História Helô e Stenio Para Sempre - 9 - Caos, confusão e tortura

— Heloísa, você não precisava ter dito tudo isso para ele.
— Eu sei, Maitê. Eu sei que não, mas na hora me bateu uma raiva. Se coloca no meu lugar, caramba.
— Esse tipo de coisa deixa marcas. O que você falou, será difícil esquecer.
— Não precisa ficar repetindo o que já sei, Maitê. Já não basta o quanto estou arrependida?
— Manda mensagem para o Stenio, pede para ele vir dormir aqui.
— Eu mandei mensagem assim que desci e entrei no carro, lá mesmo no estacionamento, mas ele se quer recebeu. Acho que está com o telefone desligado, sei lá. Eu passei dos limites, mas estou nervosa, com problemas na PF em um caso específico.
— Creusa me falou que você não está dormindo direito, anda mais nervosa que o normal e que também chegou em casa com...
— Não fala. Eu sei... eu sei o que fiz e não pretendo repetir. Me sinto ainda pior por ter sido tão fraca nesse sentido — a delegada se martiriza.
— Minha amiga, eu sei que nem tudo está dando certo no trabalho. Isso te assusta porque você está acostumada a fazer tudo dar certo.
— Mai...
— Pede desculpas para ele e bota para fora o que está te atormentando.
De repente a delegada decide desabafar:
— Maitê, eles querem me tirar do cargo. Na verdade já tiraram.
— O quê?
— Não me deram muitas escolhas, terei que conduzir uma investigação durante seis meses e o pior... terei que me mudar para Brasília. Depois não sei onde ficarei.
— Heloísa...
— Já tentei falar com o papa, com todo mundo, mas não tenho saída.
— Agora entendo todo seu estresse e surto. Você está sem saída e não sabe como resolver.
— Não sei o que fazer... como posso morar em Brasília e deixar eles aqui?
— Heloísa, claro que tem saída. A polícia federal não pode te obrigar a sair da sua cidade e abandonar seu filho, marido...
A delegada apenas encara a amiga em resposta.
— Pode?
— É uma missão e fui designada. Claro que terei suporte e posso levar filho, marido e todo mundo, mas...
— Você não sabe como funcionará mudar  vida de todos. — a loira entende a angústia da amiga.
— Não é justo, Mai. São apenas seis meses, talvez um pouco menos ou mais. Agora você me entende? Quando vi aquela Débora hoje, fiquei pensando o que pode acontecer se largar o Stenio aqui sozinho.
— Você não confia nele?
— Confio, mas são meses fora.
— Conversa com o Stenio, conta tudo. Ele vai entender porque você anda tão irritada e brigando com todo mundo.
— É tanta coisa acontecendo, Mai. O caso que a equipe está investigando está dando tudo errado. Isso que está realmente me irritando e ter feito, você sabe o que, me deixa ainda pior.
— Isso não pode afetar vocês, não agora. O Stenio é um homem compreensivo, conta, desabafa com o homem da sua vida.
— Eu meti os pés pelas mãos, Mai.
— Meteu sim.
— Não estou sabendo lidar com tanto problema.
— Ficar ser dormir piora tudo e você fica nesse estado de nervos. Heloísa, desde que entrei aqui já te vi tomar umas 5 xícaras de café.
— Preciso me manter acordada.
— Você está agitada, ansiosa. Faz o seguinte, deita, dorme um pouco e quando se sentir melhor você liga para o Stenio. Ele também está trabalhando e não pode atender agora. Programa o despertador, quando a aula acabar você liga e pede para ele vir dormir aqui, não no apartamento da Drica.