– Cachorro! – Helô estapeia o marido enquanto entram em casa.
– Oxê que os dois já chegam em casa brigando? – Creusa pergunta.
– Eu não estou brigando. – Stênio fala.
– Mas eu estou. – Helô ralha, jogando a bolsa no sofá e colocando as mãos na cintura.
– Você está me julgando, amor.
– Não me chama de amor não seu cretino.
– Helô?
– Stênio, você acha que sou cega ou idiota? Eu vi muito bem você quase quebrando o pescoço para olhar a bunda daquela garota.
– Amor, não era isso. – ele acaba sorrindo ao responder, irritando ainda mais a delegada.
– Detesto que desmintam o que eu vi, eu vi.
– Era o exercício, o Marcos me pediu para alongar o pescoço e eu fiz.
– Muito conveniente mesmo, alongar o pescoço para olhar mulher de biquíni.
– A única mulher que olho é você, meu amor.
– Cínico!
Creusa que ainda estava na sala, interfere na conversa.
– Estão parecendo duas crianças brigando por besteira. Oh, daqui a pouco Drica aparece aí com o Miguel e a Alice. Hoje ela disse que vocês dois precisam ir com ela na escola, pra renovar a matricula.
– Dona Lena já cuidou disso. – Stênio fala.
– Ela cuidou do pagamento, tem que ir lá assinar os papeis e pegar a lista de materiais. Aliás, coisa que VOCÊ já deveria ter feito há muito tempo, mas...
– Mas? – ele estreita o olhar ao questionar.
– Você agora só se preocupa em descer para o calçadão e olhar mulher de biquíni passar.
– Heloísa, não me acuse. Só estou me exercitando como você sempre quis.
– Exercitar é uma coisa, ficar com os olhos grudados nas bundas alheias é outra. E sabe como isso chama? Safadeza! É isso que você é, um safado incurável.
– Não seja injusta comigo, Helô.
– Injusta? Aham, aham!
– Vem cá, me fala uma coisa.
– Não quero falar nada com você, Stênio. Me solta, me solta que você está todo suado. – ela fala em tom fraco, amolecendo quando o marido a empurra contra a parede e tenta roubar um beijo.
Aos risos, Creusa sai da sala e os deixa sozinhos.
– Você tá todo suado, me larga. – a delegada pede com manha na voz.
– Vamos para o banho comigo. Assim você me conta como foi na PF, conseguiu seus dias de folga? Poderemos viajar como conversamos ontem?
– Vim almoçar em casa justamente para contar, mas...
– Para com esse “mas”.
– Assume que você estava quebrando o pescoço para olhar para a menina, se você assumir, talvez eu conte sobre ter conseguido ou não minha folga.
– Não posso assumir algo que não é verdade, Helô.
– Stênio, estacionei o carro e fiquei olhando de longe. Você estava se contorcendo sim para admirar a loira.
– Só admiro você, Helô.
– Isso que me dá raiva, sabe? Não é homem para assumir?
– Eu sou muito homem e você sabe disso.
– Ok! Primeiro que isso não é hora de se exercitar, segundo que direitos iguais.
– Isso é uma ameaça, Helô?
– Ué, depois não reclame quando eu começar a admirar o novato que chegou para ser meu assistente. E olha que além de ter a bunda bonita, tem o corpo todo sarado, perfeito.
– Que isso, Helô? Você fala na minha cara sobre outro cara e acha normal? Quem é esse assistente? Quem é esse cara?
– Que cara, Stênio? – ela finge inocência e esconde o sorriso quando o marido demonstra ciúmes.
– Heloísa Alencar, você não brinca comigo.
– Tá pensando que só você pode admirar outra pessoa? Vai achando... – o empurrando, a delegada pega a bolsa que havia deixado no sofá e segue rebolando para o quarto. – Preciso trocar de roupa, você me sujou toda de suor.
– Helô! Onde cê vai? Volta aqui! – ele gagueja indo atrás dela.
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