História Helô e Stênio Para Sempre 8 - Capítulo 164

Depois do susto do advogado e das muitas gargalhadas, Helô engatinha na cama e logo se aconchega nos braços do marido. Ela relembra a reação do amado e os dois dão boas risadas com o acontecido.
– Xxxxtênio, sabe o que mais me choca?
– O que, amor?
– Você quase saiu correndo do quarto.
– Achei que era uma cobra de verdade, Helô.
– Se fosse, tu não me ajudaria, não me salvaria? Ia me deixar sozinha aqui?
– Ah amor.
– Tô feita com um marido desses, inacrê.
– Sabe o que acho, Helô?
– O que, meu querido?
– Você queria me infartar no dia do meu aniversário.
– Bobo! – ela sorrir, presenteando o marido com um selinho antes de voltar a falar – Eu te conheço tão bem. Deveria ter imaginado que tu teria essa reação. Como não lembrei que sou casada com um medroso?
– Também não precisa ofender. – ele faz manha, cheirando a esposa e deslizando a mão pela nuca dela.
– Se na tua cabeça era uma cobra mexxxmo, deveria ter ido me salvar. Pow!
– Eu faria isso, logo depois que o susto passasse.
– Mentiroso! – ela acusa sem conseguir prender o riso. – Só faltou correr e me largar aqui, sozinha.
– Desculpa, amor.
– Medroso!
– Não fiquei com medo, apenas me assustei.
– Aham, aham.
Os dois continuam rindo e se divertindo com a lembrança do momento assustador para ele.
– Amor, estraguei sua dança. Você toda linda e preparada para se apresentar pra mim.
– Essa dança era seu presente de aniversário.
– Estraguei tudo!
– Está tudo bem, Stênio. Eu nem sei dançar mesmo, não tinha o que estragar. Só estava enrolando e querendo te agradar, só isso.
– Isso foi agradar ou querer matar? – Ele brinca e ganha dois tapinhas no braço.
– Não fala isso, Stenio. Deus me livre matar o chato mais importante da minha vida.
– A verdade é que amei que você dançou pra mim, sabia? Amei o almoço, o bolo especial que você mandou fazer. Amei tudo, cada detalhe desse dia de hoje. Não consigo descrever a emoção que foi encontrar todos que amo bem ali. Helô, você me fez muito feliz organizando essa surpresa.
– Só que antes de descobrir, quase me comeu viva pelo telefone.
– Desculpa ter sido um grosso, doutora.
– Eu mereci, mas era parte do plano te deixar bravinho – ela assume, sorrindo e voltando a encarar o marido. – Nem acredito que estamos juntos comemorando os seus cinquenta anos, Stênio. Parece que foi ontem que tínhamos nossos vinte e tantos.
– Nossa, me sinto um velho te ouvindo falar assim.
– Meu cinquentão. Posso te chamar assim a partir de hoje?
– Não! – ele nega, mas acaba sorrindo em permissão.
– Tô me sentindo uma menininha perto de você.
– Helô, poxa.
– Brincadeira, seu bobo. Só estou te provocando.
– Você gosta de provocar.
– Amo!
– Tantos anos se passaram e ainda estamos comemorando juntos. A verdade é que nunca gostei de passar aniversário longe de você, amor. Mesmo divorciados, sempre te procurava para ficar junto nesse dia. Lembra?
– Lembro muito bem, Stenio. Tu ficava me cercando porque eu sempre fui a esquecida. Sempre!
– Uma vez você não lembrou de jeito nenhum, eu fiquei dando várias dicas e nada.
– Eu lembro que dia foi esse. Te expulsei la de casa quando apareceu com vinho, mas depois te deixei ficar e te encontrei chorando no sofá depois de umas taças. E quando você me contou que era seu aniversário, fiquei arrasada por ter te tratado mal. Ah Stênio, éramos divorciados e mexxxxmo assim tu continuava focado na minha alma.
– É que nunca teve graça comemorar aniversário sem você, Helô.
– Lembra quando viajei a trabalho um dia antes do seu aniversário? Tu me ligou na madrugada e ficamos horas relembrando coisas do passado. Eu cantei parabéns durante a ligação.
– Você sempre foi a mulher da minha vida, mesmo quando não estávamos mais casados.
– Aham, aham.
– Até porque, só ficamos dez anos divorciados porque você foi dura em me aceitar de novo.
– Ah, não vamos falar daquela época que estávamos separados não. Estamos aqui nesse lugar que adoramos, estou vestida de piriguete árabe...
– Helô! – ele gargalha –Piriguete árabe não.
– A Maitê que me chamou assim quando foi me ajudar a comprar essa roupa.
– Você está linda vestida de odalisca.
– Só por hoje tu é meu sultão, Xxxxtênio.
– Sultão tem direito a um harém, amor? – ele provoca a esposa e ganha um beliscão.
– Quer dizer que você quer um harém, meu querido?
– Nada muito grande, umas dez dançarinas de dança do ventre está suficiente e... não me bate, Helô.
– Cínico!
– Estou brincando, amor. Não preciso de um harém quando tenho a Dra. Heloísa só pra mim. Você é o bastante, minha marrenta.
– Sou o bastante mexxxmo? Entao, deixa eu te lembrar uma coisinha.
– Que coisinha, delegada? Fala!
– Xxxxxxtênio, não reservei essa suíte apenas para te dar um susto com a falsa cobra não meu filho.
– Ohhhhhh! Acabei de ser enquadrado em algum artigo/lei que não estou conseguindo lembrar.
– A lei de que em um motel, não devemos falar demais e sim fazer amor. – ela fala e mordisca a orelha do marido.

De repente, o clima muda e a tensão sexual parece surgir em uma crescente. A delegada engole seco, olhando fixo para a boca do marido quando ele passa a ponta da língua sobre o próprio lábio.
– Eu amo você, Doutora.
– Então, me mostra todo esse amor.