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História Her (romance lésbico) - Desconfianças


Escrita por: pqscherbatsky

Notas do Autor


Olá leitores! 💙

Sextou que fala né!
Primeira vez que começo uma nota sem pedir desculpa pela demora hahaha.
Vejo vocês lá embaixo. Boa leitura e relevem os erros.

Capítulo 37 - Desconfianças




Era domingo e já passava das 13:00h, quando Olívia acordou. É que após uma madrugada turbulenta no hospital, a morena estava exausta. Além disso, a noite passada, havia sido cheia de grandes acontecimentos; Primeiro, a notícia da possível viagem de Rachel para a Inglaterra, que a havia deixado abalada de certa forma. Depois, o incidente com Felipe, que por sorte, só houve necessidade de levar alguns pontos na cabeça e foi liberado após realizar alguns exames.

Seus olhos ardem no instante em que ela os abre, seu corpo ainda se sentia exausto, porém o celular não parava de tocar.


— É bom que alguém tenha morrido pra você estar me ligando insistentemente a uma hora dessas. – atendeu a ligação mau humorada.

— Ai garota, que bicho te mordeu hein? – falou do outro lado da linha.

— O que foi, Fred? Eu estava dormindo. – murmurou.

— Pois trate de acordar. Estou a caminho da sua casa! – desligou o telefone sem nem esperar uma resposta.


Se tinha uma coisa que Olívia odiava, essa coisa era ser acordada. Nesse momento ela só sentia vontade de matar Fred. Decidiu que iria ignorá-lo e voltaria a dormir. Porém antes mesmo que pegasse no sono, sua campainha estava tocando.

Tocou uma… Duas… Três vezes, insistente até que a morena se rendesse e fosse atender.


— Que demora! – reclamou.

— Quando você disse a caminho, onde estava? – perguntou olhando para ele.

— Na sua rua. Mas isso não vem ao caso!  – deu de ombros. — Vai me deixar entrar ou não?

— Sim, entra! – abriu espaço para que o amigo passasse pela porta.


O garoto entra, observa Olívia, dos pés a cabeça e questiona;


— Que cara é essa, amiga? E de pijama ainda?

— Como eu te falei, acabei de acordar. Mas me conta, o que você está fazendo aqui? Onde está Caio? – indaga, indo com ele em direção ao sofá.

— Eu vim te visitar, sua ingrata. Meu marido foi com a mãe dele resolver uns problemas de família. Eu consegui fugir porque quanto mais tempo longe da minha sogra, melhor! – sorriu numa voz melodiosa.

— Pensei que gostasse da mãe do Caio.

— Sogra, o que tenho a ver? – revira os olhos e depois os dois caem na risada. — Cadê a Rach? Liga pra ela e pede pra ela vir. Aquela é outra desnaturada… – torceu a boca.

— Acho que ela deve estar dormindo ainda, porque certas pessoas não apareceram lá para acordá-la!

— Deixa de ser chata Liv! – deu um tapa em seu braço. — Por que vocês estão dormindo até tão tarde? Por acaso estão de ressaca?

— Você não lembra? Eu te falei que ontem seria o coquetel lá no apartamento da minha chefe em comemoração a assinatura de um contrato com àquela empresa da Inglaterra…

— Menina, é verdade. Eu havia esquecido! Mas me conta, como foi hein? – ajeitou-se no sofá.

— Ah Fred… – suspirou desanimada encarando um ponto fixo na parede. — Você sabe, o de sempre…

— Olívia! – cruzou os braços, apertando os olhos para ela. — Você pensa que me engana? Trata já de ir me contando o que está acontecendo. Por que você está assim?

— Tudo bem, é que… – deu-se por vencida se ajeitando no sofá para ficar de frente para o amigo. — Você sabe que Rachel deu a ideia do aplicativo não é? – Fred balançou a cabeça positivamente. — E que se não fosse por ela, talvez nem tivéssemos conseguido esses clientes.

— Sei sim. E qual o problema? – questionou em uma expressão atenta.

— Ontem eu vi um dos donos da livraria, convidando Rachel e Jéssica para irem a Inglaterra. Para elas divulgarem a campanha para os sócios…

— Isso é maravilhoso, Liv! – respondeu empolgado. — Você está chateada porque não te chamaram?

— Não é isso! – encarou o chão. — É que ela vai viajar com outra mulher…

— Ai Olívia, eu não acredito que você está com ciúme! – Fred a encarava com um olhar de reprovação.

— Não é ciúme! – o rapaz continuava encantando-a balançando a cabeça negativamente. — Tá Fred, tudo bem. Talvez seja um pouquinho de ciúmes sim. – adimitou a contragosto.

— E tem algum motivo para esse ciúme? Porque nós já sabemos que Rachel te ama.

— Bom, motivo mesmo não tem, eu acho. Mas é aquela coisa, Jéssica é uma mulher bastante atraente. Elas passaram um bom tempo trabalhando juntas e nesse período minha namorada não parava de elogiá-la. Jéssica tem fazia o mesmo…

— E daí? Você tem uma namorada competente, meu bem... Você por acaso quer impedir ela de viajar? – Fred perguntou de maneira inquisitiva.

— Claro que não. – defendeu-se. — Eu jamais me intrometeria na vida profissional dela. Torço muito pra que consiga ir muito mais longe. Mas é que algo me incomoda… Talvez seja o modo com que minha chefe a olhe. Eu não sei!

— Ih Olívia... Eu nunca te vi insegura desse jeito. Você acha que essa mulher seja uma ameaça pra você?

— Ai Fred! Eu não sei... – balançou a cabeça espantando os pensamentos.

— Me conta, ela é tão bonita assim?

— Pior que sim. – bufou.

— Talvez seja natural. Como você disse, elas passaram muito tempo juntas e é normal que a intimidade flua com o tempo. – tentou tranquilizá-la.

— Eu não sei… Ontem um amigo sofreu um acidente lá na festa. E eu tive que levá-lo para o hospital, pois estava de carro e era a única que não tinha bebido. E Rachel ficou, porque não havia necessidade dela ir junto… Mas sabe quem insistiu para levá-la em casa?

— A chefe? – perguntou numa expressão surpresa.

— A própria!

— E porque Rach não pegou um táxi? – questionou, recostando no  encosto do sofá e cruzando os braços.

— Porque era de madrugada, Fred. Não é muito confiável deixar ela ir sozinha com um desconhecido… – respondeu.

— Rum… – fechou a expressão. — Abre o olho amiga! – bateu em suas pernas. — Abre o olho porque essa chefe tá sendo prestativa demais para o meu gosto!

— Assim você me deixa angustiada, sabia? – seu estômago revirou ao refletir as palavras do rapaz.

— Claro que Rachel é um anjo aqui na terra, e nós confiamos nela! Mas essa chefe aí, não sei não… – apertou os olhos pensativo.

— Podemos mudar de assunto, por favor? – pediu.

— Claro, desculpe! Você ainda não almoçou não é? – mudou de assunto. — Queria dizer que nem eu. Inclusive estou morrendo de fome!

— Vamos pedir alguma coisa?

— Eu queria saber o dia que vai ter comida nessa casa!

— Se está incomodado, vai fazer! – deu um peteleco na orelha de Fred.

— Não me agride, sua brutamontes! – torceu o rosto formando uma forçada expressão de dor. — Não vou fazer nada porque não sou seu pregado. Vamos pedir! – bufou.


Após o almoço, Fred ligou para Rachel, a convidando para juntar-se a eles. Mas a garota rejeitou o convite, alegando dor de cabeça e cansaço. O que acabou não sendo ruim. Pois os  dois passaram um domingo agradável, como há muito não tempo não tinham juntos. Relembraram os tempos da faculdade, das viagens e loucuras que tinham feito juntos. Eles se amavam e se apoiavam em tudo.


***


Mais uma semana se iniciava. Era segunda feira e dia de voltar ao trabalho. Já havia se passado o mês que Rachel foi ficar no lugar do rapaz que saiu de férias. Seu contrato era apenas para esse período, mas como a passagem dela tinha rendido bons frutos, Jéssica já havia dado esperanças de que ela seria contratada como funcionária. E era exatamente para discutir sobre esse assunto que Rachel estava indo até a agência.

Fleches da noite de sábado vieram em sua mente. Jéssica mergulhando na piscina, a conversa que tiveram, elas abraçadas, e o beijo que a chefe havia roubado. A garota passou a maior parte do dia tentando esquecer essa cena. Achou que se não pensasse, seria como se nunca tivesse acontecido.

E foi isso o que ela decidiu fazer; agir com naturalidade. Como se nada tivesse acontecido. Afinal de contas, não queria prejudicar seu namoro e muito menos sua carreira por causa de um momento de fraqueza de sua chefe.

Assim que chegou na empresa, foi logo ver Olívia. Pois mal tinham se falado no dia anterior.


— Bom dia meu amor! – cumprimentou a namorada que estava sozinha em sua sala, com um beijo na bochecha. — Vim para uma reunião com Jéssica.

— Oi… – sorriu ao vê-la. — Bom dia, meu bem. Está se sentindo melhor dá dor de cabeça?

— Estou… E você, tudo bem?

— Sim. Comigo tudo bem.

— Onde está Felipe? – perguntou olhando para a mesa dele que estava vazia.

— Ele recebeu três dias de atestado por causa daquela queda.

— Ah… E como ele está?

— Bem, eu acho! Que horas é a sua reunião? – perguntou.

— Às 11:00h. Que horas são?

— 10h:55min. – respondeu olhando em seu relógio de pulso.

— Acho melhor eu ir andando… – prensou os lábios apressada.

— Não sem antes me dar um beijo! – Olívia ficou de pé e beijou sua namorada. Que mal retribui seu gesto. — Algum problema, amor? – pergunta notando a distância da outra.

— Não. É que estou um pouco nervosa, só isso… Acho que vou ser contratada!

— Não fique nervosa, você sabe que é a melhor publicitária do mundo.

— Não exagera também! – riu dando um abraço na morena. — Eu já vou. Quando sair de lá passou aqui.

— Podemos almoçar juntas.

— Combinado! – deu um selinho em Olívia e em seguida saiu da sala. Se direcionando para a da chefe.


Rachel bateu na porta e quando ouviu Jéssica autorizar, entrou.


— Rachel! Que pontual! – a mulher abriu um sorriso ao vê-la. — Venha, entre.


Rachel caminhou em direção a ela e sentou-se na cadeira a sua frente.


— Bom dia, Jéssica. Aqui estou! – iniciou nervosa.

— Que bom. Fico feliz que esteja aqui. Temos muitos negócios a tratar…


A mulher iniciou a reunião agradecendo pela dedicação de Rachel a empresa, e não dispensou elogios ao seu trabalho.


— Rachel eu gosto muito de você e te admiro como pessoa, então não vou mentir. Eu quero te contratar e acho que isso já é mais do que óbvio! Mas tem uma coisa que eu não posso esconder de você.

— O que é? – perguntou com um nó já se formando em sua garganta.

— O pessoal da livraria Cultura Inglesa tem interesse em te contratar para o time de marketing deles.

— Oh… sério? – questionou surpresa. Ela realmente não fazia ideia.

— Seríssimo! Hoje eles me ligaram para reforçar sobre nossa ida a Inglaterra. Querem que isso aconteça o mais rápido possível.

— Mas Jéssica, estou com uma dúvida.

— Pode falar!

— Nós somos a primeira equipe a fazer publicidade para eles. Que eu saiba, nós somos o marketing deles aqui no Brasil.

— Pois é, Rachel. Sobre isso eu não sei. Das duas uma: ou eles querem abrir a própria empresa de marketing e te contratar como chefe, ou eles querem você na Inglaterra.


A garota estava boquiaberta. Era muita informação para processar. Num dia só, foram duas ofertas de emprego. Uma delas com possibilidade de morar fora. A sensação que ela tinha, era de que seu peito ia explodir de tanta felicidade. Ela mal via a hora de sair de lá e contar tudo para Olívia, sua mãe e também para seus amigos.


— Calma aí… Eu não estou conseguindo acreditar. Você tem certeza disso?

— É claro! – afirmou. — Mas eu não deveria estar te contando isso. Porque eles só vão fazer a proposta lá na Inglaterra. Só que eu achei melhor te falar antes, já que eu também estou querendo te contratar. Não seria justo guardar esse segredo…

— Jéssica… Eu… – sorria numa mistura de sentimentos.

— Claro que não precisa dizer nada agora. Mas se você quiser pode ficar trabalhando aqui por enquanto. Eu iria adorar ter sua companhia por mais tempo… – apoiou os cotovelos sobre a mesa e inclinou o corpo para frente.


Rachel ficou sem graça com Jéssica a encarando daquele jeito. Então resolveu mudar de assunto.


— E a viagem. Para quando é?

— Sim, vamos falar disso. Como eu já tinha te falado, tem a questão do seu visto. Eu contei pra eles que você ainda não possui e eles disseram que podem agilizar isso. Então você só vai precisar se preocupar em mandar os documentos e fornecer os dados que eles irão te pedir. Eu já mandei todos os seus contatos e logo eles irão te procurar.

— Eu não tenho nem roupa pra isso, você acredita? – sorriu tímida.

— Ah, é normal… – tranquilizou-a. — Se você quiser podemos ir juntas ao shopping fazer umas compras. Eu também preciso de roupas novas.



***


Olívia estava em frente ao computador, digitalizando um desenho que acabara de fazer para logomarca de uma paleteria, quando o seu ramal toca.


— Alô! – diz atendendo o telefone que ficava em sua bancada de trabalho. — Quem? – questiona surpresa ao ouvir algo do outro lado da linha. — Ah sim… pode deixar entrar. É meu amigo! – respondeu simpática. — Obrigada também. Tchau. – devolveu o telefone ao gancho em uma expressão pensativa.


Menos de um minuto depois, alguém bate em sua porta.


— Entra! – autorizou.

— Ou meu anjo, olha quem veio te fazer uma visita! – abriu os braços para abraçar a morena.

— O que você está fazendo aqui, seu maluco! – questiona o amigo que já estava a abraçando.

— Estava passando por perto e pensei em vir te fazer uma visita! Não pode?

— Pode! Só acho estranho que em pleno horário de serviço você esteja por aqui, Fred. – o olhou desconfiada.

— Ai, tudo bem… – estalou a língua no céu da boca. —  Vou te contar a verdade… Eu menti para o meu chefe e disse que comi algo que não me fez bem para poder largar cedo.

— Por que você fez isso, criatura?

— Porque eu fiquei curioso pra conhecer sua chefe. Vim tirar minhas próprias conclusões. E você sabe que eu tenho um detector de piranhas né. – colocou as mãos na cintura. — Dá um jeito de nos apresentar, Olívia! – ele não estava fazendo um pedido. E a morena já sabia que Fred não ia parar até que cedesse.

— Ela está em reunião agora. – decidiu não discutir. — Com Rachel, inclusive… É melhor você sentar e esperar. – apontou uma cadeira vazia.

— Eu espero. Ai deixa eu ver sua sala primeiro! – Fred anda por cada canto da sala, senta na cadeira de Olívia, mexe em seu computador, olha seus equipamentos de digitalização e sua mesa de criação. — Eu gostei. É bem equipada. – elogiou.

— Não é grande coisa. Eu já vi melhores…

— A que horas acaba essa reunião? – pergunta Fred após meia hora de espera.

— Já deveria ter acabado… – olha seu relógio. — É estranho. Será que devo ir lá ver se está tudo bem?

— Começou a que horas essa reunião? – pergunta desconfiado.

— 11:00 horas. – respondeu.

— Já são meio dia e meia. Vai lá amiga! Entra como quem não quer nada e olha se está tudo bem.

— Tem razão, Fred. Eu vou lá. Me espera aqui.


A morena vai em direção a sala da chefe. Ao se aproximar, ela escuta o barulho de risadas e parando em frente a porta, pôde identificar que elas vinham de Rachel e Jéssica.

Questionou em sua mente o que poderia ser tão engraçado em uma reunião de trabalho. Travou uma batalha com sua consciência entre bater na porta e interrompê-las, ou ir embora.

No final, deu de ombros batendo na porta. As risadas pararam e Olívia ouviu o som de saltos ecoando sobre o piso. Segundos depois a porta foi aberta por Jéssica.


— Pois não? – a loira observava Olívia.

— Eu vim ver se já terminaram. É que estou saindo para almoçar…

— Ah, claro… – deu um meio sorriso abrindo espaço para Olívia passar.

— Liv! – Rachel exclamou levantando-se da mesa que possuía embalagens de refrigerante vazias e pratos descartáveis com resto de comida.

— Eu vim te chamar para almoçar. Mas parece que cheguei tarde! – disse cruzando os braços.

— Foi minha culpa, Olívia. Pedi meu almoço porque estava com fome e insisti para que Rachel me acompanhasse. – Jéssica explicou tranquilamente.


Olívia não sabia de quem sentia mais raiva naquele momento. Se era de si mesma, pois achava que estava sobrando ali no meio delas e fazendo papel de boba. De Rachel, por ter aceitado o convite de Jéssica, mesmo depois de já terem combinado de almoçar juntas; Ou se era de Jéssica. Afinal, desde quando ela almoçava com funcionários? Desde quando ela era tão gentil assim?

Milhões de questionamentos passavam pela cabeça da morena, enquanto ela entreolhava as duas.



Notas Finais


Eu trouxe o Fred pra esse capítulo pra quem estava com saudade e sempre pergunta por ele.
Meninas comentem aqui comigo, eu preciso saber o que estão achando desse conflito com a chefe.
Nós passamos dos 300 likes, eu estou muito feliz porque no começo achava que não chegaria nem a 100. Então pra comemorar, eu tenho mais três capítulos escritos que irei postar ao decorrer do mês, ou talvez da semana. Vai depender, porque ainda tenho que revisar. (Aliás se alguém quiser se habilitar pra revisar é só me mandar uma mensagem. Você ainda vai ser privilegiada de poder ler tudo em primeira mão 😂😂)
Mas enfim... Comentem porque aqui não é American Horror Story pra ter fantasma não. Eu hein!

Beijos e até a próxima.


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