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História Her (romance lésbico) - Eu só quero o melhor pra você


Escrita por: pqscherbatsky

Notas do Autor


Olá leitores!
Quinta feira, e como prometi: mais um capítulo novo.
Gente, vocês lembram que no começo da história (no capítulo dois se não me engano) falei que Rachel tinha uma amiga da época da escola que a visitava nas férias? Pois bem, ela aparece nesse capítulo. Só avisando pra quem esqueceu não ficar (what????)
Obrigada pelos comentários, não deixem de comentar pois é meu incentivo para escrever mais. E quem não comenta venha comparecer também. Bem, chega de conversa e Boa leitura.

Capítulo 23 - Eu só quero o melhor pra você


~flashback on~


Na manhã do dia seguinte ao ocorrido, Rachel estava com sua mochila nas costas próximo a um posto de gasolina que ficava perto a saída da cidade, aguardando sua carona que já estava dez minutos atrasada. Ainda muito apreensiva, olhava para todos os lados e torcia para não encontrar ninguém conhecido. Mais uns cinco minutos de espera e ela avista um carro parado com o pisca alerta ligado.

Alguém colocou a mão para fora da janela e balançou. Esse era o sinal combinado, então ela foi de encontro a sua cúmplice.


- Oh Lily, graças a Deus você chegou! – entrou no carro e abraçou a amiga. - Trouxe o que eu pedi? 

- Está no banco de trás. Barraca de acampamento. Mas Rach, me fala o que aconteceu para você me ligar ontem tarde da noite e pedir para se encontrar comigo a essa hora da manhã. 

- Juro que depois eu te conto amiga. Mas por favor, vamos sair logo daqui. 

- Tá bem e para onde vamos? 

- Lembra quando você completou 18 anos e tirou sua habilitação? 

- Lembro mas o que isso tem a ver com você ser louca? 

- Lembra que você pegou o carro do seu pai escondida e nós nos aventuramos na estrada e descobrimos aquele lugar lindo com a cachoeira? 

- Lembro! A meu Deus, jura que vamos voltar lá? – já estava empolgada. 

- Sim. Se você quiser, é claro. 

- Eu estava com tanta saudade Rachel. Só em olhar pra sua cara já consigo ver que não está bem. Vamos onde quiser, mas tem que me dizer o que aconteceu. 

- Vou dizer... Mas antes temos muito que conversar. Por enquanto só quero tentar relaxar.


~flashback off~


O som da cachoeira calava qualquer outro som. Alguns dias próximo à natureza eram o que ela precisava. A paisagem verde, o ar puro, as rochas, o canto dos pássaros. Fechava os olhos, inspirava o ar e sentia o som da natureza. De dia o céu era claro, o sol refletia sobre a água que corria. A noite o vento uivava, a lua e as estrelas iluminavam o céu negro. Estava sentada em uma pedra, os pés dentro da água gelada. Sentindo uma leve correnteza passar por eles, o cenário trazia uma paz momentânea. Lily sentou ao seu lado, sem nenhuma palavra proferir. Já esperava a dias a amiga desabafar a tristeza que estava estampada em seu rosto. Ela sabia que tinha algo de errado. Mas. Como ajudar sem nem saber do que se trata. 

- Acho que chegou a hora Rachel. Me conta o que está havendo. Do que você está fugindo ou de quem. Te conheço o bastante pra saber que quando se isola do mundo é porque algo não está certo. 

Rachel se encolheu sentindo uma dor percorrer todo seu corpo pelas lembranças passadas. Deitou a cabeça no ombro da amiga, tomou uma lufada de ar e começou a falar.


- Você tem razão Lily, muita coisa na minha vida está errada. A começar pelo meu relacionamento...


Contou a amiga todos os últimos acontecimentos. Como vinha se sentindo só, como se envolveu com outra mulher, como o namorado descobriu e a ameaçou, como teve que dar um fim em tudo. Contou da dor e humilhação em que teve que se submeter. E pra que? Pra ser curada? Não estava doente. Não precisava de um homem. Precisava unicamente de respeito. Se sentia um rascunho mal desenhado de si mesma e não queria aquilo pra sua vida. Enquanto desabafa, as lágrimas salgadas banham todo seu rosto.


- Não pode se esconder pra sempre, sebe disso não é! Vamos voltar, você tem muita coisa pra resolver. Primeiro: passaremos na delegacia. Um ato tão cruel desses não pode ficar em pune. Segundo: vai atrás do Luiz e termine tudo com ele. Terceiro: Olivia!. Rach, vocês se gostam de verdade. Fala sério! – riu 

- Mas Lily... 

- Não ouse se recusar. Por último, precisa contar tudo pra sua mãe. Se é que aquele imprestável já não contou. 

- Eu estou tão desesperada. Só precisava pensar, saber como agir... 

- Mas agora você já sabe. Vai fazer tudo, não vai? 

- Vou! – estava decidida.


Todo esse tempo, ela tinha sido só uma garota assustada. Que queria ser livre, porém não tinha o domínio de sua própria vida. Vivia na sombra do medo de assumir seus próprios sentimentos. 

Naquele momento resolveu que tomaria as rédeas de sua vida. Levantou, enxugou as lágrimas e voltou. Decidida a tomar um rumo diferente, seria a protagonista de sua própria história. Chega de pensar nos outros, sua felicidade viria em primeiro lugar a partir de agora. 

Foi com Lily em uma delegacia e fez a denúncia. Avisaram que o namorado seria intimado a comparecer para prestar esclarecimentos. Porém a queixa foi registrada como assédio moral, e não como estupro. Ouviu da própria boca do delegado que isso não levaria a nada. Frustrou-se por a lei ser tão branda em relação a esse tipo de crime, mas pelo menos o rapaz iria ver que ela não tem mais medo, que ela voltou disposta a enfrenta-lo. 

Ela e Lily pararam no estacionamento da empresa dele.


- Vai Rachel, estarei aqui para o que precisar. Avisa a ele que está aqui esperando. – passou o celular pra mão dela.


Rachel ligou e pediu para ele descer. Conversaram ali no estacionamento mesmo. Ela terminou tudo, foi bastante clara e mostrou-se segura. O rapaz continuou fazendo ameaças. Mas ela não se importava mais. Não permitiria ele interferir em sua felicidade. Entrou no carro da amiga e o deixou lá plantado. Frustrado com o término e sabendo que acabou de perde-la pra sempre. Decidiu omitir a parte da denúncia, ele saberia depois.


- Qual o próximo passo em sua lista? – perguntou a amiga. 

- Olivia. –  sorriu travessa. 

- Poderíamos pular essa parte? 

- Por quê? Se arrependeu? 

- Não é isso. Eu queria ir pra casa, tomar um banho... 

- Ah já sei sua safada. Quer estar cheirosa quando for encontrar sua morena não é.

- Não... – riu envergonhada. - É que também quero encontrar minha mãe antes. Conversar com ela, explicar as coisas... 

- Eu entendo. Então vamos pra casa! 

- Vai ficar na cidade por quanto tempo ainda? 

- Talvez mais uns dois dias. Irei para casa dos meus pais e se precisar de mim você já sabe. 

- Ai Lily, eu não sei o que seria de mim sem você nesses dias viu. Muito obrigada mesmo. 

- Que isso Rachel, eu amo você. É como se fosse minha irmã. Só estou chateada por não ter me contado essa história da Olivia antes. Mas tudo bem, eu entendo que estava confusa. 

- Obrigada por entender. Eu também amo você amiga.


As duas despediram-se na frente de casa. Rachel entrou, sua mãe estava em casa. Achou estranho. Foi tomar um banho, mas a mãe a chamou antes.


- Rachel precisamos conversar. – sua expressão era séria. 

- O que houve mãe? 

- Que história é essa de que você está se agarrando com uma mulher? – foi direta. - Que acabou o namoro por causa disso. – levou as mãos a cabeça. - Minha filha, você está ficando louca, é isso? 

A mãe começou a chorar desesperadamente. 

- Calma mãe, não fique assim. Eu não estou louca. Gosto da Olivia, estou apaixonada por ela. 

- Você está o que? – lançou um olhar furioso para a filha. - Está ouvindo o que diz? Que desgosto, nunca pensei que você me traria tanta tristeza. 

- Mãe não fique assim... Quem te contou? Eu vim justamente conversar. 

- Não importa quem me contou. Isso dói Rachel. Acaba com essa história, você não está apaixonada coisa nenhuma. Volta pro seu namorado, ele está disposto a te aceitar. Ele sim te ama. 

- Ele quem abriu a boca não foi? Você acha que ele me ama mãe? Quem ama não faz o que ele fez comigo. E não, eu não vou desistir dela. Se fizer isso vai doer mais em mim do que em você. Amo a senhora mãe, mas não vou fazer o que quer dessa vez. 

- Eu só quero o melhor pra você minha filha...


Saiu furiosa batendo a porta deixando a mãe falando sozinha. Ela queria o seu "melhor", mas não entendia que o melhor era ficar ao lado de quem realmente amava. Talvez na sua história não houvesse espaço para um romeu. 

Decidiu ir caminhar na praia. Estava pensado em várias maneiras de conversar com Olivia, ensaiando o que dizer, procurado as melhores palavras. Acontece que seus sentimentos eram confusos até para si mesma, explica-los seria uma tarefa quase impossível. Essa garota não estava acostumada a falar sobre as dores do seu coração e explicar o sofrimento de sua alma com clareza. Mas os ferimentos estavam lá, expostos e ardiam cada vez mais. Machuca esconder quem é. Todos os dias coloca um sorriso falso no rosto e fingia estar feliz, mas na verdade seu coração sangrava por dentro. Pegou o celular e foi olhar as mensagens desses últimos dias em que esteve afastada. Mensagens dos amigos, do agora ex namorado e dela. Sua notificação favorita. Todos estavam preocupados pelo seu sumiço repentino. Depois foi ouvir os recados na caixa postal. Mais mensagens do ex namorado. Parou em uma de Olivia, ela não parecia nada bem. Sua voz parecia embaralhada, trêmula, dava pra sentir o desespero por trás. Seus olhos marejaram ao ouvir um "eu te amo" do outro lado. Se sentia a pior pessoa do mundo. Não fazia ideia que que causaria todo esse sofrimento.

Mas as coisas mudaram e a partir daquele momento uma nova Rachel entrava em cena. A Rachel que decide quem vai a fazer feliz. Que acredita no amor e no que ele pode fazer. E que estaria disposta a lutar e enfrentar qualquer coisa. 

Sempre teve liberdade para escolher seus amigos. E por qual motivo seria diferente escolher quem vai amar. Só porque é uma pessoa do mesmo sexo? Não fazia mais sentido para ela. Se o sentimento era verdadeiro, se a fazia bem e feliz, lutaria por ele. Estava realmente disposta a matar um leão se fosse preciso. Mas ficaria com a mulher que a faz feliz. Que a fez mudar, ter coragem e querer lutar pelo seu sentimento. Era ela. Sempre foi ela. Desde o primeiro dia que a viu na faculdade. Agora conseguia admitir para si mesma. 

Estava ali parada em frente ao prédio. Cada vez que pensava em entrar sentia seu coração gelar. Suas mãos suavam de tanto nervosismo. Protelar só piorava as coisas. Entrou no prédio e foi até o andar da morena. Respirou fundo, tomou coragem e bateu na porta. Uma imagem diferente da qual estava acostumada abriu a porta. Não havia o brilho no olhar, o sorriso encantador que estava acostumada a ver. Não parecia sua Olivia. Ao invés disso, encontrou uma figura cadavérica e de aparência cansada. Os olhos, estavam fundos e vermelhos, o rosto estava pálido e os lábios ressecados e quase sem cor. Sentiu a culpa pesar sobre seus ombros, sabia que a garota estava sofrendo e era a causadora dessa dor. Olivia a olhava curiosa, parecia não acreditar que era ela ali. Mesmo perplexa e desacreditada com o que via, Rachel começou a falar. 

- Liv? Você... Está b-bem? – não conseguiu pronunciar muito bem as palavras. A imagem lhe causava muita dor. 

- Rachel, meu amor. Mais uma vez você veio... – Olivia parecia estar sonhando acordada. Aparentava estar viajando em uma outra dimensão. Estava dopada, entorpecida. 

Rachel a abraçou e chorou. A imagem era dura demais, deprimente demais. 

- É você mesmo ou estou delirando mais uma vez? – Olivia pergunta acordando de seu transe. 

- É claro que sou eu meu amor. Estou aqui por você. Vem... 

Pegou a mão da morena e entraram no apartamento.


Notas Finais


É isso pessoal, obrigada por lerem e desculpem qualquer erro. Vou aproveitar o feriado de carnaval pra escrever, então até domingo.
Espero vocês nos comentários.
Beijos


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