História Helô e Stenio Para Sempre - 9 - Eles sendo eles

A discussão acaba indo para o quarto, enquanto a delegada arranca o biquíni e vai para o banho. Stenio fica próximo ao box para rebater todas as acusações que ele considera justas e principalmente as que considera injustas.
— Chega, não quero ficar me repetindo. — Helô diz quando finalmente sai do banho e aceita o roupão que ele entrega. — Obrigada.
— Helô, só quero que você entenda uma coisa.
— Não quero entender mais nada, quer dizer, eu já entendi. — ela esbraveja e dispara. — Pega uma toalha pra mim.
— Onde?
— No armário a sua direita, Xxxxtenio. — ralha sem paciência.
— Aqui! — entrega para a amada. — Como eu ia dizendo, não escondi a viagem, apenas precisava ter certeza para falar.
— Corta essa, Stenio.
— Por que é tão difícil pra você acreditar em mim? — ele pergunta acompanhando ela até o quarto onde a delegada começa a procurar o que vestir.
— Eu não disse que desacredito de você, meu querido.
— Não disse, mas é o que demonstra.
— Acontece que é muito suspeito esse mistério todo sobre Portugal.
— Não tem mistério nenhum.
— Tem! Tem sim.
— Você quer ir junto? Posso pedir para dona Lena reservar sua passagem.
— Rá! Me poupe, meu filho.
— Essa camisola é fina, você sentirá frio. — ele diz no meio da discursão quando nota o que ela havia escolhido para vestir.
— Tu tem razão, pelo menos nisso tem. — Helô bufa ao falar e se volta para as outras roupas, indecisa.
— Helô...
— Não dou a mínima se tu vai pra Portugal, pro Alaska ou até mesmo para o Japão. Acontece que quando perguntei você mudou complemente, sua expressão mudou. Você ficou toda nervosinho e desconfiado.
— Com medo, eu fiquei assim porque você me questionou como se eu fosse culpado. Eu tenho experiência de anos com você, doutora. E você tem esse dom de me fazer se sentir culpado, mesmo quando não tenho culpa de nada.
— Agora a culpa é minha? — ela se livra do roupão e veste a calcinha, os seios apontando para o advogado que lambe os próprios lábios ao encarar os mamilos duros.
— A culpa é sempre sua, Stenio Alencar.
— Helô, você pode me ouvir? — pergunta, dando um passo na direção dela.
— Mantenha distância! Mantenha a dis-tân-ci-a.
— Só...
— Não ouse chegar perto, sou capaz de te estrangular com as próprias mãos.
— Só queria ajudar com isso. — ele diz, ajeitando a gargantilha que estava enrolada no pescoço dela. O advogado coloca o pingente no lugar certo, a peça brilhando entre os seios duros e com marca de sol.
— Pronto, já ajudou. — Helô o estapeia e veste o que tinha escolhido. — Agora olha bem para mim, Stenio.
— Estou olhando. — ele mira os seios.
— Para os meus olhos.
— Ah sim, estou olhando. — o advogado pigarreia.
— Eu descobrirei o que tem por trás dessa tua viagem a Portugal.
A ameaça o faz tremer e o advogado dispara.
— Não tem o que descobrir. É trabalho!
— Ok! Veremos!
— Isso que me incomoda, Helô.
— Isso? — ela questiona em tom cínico.
— Essa sua mania de me analisar como se eu fosse um suspeito.
— E tu não é?
Suspirando profundamente, ele desiste de continuar a discussão.
— Não adianta, você sempre pensa o pior de mim. Eu preciso de advogadas para me defender de cada palavra que eu fale na sua presença.
— AdvogadAs! Engraçado a escolha, poderia ser advogado.
— Tá vendo? Tudo vira contra mim. Desisto de conversar com você. Também preciso de banho e tomar alguma coisa, meu tornozelo está doendo um pouco.
— Tem remédio na mesinha ao lado da cama.
— Onde você vai, doutora?
— Para Portugal que não é, Stenio. — ela dispara antes de sair do quarto.