Sentadas em um barzinho próximo a casa da delegada, Helô e Maitê tomam um chope depois de um longo dia de trabalho. As amigas conversam e dão muitas risadas, mas a chefe de polícia fica seria ao contar sobre seus medos.
– Heloísa, eu acho que você está exagerando.
– Mai, você conhece o Stênio.
– Conheço!
– Como você imagina que ele lidaria com a situação? O Stênio quer ter ares de moderno, mas não passa de um cabeça fechada. Imagina, imagina ele descobrindo que fiz esse tipo de coisa. Até eu tinha esquecido, porque o JORGE decideu aparecer?
– Helô, não vejo nada demais em você chegar no Stênio e falar que já fez um ménage. Quem sabe ele se interessa e rola.
– Tu bebeu? Pirou? Tá maluuuuuuuca? Me bate uma agonia só de imaginar uma coisa dessas, com o Stênio não. Jamais. Eu nunca aceitaria isso com ele...
– Eu sei, amada. Só estou tentando brincar para te deixar mais relaxada com essa história.
– Eu tenho pesadelos com a reação do Stênio descobrindo isso. Não, não quero que ele fique sabendo. Não quero.
– Vocês eram divorciados. Quantas vezes preciso repetir até sua ficha cair, Helô?
– E você acha que fico feliz quando descubro algo que ele fez no passado dele, Mai? Não! Sei que isso o deixaria abalado, em especial porque é algo que JAMAIS faremos.
– Não imagino mesmo vocês dois dividindo a cama loucamente com outra pessoa, ciumentos do jeito que são.
– Preciso rezar muito para o JORGE sumir das nossas vidas.
– Acho difícil isso acontecer, ele agora não é cliente do Stênio?
– Xxxxtênio não tinha nada que aceitar esse homem como cliente, Maitê.
– Heloísa, não precisa cuspir no prato que comeu. Você foi bem alimentada por esse cara, lembro muito bem.
– Parô, Mai.
– Doutora, me diz uma coisa. Seja sincera!
–Uhm?
– Por que essa agonia toda que você fica quando lembra desse tal Jorge? Esse cara mexe com você de alguma forma? Digo... na parte sexual, sei lá.
– Claro que não mexe, Maitê. Tu tá doida, mulher? Eu só fico apreensiva em lembrar essas coisas. Eu estava completamente fora de mim quando fizemos aquilo. Completamente fora da casinha, em sã consciência eu jamais... jamais faria aquilo de novo.
–Não faria, Helô?
– Faria? Não! Acho que não.
–Acha?
– Para de me confundir, Mai. Claro que não faria.
– Ah Helô... Nunca neguei que sinto inveja de você. Queria ser assim, sair da casinha sempre. Heloísa, você tem a vida sexual que qualquer mulher queria ter. Já pegou até comandante da marinha, lembra? Aquele que você transou na cabine do navio, nossa... me sinto frustrada quando penso que não fiz metade das loucuras que você fez.
– Maitê, falando assim parece que sou uma desvairada. Tive muitos poucos homens...
– O suficiente pra fazer sexo a três, ne doutora? Só não lembro se foi com o JORGE e outro cara, ou foi com uma mulher?
– Vamos esquecer isso, Mai? Preciso deletar da minha mente, pronto, esqueci. Deu um branco, um block agora. – fala, entornado o copo de chopp de uma única vez.
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