— Amor, estava te procurando. — Stenio fala ao entrar na cozinha.
— Esqueci de avisar que estava descendo para um lanche.
— Lanche? Você está comendo o que sobrou do chocolate das crianças?
— Stenio, você precisa provar isso aqui. Uma delícia. — Ela morde mais uma vez e fecha os olhos enquanto saboreia.
— Helô, a Alice vai ficar uma fera se descobrir que estamos comendo o chocolate dela.
— Esse é do Miguel. Ele nem lembra que existe, já esqueceu.
— Quero um pedaço, amor. — Stenio senta ao lado da esposa e os dois disparam a provar os chocolates.
— Stenio, esse aqui do Pepeu... come um pedacinho também. — Colocando na boca do marido, ela sorrir quando ele segura seu pulso e lambe a ponta de seus dedos.
— Nossa que delicia, Helô.
— Muito bom, né?
Antes de responder, ele se inclina e rouba um selinho dela.
— Nossa doutora, com seu gosto fica mais delicioso, sabia? — Dispara, ganhando mais um selinho como resposta.
— Bobo!
— Tudo misturado com o sabor da sua boca fica mais gostoso.
— Para de ser safado. Só estamos comendo ovos de páscoa.
— Mas não é no sentido errado. Só estou constando um fato. Será que é pecado? Não deve ser.
— Stenio, tu ainda não ficou enjoado dessa quarentena não? Estamos a tanto tempo grudados.
— Claro que não fico enjoado, amor. Tenho tempo para brincar com nossos filhos, nossa neta. Hoje mais cedo fiquei com a Creusa um tempão conversando, recebendo carinho dela. Fazia tanto século que não tinha tempo para aproveitar nossa família.
— Sabe... Essa coisa triste que aconteceu com o pai do Otávio, me fez refletir que quero estar mais tempo com você e com nossa família. — A delegada admite. — Eu sei que sou um pouco chata, exigente e até brava com todos vocês... mas eu amo tanto todo mundo que está aqui nessa casa. Amo nossos amigos e quando tudo isso acabar, além da nossa viagem de casal, quero também fazer uma festa com todos. Maitê, Haroldo... todos, todos...
— Gostei da ideia da festa, amor. Gostei também da nossa viagem de casal. Promete não esquecer? Por que não quero que você desista... vamos para Maldivas?
— Não Stenio... Grécia...
— Verdade! Grécia. Nós dois na Grécia. — Ele fala, mais uma vez inclinando o corpo para alcançar os lábios da amada. — Não vejo a hora de ter você só pra mim. Nessa casa eu sou sempre o último a ganhar atenção, amor.
— Não seja injusto.
— Helô, amanhã trancarei você naquele quarto e ninguém entra.
— Stenio... — Ela gargalha.
— Estou falando sério.
— Amanhã tenho que voltar ao trabalho. — Helô suspira ao falar.
— Não importa. Você trabalha e fico pertinho, nos intervalos posso ganhar beijos e carinhos.
— Pode sim!
— Combinado? Amanhã você é toda minha?
— Pensei que fosse sua todos os dias, meu querido.
— Você entendeu o que quis dizer, Doutora.
— Entendi, Sr. Carência.
— Você lembra que amanhã é nosso recasamento, Helô?
— É?
— Amoor! Poxa! É dia dezessete.
— Claro que sim, Stenio. Lembro... lembro sim, só estava te provocando.
— Mentirosa! Lembra nada.
— Ah tu sabe que sou péssima com datas. — Ela admite.
— Mas eu sou bom com isso, então, comemoramos com um dia inteiro só nosso. E, antes que me julgue, não estou falando de sexo. Só quero ter e estar com você, tá bom?
— Aham, aham! — A delegada resmunga em resposta, o presenteando com vários selinhos doces. — Agora podemos deitar? Estou cansada de tanto assistir desenho, minha mente ficou exausta por hoje. E os ovos acabaram. — Ela faz bico.
— Antes podemos atacar aquela torta de chocolate que Creusa fez.
— Stenio, ela preparou para amanhã.
— Ah Helô, só um pedacinho.
— Pequeno? — Ela acaba caindo em tentação.
— Pequeninho... só vamos experimentar.
— Seja rápido. Se Creusita descobre que estamos mexendo na torta antes da hora, ela vai reclamar.
E, como duas crianças, atacam a geladeira sem peso na consciência. Ambos se deliciam com a sobremesa, comendo quase tudo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.