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História Herdeiros - Colapso


Escrita por: UzumakiAna-san

Notas do Autor


Oi, gente! Voltei com mais um cap, espero que gostem. Boa leitura S2

Capítulo 13 - Colapso


Andar de avião com bebe pela primeira vez, por si só não era uma experiência fácil, e piorava com o nervosismo que invadia a azulada cada vez mais. 

Era começo de noite no aeroporto, e ela parecia estar preparada para uma guerra, com o canguru segurando Boruto, e a mochila consideravelmente grande nas costas. Não sabia bem o que levar, então preparou o dobro de roupas e fraudas e o filho precisaria, além de escolher um voo noturno, para facilitar o sono do pequeno. Provavelmente estava pronta para qualquer emergência dentro do avião, mas fora da aeronave eram outros quinhentos. 

Naruto também levava algumas coisas, como o carrinho desmontável, mas mesmo tentando ajudar, o clima entre eles estava muito tenso. Até mesmo os Uchihas o fuzilavam com o olhar enquanto aguardavam a decolagem, e era bem irritante. 

Eram quase treze horas de voo, e Hinata acariciava os cabelos loiros do filho, que aninhado a ela dormia tranquilamente. Agradecia mentalmente por isso, mas também odiava ter Naruto ao seu lado, observando seus movimentos. 

Sasuke estava uma fileira a frente, e olhava constantemente para trás. Odiava o fato de ela ser praticamente obrigada a fazer aquilo, e não escondia isso. 

[...] 

Com o fuso horário, já era noite no Japão quanto todos desembarcaram. Boruto estava agitado e manhoso, enquanto Hinata se mantinha apreensiva. Não era uma boa aparecer na mansão Hyuuga a essa hora apenas para deixar uma bomba como aquelas no colo do pai. 

Dessa vez, ninguém os esperava no aeroporto, decidiram chamar um taxi. 

- Vamos – Sasuke exclamou notando o motorista parar ao seu lado. 

- Não vamos até o Hiashi? - o loiro questionou confuso. Na verdade, queria acabar logo com aquilo e sair daquele lugar estranho. 

- Não - A Hyuuga foi a primeira a falar – estamos todos cansados. - Finalizou encarando o homem sério. 

- Tem um hotel aqui – Itachi interferiu entrando entre os dois, tentando desfazer a tensão que se mostrava cada vez maior. - Vou pedir para que o taxista te leve. Eles falam inglês lá, e você não vai ter problemas. - Concluiu vendo mais confusão naquele rosto. 

- O que? E pra onde vocês vão? - a pergunta foi direcionada mais para Hinata do que para os irmãos. 

- Para nossa casa – Itachi continuava falando, mas sentia o olhar animalesco que o Uchiha mais novo desferia para Naruto. O loiro protestaria, mas foi interrompido. 

- e na minha casa você não pisa! - vociferou trincando o maxilar. O moreno caminhou tomando a frente do irmão, mas parou ao sentir o aperto em seu ombro. 

- Já chega -  Hinata dizia encanto olhava nos olhos ônix, voltando a fitar as safiras em seguida. - Os pais deles vão me acolher bem, Naruto. Vá ao hotel e descanse. O dia não vai ser tranquilo amanhã. - Concluiu exausta daquilo. O loiro assentiu entrando no taxi que seguiu as instruções de Itachi. 

Não demorou para que o outro carro chegasse, levando os que sobraram até a mansão Uchiha. Sasuke já estava mais calmo, e se mostrava atencioso com a Hyuuga à medida que a deixava apertar sua mão. Ela estava gelada, nitidamente nervosa. 

Ao se colocar para fora do veículo, Hinata sentiu como se seus joelhos fossem ceder, seu estomago embrulhou e o coração acelerou, e ela jurou que não seria surpresa se ela tivesse um treco ali mesmo. 

Os dois Uchihas estavam a frente, praticamente na porta quando Mikoto abriu a mesma com tudo. O olhar surpreso e as mãos espalmadas no batente demonstravam que ela realmente não sabia sobre aquela visita. A sombra de Fugaku podia ser vista logo atras. 

- Deus! Como eu estava preocupada – exclamou enquanto abraçava ambos com força, e era retribuída.  Seus olhos focaram na azulada e no canguru que aconchegava o bebê. A feição de Mikoto se tornou curiosa. - Hinata? - perguntou caminhando até ela em passos vagarosos, e tendo cada passo acompanhado pelos olhos dos filhos. - Quem é esse bebê? - perguntou direta. 

- Esse é Boruto... meu filho. -Os olhos da mulher se arregalaram. Por um segundo ela cogitou se aquele poderia ser seu neto, já que nutria dúvidas sobre a amizade do filho mais velho com a primogênita Hyuuga, mas só de observar o loirinho por alguns instantes, era possível notar que pensar assim era um equívoco idiota. 

- F... Filho? - As informações pareciam rodar, e até Fugaku, que tinha se aproximado mais, estava perdido. 

- Sim – dizia juntando toda a coragem que havia dentro de si. - É uma história bem longa. - Concluiu corada, observando enquanto Boruto mantinha o semblante sério, encarando a mulher desconhecida. 

- Acredito que nós teremos tempo para escutar. - A matriarca concluiu tentando ser gentil ao mesmo tempo que digeria aquela informação. 

[...] 

- Bom... é isso. - A Hyuuga encerrou o pensamento. 

- Os três herdeiros se revezaram para explicar a história toda, desde a gravidez até o por que estavam ali, olhando os Uchihas mais velhos embasbacados. De todas as coisas que já haviam escutado, aquela era a mais bizarra. 

Mikoto não escondia a irritação, os três não haviam escondido apenas uma criança, eles haviam escondido o fato de quase terem sido mortos! E como se não bastasse uma vez, haviam tentado esconder por uma segunda. Tinha serias dúvidas se eles ainda manteriam isso as escuras caso os irmãos no Sabaku não tivessem tomado a dianteira em espalhar a notícia. 

- Deixa-me ver se eu entendi – Fugaku se pronunciou pela primeira vez. - Você acha que vindo até aqui e explicando as coisas para o Hiashi, ele vai te oferecer proteção? - as palavras eram duras e a pergunta tinha um tom irônico. Hinata se encolheu, perdendo toda a autoconfiança adquirida com os minutos passados ali. 

- N... não é bem isso - começou - O pai dele – maneou com a cabeça, se referindo a Boruto. - Espera que Hiashi me ajude, e ele insistiu para que eu viesse e contasse tudo. 

- E onde ele está agora? - se inclinando mais, Fugaku parecia realmente curioso.  

- Num hotel. Ele veio com a gente para ajudar – encerrou. 

- Hinata, eu te desejo boa sorte. - A frase do patriarca a pegou de surpresa, mas logo ela sorriu gentilmente. Na verdade, aquela era provavelmente a melhor frase para a situação. 

- Obrigada – continuou sorrindo. 

[...] 

Hinata respirou fundo enquanto observava Boruto assistir a um desenho na tv gigante da sala da mansão. Ele estava a todo vapor por conta do fuso horário, mas ela não conseguiria dormir de qualquer forma.  

Sasuke até tinha tentado fazer companhia, mas estava cansado e sonolento por conta dos analgésicos e acabou apagando no sofá mesmo. 

- Olá - A voz de Mikoto a fez dar um pulinho. A mulher surgiu a sua frente, trajando um hobby longo de seda, e os cabelos presos. Um sorriso gentil estampava seu rosto. - Desculpa. - Sussurrou. 

- Sem problemas – A Hyuuga concluiu vendo a mulher fazer um gesto como se quisesse pegar o bebe. Hinata assentiu, e logo Boruto estava nos braços dela, de início, as íris azuis apenas analisavam, mas não demorou até que ele se soltasse. 

- Seu filho é lindo, Hina. - comentou aproveitando o momento tranquilo - é gostoso, não é? Lembro quando os meus tinham essa idade – o olhar se tornava distante à medida que ela recordava. - E agora estão aí – apontou para o moreno mais novo, todo torto no sofá. Hinata soltou um riso leve. 

- Daqui a pouco ele vai estar andando – comentou vendo a mulher sentar ao seu lado, agora mais séria. 

- Olha – uma de suas mãos alcançou a da azulada, em um aperto delicado. - Sei que seu pai está longe de ser a melhor pessoa do mundo, e que enfrentar isso não vai ser fácil. - Uma pausa – mas, tenha em mente que você sempre vai ter para onde voltar – se referia aquela casa. Mikoto era como uma segunda mãe para a Hyuuga. As perolas marejaram e ela não controlou a vontade de abraçar a mais velha. 

- Obrigada – o agradecimento abafado veio seguido de um fungar. 

[...] 

Era agora. O momento havia chegado, e ninguém estava mais apreensivo que Hinata, seu estomago parecia ter virado ao avesso, e o tique nervoso de arrumar tudo ao seu redor estava incontrolável. 

Era bem cedo, e todos estavam na sala de estar da mansão Hyuuga. Sinceramente? A frase seria cômico se não fosse trágico nunca havia feito tanto sentido. O nervosismo sentido por todos chegava a ser palpável, parecia até aqueles programas malucos de televisão, com uma mulher e sua criança no meio, com vários caras ao redor pra saber quem era o pai. Uma loucura. 

Boruto dormia no carrinho, sendo analisado pela mãe até os passos na escada chamarem a atenção dos presentes. A feição normalmente gélida e seria de Hiashi foi para confusão ao chegar no último degrau e se deparar com aquela cena. 

- Que palhaçada é essa, Hinata? - a voz grave e rígida a fizeram querer chorar e fugir imediatamente, mas se conteve. Os olhos perolados do patriarca iam até o carrinho, pairavam sobre a filha, sobre o homem desconhecido ao seu lado, sob os Uchihas e novamente para o carrinho, tentando montar o quebra cabeça. 

- Pai... - Iniciou em um fio de voz, sem conseguir encara-lo. Todos os seus músculos enrijeceram e ela buscou coragem para continuar. - E... eu t... tenho - a gagueira atacava forte por mais que ela tentasse controlar. Todos os olhares pairaram sobre si. Suas pernas bambearam e as mãos suaram frio. Por onde começar aquilo? Pelo filho, pelas ameaças, ou pela parte na qual ela implorava por proteção. 

- Diga! - vociferou a assustando. 

- Pai - começou mais uma vez, reunindo forças ao se lembrar das palavras de Mikoto. - Muitas coisas aconteceram nesses últimos meses, mas, eu preciso que o senhor entenda que estou aqui por que preciso de ajuda. - Continuou, respirando fundo – Esse – virou o carrinho em um movimento delicado, dando a visão do loirinho para o pai. Uma carranca começava a se formar no rosto enrugado. - é meu filho, Boruto.  

O Hyuuga a encarou, em uma mistura de raiva e incredulidade, esperando qualquer sinal de que aquilo era uma brincadeira de mal gosto. 

- Como é? - cuspiu as palavras. Mesmo com todos os homens ao seu redor, ninguém ousava se meter. 

- Preciso da sua ajuda. É uma longa história, mas, minha vida corre perigo e... - Ela tentava explicar, mas foi interrompida. Tudo foi tão rápido depois, os passos apressados, o tapa forte desferido no rosto branco, e as lagrimas escorrendo pelas perolas. Não esperava outra reação, e como sempre, sobre o pai: estava magoada, mas não surpresa. Como alguém conseguia tratar outro ser humano assim? 

- Você é uma vagabunda! É uma verdadeira desgraça - seu tom de voz subiu consideravelmente acordando o bebê e causando seu choro. Hinata fitava o chão, ainda encurvada pela força do tapa, com a mão no lugar onde o mesmo havia sido desferido e os olhos arregalados. - E eu aposto como ele – Apontou para Naruto, que tinha seu braço segurado por Itachi. Se mantinha firme que na primeira oportunidade mataria o velho. - é o outro irresponsável que se juntou a você pra fazer essa merda! -O corpo de Hinata ardeu em ódio. 

- Merda?! Olha como fala do meu filho! - se aproximou, apontando o dedo para o rosto do pai e gritando como nunca havia feito antes. - Merda aqui só você - cuspiu as palavras. - Você é um lixo! Um pai inútil! E não tem moral pra tentar dar lição em ninguém! 

Todos observavam a reação da azulada, e a feição assustada de Hiashi era impagável. Nunca a imaginou falando daquela forma. A discussão se generalizou, e todos começaram a gritar e falar ao mesmo tempo.  

- Calem a boca! - Mais uma vez, usando toda a voz e fúria que tinha, a Hyuuga calou a todos. Seu filho esgoelava, assustado, e ela se recusava a ficar com os pés dentro daquela casa por mais um segundo sequer.  

-A partir de hoje, você não é mais minha filha. Não terá direito a nada do que é meu. - Hiashi disse antes que ela saísse, de cabeça erguida e com o bebê nos braços.  Aquilo na verdade era um alivio, não devia mais nada ao pai. 

Deixou a residência encontrando Hanabi, como se a esperasse, em frente a porta. A feição da mais nova era indecifrável, mas Hinata sabia que estava exausta o suficiente para não conseguir lidar com a decepção da irmã, ou uma briga com ela, mas o que aconteceu foi diferente.  

- Sinto muito, Nee-san. - Os braços da menor a envolveram. Inesperado, mas bom. - Não pense que não estou chateada, por que eu estou, mas eu vi o que aconteceu e eu sinto muito. - A morena fungou, se apertando mais contra a irmã.  

- Me desculpe, Hanabi. - disse chamando sua atenção. - Sei que deveria ter contado, mas a situação era muito delicada. - As lagrimas teimaram em sair novamente. 

- Tudo bem – Hanabi estava tentando levar aquela situação com o máximo de maturidade que tinha, e Hinata não podia estar mais orgulhosa. “Quando foi que ela cresceu tanto?” se perguntava. - Então esse é o meu sobrinho? - perguntou secando as lagrimas com as costas das mãos e sorrindo, notando a cambada de homens que deixavam sua casa. 

- É isso aí – a mais velha sorriu, brincando com a mãozinha como se ele acenasse. - Eu sou o Boruto – disse fazendo uma voz infantil. 

[...] 

Precisava de um tempo sozinha, muita coisa se passava em sua cabeça, e se não organizasse agora, provavelmente surtaria. 

Naruto estava dando uma volta com o filho, e o motorista dos Uchiha. Depois do ocorrido, nem olhar diretamente para ela ele olhava, lembrar daquele tapa o fazia sentir vergonha, e ela agradecia por não ter que trocar uma única palavra com ele. Ainda estava muito irritada. Itachi, Mikoto e Sasuke tinham saído juntos, e ela não lembrava exatamente o motivo, mas, estava completamente sozinha. 

Deitada enquanto fitava o teto, a azulada se assustou com os passos fortes que ela deduziu estarem subindo a escada. Ficou tensa, mas ao reconhecer a voz de Fugaku relaxou. 

- Alo – ele dizia, enquanto os passos apressados ecoavam no andar de cima. - Ela já resolveu com você, então está tudo certo. - Ouvia as gavetas abrindo e fechando. - Acha que ela está segura agora que não tem mais nada a ver com a empresa? – uma pausa. Hinata sentiu que com quem quer que fosse do outro lado da linha, o assunto era sobre ela. - Não finja que só por que eles estão aqui isso deixou de ser um risco! - o tom de voz dele era alto. - Acha que ele já não sabe? E mesmo que não saiba, não é tão difícil descobrir. É só uma questão de tempo.  

Mas do que diabos estavam falando? Era uma merda não poder ouvir a outra pessoa também. 

Ouviu o barulho da ligação sendo encerrada, e mais dúvidas rondaram sua cabeça. O que era só uma questão de tempo? 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, se sim não esqueça de deixar seu comentario e favorito/lista de leitura. S2


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