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História Herdeira da Luz e da Escuridão - Além do próprio limite


Escrita por: Hera_Bitch

Notas do Autor


Olá, olá meus amores!
Como estão?
Bem, sei que dei uma demorada pra trazer o capítulo, mas hoje o dia não está sendo dos mais colaborativos... Mas cá estamos e com mais um capítulo, diga-se de passagem, bem tranquilo até que voltemos as emoções kkkkkk


☆ ☆ ☆ Glossário da Hera ☆ ☆ ☆
Fuuinjutsu – Técnicas de Selamento;
Hiraishin – Técnica do Deus Voador do Trovão.

Capítulo 53 - Além do próprio limite


Fanfic / Fanfiction Herdeira da Luz e da Escuridão - Além do próprio limite

 “Às vezes, o cansaço mental é mais forte do que o cansaço físico.”

– Shikamaru Nara – Naruto

 

POV Amaya Uzumaki

Meu primeiro dia de treinamento para o Exame Chunnin começou com a Kushina adentrando meu quarto esbanjando animação, pelo menos mais do que habitualmente ela apresentava.

Ela avisou que o Minato ainda estava dormindo e que aproveitaríamos aquilo para que ela pudesse me treinar sozinha e primeiro que o loiro. Não pude deixar de rir de seu comportamento.

Nós seguimos até uma área mais remota perto de casa, onde poderíamos ficar sem incômodo ou a perturbar outros moradores. O espaço era de uma vasta relva e com uma boa quantidade de árvores que preenchiam o local, sem ser densa como uma floresta.

A Kushina dispôs diversos pergaminhos que ela trouxera consigo no chão e nos acomodamos. Ela começou explicando sobre nossa cultura, do País do Redemoinho, já que o clã Uzumaki era considerado o maior especialista em fuuinjutsu de todos.

Nesse momento pude entender melhor o que levara a destruição do País do Redemoinho e quase total extermínio do nosso clã: Medo. Por temerem as técnicas de selamento do clã Uzumaki, os países inimigos buscaram erradicá-los para se protegerem.

A ruiva continuou suas explicações a respeito das técnicas de selamento, salientando que qualquer coisa poderia ser selada, fosse um simples objeto, até mesmo chakra e seres vivos. E essas técnicas também permitiam restringir dos movimentos de um alvo até seus chakras.

A Uzumaki escolheu começar nosso treino definitivamente me ajudando a desenvolver algo chamado de “estilo de selo”.

Ela explicou que normalmente as bases de selamento eram as mesmas, mas algumas exigiam do usuário uma afinidade maior, onde pudesse ser expressa a forma de selamento característica da pessoa que o usasse.

Meu selo era de base constituída por pequenos redemoinhos formantes e cinco inscrições centrais duplas, que lembravam pétalas de uma flor.

Depois dessas explicações e preparo, a Kushina me mostrou como algumas técnicas simples funcionavam. Essas mais simples não precisariam que eu recorresse ao meu estilo de selo ou uma grande concentração e uso de chakra.

A ruiva pareceu muito animada quando comecei a mostrar facilidade em dominar as técnicas que ela me ensinara – e eu igualmente estava entusiasmada com aquilo.

Não muito depois, prosseguimos então para técnicas mais avançadas e nelas comecei a notar o grau de dificuldade daquilo. Além de exigir mais chakra, a concentração e sutileza para controlar o selamento eram bem mais meticulosas.

Não sei dizer exatamente quando foi, mas em dado momento a Kushina sugeriu que eu desse uma pausa e descansasse um pouco para recuperar meu chakra. A ruiva também estava cansada, afinal, ela me acompanhara até o momento em todas as técnicas que estava me ensinando.

Estava com os olhos fechados, mas ainda atenta a tudo ao meu redor, tendo esse estado quase que natural para mim. Foi nesse meio tempo de descanso que senti o chakra do Minato se aproximando.

Permaneci deitada ainda recuperando meu chakra e a Kushina e o Minato conversaram brevemente sobre meu treino. A ruiva questionou o loiro sobre a técnica que ele me ensinaria em seguida.

Nesse momento não estava mais deitada, também estava curiosa a respeito, desde as palavras do Namikaze na noite anterior. Minato se sentou a minha frente e da Kushina, com um sorriso em sua expressão.

“Eu te ensinarei o Hiraishin...”

Aquela única frase do loiro me deixou sem reação por alguns instantes. Era a Técnica do Deus Voador do Trovão, a técnica que o Minato usava e poucas vezes pude vê-lo utilizando. E ele agora estava ali anunciando que me ensinaria.

A Kushina, diferente de mim, começou a discutir um pouco irritada com o Namikaze por ele ter escolhido aquela técnica. Ao que parecia, era um jutsu de rank S, o grau de dificuldade mais alto que um jutsu poderia classificado.

O loiro pediu então que eu respondesse uma pergunta, e que pela resposta eu e a Kushina entenderíamos a razão dele ter escolhido me ensinar sua técnica.

“Ontem você me perguntou o porquê de eu ter treinado tanto para ser o shinobi que sou hoje. Então devolvo a mesma questão: Por que você está buscando aprender mais técnicas?”

Sua pergunta me lembrou da mesma que a Kurenai e a Rin me fizeram no dia anterior, sobre o porque de eu estar sempre querendo aprender coisas novas.

“Para poder ter alguma certeza de que poderei proteger àqueles importantes para mim.”

Respondi simplesmente. Eu não desejava poder ou mesmo almejava unicamente posições de graduação; genin, chunnin, jounin... Nenhuma delas tinha significado verdadeira a meu ver.

Mas melhorar para poder ser forte o suficiente para proteger os outros com minhas próprias mãos...

Isso tinha um valor para mim. Era como nos momentos em que nosso corpo age sozinho e só nos damos conta depois. Meu corpo e mente agiam sozinhos quando se tratava de cuidar das pessoas.

Não existia outro motivo.

Notei o sorriso que crescia nos lábios da Kushina em seguida que respondi a pergunta do Minato. Ela parecia admirada. Foi então que o loiro me explicara porque tinha escolhido aquela técnica e o porquê tentaria me ensiná-la: Nós buscávamos a mesma coisa.

Ele havia visto seus colegas de equipe morrerem e não pôde fazer nada. O Namikaze contou que buscou então aprender anos atrás o Hiraishin para poder compensar com seus demais amigos e colegas da aldeia aquilo.

Ele não queria assistir mais pessoas importantes para ele morrerem.

E dessa vez o sorriso de admiração advinha de mim. Já tinha uma imagem mental venerável do Minato até aquele momento, mas com aquela sua revelação simpatizei novamente com ele. Era um sentimento bom.

☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆

Parei o treinamento com o Minato e a Kushina quase no fim da tarde. Ainda precisava ir me encontrar com a Rin para que fossemos ao treino de ninjutsu médico, e eu ainda precisava me recuperar um pouco.

Havia gasto muito chakra, e estava verdadeiramente cansada ao fim do treino. Como imaginava, colocar a Técnica do Deus Voador do Trovão à prática era difícil e muito complexa, mas mesmo assim estava começando a entendê-la aos poucos.

Meu treinamento inicial com a Kushina acabou ajudando com o do loiro, já que para executar a técnica de teleporte precisaria marcar os locais em que o Hiraishin me enviaria com um selo. Meu estilo de selo seria empregado nesse ponto.

Desenvolveríamos mais aquele treinamento ao longo da semana, e o Minato salientou que não deveria me forçar demais dado a dificuldade e pressão que aquela técnica aplicava sobre o usuário.

POV Kushina Uzumaki

O treinamento da Amaya seguiu rápido naquela semana. A pequena ruiva aprendia rápido e conseguia colocar a maior parte dos exercícios em prática. Mas notava a dificuldade que ela vinha tendo com o treinamento do Minato.

O Hiraishin era uma técnica muito difícil e ainda me lembrava de quando o próprio loiro começou a aprendê-la. Mas a diferença entre os dois ao tentar dominar aquele jutsu era de que o Minato começou quando era mais velho e a Amaya ainda é uma criança. Me preocupava se ela conseguiria lidar com toda a carga que aquele treinamento lhe trazia.

Porém, seu treino para a Técnica do Deus Voador do Trovão iria ser interrompida por tempo indeterminado: O dia da partida do Minato havia chegado.

Não podia sequer disfarçar minha preocupação para com o loiro. Por ter estado em missões durante o início daquela guerra que se desenvolvia, sabia que o menor descuido poderia custar a vida de todos – inclusive a do Minato, mesmo que soubesse o quão forte ele era.

Mas como sempre fazia, ele me tranquilizara. Era incrível toda aquela calma que podia transmitir. Calma essa que só durou até o momento em que ele e seu esquadrão sumiram dos portões da aldeia.

Uma pequena e quente mão segurou a minha, me fazendo levar meus olhos à figura de cabelos vermelhos ao meu lado.

“Eles vão ficar bem...”

Aquelas quatro palavras vindas da Amaya me acalentaram com a mesma sensação que a pouco Minato me envolvera. Por conta disso, não pude deixar de sorrir ao me lembrar que a pequena sempre fora igual ao Namikaze nesse quesito: Trazia paz aos outros.

☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆ ☆

Quando notei que a Amaya havia adquirido um bom domínio sobre os jutsus de selamento básicos, resolvi tentar lhe ensinar outra técnica característica do nosso clã. Era uma mais complicada, mas devido ao grande reservatório de chakra que a ruiva possuía, tinha certeza de que ela poderia dominá-lo com o tempo.

No entanto, logo notei uma dificuldade da pequena Uzumaki: Seu chakra era forte demais e ela não conseguia contê-lo direito para aplicá-lo na técnica.

Resolvi então não levar a técnica adiante e dei tempo para que a Amaya pudesse aos poucos dominar a liberação de seu chakra para empregá-lo melhor na técnica. Também lhe dei uma folga já que ela vinha treinando muito.

POV Narradora

Tentando conciliar todos os treinamentos em que estava envolvida, a Uzumaki estava se levando além do limite suportável. Ela sabia mascarar bem seu cansaço para a Kushina e seus amigos, mas para os olhos atentos do seu sensei aquilo não passara inteiramente despercebido.

E a prova definitiva de que a garota estava no seu limite veio durante um dos treinos com o Nara. Shisui e Kakashi já tinham sido dispensados, já que seus treinos haviam sido feitos individualmente naquele dia.

No meio do treinamento com Shikaku a garota passara mal e apagou completamente, sendo pega por pouco pelo seu sensei antes que ela fosse de encontro ao chão.

Shikaku logo notara as mãos da garota levemente queimadas, pelo que ele deduzira ser a queima constante de seu chakra. E sabendo como a energia do corpo dela era forte, ele estava intrigado em saber o que a ruiva vinha fazendo para estar naquele estado.

Como aquele treinamento do time 7 havia sido realizado nos bosques do clã Nara, Shikaku levou a garota consigo a sua casa até que ela recobrasse os sentidos. Ele queria saber o que vinha acontecendo com sua aluna. E embora não fosse admitir, ele estava preocupado com ela.

POV Amaya Uzumaki

Minha cabeça parecia estar girando quando abri meus olhos. A última memória do meu treino me voltara à consciência e me coloquei sentada em um instante. Corri rapidamente meus olhos por onde estava, notando a varanda de madeira rústica em me encontrava.

Então finalmente acordou... – Ouvi a voz do Shikaku-sensei e levei meus olhos a ele.

Notei que o Nara tinha um tabuleiro disposto a sua frente, com diversas peças sobre mesmo. Shogi..., constatei. Já conhecia o jogo porque o Asuma mostrara ele uma vez.

– Vamos jogar uma partida – O sensei falou e tornei novamente meus olhos a ele.

– Eu não sei como funciona – Avisei, mas mesmo assim me sentei em frente ao tabuleiro.

– Não é muito simples, mas conhecendo o pouco que sei sobre você, sei que aprenderá rápido – O Nara comentou de maneira preguiçosa e tirou todas as peças de cima do tabuleiro.

Ele tomou algumas peças em mãos e as deixou no canto do tabuleiro, colocando apenas uma delas no centro. Rapidamente o Shikaku me explicou como cada uma das peças se movia no tabuleiro e qual sua função básica, bem como seu posicionamento.

Ao terminar as explicações, o Nara pediu que eu dispusesse as peças no meu lado do tabuleiro para que começássemos a partida. Embora achasse aquele comportamento do sensei um pouco estranho, não o questionei.

Ele ainda não havia perguntado nada sobre o fato de eu ter desmaiado no meio do nosso treino e não sabia como dizer para ele o porquê daquele ocorrido quando era inteiramente por meu descuido.

Começamos a partida sem pressa. Havia conseguido entender bem as explicações do sensei, mas na hora de processar a informação e colocá-la em prática no tabuleiro é que notava que estava tendo dificuldades para me concentrar.

– Já deve ter se questionado sobre o porquê de eu não ter perguntado sobre seu desmaio de antes – O Shikaku levantou o assunto de repente, com sua atenção no tabuleiro.

– Peço desculpas por isso – Disse, também tentando manter minha atenção no jogo – Estava mais cansada do que imaginei.

Ele já tinha capturado boa parte dos meus peões, assim como algumas peças importantes. Naquele momento mais uma peça minha havia sido capturada.

– E essa não é a primeira vez que a vejo assim – O Nara apontou – Seu rendimento nos treinos em equipe vem caindo nas últimas duas semanas...

Capturei uma de suas peças, mas logo em seguida perdi outra peça minha importante. Estava com dificuldade de me concentrar na partida e comecei a perder peças importantes uma atrás da outra.

Quando consegui capturar uma peça importante do Shikaku, agi sem pensar muito e só no momento seguinte é que percebi que havia caído na sua armadilha.

– Xeque-mate – O Nara anunciou preguiçosamente – Preciso dizer que não esperava uma jogatina com você assim – O encarei – Você foi péssima – Quis falar algo, mas ele logo continuou – A Amaya que eu conheço nunca cairia num truque daqueles ou mesmo agiria com tanto descuido como foi nessa partida – Baixei meus olhos – Você está esgotada. Não sei o que está acontecendo, que tipo de treinamento está fazendo no seu tempo livre, mas posso ver pelas suas mãos queimadas que você está se forçando além do que consegue suportar – Ele parou por um momento e cruzou seus braços na altura de seu peito – O que está acontecendo com você, Amaya?

Suspirei pesadamente antes de responder ao Shikaku. Contei a ele sobre meus treinos: Em equipe com o time 7; com a Rin, o ninjutsu médico; e também sozinha com as técnicas que a Kushina e o Minato me ensinaram – mas deixei de fora o fato de não conseguir dormir à noite por conta das minhas lembranças em forma de pesadelos.

O Nara não esboçava qualquer expressão enquanto lhe explicava, mas notava vez ou outra suas mãos apertarem seu casaco. Preocupação e... Irritação, considerei.

– Então você está fazendo todos esses treinos simultaneamente? – O Shikaku-sensei perguntou depois de alguns instantes e assenti – Como seu sensei deveria lhe sugerir que continuasse treinando, mas... – Ele parou por um momento – Como Shikaku quero que você pare com tudo isso agora – O encarei sem entender e antes que dissesse qualquer coisa ele continuou – Se você não consegue dar conta de um treinamento, por que forçar-se a tudo isso? Você pode agir como uma pessoa mais velha, mas seu corpo ainda é o de uma criança, ele não aguenta tanta sobrecarga com treinos exaustivos como esses – O encarei incomodada – Desista enquanto ainda pode – O Nara foi se colocar de pé e cerrei minhas mãos.

– Eu não... Eu não posso desistir – Falei e notei que o sensei parara.

– Não pode ou não quer?

– Eu não posso e não quero – Voltei meus olhos a ele seriamente.

Nossos olhares se mantiveram firmemente naqueles instantes. O Shikaku suspirou pesadamente e coçou despreocupadamente seus cabelos.

– Parece que você tem a persistência característica da Kushina... – Ele reclamou de maneira preguiçosa – Deve ser pela convivência ou é coisa dos Uzumakis isso – Ele tornou a me encarar – Se você pretende mesmo continuar com tudo isso, use o que você aprendeu hoje – O Nara indicou o tabuleiro de shogi – Assim como cada peça tem suas limitações, o mesmo se aplica a você. Aprenda primeiros seus limites físicos e mentais, assim como você aprendeu os movimentos individuais de cada uma das peças do shogi. Em seguida, aprenda a conciliar todos esses limites e compensá-los com seus pontos fortes.

– Como se combinasse os movimentos de cada uma das peças para montar uma jogada – Ponderei e o Shikaku me encarou, assentindo fraco.

– Você é inteligente, Amaya – Ele continuou com um tom mais ameno depois de alguns instantes – É uma estrategista nata e também é habilidosa. É uma combinação que muitos buscam sua vida toda, e você tem à sua disposição – Ele me olhou profundamente – Mas você esquece de medir suas limitações – O Shikaku parou perto da porta de sua casa e me encarou mais uma vez – Se notar e aceitar isso, você terá o domínio que precisa sobre si mesma e sempre conseguirá virar uma situação a seu favor. Do contrário... – Ele deixou a frase no ar e entrou na sua casa.

– Xeque-mate – Terminei sua sentença baixo com meus olhos no tabuleiro.



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