História Helô e Stênio Para Sempre 8 - Capítulo 99

Ao chegar no apartamento da filha, Helô abraça Drica forte assim que ela abre a porta. A blogueira aperta a mãe entre os braços e as duas ficam um bom tempo naquele apoio silencioso. Alice e Miguel estavam com Maitê e Lucas assistindo TV no quarto. A amiga da família estava dando total apoio desde que tiveram de voltar da casa de praia.
– Mãe, me diz que você tem alguma novidade, notícia, pista... O que for.
– Meu amor, estamos trabalhando muito nisso.
– Onde, onde esse monstro escondeu o meu pai?
– Filha, a quebra de sigilo telefônico foi autorizada e mesmo assim não tivemos pista alguma do seu pai. A policia inteira esta trabalhando sem parar.
– Saiu no jornal..
–Ei, falei que não quero vocês dando ouvido aos absurdos que saem nessas reportagens.
– Eles disseram que esse deputado mata pessoas.
– Drica, não assiste nada disso.
– Não pode acontecer nada com ele, meu pai é tudo pra mim.
– Não acontecerá nada. Nada, tá me ouvindo?
– Tenho tanto medo, tanto medo. Fico pensando se ele está comendo, mãe. Será que estão machucando meu pai? Você disse que antes de levarem ele... deram chutes e a boca dele estava sangrando... – a jovem sofre, o olhar desesperado ao encarar a delegada.
– Filha, encontraremos seu pai. Tá bom? – a delegada afirma, segurando firme no rosto da blogueira e tentando passar toda confiança possível.
– Eu confio em você, mãe. Por favor... Não deixa que aconteça nada de ruim com ele, por favor.
Engolindo seco, a delegada abraça a filha e beija sua cabeça.
– Cadê seu irmão?
– Lá em cima com a Maitê. Pepeu saiu para ir na casa dos pais, o policial foi com ele. Mãe... Vamos ficar sendo seguidos até quando?
– Até quando estiver tudo resolvido, meu amor. Se eu tivesse com a escolta desde o começo, nada disso teria acontecido. A culpa é toda minha, liberei o pessoal porque achei que estava segura e não queria ocupar os poucos policiais que estavam disponíveis para me escoltar... Se pudesse voltar no tempo.
– Não é culpa sua, mãe.
– Ah filha, esse pesado logo vai acabar.
– Mãe, posso te pedir uma coisa?
– Pode meu amor.
– Come alguma coisa, a Maitê pediu comida para o jantar.... ela esta cuidando da gente.
– Maitê está sendo incrível.
– Então, depois do jantar... você pode dormir também, só um pouquinho mãe. Não quero que você fique doente, não quero que nada de ruim aconteça com você também...
– Como sim, prometo. Só que preciso muito de um banho, depois quero vocês todos pertinho de mim. Seu irmão perguntou por seu pai?
– Várias vezes. – Drica admite e os olhos da delegada ficam marejados. – A Creusa também ligou, ela conseguiu mudar o vôo para amanhã.
– Creusita sonhou tanto com essa viagem. – Helô lamenta.
De repente, a campainha toca e Drica corre para atender.
– Boa noite Drica. Como você está?
– Tentando ficar bem. – A jovem diz enquanto corresponde ao abraço afetuoso do amigo da família.
– Ricardo? – Helô estranha a visita.
– A Maitê está lá em cima, vou chamar. – Drica avisa.
– Eu falo com ela daqui a pouco, Drica. Antes preciso falar com sua mãe, em particular.
– Que foi? Você tem alguma novidade sobre meu pai?
– Ricardo, cheguei agora da PF... pra você estar aqui... – Helô desconfia.
– A Laura encontrou o possível cativeiro, Helô. – o delegado dispara.
– Onde? Vamos pra lá... agora...
– Drica, será que posso falar com sua mãe um instante?
– Vocês não podem esconder nada de mim, ele é meu pai. Se encontraram o lugar que ele está escondido...
– Filha, por favor, o Ricardo não pode soltar dados confidenciais nem para você. Nos deixa sozinhos...
Quando finalmente a blogueira se vai, o delegado engole seco e a garganta trava sem conseguir falar.
– O que sua boca está adiando falar, Ricardo?
– Nesse lugar foi encontrado o relógio do Stênio.
– Então, é mesmo cativeiro.
– Não sabemos ao certo, os peritos já estão se encaminhando pra lá... precisamos de exames que comprovem.
– Exames?
– Helô, o relógio estava ao lado de um corpo carbonizado. 

As palavras de Ricardo ressoam e a delegada sente o chão se abrir sob seus pés.