Parada no meio da sala, Helô aperta os olhos sem acreditar na bagunça que havia se tornado o ambiente. Mesmo resistente no começo, Drica havia entrado na brincadeira e agora estava se divertindo. Em meio aos gritos e risadas, Miguel se zanga por não ter encontrado o ovo que agora estava nas mãos de Drica.
— Filho, esse aqui que o papai achou com você é muito melhor. — Helô tenta evitar uma confusão.
— Dita axou meu.
— Não, a Drica não achou o seu. O seu é esse aqui. — A delegada argumenta.
Fazendo bico, o pequeno não consegue abrir a embalagem e quase chora.
— Mamãe ajuda você, meu amor.
— Queio ele mamãe. — Aponta.
— Aquele é da sua irmã, meu amor. — A chefe de polícia diz com paciência. — Esse aqui é seu, olha que lindo.
— Nhã queio. Nhã queio. — O menino cruza os braços.
No colo de Creusa, Alice come o dela tranquilamente sem se envolver na intriga.
— Mamãe, queio ele. — Mais uma vez Miguel aponta para o ovo de Drica.
— Que garoto chato. Ele acha que pode tudo. Acha que tudo é dele — A blogueira reclama e entrega para o pequeno — Toma, garoto. Toma...fica com esse. Mimadinho você, né? Pode ficar com ele todo para você. Até porque prefiro o que o MEU PAI me deu hoje cedo. — Debocha.
Ao ouvir o que a filha diz, Helô ergue a sobrancelha e encara o marido que finge não notar o questionamento em seu olhar.
— Quer dizer que Drica ganhou um ovo exclusivo hoje cedo? — Helô pergunta para confirmar.
— Ah amor, foi um extra que comprei quando o rapaz veio entregar hoje de manhã. É o preferido da Drica. — Stenio argumenta.
— Aham! Mas achei que a distribuição dos ovos seria justa, meu querido. — A delegada implica.
— O Miguel é criança, não pode comer tantos ovos assim. — O advogado argumenta.
— Aham, aham. E não tinha de dinossauro? Podia ter pedido um temático para ele, né Stenio?
— Não tinha, amor.
— Não tinha ou tu não lembrou de comprar?
— Não... não... ti-nha. Se tivesse teria comprado.
— Engraçado, o cara tinha tanta opção... mas tu só comprou o especialmente para a Drica.
— Helô...
— E não comentou comigo. Estranho! Aliás, suspeito, muito suspeito.
Alheia a conversa dos pais, Drica sobe as escadas, voltando segundos depois com um enorme ovo que o pai havia comprado especialmente para ela.
— Olha o meuuuuuu! — Ela mostra. — Já aviso que esse não divido com ninguém. Nem com você, Pepeu.
— Poxa gata.
Helô suspira e olha para o marido.
— Depois eu que tenho minhas preferencias, né Stenio? — Ela diz entre os dentes.
— Amor, não é bem assim. Sempre foi tradição comprar essa marca para a Drica, ela adora. Você sabe que ela ama esse chocolate.
— Aham, aham! Entendi! Não vejo problema nenhum comprar para a Drica, mas tinha que ter comprado também o do Miguel. Depois não me acuse de fazer mais por um do que pelo outro, ok? Parece que não adiantou muito nossa conversa outra noite.
— Helô!
— Não me venha com “Helôooo”. Seja justo!
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