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História Herdeira da Luz e da Escuridão - Por aqueles que vivem


Escrita por: Hera_Bitch

Notas do Autor


☆ ☆ ☆ Glossário da Hera ☆ ☆ ☆
Título honorífico "Senpai" – Mestre, professor, mentor; Usado com pessoa que tem mais experiência do que outra.

Capítulo 104 - Por aqueles que vivem


Fanfic / Fanfiction Herdeira da Luz e da Escuridão - Por aqueles que vivem

“Vivemos em um mundo onde tudo tem preço, mas quase nada tem valor, e as poucas coisas que tem valor, poucos sabem valorizar.”

– Clarice Lispector

 

POV Amaya Uzumaki

Agora o último..., pensei ao começar a me aproximar do campo de treinamento onde o Kakashi deveria estar. Mal posso esperar para ver a cara dele quando descobrir sobre sua promoção. Sorri fraco. Ele trabalhou muito pra isso e realmente merece ser jounin.

Mas algo fez com que meu sorriso sob a máscara se desfizesse aos poucos. Uma preocupação e clara incomodação que não sairia da minha mente tão cedo.

Quando fui promovida, o Kakashi disse que era tradição presentear àqueles que viram jounins. O que posso escolher pra ele?

Segurei o pingente que estava na gargantilha em meu pescoço, o presente que o platinado tinha me dado e que especialmente na Anbu ganhara um significado muito importante para mim.

No entanto, como que para me salvar da minha própria mente a ponderar escolhas de presentes ao Hatake, avistei os cabelos acinzentados mesmo ainda longe e deixei meus pensamentos se perderem da linha que estavam traçando segundos antes.

Parei no galho de uma das árvores próximas, mantendo-me fora da visão do Kakashi, bem como com meu chakra completamente suprimido. O Hatake estava com a Sabre de Chakra da Luz Branca em mãos, treinando sua postura e manuseio em movimento.

Ele melhorou muito..., ponderei. Sua base e firmamento no chão estão impecáveis, assim como o fechamento a qualquer tipo de abertura para que um inimigo adentre sua guarda.

Meu olhar acompanhava o movimentar de seus braços e mãos com a tantō, assim como o rastro de chakra branco que a mesma emitia a cada corte no ar. Não existe arma mais característica aos membros do clã Hatake que essa..., divaguei e sorri fraco.

Deixei meu corpo pender para trás, descendo assim do alto da árvore em que estava. Meus pés tocaram o solo suavemente e praticamente sem qualquer som, mas mesmo assim o Kakashi parou seus movimentos e trouxe sua atenção a mim.

– Então você estava mesmo aqui... – Ele falou enquanto me aproximava de si.

– Conseguiu me notar antes? – Perguntei de maneira calma e tirei minha máscara.

– Sim, mas achei que tivesse me enganado – O Hatake começou a andar junto comigo, me acompanhando sem pressa – Embora você não deixe nenhuma presença do seu chakra ou sons serem notados, seu cheiro ainda te entrega – Ele embainhou sua tantō – E por estar andando com seu cabelo solto assim é mais fácil pra eu perceber.

– Você decorou o cheiro do meu... Shampoo? – Perguntei com uma sobrancelha arqueada e cruzando meus braços em seguida.

– Anos de convivência com você, estranha, me obrigaram a decorar – O Kakashi dramatizou um pouco em seu tom.

– E você ainda diz que eu sou a estranha, baka... – Falei e acabamos rindo em seguida.

– Bem, o que aconteceu para que não esteja em missão agora? – O Hatake questionou pouco depois.

– Ainda estou em missão – O elucidei tranquilamente – E consiste em te arrastar até o prédio do Hokage – A expressão do Kakashi ficou um pouco mais séria, um sinal de preocupação.

– Você sabe sobre o que é a convocação? – Ele perguntou.

– Claro – Falei e sorri – Mas você só vai saber quando estivermos lá – E no instante seguinte comecei a correr, notando o Kakashi o fazer logo em seguida rindo.

POV Narradora

Amaya estava parada no corredor que levava à sala do Hokage, fora da vista de qualquer um que pudesse passar por ali. Apenas esperando perto de uma das janelas.

Kakashi entrara há alguns minutos para falar com o Sandaime, ainda sem saber a razão disso. Naquele meio tempo, um Anbu viera ao encontro da Uzumaki passar-lhe informações sobre sua próxima missão, essa onde a ruiva agiria pela primeira vez como capitã.

Naquela semana ela e sua equipe iriam ao campo de batalha na Aldeia da Grama para dar suporte aos grupos que já estavam em combate por lá.

Foi nesse momento que a Uzumaki também foi informada que Minato e seu time seriam enviados para uma missão com base nos documentos que ela recuperara de Iwa: Para a destruição da Ponte Kannabi, onde Kakashi atuaria como capitão.

Embora os olhos da garota estivessem perdidos pela paisagem e sua mente vagasse com mil e um tipos de pensamentos diferentes após a partida do Anbu, ela notou quando a porta de madeira da sala próxima se abrira e a figura de cabelos platinados passara pela mesma.

E pela segunda vez naquele dia seus pensamentos se esvaíram para dar atenção ao Hatake.

Os olhos dele recaíram sobre a ruiva que estava um pouco mais afastada e a Uzumaki sorrira: Primeiro em divertimento pela surpresa e confusão na feição do Kakashi, e em segundo pela felicidade sincera que sentia pelo outro naquele momento.

– Parabéns pela promoção, capitão – A ruiva disse assim que o Hatake se aproximou.

– Então você já sabia sobre a promoção e a missão... – Kakashi falou com um sorriso fraco sob a máscara.

– A segunda só fiquei sabendo a uns minutos – Amaya disse descontraída – Mas de verdade, parabéns – Ela o encarou com um sorriso – Você realmente merece isso. E quanto ao seu presente... – O Hatake a interrompeu.

– Não se preocupe com isso, você nem deve estar tendo tempo livre agora que está na Anbu – A ruiva riu fraco.

– Bem, agora parece que vou ter um pouco mais – Ele a encarou sem entender – Minha próxima missão é só no final da semana, como capitã.

– Espera, você foi promovida à capitã na Anbu? – Kakashi questionou rapidamente a ruiva e ela assentiu.

– Eu não estava buscando isso, mas pelo meu desempenho os capitães o solicitaram – Ela falou completamente despreocupada.

Kakashi precisou piscar algumas vezes diante do que a Uzumaki lhe dissera. Não havia prepotência em sua voz por ter conseguido aquela posição na organização, ela apenas... Não considerava aquilo algo grandioso como realmente era.

Embora não fizesse parte ou soubesse muito sobre a Anbu, o Hatake sabia sobre a falta de kunoichis que a organização tinha – era um problema até dos ninjas comuns da aldeia.

E ele saber sobre a promoção por indicações de outros capitães à Amaya era algo que qualquer outra pessoa no lugar da Uzumaki estaria se vangloriando. Era algo único.

Mas é da Amaya que estamos falando..., o Hatake pensou e riu fraco, fazendo com que a ruiva o encarasse sem entender o motivo de seu divertimento.

– Parece que combinamos de assumir os papéis de capitães juntos, não é? – Kakashi perguntou e a ruiva riu, concordando.

– Bem... – A Uzumaki falou e levou seus olhos ao Hatake – Agimos quase sempre como opostos complementares, dessa vez não poderia ser diferente.

Por “opostos complementares” a ruiva brincava com o significado de Yin e Yang, o símbolo dos colares de ambos – e que claramente os melhor representava. Foi nesse momento que o Kakashi deixou seus olhos irem até a gargantilha que a Uzumaki usava junto do uniforme da Anbu.

– Por que você escolheu usar o colar? – Ele perguntou com um tom levemente mais sério, ainda que curioso a respeito – Digo, mesmo estando em serviço na Anbu?

Amaya chegou a entreabrir seus lábios para responder a pergunta do Hatake, porém sua mente lhe fizera parar ao recordar de um acontecimento em particular de não muito tempo atrás. E um sorriso tomou sua expressão.

– Essa é a segunda vez que me perguntam isso... – Ela falou com um tom mais baixo e levou em seguida seus olhos aos do garoto diante dela – Depois da missão dessa semana vou te contar – Ela disse tranquilamente.

– Depois da missão? Por quê? – O Hatake perguntou rapidamente e a Uzumaki riu fraco.

– Depois a curiosa sou eu... – Ela falou sorrindo – Só digo que isso me lembrou de um lugar e também do que poderia ser seu presente pela promoção a jounin.

– Já disse pra não se preocupar com essa coisa de presente... – Kakashi tentou contestar a ruiva.

– Tarde demais – Ela disse num tom divertido e recolocou sua máscara, levantando sua mão em meio selo para usar-se do Hiraishin e sumir dali.

Dias depois...

POV Amaya Uzumaki

A situação no campo de batalha estava bem pior do que havia chegado a considerar. Embora Konoha tivesse enviado muitos esquadrões para lidar com os inimigos presentes na Aldeia da Grama, parecia que mesmo assim não supria a quantidade de ninjas de Iwa.

Respirei fundo uma última vez para manter minha calma a prevalecer sobre a preocupação com todos os que conhecia e que estavam em combate naquele momento, meu pai e amigos que deviam estar indo, bem como pelos que iriam em seguida ao meu comando.

Me afastei da beira do planalto que dava visão quase que total ao território da Aldeia da Grama e tornei até os Anbus que me aguardavam pouco mais para trás, ocultados da visão de qualquer um, inimigos ou aliados de Konoha.

– Nos dividiremos em times menores – Comecei explicando meu planejamento – Nosso objetivo será garantir o suporte aos demais ninjas da aldeia em seus combates – Abri sobre o chão o mapa que trouxera da geografia da Grama – Há pelo menos seis focos principais batalhando agora – Os indiquei no mapa – Vamos nos encaminhar para eles – Os encarei sob minha máscara – Mas antes preciso que cada um me diga as naturezas de chakra com quem tem afinidade e que desenvolveram também.

A contar comigo haviam 31 pessoas naquele esquadrão. Decorar as informações sobre cada um para usar-se no campo não era algo que alguém conseguiria fazer com tanta facilidade se não os conhecesse anteriormente. Nesse tipo de situação é que me sinto bem por ter uma memória acima do normal..., pensei.

E embora pudesse notar certa dúvida nos olhares dos Anbus quanto a isso, todos acataram meu pedido e informaram as naturezas com quem trabalhavam.

– Os times serão sempre de cinco pessoas, três focarão no combate ofensivo contra o inimigo e serão os suportes uns dos outros. Os dois demais membros agirão defensivamente, dando auxílio aos nossos companheiros de aldeia – Levei meus olhos a eles – Não coloquem-se em uma situação suicida ou entreguem seus companheiros para atingirem o inimigo – Foi possível notar certa inquietação com essa minha última instrução – As regras nos dizem o contrário, sim... – Tratei de explicar rapidamente – Mas não temos a necessidade de desperdiçar a vida de mais pessoas como já perdemos com essa guerra.

Sabia que alguns dos Anbus poderiam vir a não estarem à vontade com sua capitã lhes dizendo para irem contra uma das regras fundamentais do nosso Código de Conduta, porém, ao mesmo tempo entendia que alguns compartilhavam dessa mesma visão que eu – embora nunca a deixasse vir à tona.

– Terminaremos essa missão sem sacrificar a vida de mais ninguém – Determinei firme aos Anbus, a fim de deixar isso bem claro – Alguma pergunta ou sugestão? – Indaguei ao tomar em mãos o mapa da Aldeia da Grama para guardá-lo e notei alguns olhares desconcertados.

Não era comum... Não, não acontecia isso que eu acabara de fazer: Dar espaço para o posicionamento dos demais membros da Anbu. Os capitães geralmente eram aqueles que tinham a palavra final e sequer consideravam a daqueles que estavam a seu comando. E aqueles que tentavam ter sua voz ouvida eram barrados.

– Certo... – Falei em seguida pelo silêncio dos Anbus – Quero deixar algo claro à todos vocês, tanto para essa missão, como para qualquer outra que tenham a desempenhar comigo – Percorri meu olhar sobre eles – A opinião de cada um é importante para mim. Quero saber se tiverem qualquer coisa a sugerir, seja à favor ou contra o que lhes propuser – Expliquei com calma – Isso não é comum, eu sei. Mas suas vidas estão em minhas mãos hoje e não quero perder nenhuma. Disse antes e volto a repetir: Não temos a necessidade de desperdiçar a vida de mais ninguém como já perdemos nessa guerra – Parei por um instante – Então, alguém tem qualquer pergunta ou sugestão?

Os Anbus se entreolharam rapidamente, claramente tentando digerir aquela situação inusitada que lhes fora exposta. Alguns segundos passaram até que um dos Anbus levantasse receosamente sua mão.

– Diga, Renji-san – Falei com meus olhos voltados ao jovem que devia ser alguns anos mais velho que o meu irmão.

– Que tipo de critério você pretende usar para a composição dos times? – Ele questionou com um tom mais baixo.

– Preciso de seis times com cinco pessoas cada. Vocês poderão separar-se da maneira que se sentirem mais à vontade – Olhei os demais rapidamente – Trabalhar com quem já se tem afinidade traz uma taxa de sucesso maior, bem como segurança para compensar seus pontos fortes e fracos – O Renji assentiu, dando a entender que aquilo esclarecera sua dúvida.

– Capitã, posso sugerir que revezemos a posição de atuação em campo? – Outro Anbu se pronunciou, mas com um tom mais confiante para falar.

– Claro, Hiroki-san – Afirmei e levei minha atenção ao homem – Desde que mantenham a formação ofensiva e defensiva simultaneamente, sintam-se livres para atuarem como melhor se sentirem.

– Amaya-senpai, uma pergunta – Um Anbu que estava mais afastado de mim falou e o encarei – Nós trabalharemos em times, mas e quanto a você? Onde planejou agir?

– Eu serei o suporte dos seis times – Expliquei e peguei da minha bolsa de perna uma kunai – Um membro de cada equipe que estiver agindo defensivamente ficará com uma dessas. Todas são marcadas com meu selo de teleporte, então levá-la consigo fará com que eu possa surgir junto de vocês.

– Selo de teleporte? – Um Anbu perguntou – Como no jutsu do Relâmpago Amarelo? – Assenti.

– Não chego nem aos pés dele usando o Hiraishin, mas o domino o suficiente para dar vantagem em combate – Os encarei – Algo mais? – Eles negaram – Então vamos ao campo de batalha.

– Sim, senhora! – Os Anbus responderam em uníssono, dessa vez me passando uma maior tranquilidade e confiança em suas vozes.



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