Ao chegar em casa, Stenio estranha o silêncio que reina no apartamento. Largando a pasta de trabalho no sofá, coloca as chaves de casa e do carro no lugar de sempre, caminha até a cozinha que também estava vazia.
– Cadê todo mundo? – pergunta para si mesmo enquanto anda pelo corredor em direção ao quarto do filho, não encontrando ninguém ali. – Sumiram?
Só ao chegar ao próprio quarto, entende o que estava acontecendo.
Dormindo ao lado da mãe, Miguel estava esparramado com a perna por cima da delegada. Os dois pareciam tranquilos, as respirações leves. Sem resistir, o advogado passa um tempo ali, apenas olhando aquela cena linda de mãe e filho em um momento só deles.
Sorrindo, o advogado observa quando Miguel se remexe e procura à delegada.
– Mãmã? – resmunga e ela instintivamente corresponde com um resmungo.
– Shiu! – Helô não abre os olhos, apenas sussurra e beija o filho.
A mãozinha pequena pousa nela, ficando sobre seu rosto como um carinho terno. Os dois não acordam, permanecem ali dormindo como se nada mais importasse.
– Por isso ela te chama de espaçoso, filho. – Stênio cochicha, sorrindo do modo como o filho gostava de dormir, a perna sobre a chefe de polícia. Sem querer incomodar, Stênio vai para o closet e depois de pegar um pijama de algodão, decide tomar banho no quarto ao lado para não interromper o sono deles.
A casa segue mergulhada em silêncio, depois de um longo banho, o advogado volta no quarto e fotografa aquele momento da delegada e do pequeno Miguel.
Os deixando sozinhos novamente, vai para a sala e fica deitado no sofá encarando a foto.
– Eu amo vocês dois. Amo muito! – cochicha, beijando a tela.
Na noite anterior, a tentativa de conversa havia se tornado uma briga e agora os planos do advogado em se desculpar tinham ido para o ralo. A esposa estava dormindo e pelo visto ficariam mais um dia sem se acertarem.
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