Depois de horas organizando tudo nos três carros, Drica e Pepeu são os primeiros a sair, eles viajam separados, cada um em seu próprio veículo levando todos os suprimentos e itens necessários que usariam durante a estadia na praia. No terceiro carro, Helô senta ao lado do marido que estava no volante, no banco traseiro, Creusa se ajeita entre Miguel e Alice. Entre uma briga e outra, as duas crianças preenchem todo o tempo da viagem. Helô se preocupa em acalmam os ânimos quando a coisa fica mais séria, mas também dedica carinho e atenção ao marido que parecia tranquilo.
Quando finalmente chegam nos arredores da casa, ela percebe o advogado apertar o volante com os dedos firmes, mas logo ele respira fundo e segui normalmente. É com alivio que entram na propriedade e o sol, o cheiro de mar e a beleza do jardim parece iluminar o dia de todos.
Seguindo um protocolo, as crianças ficam no carro com Creusa enquanto os outros usam álcool para limpar e esterilizar toda a sala. Na semana anterior a diarista responsável havia faxinado a mansão, não havia vestígio de sujeira alguma. A piscina precisava ser limpa, mas Stenio já havia pegado todas as instruções com a empresa responsável que deixava na dispensa o produto necessário que deveria ser usado. Mais de uma hora depois, quase tudo já estava limpo e organizado.
Os gritos vindos do carro fazem Helô correr até lá. No meio das duas crianças, Creusa tenta separar a briga.
— Que isso? — A delegada grita.
— Ele cuspiu em mim, vovó. E jogou o celular também.
— Sata. — Miguel estava vermelho e com raiva.
— Eu não sou chata. — Alice berra, revoltada, as lágrimas já escorrendo por seu rosto.
— Saímos de casa para esses dois desparecerem e já chegam assim. — Creusa diz.
— Por que estão brigando? Cada um não ficou com um celular para assistir enquanto terminamos de limpar tudo? — Helô pergunta.
— Eu não quero ser amiga desse menino, ele é nojento. Eu odeio você.
— Alice! — Helô repreende a neta.
— Unaaa! — Miguel mostra a língua para a menina, tentando avançar para puxar seu cabelo. O cinto da cadeirinha o prende e por sorte não consegue machucá-la. Mesmo com o esforço de Creusa para impedi-lo, ele tenta atingir Alice.
— Que isso? Viraram dois selvagens agora? — A delegada tira o menino da cadeira e o segura nos braços. — Você não pode bater nas pessoas, Miguel. Não pode! — Briga e o sacode.
— Vovó Creusa, me ajuda. — Alice pede, ainda chorando.
— Unaaa! — Dos braços da mãe, o menino continua fazendo careta e provocando a outra, suado e demonstrando raiva.
— Não faz isso, eu já falei. — Em um momento de irritação, Helô acaba puxando a orelha dele em reprimenda e o garoto grita, começando um choro ainda mais desesperado.
Com a ajuda da fiel escudeira, Alice desce do carro e corre para o avô que estava saindo da casa.
— O que está acontecendo? — Stenio suspende a menina nos braços, consolando quando ela esconde o rosto em seu ombro e chora.
— Isso era o sossego que todo mundo queria. — Helô desabafa. — Minha cabeça vai explodir...
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