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História Herança Veela - Capítulo 2 - Na toca do predador


Escrita por: AmandaRoss

Notas do Autor


Que. Sono.
Mas eu queria muito postar a tempo para vocês, então... Aqui está!
Antes de qualquer coisa, tenho que esclarecer que o que eu tinha pensado inicialmente, faz o que tem aqui se parecer com uma história de ninar, é sério, eu tenho vergonha só de lembrar. Aí eu pensei "poxa vida, que pesado viu... Talvez não..." Mas eu sei muito bem que vocês gostam sim de uma putaria, então não ficou tão hardcore, ficou só... Hum... Middlecore? '-' Ok, como eu disse. Sono.
Boa noite gente, bjs pra quem acorda 5h amanhã. Pra todo mundo na verdade, aproveitem o capítulo, espero que gostem.

Beijos!

Capítulo 34 - Capítulo 2 - Na toca do predador


Capítulo 02 – Na toca do predador

 

 

Estava frio. Estava escuro. Harry tinha plena consciência de seu corpo, sabia estar deitado em algum lugar duro, provavelmente o chão, mas encontrava serias dificuldades em mexer seus braços e pernas, pareciam pesar mil quilos cada.

 

Ao tentar abrir os olhos, percebeu que não conseguia de forma alguma, tinha algo impedindo. Estava vendado?

 

*clic*

 

Ele ouviu o ruído sútil, seguido pelo leve som do atrito de panos, fazendo seu corpo se arrepiar de tensão imediata. 

 

   - Unph... - Ele tentou falar, perguntar quem estava ali, mas tinha algo em sua boca, impedindo de fechar e obstruindo a fala.

 

Sentiu seu coração começar a bater cada vez mais forte, até o ponto que parecia que ia sair de seu peito. Estava se tornando difícil de respirar. Onde ele estava? O que estava acontecendo?

 

*clic*

 

*clic*

 

Enquanto tentava se mexer, descobriu que por mais que tentasse, que mesmo que estivesse recuperando a sensibilidade dos membros, não conseguiria sair dali, pois estava com os tornozelos atados e os pulsos amarrados nas costas.

 

Por tudo que era mais sagrado, o que estava acontecendo? Era só mais um sonho ruim? Voldemort conseguira pega-lo novamente? Harry não fazia ideia, apenas queria que aquilo acabasse logo, estava com medo, estava confuso. Ainda assim, tentou se manter calmo, a última coisa que queria agora era parecer fraco e com medo... Por mais que fosse exatamente essa a forma como se sentia.

 

A última coisa que se lembrava era de estar sentado na frente da casa de seus tios, esperando e então... Tudo escureceu de repente e agora ele estava ali. Onde quer que "ali" fosse.

 

 

   - Uhnm... - Tentou novamente, se mexendo o máximo que conseguia. Apenas conseguiu se encolher mais.

 

   - Ora ora... Vejo que já acordou. - Seu corpo gelou ao ouvir a voz grave de um homem. Harry sabia que era familiar, mas não conseguia dizer exatamente quem era. De um comensal, talvez? - Bem a tempo de se juntar a brincadeira.

 

Harry continuou a tentar se mexer, forçando as cordas em seus pulsos e tornozelos, mas estavam bem amarrados, nunca conseguiria se soltar daquela forma. 

 

   - Agora, por favor, não se mexa tanto, estou pegando seu melhor angulo. - O homem falou calmamente com a voz mais normal possível, como se estivesse falando com um adolescente tirando a foto para o livro do ano. - Ah, essas fotos estão ficando ótimas, você vale ouro garoto.

 

*clic clic clic clic*

 

   - E eu sei do que estou falando, sabe? Já vendi vários. Mas nenhum como você. - Ouviu uma risada a rouca e breve, parecendo satisfeita - Eu ficaria com você só para mim se não soubesse a fortuna que você deve custar.

 

*clic clic*

 

   - Desde o dia em que te vi naquele parque, sabia que tinha feito a escolha certa. - Harry continuava a forçar as cordas, não por ter esperanças de se soltar, apenas por que era a única coisa que poderia fazer enquanto sua cabeça parecia que iria explodir com tantos pensamentos. A situação parecia absurda, mas ao mesmo tempo real demais para encarar. O peso daquelas palavras fazia com que ele se sentisse enjoado. - Você facilitou muito, quase não teve graça. Seus pais nunca te disseram para não aceitar doces de estranhos?

 

Com um flash de imagens, ele finalmente identificava a voz. Na sua cabeça as lembranças de um homem grisalho com um suéter cor de rosa e lhe oferecendo uma barra de chocolate passavam com uma nitidez quase dolorosa. Lembrava-se também de ter comido o chocolate e logo depois... Ali estava ele. Que droga! Como ele poderia imaginar que de todas as coisas que poderiam acontecer... Nunca imaginou que com Voldemort o perseguindo, ele devesse se preocupar em ser sequestrado por um trouxa.

 

   - Bem, não importa agora, você nunca mais vai vê-los. - O tom de voz era extremamente neutro e calmo, indicando que Mr. Kandi apenas comentava isso, não se gabando ou amedrontando. Apenas comentando sua certeza. - Ok, preciso que meus clientes deem uma olhada melhor no produto. Por favor, seja um bom menino, sim?

 

Então Harry ouviu os passos se aproximarem, seu coração instantaneamente se acelerou mais ainda se é que era possível. Tentou se arrastar para longe, mas foi em vão, logo sentiu mãos o tocando, segurando e mantendo do jeito que estava.

 

   - Shi... Quietinho... - Ouviu a voz calma em seu ouvido, sem parar os toques, levantando seu moletom, expondo sua barriga. Com desespero ouviu o zíper de sua calça ser abaixado e então o botão de sua calça abrir.

 

   - Uhnmm! - Se mexeu violentamente, tentando impedir. Recebeu um carinho nos cabelos.

 

Com fortes e precisos puxões suas calças foram abaixadas.

 

   - Oh sim... Fique assim. - Harry tentou negar, se mexer, debater, fazer qualquer coisa.

 

*clic clic*

 

Harry estava completamente mortificado pela situação. Ao mesmo tempo que queria brigar, lutar, também queria apenas ficar ali, se enterrar o mais fundo que conseguisse. Nunca em toda sua vida, imaginou tal situação... Ele precisava de ajuda.

 

   - Você está tão tímido. Vamos, por que não se mostra um pouco pra mim? - Sentiu algo acariciar seu rosto, provavelmente a mão do homem. Tentou se afastar mas teve seu rosto firmemente mantido como estava pelo aperto do outro, suas bochechas doíam.

 

Então com um forte puxão, de repente tudo ficou claro. A venda foi tirada, mas ele ainda não conseguia ver onde estava com a luz machucando seu olho, fazendo lacrimejar levemente.

 

Aos poucos seus olhos foram se acostumando com a iluminação do ambiente. Rapidamente, Harry tentava reconhecer o lugar onde estava, procurando qualquer coisa familiar.

 

Parecia que estava em um porão, a iluminação era fraca e não tinha nada mais que poucos móveis empoeirados jogados pelo espaço, muitos deles quebrados, uma pilha de caixa de doces jogada no canto e ali no meio onde ele se encontrava, estava montado um "pequeno estúdio" com dois postes de iluminação apontados para ele, fonte da sensação incomoda em seus olhos. O chão era de concreto mas ele estava sobre um fino tapete preto. Não que isso fizesse diferença.

 

   - Gostou? - Repentinamente sua atenção se dirigiu ao homem parada atrás de si, ainda não o havia notado pois estava tentando achar qualquer coisa que o ajudasse a sair daquela situação. Mr. Kandi o observava de cima com um sorriso gentil nos lábios, segurava uma câmera ao lado do corpo. - Mas não vá se acostumar, ok? Logo acharei um novo lar e um dono para você. Tenho certeza que vão cuidar bem de você.

 

   - Mmhun- - Harry tentou falar, xingar o homem de coisas tão feias que até Voldemort se sentiria envergonhado. Mas como era inútil tentar articular alguma coisa, apenas encarou o mais velho da pior forma que conseguia.

 

*clic*

 

O flash o deixou cego por bons segundos.

 

   - Ah, esses olhos... Tenho certeza que valem mais que esmeraldas. - E riu da própria piada, parecendo satisfeito.

 

Pela primeira vez desde que acordara o moreno estava deixando o desespero consumi-lo. A situação parecia ir de mal a pior. Ele estava completamente subjugado a aquele homem, ele queria tanto poder fazer alguma coisa, qualquer coisa.

 

De repente, Harry reparou que o homem o encarava muito estranhamente, muito diferente de antes, quando parecia apenas analisar por detrás da câmera. Agora ele olhava em seus olhos intensamente. Mr. Kandi examinava cada traço de seu rosto com profundo interesse, Harry apenas o encarava de volta, tentando não parecer tão confuso quanto se sentia.

 

Sentiu um toque em sua perna e se retraiu de susto, porém não conseguiu afastar a mão do homem, por conta de limitação de seus movimentos. O mais velho agora observava seu corpo, com um olhar que Harry pedia aos céus para se esquecer. Tentou se debater enquanto a mão subia por suas coxas, a sensação de nojo crescendo cada vez mais.

 

Simplesmente não conseguia tira-lo de cima de si, não tinha nenhum controle sobre a situação. Essa noção só fazia seu desespero crescer mais e mais.

 

   - Sabe garoto... Que tal alguma diversão, antes de nossa despedida, hum? - A voz estava um tom mais grave, parecendo luxuriosa. Antes que Harry pudesse responder, ou qualquer coisa, sentiu um forte aperto com suas coxas, com certeza ficariam marcas.

 

Como Harry queria lhe chutar a cara nojenta naquele momento.

 

A mão passou pela parte de dentro das coxas, sensível ao toque, fazendo o menor se arrepiar de desgosto. Os dedos subiram pela barriga, arranhando e explorando sem pedir permissão, a câmera havia sido deixada de lado. 

 

O homem então, se debruçou sobre o menino, o suficiente para que Harry sentisse a respiração sufocante sobre seu rosto. A única coisa que podia fazer era encara-lo, tentando de alguma forma amedronta-lo com seu olhar, mas era impossível quando ele mesmo se sentia a ponto de explodir, não podendo fugir daquelas mãos que não paravam de toca-lo por sequer um segundo. De todas as sensações do mundo, aquela impotência diante seu carrasco com certeza era a pior. Não ficara tão inerte nem diante Voldemort, quem aquele homem achava que era?

 

Voldemort ou não, poder ou não, bruxo ou trouxa. Harry estava genuinamente com medo, tinha que admitir. Até agora tinha tentado reunir fragmento de sua coragem Grifinória, como já tinha cansado de ouvir, mas a cada toque, cada olhar nojento, fazia com que se sentisse pequeno.

 

Mr. Kandi chegou mais perto, imóvel pelo choque o pequeno não conseguiu se mover ao sentir algo molhado em seu pescoço. Tentou ir para longe, afastando seu corpo com violência e então tentando bater a cabeça contra o outro. Foi punido com uma mordida dolorosa em seu pescoço.

 

   - Shi... - Ouviu em eu ouvido, uma lagrima involuntária de dor escorreu pelo seu rosto. Então lenta e cruelmente ele ouviu a voz. - Seja um bom menino.

 

Então sentiu aquele objeto incomodo sendo retirado de sua boca, suas bochechas com certeza estavam marcadas e sua mandíbula dolorida. Mr. Kandi estava completamente sobre si ele simplesmente não conseguia se mover, mal respirava. A repulsa era mais forte do que seu medo agora, enquanto sentia a barba arrastando por seu rosto, a boca nojenta passeado por seu pescoço até chegar em sua boca.

 

Harry mordeu com força, com raiva, até sentir o sangue que não era seu, escorrer por seus lábios. 

 

   - AAargh! - Mr. Kandi urrou de dor, pulando para longe e caindo em cima da própria câmera. O som de vidro se quebrando foi o suficiente para saber o que tinha acontecido, mesmo que Harry só pudesse ver o mais velho segurando a boca sangrenta. Sentia-se orgulhoso consigo mesmo ao ver o estrago que fizera, sem pensar nas consequências. - Seu pequeno pedaço de lixo!

 

A dor nublou seus pensamentos por breves segundos, teve seu rosto violentamente marcado por um tapa que fez sua visão embasar e a cabeça girar.

 

   - Você gosta de morder, não é? - O grisalho riu maliciosamente, levando as mãos até os botões de sua calça. - Pois morda isso e eu terei o maior prazer de arrancar-lhe dente por dente... Meus clientes vão me agradecer de qualquer forma.

 

Sentindo o corpo todo gelar, Harry observou completamente mortificado o mais velho tirar de dentro das vestes o próprio membro. Era grande e rosado e definitivamente a pior coisa que Harry vira em toda a sua vida, aquela visão fez seu estomago embrulhar, ele com certeza teria colocado o chocolate para fora se não tivesse sido agarrado pelos cabelos até ficar de joelho, gritou de dor, sendo ignorado e obrigado a se esforçar contra as cordas até ficar sobre os joelhos.

 

   - Abra a boca. 

 

Aquela frase o fez cerrar os dentes imediatamente e fechar os olhos com força, além de fazer seu estomago girar e o corpo inteiro gelar. Não acreditava no que estava acontecendo, não queria mais viver aquela situação, queria que qualquer coisa acontecesse agora, queria acordar.

 

Novamente teve seu cabelo sendo quase arrancado de sua cabeça, mas ainda sim firme nas mãos do outro, empurrando sua cabeça para frente.

 

   - Vamos, você vai gostar benzinho. Não me faça ir para a melhor parte agora. - Com um nojo que parecia possuir cada fibra do seu ser, Harry sentiu algo tocar seu rosto, molhando e arrastando por sua bochecha. Ele sabia o que era, mas nunca se atreveria a abrir os olhos, muito menos a boca.

 

   - Abra logo a maldita boca! - E recebeu mais um tapa, dessa vez tão forte que o jogou no chão.

 

Harry ouviu um leve tinido de vidro sobre vidro e sentiu que caíra próximo a câmera quebrada. Rapidamente sua mente trabalhou, provavelmente pela situação e a adrenalina ou seu cérebro nunca poderia funcionar tão rapidamente. De qualquer forma, tateou o mais discretamente que conseguiu até achar um caco de vidro, um pouco maior que uma moeda, mas o suficiente.

 

Enquanto estava deitado no chão, tentando cortar as cordas que prendiam seus pulsos, Harry observou com o coração acelerado enquanto Mr. Kandi se afastava, andando até uma mesa que até agora não havia reparado. O homem pegou algo ali de cima e se virou, Harry pode observar a seringa cheia de um líquido transparente, como veritasserum, mas ele sabia que nem de longe era.

 

   - Se não quer cooperar, tenho que ajuda-lo a ficar um pouco mais... Confortável. - Ele pressionou a seringa, fazendo um pouco de líquido espirrar enquanto encarava debochado o menino.

 

Merlin, só mais um pouco, por favor...

 

As cordas eram grossas, estava demorando a cortar. Harry só precisa de sua varinha, no bolso do casaco. Contava que ainda estivesse ali, aliás.

 

O homem estava a poucos passos de distancia quando o menor conseguiu contar a última corda. Já se colocava sobre um dos joelhos para injetar o que quer que fosse no moreno. 

 

   - Agora, por favor não se mova, ou vai acabar se machucan-

 

   - ESTUPORE! - Com os movimentos mais rápidos de toda sua vida, Harry se soltou das cordas e pegou a varinha do bolso, rapidamente apontando para o homem.

O raio de luz vermelha o atingiu em cheio, jogando-o na outra parede. Mr. Kandi caiu como se fosse um boneco no chão, ali permanecendo.

 

Harry ainda estava estático com o braço no ar e a varinha apontada para o nada, seus olhos encaravam o corpo caído no chão, todo o seu corpo parecia dormente com o súbito alivio, depois de tão puro desespero. 

 

Sem esperar muito tempo ele rapidamente desamarrou os pés e arrumou suas roupas, se levantou e limpou o próprio rosto com força, deixando ainda mais dolorido a pele ainda sensível pelos tapas. Sentia-se tão sujo que não se importava com a dor, queria mais é arrancar a pele em que aquilo havia tocado.

 

Sentindo novamente uma onda de desespero, olhou ao redor procurando a saída. Pensou em ver se o homem estava vivo ou não, pensou em amarra-lo, em talvez ligar para a polícia ou para qualquer ajuda, mas por fim apenas decidiu que queria ir embora, o mais longe possível de tudo aquilo. Ainda conseguia ouvir o som perturbador da voz do homem enquanto o tocava.

 

Localizou as escadas no canto do cômodo, saiu deixando o corpo para trás, as escadas levavam até um alçapão, o abriu e se descobriu em um quarto, tão normal que parecia uma brincadeira cruel depois de tudo. Estava todo arrumado e decorado em tons que combinavam, parecendo um quarto de revista, sem observar demais saiu pela porta, andando pela casa normal como se fosse um sonho estranho. Passou por um corredor, á conseguia ver a porta de saída, mas antes porém não conseguiu deixar escapar um detalhe perturbador.

 

As paredes do corredor estavam cheias de porta retratos, poderia ser uma coisa normal se não fossem o fato de cada foto possuir uma criança diferente. Elas sorriam nas fotos, porém não para a câmera, como se não soubessem que haviam sido fotografadas. Como se tivesse levado mais um tapa, a mente de Harry girou ao se ver em uma das fotos, lá estava ele, sentado no balanço... Ele tinha sido escolhido desde o primeiro dia em que estivera naquele parque. Assim como todas aquelas outras crianças. Onde elas estavam agora? Onde ele poderia estar?

 

Com uma sensação de enjoou incomoda saiu o quanto antes daquela casa, deixando pra trás a porta aberta, com a sútil esperança  que alguém, qualquer um, entrasse ali e descobrisse a monstruosa verdade. 

 

Ao chegar na rua, imediatamente reconheceu o lugar como sendo a rua próxima a casa de seus tios, era próximo ao parque também.

 

Ninguém nunca desconfiou do gentil vendedor de doces.

 

Sentindo-se tonto Harry andou quase correndo se pudesse até alfeneiros número quatro. Era noite ainda, provavelmente de madrugada, de certa forma se sentia agradecido por isso, então ninguém poderia vê-lo agora. Rezava para que seus tios estivessem em casa, dormindo. 

 

Sem perceber quanto tempo se passou ou pelo caminho que deixou para trás, ele chegou até a casa. O carro estava ali, mas a porta obviamente não estava aberta. Harry se lembrou que a tia gostava de deixar a janela da cozinha que dava para o jardim um pouco aberta quando estavam em casa, para que não ficasse abafada durante o verão.

 

Felizmente ele estava certo, entrou o mais silenciosamente me casa, notando a cruel normalidade ali dentro. Em silencio andou até o banheiro, não se importando em fazer barulho quando ligou o chuveiro. Logo entrando debaixo dele e se esfregando com força. 

 

Queria tirar a sujeira de si, tentando apagar os toques, a respiração contra sua pele, o gemido rouco em seu pescoço...

 

Harry não notou que arranhava com força a própria pele,  marcando e até machucando. Não notou a movimentação na casa.

 

   - GAROTO! – Ouviu o berro atrás da porta, seguido por socos na madeira – O que pensa que está fazendo? Gastando nossa água uma hora dessas! Saia já daí!

 

Sem ter forças para responder, Harry desligou o chuveiro. Ouvindo os pesados passos se afastarem.  Não se sentindo nem um pouco melhor, ele saiu do banheiro. Indo para o próprio quarto e se deitando na cama, imediatamente se encolhendo e abraçando as próprias pernas.

 

Finalmente todo o peso daquela noite caia em cima dele e a primeira lágrima de desespera escorria, ele não conseguia acreditar em tudo ainda... Nunca e sentira tão miserável em toda sua vida.

 

Queria tanto ajuda naquele momento, de seus amigos, de Sirius... Qualquer um. Porém ao mesmo tempo não queria que ninguém soubesse do que acontecera, era muita humilhação. 

 

Ninguém nunca poderia saber disso, o que ele faria se seus amigos soubessem disso? Uma coisa era fugir de Voldemort, outra era ser sequestrado simplesmente por “Ter aceitado doces de um estranho”. A culpa era toda dele, talvez ele até mesmo merecesse tudo aquilo no final... Por ser tão descuidado.

Então, no meio de seus devaneios Harry se pegou pensando no corpo do Mr. Kandi naquele porão... 

 

Com seu corpo gelando, lembrou-se que ele sabia onde morava.

 

Com desespero percebeu o terror de sua situação. Ainda não estava a salvo, definitivamente.

 

Porém, antes que pudesse surtar de desespero, uma coruja entrou pela janela aberta do quarto, deixando uma carta aos pés da cama e voando para fora novamente. 

 

Harry olhou a carta por breves segundos, esquecendo-se da situação por instantes. Com as mãos levemente tremulas, pegou o papel e abriu. O que leu, se possível, fez seu coração afundar ainda mais. 

 

"Caro Sr. Potter,

 

Recebemos informação de que realizou o feitiço um feitiço estupurante ás três vinte e três desta noite em um trouxa. A severidade desta violação do Decreto de Restrição a Magia Para Menores resultou na sua expulsão da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Os representantes do Ministério irão á sua casa em breve para destruir sua varinha.

 

Como já deve ter recebido um aviso oficial por ofensa sob a Seção 13 do Estatuto de Sigilo da Confederação Internacional dos Bruxos, nós lamentamos informar que sua presença é requerida numa audiência disciplinar no Ministério da Magia ás 9 horas da manha do dia doze de agosto.

 

Esperando que esteja bem,

 

Sinceramente,

 

Mafalda Hopkirk

 

Departamento de Uso Impróprio da Magia

 

Mistério da Magia"


Notas Finais


B-E-I-J-O-S!

E não esqueçam de comentar, é de graça e indolor!


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