— Helô, olha o que o Miguel está fazendo.
— Xxxtenio, seja o que for, resolve.
— Mas ele não está me ouvindo.
— Então grita que ele escuta.
— Amor, ele está cavando a grama com a enxada de brinquedo que a Maria deu para ele.
— Xxxxtenio, você quer que eu interrompa meu bronze para brigar com seu filho?
— Ele não quer me ouvir, amor.
— Bota moral, caramba. Impressionante, com Drica era a mesma coisa. EU sempre tenho que fazer o trabalho da mãe chata, bruxa.
— Helô...
Tirando os óculos escuro, a delegada sai pisando firme em direção ao filho que já havia arrancado boa parte da grama e estava completamente sujo de terra.
— O que você pensa que está fazendo, Miguel Alencar? — Ela dispara e o menino se assusta.
— Tabaiando mamãe.
— Não pode arrancar a grama, já falei ontem, não falei? Será que tu pode brincar sem fazer coisa errada, garoto?
Bob que estava perto e havia ajudado o menino a destruir a grama, senta-se e baixa as orelhas enquanto a delegada fala.
— Vocês dois precisam se comportar, entenderam? Se eu tiver que levantar mais uma vez daquela espreguiçadeira, juro que tranco os dois no porão. — Ela esbraveja com o cachorro e o pequeno.
— Dicupa mamãe.
— Não adianta pedir só desculpas, tem que se comportar.
— Mizeu ama mamãe. — Dispara, correndo para abraça-la.
— Mantenha a distância seu terroristinha sujinho. — Diz aos risos, ajoelhando-se para ganhar o abraço.
— Vai brincar sem destruir a grama, tá bom?
— Xetu mamãe.
Puxando Bob pela orelha como se fosse um boneco de pelúcia, Miguel logo volta a brincar, mas agora com seus muitos dinossauros.
Voltando para a espreguiçadeira onde agora o marido estava de sunga, Helô dispara:
— Mas tu é folgado mesmo, né Xxxtenio? Levanta daí.
— Amor, quero tomar sol também.
— Mas não na minha espreguiçadeira preferida, levanta.
— Helô, você está tão fofa comigo na rede social. Postou até textinho e agora não me deixa tomar sol com você?
— Não venha me acusar como se estivessemos em um juri, meu querido.
— Deita aqui comigo. Depois do bronze tomamos um banho de piscina juntos e depois...
— Depois tu vai me ajudar a arrumar a bagagem, Xxxtenio. Só isso que vai acontecer. Não tem banho de piscina e muito menos a safadeza que está passando na sua cabeça.
— Você é muito impiedosa, Helô.
— E você um folgado. Cara, é praticamente meu último dia para tomar sol. Depois vai ser só PF, trabalho, dia de feijoada e medo por estar nas ruas trabalhando.
— Também não precisa exagerar.
— É exagero coisa nenhuma. Stenio, nosso apartamento não tem espaço para tomar sol.
— Já falei que se quiser mudamos para uma mansão no condomínio que a doutora quiser. Helô, você sabe que apliquei boa parte da herança que minha mãe deixou, mas ainda temos o bastante para comprarmos o que quisermos.
— Você sempre disse que não queria mexer nesse dinheiro.
— Se for algo para beneficiar você, nossa neta ou nossos filhos...
— Pensamos sobre isso depois. Mas no momento a única coisa que quero é ser beneficiada com sua saída dessa espreguiçadeira. É a única que gosto e tu sabe disso, meu querido.
— Tem espaço para nós dois. Vem logo, deita aqui comigo.
— Sei bem suas intenções, Xxxxtenio.
— Melhor que saiba mesmo, elas são as piores possíveis.
— Você é um safado incurável.
Diante do sorriso dele, a delegada desarma e acaba deitando na mesma espreguiçadeira. Já acomodada, sente a mão atrevida do advogado.
— Xxxxtenio! Para que o Miguel está bem ali.
— Amor, tem uma coisinha aqui na calcinha do seu biquíni, só estou tirando. — Ele cochicha, passando o dedo pela lateral do tecido, quase tocando a intimidada dela.
— Tira a mão daí, seu safado. — Helô o repreende, dando uma tapa no braço dele.
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