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História Her (romance lésbico) - Posso pagar um café?


Escrita por: pqscherbatsky

Notas do Autor


Olá leitores!

Espero que gostem do capítulo, foi um prazer escrevê-lo! ❤️

Vamos a leitura e até lá embaixo.

Capítulo 47 - Posso pagar um café?


Todo fim, leva a um começo e isso é indiscutível. O final de um ciclo nos direciona a um único caminho: um início. Como quando a bateria do celular termina, e é necessário recarregar para que ela possa estar cheia novamente. Quando um ano acaba, é hora de outro iniciar. Quando se termina um relacionamento, inicia-se uma fase de crescimento pessoal e descobertas. Há uma linha tênue, entre um fim e um começo. Essa linha, chama-se mudança.

A mudança às vezes exige medidas extremas. Foi isso que Rachel fez quando decidiu mudar-se para outro país, dedicar-se ao seu trabalho e a si mesma. Assim que chegou a Inglaterra, optou por iniciar uma transformação que refletisse o seu interior. Um corte de cabelo novo, que os deixaram acima dos ombros e mais volumosos. Uma cor nova, num tom ruivo  que destacava em sua pele branca, era apenas o começo e marco desse seu novo ciclo.

Nessas últimas semanas, sua vida deu um giro de trezentos e sessenta graus. Ela conseguia olhar para o futuro e, enxergar o quanto as coisas serão diferentes de agora em diante.  De forma alguma se sentia insegura, queria aproveitar seu momento e esse novo rumo que a vida estava lhe direcionando. Estava aprendendo que a vida é feita de adaptações e porquê não, seguir o baile. Claro que todos os dias pensava em Olívia. Mas apenas lembranças boas lhe preenchiam, já não se culpava da mesma forma de antes.

Ela tem se sentido diferente. Talvez seja o tempo que não sobra mais, a saudade que  já não dói tanto, o sentimento que já não machuca. Talvez tenha sido aquela chuva que não parava de cair, ou o frio que agora insiste em lhe fazer companhia. Talvez seja as músicas que tem ouvido ultimamente. Ou talvez, seja simplesmente, ela mesma.

Rachel finalmente, conseguiu se perdoar e ver que a vida precisa de metamorfoses. Saudades, despedidas e términos, fazem parte de qualquer história e só agora ela estava ciente disso. Um ajuste aqui, outro lá e se sentia pronta para percorrer um novo caminho, um novo tempo começava. Seu apartamento era modesto e ficava no centro de Londres, bem próximo a agência em que trabalhava. Era um típico dia de inverno e chovia bastante, quando Rachel largou do trabalho e foi direto para sua cafeteria favorita. Sim, ela já tinha uma. Assim como também, já tinha sua própria rotina. De segunda à sexta-feira, ia para o serviço caminhando, passava cerca de 5 horas trabalhando e no final do expediente, ia a cafeteria que ficava no caminho para sua casa. Às vezes gostava de observar as pessoas, suas rotinas, já até conhecia a atendente pelo nome.

Tirou o celular que vibrava, dentro do bolso de seu casaco preto. Estranhamente, de uma hora pra outra, Fred estava muito interessado em saber seus horários, seu endereço e tudo que estava relacionado ao seu dia a dia. Desbloqueou a tela e constatou mais uma mensagem:


Fred: Oi minha lady Inglesa, onde você está? – esse era o novo termo pelo qual era tratada pelo amigo. Um sorriso veio em seus lábios, ela conseguia imaginar o tom de sua voz e seu coração aqueceu pela saudade dele.

Rachel: Estou em uma cafeteria, daqui a pouco irei para casa.

Fred: Pode me passar o endereço dessa cafeteria? Tenho uma surpresa e acho que você vai gostar.


Rachel ergueu uma sobrancelha ao ler a mensagem do rapaz. Era estranho ele querer fazer uma surpresa, estando a tantas milhas de distância. Rachel achou que era alguma brincadeira dele, mas mesmo assim, respondeu a mensagem, enviando o endereço.


Fred: Obrigado! Não sai daí. Beijos e espero que dê tudo certo.


Uma pontada de nervosismo começou a tomar conta dela. Talvez ele estivesse fazendo algum tipo de brincadeira, talvez não. Ainda assim, não fazia ideia do que se tratava. Seus olhos começaram a buscar por algo nos arredores do ambiente. Qualquer movimentação, chamava a sua atenção e em sua barriga, parecia que mil borboletas disputavam por um espaço. Passaram quase cinco minutos  e nada de diferente acontecia. Olhou para o lado de fora e notou a chuva caindo forte, queria estar em casa e em sua cama. Ela ficou de pé e foi até o banheiro, o que quer que Fred estivesse aprontando, poderia esperar até que fizesse xixi.

Ao retornar à sua mesa, notou um bilhete em cima da mesma. Seus olhos saltaram para fora das orbes ao notar a mensagem escrita em português e  com a caligrafia que lembrava muito a de uma pessoa. Mas era impossível que fosse ela.


“Será que posso pagar um café para a mulher mais bonita deste recinto?

A propósito, adorei o novo cabelo. Lhe caiu muito bem essa cor.”


Após ler o bilhete, Rachel percorreu os olhos mais uma vez pelo local, buscando por qualquer rosto conhecido. Novamente, não achou ninguém que pudesse ter o colocado ali. Nesse momento, seu coração já errava as batidas. Tirou o celular do bolso para questionar a Fred, se ele tinha algo a ver com isso. Mas nem conseguia digitar a senha, pois suas mãos estavam suadas. Minutos depois, a atendente começa vir em sua direção, trazendo uma bandeja com uma xícara de café.


— Rachel, mandaram te entregar. Você aceita? – perguntou a garçonete que já era conhecida por ela, segurando a bandeja.

— Quem… Quem mandou? – questionou nervosa.

— Um garotinho. – Rachel percorreu os olhos pela cafeteria, buscando por ele. — Não adianta procurar. Ele pagou pelo café, apontou para sua mesa, disse que era para a moça que estava sentada nela e foi embora. Vai aceitar?

— Vou sim, Leslie. Não disse mais nada? – estava aflita de tanta curiosidade.

— Bem, ele pediu que te entregasse esse bilhete também. – enfiou a mão no bolso do uniforme e entregou um papel dobrado para Rachel. — Mais alguma coisa?

— Não, só isso mesmo. Obrigada! – agradeceu com os olhos voltados para o pequeno papel. Estava tão concentrada que nem viu a garçonete se retirar.


Era a mesma letra. Se apressou logo para ler o que estava escrito.


“Nem esperei sua resposta. Poderia ficar por horas só te observando de longe, mas estou nervosa e louca pra entrar nessa cafeteria, porém não sei se posso. Toma um gole do seu café agora e, saberei se posso ir até aí.


PS.: Espero que sim, pois estou congelando aqui.”


Rachel pegou rapidamente o copo de café e o levou até os lábios, dando um longo gole. Não havia o que questionar, queria ter a oportunidade de ter a conversa que nunca conseguiram. Poderia até jurar que sentia o cheiro da dona do bilhete, impregnado naquele papel. Rapidamente, seus olhos direcionaram-se para a entrada do estabelecimento. Já desconfiava quem era, mas só acreditaria quando a realidade passasse por aquela porta.

Seu coração batia num ritmo frenético, parecia a própria Sapucaí em desfile de escola de samba. Tentava ao máximo manter a compostura, dizendo para si que estava tudo bem e que não havia motivo para tamanho nervosismo. Mas perdeu a razão, quando avistou Olívia entrando pela porta da cafeteria. Não fazia idéia do que falaria para ela, nem do rumo que essa conversa tomaria. Apenas sabia, que esse encontro era importante para ambas. A morena caminhou em sua direção, com um sorriso nos lábios e com o olhar fixo ao seu. Ela vestia um sobretudo azul escuro, calças de couro preta e uma bota da mesma cor. Seus cabelos estavam molhados e desgrenhados devido chuva e, Rachel só conseguia pensar o quanto ela estava linda e se destacava em meio aos outros clientes que estavam presentes.

Rachel não quebrou o contato visual, pelo contrário, ela sorria e encarava de volta a morena, com suas órbitas castanhas. Quantas palavras não ditas, estavam implícitas ali, naquela singela troca de olhares? A intensidade do sentimento que nutria por Olívia estava exposto ali, e era perceptível em sua expressão. Estudava a face da morena e ansiava decifrar, se ela ainda sentia o mesmo. Era preciosa a vulnerabilidade do momento, parecia que o tempo não havia passado para elas.

Quando Olívia finalmente se aproximou, continuaram se olhando, num silêncio absoluto. Era como se tudo ao redor estivesse paralisado e fora de foco, elas apenas conseguiam se enxergar. A última vez que Rachel a viu, tinha lhe causado uma dor profunda. Mas agora estando frente a frente com ela, parecia que nada havia acontecido.


— Posso? – Olívia apontou para a cadeira vazia que tava de frente para Rachel. A garota assentiu com a cabeça, autorizando ela a sentar. — Oi… – falou sem jeito, lhe abrindo um sorriso.

— Oi! – sua voz soou suave.

— Você está linda com esse cabelo. – elogiou, observando os novos detalhes ruivos.

— Obrigada. Você também está linda… você é linda! – afirmou sem graça. — Liv, o que faz aqui?

— Eu viajei até a Inglaterra, porque tenho muitas coisas pra te falar. Mas agora, é como se as palavras não fizessem mais sentido nos meus lábios. Eu… – coçou a nuca. Estava visivelmente nervosa. — Não sei o que dizer.

— Vamos começar pelo começo; como está a sua vida? – soltou uma risada fraca.

— Minha vida está bem. Apesar de ter saído do Brasil ainda desempregada, mas eu me virei bem. E a sua? O que tem feito nas terras reais?

— Você saiu da agência, né… Eu fiquei sabendo. – desviou rapidamente o olhar. Queria evitar tocar no nome de Jéssica por agora. — Bom, eu basicamente tenho trabalhado, sabe, minha carreira parece ter tomado um rumo, finalmente. Tenho cuidado de propagandas não só da livraria, como também de outras empresas. Estou no setor da criação, como sempre quis! Assinei um contrato de um ano com eles. – sorriu suavizando sua expressão. — Nos finais de semana eu aproveito para conhecer mais de Londres, tenho ido a museus, todos os domingos vou a um parque, sento em frente a um lago e desfruto de uma boa leitura. – suspirou.

— Uau! – um sorriso sincero preencheu seus lábios. — Rachel, eu fico tão feliz que finalmente esteja fazendo o que realmente gosta. Você sabe que sempre torço pela sua realização profissional. É muito bom ver as coisas finalmente dando certo! Vou te contar uma novidade, eu agora sou mãe.

— Quê? – Rachel arregalou os olhos sem entender.

— Calma… – riu da expressão incrédula da outra. — Eu sei que você foi até meu apartamento um dia e me viu abraçando uma mulher…

— Olívia… – interrompeu sua fala erguendo uma mão. — Não precisa se explicar, é sério. Você não me deve nada.

— Eu vim de tão longe, exatamente para fazer isso. Então por favor, me deixa falar. – apesar de doce, sua voz soou firme. — A moça que você viu naquele dia, era Marcela. Ela tinha achado um cachorrinho na rua, levou ao veterinário e depois deixou comigo para que tomasse conta, apenas por aquele dia, pois ela precisaria trabalhar. Eu não sei o que você viu, ou achou que viu, mas entendeu errado. Eu e Marcela somos boas amigas, apenas. E, olha isso aqui… – enfiou a mão dentro do bolso do seu sobretudo e retirou o celular. Após desbloqueá-lo, virou a tela para Rachel, para que visse seu papel de parede. — Esse é Barney, meu filho.

— Oh, Liv… – pegou o celular da mão dela para olhar a foto mais de perto. — Que coisa mais fofa! Ele é lindo. – disse olhando para a foto do filhote no colo de Olívia.

— Provavelmente, você viu a gente se despedindo. Ela estava agradecida por eu cuidar dele. – deu de ombros. — Depois daquele dia, ele foi ficando lá em casa e está até hoje. – sorriu. — Eu só fui descobrir que você tinha ido atrás de mim, no dia da sua viagem, quando você mandou a mensagem pro Fred. Ele realmente guardou seu segredo… Eu fiquei muito abalada pensando que nunca mais iria te ver. Entrei em pânico e fui até o aeroporto tentar te impedir de embarcar.

— Você fez o quê? – questionou incrédula.

— Teve trânsito, Fred dirigindo feito um louco, Caio se jogando em cima de um guarda do aeroporto, nós três sendo presos… – riu ao lembrar da cena. Rachel apenas a fitava boquiaberta. — E eu corri tão rápido para chegar ao portão de embarque… parecia que minha vida dependia daquilo. Mas não deu tempo. – suspirou, tentando segurar a emoção que insistia em transbordar por seus olhos.

— Liv… – sua voz saiu fraca. — Se eu soubesse…

— Teria voltado… – Olívia completou sua frase. — Eu sei.

— E por que você não ligou? – perguntou aflita. — Por que você não me procurou?

— Porque eu não queria te atrapalhar e, veja só… Sua vida está maravilhosa, finalmente está tudo indo bem pra você. Rach… – apoiou os cotovelos na mesa, inclinando o corpo para mais perto. — Eu sei de duas coisas; a primeira é que você precisava desse tempo e, a segunda é que, o que é pra ser, de um jeito ou de outro acaba acontecendo. Eu também precisava de um tempo para assimilar as coisas… por isso que não fui te procurar, depois que aquela mulher foi até minha casa e confessou tudo.

— Olívia… Sinto tanto por ter deixado que eles me manipulassem daquele jeito. Eu fui tão… – apertou os olhos fazendo uma careta.

— Tudo bem. – a tranquilizou. — Na verdade, todos nós acabamos fazendo o que eles queriam. Mas não importa… Eu vim até aqui para deixarmos de lado o passado e olharmos para o futuro. Focar apenas no bem que fizermos uma para outra. – Rachel soltou a respiração, visivelmente mais aliviada. — Fred me contou que o Luiz foi atrás de você. Eu fiquei com tanto ódio… – apertou os punhos. Aquele era realmente um assunto que fazia mal as duas. — Ele voltou a te procurar?

— Não! – encolheu os ombros, quando a lembrança daquele dia veio em sua mente. — Desde que cheguei aqui não tive se quer notícias dele.

— Graças a Deus… Rachel, eu entendo se não quiser falar, mas o que aconteceu, de verdade naquele dia? Fred disse que você estava caída no chão em cima de cacos de vidro, com os braços cortados e praticamente em choque. Ele teve coragem de levantar a mão pra você?

— É… – refletiu por alguns segundos. — Os cacos foi porque tentei jogar um vaso de flores nele, mas infelizmente ele desviou. E eu estava jogada no chão porque… – encarou o chão, ponderando as palavras que viriam a seguir. — Ele me deu um tapa no rosto, depois me empurrou e acabei caindo por cima do vidro. Quando eu estava caída… – desviou o olhar. Não queria ver a expressão de Olívia. — Ele me deu um chute bem na costela!

— Filho da puta! – bateu com as mãos na mesa. — Eu vou atrás daquele desgraçado. Vou acabar com a vida dele. – ameaçou. A raiva era nítida em sua voz e expressão.

— Olívia, por favor, vamos deixar ele pra lá. Esse garoto só trouxe sofrimento pra nós… Eu juro pra você, que não aguento nem pronunciar aquele nome. É tão doloroso lembrar das maldades que ele fez, e de não acreditar que alguém possa ter tanta ruindade no coração. Eu me sinto mal em saber que um dia, já fui namorada dele.

— Rachel… Não se sinta mal, a culpa não é sua por ele ser assim. – a morena deslizou as mãos e pousou-as em cima das suas. Rachel sentiu seu corpo formigar ao receber o toque das mãos finas, pela primeira vez depois de muitos meses. — Vamos deixar esse assunto um pouco de lado, acredito muito na lei do retorno e cada um colhe o que planta, sei que ele vai ter o que merece. Mas enfim, eu não quero falar sobre isso.

— Espera, disse que vocês foram presos? – perguntou com uma voz descontraída, tentando mudar o foco do assunto. — Não acredito, Olívia!

— É sério! – riu. Agora ela lembrava com bom humor, toda aquela situação. — Fomos presos por alguns minutos na delegacia do aeroporto. Mas não deu nada, o delegado nos liberou depois que viu nossas fichas. Você precisava ver Fred dando escândalos. – relembrava em meio a risadas.

— Imagino! Vocês três não tem um pingo de juízo… E por falar neles, como os meninos estão?

— Estão bem. Aliás, se estou aqui, é porque tive muito apoio dos garotos. Eles mandaram beijos e abraços, inclusive.

— Isso justifica Fred me perguntando o tempo todo sobre minha rotina. Aquele safado me enrolou direitinho, depois precisamos ligar pra ele.

— Claro. Ele deve estar se corroendo de curiosidade. – soltou uma risada. — Então, você vai ficar aqui por um ano? – um traço de desapontamento surgiu em seus olhos.

— Sim. E você quanto tempo pode ficar?

— O tempo que quiser que eu fique. – a olhou com expectativa.

— Eu amo você, sabia! – afirmou com os olhos cheios de lágrimas.

— Também amo você, Rachel. – projetou a cabeça para frente dando um beijo em Rachel. Em seguida, colocou uma mecha de seu cabelo, atrás da orelha. — Já falei que ficou linda com esse cabelo? – as duas sorriram juntando as testas.

— Vem, vamos conhecer meu apartamento. – Rachel fez o convite, ficando de pé e puxando a outra pela mão.



***


Dois meses depois


— Vamos amor, não podemos nos atrasar. Estou com a programação toda feita. – Olívia a apressou. Alguns costumes nunca mudavam.

— Estou pronta, você viu meu casaco cor de vinho? – perguntou para a morena que a aguardava sentada no sofá.

— Não está no armário? – batia os pés no chão em ansiedade. — Pega qualquer um, vamos logo!

— Achei! – sua voz soou abafada de dentro do quarto. — Estava no armário mesmo, eu nunca acho nada. Agora sim podemos ir embora. – fechou o último botão do seu longo casaco.


Olívia estava morando no apartamento de Rachel. Algumas semanas após sua chegada, conseguiu um emprego em uma editora de revista. Apesar da total mudança, estava se adaptando rápido a nova vida. Era sábado e Rachel havia programado um passeio para as duas, avisou que tinha grandes planos para o presente dia e eles seriam revelados apenas no local em que foi escolhido por ela.

Foram de metrô até a Torre de Londres, desde que chegou, só agora Olívia estava tendo a oportunidade de conhecer os principais pontos turísticos da cidade. A morena ficou maravilhada com o imenso castelo de pedras brancas. Saindo da torre, passaram pela extensa e famosa ponte de Londres, que não ficava longe da torre.

Após parar pra comer, seguiram para um local em que Olívia sempre quis conhecer; A estação ferroviária King’s Cross. Que era  famosa mundialmente, por ser o local onde parte o expresso para Hogwarts e onde começa a grande aventura de Harry Potter. Como fã da saga, a morena não poderia deixar de conhecer a plataforma 9 3/4 e tirar uma foto reproduzindo a cena em que o carrinho de bagagem “entra” na parede, usando os óculos e o cachecol do Harry. Elas também foram na loja oficial que fica na estação e, Olívia comprou algumas coisas do filme como cachecol da grifinória, varinha do Harry e alguns feijões mágicos de todos os sabores. Ela parecia uma criança, no meio de um mundo mágico. Era perceptível em seus olhos, que brilhavam, sua realização por estar ali e por poder dividir esse momento com a mulher que amava.

O sol já estava se pondo quando elas chegaram ao Big Ben. Ficaram um tempo admirando a paisagem e esperando a hora passar, pois Rachel tinha comprado entradas pela internet para a London Eye – os dois pontos ficam bem próximos. Olívia observa que ela estava sempre verificando as horas em seu relógio.


— Que carinha é essa, meu amor? – encostou a cabeça no ombro da namorada pegando a sua mão. Faltavam apenas alguns minutos para entrarem e elas já estavam na fila para a cápsula panorâmica.

— Nada… talvez eu tenha medo de altura. – encarou a imensa roda gigante. — Estou um pouco ansiosa.

— Relaxa Rach, a paisagem é tão linda que você não vai ter medo. E qualquer coisa é só me abraçar. – deu um sorriso e em seguida beijou sua bochecha.


Aos poucos a fila ia andando e foram se aproximando da cápsula, até que entraram, aproximadamente umas 15 pessoas entraram junto com elas. O céu estava lindo, um azul que sobrepunha com vermelho. As luzes da cidade já estavam começando a acender, fazendo a paisagem ficar mais magnífica ainda. A morena contemplava toda a maravilha esplendorosa do local, que contrastava com a  peculiar beleza de Rachel. Ela não sabia como era possível, mas a garota ficava ainda mais linda, no meio daquele cenário.


— Liv… – soltou a mão da namorada a fitando. — Eu sei que você está amando observar a paisagem, mas será que poderia me olhar só um pouquinho? – falou baixinho para que apenas ela pudesse ouvir.

— Claro, meu amor. Você está se sentindo bem? – perguntou analisando seu rosto, que estava em uma expressão um tanto tensa.

— Estou bem… Na verdade, nunca estive tão bem em toda minha vida. – respirou fundo e segurou as mãos da morena. — Olívia, te conhecer naquela faculdade, há quase cinco anos atrás, foi a melhor coisa que me aconteceu. Desde que você entrou em minha vida, me ensinou muitas coisas e dentre elas foi a não ter medo e a deixar que o amor me fizesse livre. Me ensinou o caminho para felicidade e que não é difícil percorre-lo. Nós ficamos separadas por alguns meses e nesse tempo, eu pude comprovar o quanto te amo. Pude perceber que você não me completa e sim, me transborda, porque completa eu já sou. Eu cresci Olívia, e quero continuar crescendo… mas não vale a pena se não for com você do meu lado. Nunca mais quero ficar longe de você novamente e é por isso que… – enfiou a mão no bolso do casaco e retirou uma caixinha. Seus olhos já estavam banhados de lágrimas, que já começavam a escorrer pelo rosto. Ignorou as pessoas a sua volta e ajoelhou-se de frente para a morena, a olhando no fundo dos olhos. — Liv… – abriu a caixa deixando a mostra duas alianças douradas. — Você me faria a mulher mais feliz desse mundo, se aceitasse casar comigo.

— Oh… Rach… – abria e fechava a boca, sem conseguir pronunciar som algum. Seu corpo todo tremia, mas não por medo de tomar uma decisão errada, e sim, pela grandiosidade do  momento. — Eu… Sim! Sim, eu aceito casar com você. – ajoelhou-se junto com ela e a beijou. Rachel então pegou sua mão esquerda e pôs  anel em seu anelar. Olívia repetiu o gesto e em seguida lhe deu outro beijo. As pessoas em volta começaram a aplaudi-las e alguns até choravam emocionados.

— Eu te amo tanto, Olívia! – disse enquanto se levantavam. — Te prometo que nunca vai faltar amor e, que sempre vou fazer de tudo pra demonstrar isso.

— Rachel, meu coração parece que vai explodir de tanta felicidade. Desde o primeiro dia de aula, eu te notei. Mas logo pensei que você nunca fosse me olhar. Mas olhou. Sempre achei que uma mulher como você, não se interessaria por uma pessoa como eu. Quando eu digo algo idiota, você sorri. Quando não penteio o cabelo ou uso uma simples regata branca, você me acha sexy… – sorriu — Eu lembro o dia que descobri que estava apaixonada. Estávamos em meu restaurante preferido e tocou uma música, você sabia a letra. A melodia falava diretamente com a gente e gritava nossos sentimentos, que ainda não haviam sido expostos… No momento em que as coisas foram ficando mais simples, me dei conta que era mais feliz quando estava com você, e que precisava dormir e acordar todos os dias ao seu lado, já que o pior momento do dia era a hora de te deixar em casa. – limpou uma lágrima do rosto. — Eu te amo e também quero dividir minha vida com você. Nunca mais vamos nos separar... Olha, não vale me enrolar por mais quatro anos. Te dou um ano para planejar nosso casamento! – avisou em tom brincalhão, envolvendo o braço na cintura fina de Rachel.

— Pode deixar que assim que voltarmos para o Brasil, vai ser a primeira coisa que começarei a planejar. Teremos um casamento de princesas! – deitou a cabeça no ombro da morena.


Olívia e Rachel foram para casa naquele início de noite, com a certeza de que a partir dali, começariam a escrever mais um capítulo de suas histórias. Uma história delicada, escrita a mão, pelo próprio coração.





Notas Finais


Obrigada por lerem.
Não esqueçam de deixar um comentário para a autora, porque ela é louca e precisa saber as opiniões de vcs.

Minha aulas começaram e eu só vou conseguir att semana que vem. É isso...
Até a próxima, beijos. 😘❤️


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