Sentado diante do sócio e amigo, Haroldo pigarreia e o questiona apenas com um olhar.
– Que que foi, Haroldo?
– Eu que preciso saber, Stênio. O que aconteceu? Senti um clima meio chato entre você e a Vanessa durante a reunião.
– Não tem clima nenhum. – Stênio dispara.
– Meu amigo, te conheço tempo suficiente para saber quando tem algo errado.
– Ela se excedeu ontem na bebida e deve estar com vergonha.
– Vi que saíram juntos do bar ontem à noite.
– Dei carona pra ela.
– E aconteceu alguma coisa no trajeto para casa? – Haroldo quer saber.
– Não, mas...
– Mas? – o sócio incentiva e Stênio revela.
–Tive a impressão que a Vanessa sempre estava dando um jeito de bater ou encostar. A bebida contribuiu.
– E aí, ela encostou muito?
– Aparentemente sem querer. Fui o mais educado possível na hora de falar que sou casado e não pretendo desapontar a Helô. Ela negou e falou que eu estava confundindo as coisas.
– É bom deixar bem claro para não ter problemas.
– A Helô não gosta dela e se desconfia que dei carona... não quero pensar na briga que isso pode gerar, Haroldo.
– Foi um milagre a Helô te deixar ir sozinho ontem.
– A Helô confia em mim.
– Confia? – Haroldo ironiza.
– Confia, claro que confia.
– Se você está dizendo, meu amigo.
– Não dou motivo para ela pensar mal de mim. E ela estava trabalhando, cansada, não quis participar porque sabia que eram só os funcionários aqui do escritório.
– A Erica também estava ocupada com os cavalos dela lá do regimento, só por isso que não foi.
– Nossas esposas trabalham demais, Haroldo.
– Experimenta dizer isso para elas, meu amigo. – o sócio fala, aos risos. – Mas, voltando ao assunto anterior. A Vanessa encostou como? O que exatamente ela fez? Conta! Somos amigos, não somos?
– Melhor esquecer isso. – Stênio afirma.
– Stênio, conta.
– No carro, ela passou a mã... – o advogado decide falar, mas se cala quando, sem avisar, Drica aparece em sua sala.
– Oi paizinho, Dona Lena não estava na recepção e fui entrando.
– Drica? Oi!
– Oi Haroldo.
– Oi Drica. Tudo bem? – cumprimenta a jovem com dois beijinhos depois que ela abraça o pai.
– Haroldo, desculpa atrapalhar a reunião de vocês.
– Não atrapalhou coisa nenhum. Podem ficar a vontade, depois eu volto e terminamos a conversa.
– Haroldo, verifica o que aconteceu e porque Dona Lena deixou a recepção sem ninguém.
– Deixa comigo.
Sozinhos na sala, Stênio pede para a filha sentar e mostrar os documentos que ela gostaria que fossem analisados.
– Pai, são esses três contratos de empresas que querem fechar parceria usando minha carinha na marca deles.
– Filha, mas aquele outro contrato fixo que fizemos?
– Aquilo é outra coisa, pai. Aquele contrato são publiposts, eu publico na minha página. Mas... agora são campanhas e eles oferecem valores e podem usar fotos minhas em todos os produtos. Deixa eu te mostrar esse contrato primeiro que é o mais importante. Você não tem cliente agora? Desculpa aparece de repente...
– Filha, não tem problema. Você pode aparecer quando quiser.
– Te amo paizinho.
– Também te amo, filha. Agora me mostra os contratos...
– Tá...
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