muito, Stenio. Não quero partir sem viver tudo que ainda temos para viver, eu e você, nosso amor.
— Eu amo você. — ele diz baixinho sem forças para falar devido a emoção. — Amo você pra sempre, meu amor.