— Helô? — Stenio bate na porta do quarto onde a esposa trabalhava. — Helô? Amor, abre aqui.
Ele chama mais algumas vezes, até que finalmente ela abre.
— Fala Stenio! — Dispara, voltando quase correndo para junto da escrivaninha.
— Por que você trancou a porta, Helô?
— Tu ainda pergunta? — Ela devolve com outra pergunta, atenta em digitar algo no notebook.
— Todos da casa sabem que você está trabalhando, ninguém vai incomodar.
— Já está incomodando. — A delegada é rápida na resposta.
— Eu vim avisar que o almoço está pronto.
— Não posso parar agora para comer.
— Helô... você não dormiu direito, trabalhou até 4h da madrugada. Acordou as 6h e se enfiou nesse computador até agora. Precisa parar uns minutinhos para se alimentar.
— Stenio, é trabalho... meu trabalho não tem hora e tu sabe disso. Não me faça explicar meus motivos, não agora.
— Tudo bem! Só fico preocupado.
— Não fique.
— Tem certeza que não quer almoçar com todo mundo?
— Quero, mas não posso.
— Trago seu almoço aqui então?
— Stenio, não posso parar para comer. Já falei, meu querido. Pede para Drica preparar um sanduiche, por favor. Ah um suquinho também. Como durante minha próxima reunião. Ok?
— Tá! — Ele resmunga, insatisfeito.
— Obrigada!
Ela continua falando sem desviar da tela do computador.
— Psiu... Não fica com essa carinha de cachorrinho abandonado.
— Não estou com cara de cachorro. — O advogado se defende.
— Tá sim! Preciso nem olhar para ver tuas orelhinhas murchas. Vem cá... chega perto e me dá um beijinho. Não posso desviar o olhar porque estou dando instruções para um comandado. Vem aqui... dá um beijinho e vaza... — Ela brinca com voz divertida.
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