– Xxxtênio, levanta. – de pé ao lado da cama, Helô pede ao marido que estava jogado entre lençóis.
– Amor, por favor, não diz que acabou. Por favor... Helô...
– Acorda criatura, já passou da hora de pegar o Miguel na creche.
– Não me deixa, Helô.
– Xxxxtênio! – ela grita e só então o marido desperta do pesadelo.
– Helô, não acabou. Nunca vai acabar. – o advogado fala depois de despertar e encara-la.
– Acabou o que, criatura?
– Nosso casamento, ele não pode acabar.
– Stênio, tu bebeu? Pirou de vez? Cara, tu larga o escritório para ficar em casa cuidando da “operada” aqui e acaba dormindo a tarde toda? Poxa! Agora me acorda zonzo de sono falando de acabar?
– Eu sonhei que você dizia que estava tudo acabado.
– Sonhou?
– Não acredito, não acredito que foi só um sonho. – respira aliviado passando a mão por todo rosto.
– Tu exxtá todo suado e o ar-condicionado ligado no mais frio possível. Stênio, você está bem?
– Parecia tão real, você entrando no escritório e acabando nosso casamento. Eu consigo ouvir sua voz repetindo que “acabou”.
– Que horror! – ela continua parada diante da cama
– Helô, eu sei que tenho muitos defeitos, mas acredita em mim. Se um dia você me pegar em uma situação que pareça constrangedora, me escuta, presta atenção a tudo e acredita no que falo.
– Situação constrangedora? Como assim? Com o que tu exxxtava sonhando exatamente, meu querido?
– Nada! – ele se apressa em dizer, engolindo seco ao lembrar.
– Se não estivesse tão em cima da hora pra pegar o Miguel, juro que te obrigaria a me contar o teor dexxxte sonho.
– Verdade, preciso buscar o Miguel na escola. – jogando os lençóis para longe, Stênio corre para vestir-se.
– Não esquece de pegar a Alice também e deixar ela com o Pepeu.
– Antes de levar ela para o Pepeu, prometi comprara sorvete para os dois.
– Stênio, sorvete essa hora? Miguel nem deveria tomar isso.
– Só hoje, Helô. – sussurra em tom suplicante.
– Contanto que traga um pouco pra mim, tudo certo. – ela libera.
– Poderia trazer para chupar esse sorvete inteiro em você e...
– Não ouse completar essa frase, Dr. Pervertido. Esqueceu que por sua causa fui parar no hospital dois dias atrás?
– A culpa não é minha, Helô. Você que soltou os braços na hora que gozou e sentiu dor.
– Vamos esquecer isso? É até constrangedor, o que as pessoas podem pensar ao descobrir isso?
– Maitê já descobriu.
– Maitê é minha amiga.
– Ah Helô, as pessoas vão pensar que mesmo operada você estava com tesão.
– Parôooo com esse papo, Xxxxxxxxtênio. Vai logo trocar de roupa e pegar as crianças.
– Me dá um beijinho antes.
– Nem meio. Até tu me contar que sonho foi esse, não te darei nem metade de um selinho. Estamos entendidos, meu querido?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.