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História Here no more - I Dreamed I Dream


Escrita por: sheslostcontrol

Notas do Autor


Foi difícil escrever esse capítulo, ele não queria sair de jeito nenhum. Tô tendo algumas crises e duvidando da minha capacidade, mas hoje, por alguns míseros minutos acreditei na minha capacidade de escrever e saiu o capítulo.
Espero que seja satisfatório, boa leitura.

Capítulo 13 - I Dreamed I Dream


Fanfic / Fanfiction Here no more - I Dreamed I Dream

Zoë pov

Havia passado a madrugada acordada, sem conseguir me mover no assoalho de madeira em que estava sentada, ao lado da cômoda em frente ao espelho, em que estava sentada, de forma desgovernada.

Sentia o frio da madeira sob minhas pernas arrepiar todo meu corpo, me causar calafrios e enrijecer meus músculos. O quarto estava frio, mas não o suficiente para arrepiar cada pelo do meu corpo, mas também não estava quente ao ponto de faltar ar aos meus pulmões, mas estranhamente era isso o que estava acontecendo comigo.

Minhas mãos soavam e meu corpo tremia, o ar faltava em meus pulmões e minha visão escurecia. Não conseguia gritar por alguma ajuda, e também não conseguia me movimentar.

Senti que iria morrer caso não me acalmasse e controlasse a situação, como costumava fazer, mas a dor de cabeça insuportável impedia qualquer atitude racional da minha parte.

Tentei tomar fôlego e gritar pela ajuda de Chelle, que dormia alguns quartos a frente, mas não conseguia. Tentei me movimentar e ligar para alguém me ajudar, mas não conseguia.

Era como estar presa numa paralisia do sono.

E talvez eu estivesse mesmo, por isso não havia o que temer, era apenas um sonho torturante.

O reflexo no espelho, do outro lado do quarto, se movimentava devagar, quase que como em passos curtos, em minha direção.

Se parecia comigo.

Tentei gritar e perguntar quem era, o que fazia na minha casa e o que queria de mim, mas não conseguia fazer nada disso.

Sentia a presença daquele reflexo próxima a mim. Senti sua mão fria agarrar forte meu pulso e meu rosto, o movimentando para encara-lo, e quando o fiz, contra minha vontade, era eu.

Chelle pov

Acordei naquela manhã sentindo que havia algo importante a fazer, e depois de alguns segundos, me lembrei que Michael estava fodido na cama de um hospital.

Parecia que todos os homens com quem me envolvia tinham alguma tendência a auto destruição, e isso de alguma forma de atraia para eles. Já dá para imaginar quem acabava fodida nessa história...

O relógio indicavam dez horas da manhã, e minha cabeça latejava só de pensar em voltar a atmosfera hospitalar. Hospitais me causavam arrepios desde a infância, devido algumas experiências que não valia a pena serem desenterradas.

O horário de visitas era ao meio dia, no horário do almoço, eu tinha o total de duas horas para me aprontar, pegar algumas roupas na casa de Duff e ir até o St. Vladimir.

Uma hora dessas os caras da banda já devem saber de tudo e talvez quisessem visitá-lo também, ou não, era uma relação difícil que eu não entendia, mas respeitava. Ainda que Zoë me magoasse profundamente, não a deixaria para morrer afogada no próprio vômito, isso era insano de se pensar.

Me espreguicei na cama e logo levantei, calçando meus chinelos confortáveis e indo até o banheiro.

Tomei um longo banho, lavando meus cabelos e massageando meu corpo exausto, na tentativa de afastar qualquer indisposição que insistisse em me perturbar durante o dia, que seria bem pesado.

E lá vamos nós cuidar de homens autodestrutivos, pensei. Não era possível que essa fosse a porra da minha tarefa na terra, eu queria mais da minha vida, não era justo comigo.

Enrolei uma toalha felpuda nos cabelos e outra no corpo, saindo do banheiro, em direção ao quarto, onde me vesti, peguei minha bolsa e a chave do carro.

Abri a porta e caminhei até as escadas devagar, para não deixar qualquer vestígio de que ainda estava na casa, abrindo brecha para Zoë tentar dialogar sobre ontem a noite ou sobre qualquer merda que fosse, não estava com cabeça para aquilo.

Continuei descendo as escadas devagar, com certa dificuldade, devido aos saltos finos e altos, até que cheguei até o primeiro andar da casa, sentindo o cheiro de chá de erva cidreira e doce invadir meu nariz, fazendo meu estômago roncar.

Segui reto o corredor iluminado, que levava a cozinha, e um pouco mais a frente, até a saída da casa, mas fui interrompida por uma voz familiar, me fazendo assustar quase que de imediato.

—Ela não está aqui, fique tranquila. Venha, tome um café comigo. –disse Lenny, sentado á mesa, segurando uma xícara azul bebê soprando o vapor do chá para longe.

Seus cabelos estavam presos num rabo de cavalo enquanto vestia sua excêntrica camisa de seda vinho e suas calças de couro levemente apertadas.

O observei por alguns segundos, e lembrei do dia em que nos conhecemos formalmente, no aniversário de dezenove anos da Zoë, na Inglaterra.

Lembro que estranhei o fato dele, Lisa e Jason, o novo companheiro de Lisa, se darem tão bem. Sentaram juntos a mesa, conversavam sobre música e sobre como Zoë havia crescido tão rápido.

Lenny era levemente excêntrico, porém muito reservado. Sempre com seus óculos escuros e suas tranças longas, que hoje já era curtas, o deixavam ainda mais atraente. Ele era muito preocupado com o as injustiças que ocorriam no mundo, sobretudo com aquelas que pertenciam aos grupos marginalizados na sociedade, sempre achei isso o máximo nele.

Como ele conseguia ser tão indignado e transformar sua fúria em arte? Uma arte que acabou se tornando que Zoë chamava de “discurso contratado” e de fato, as mulheres, homens, todos amavam Lenny Kravitz.

Ele se mostrava sempre muito preocupado comigo, quando soube sobre meu antigo trabalho e minha história de vida, me oferecendo vagas de emprego em algumas filiais de sua gravadora independente, mas eu sempre recusava, aquilo não era a minha praia. Eu precisa me arrumar sozinha na vida, e ele respeitava isso, e nunca mais insistiu.

Adentrei a cozinha de braços abertos e um sorriso no rosto, e ele logo retribuiu, com o mesmo abraço apertado e acolhedor de sete anos atrás.

—Quando chegou? -o questionei, ainda presa em seu abraço.

—Às sete da manhã, uma loucura todo esse fuso horário. -ele disse, me soltando lentamente, puxando uma cadeira para que me juntasse a ele na mesa.

—Eu imagino, deve estar exausto... -disse, servindo uma xícara de chá e pegando um pedaço de bolo de nozes, o meu favorito.

—Na verdade não, eu até gosto de toda essa adrenalina e tudo o mais, mas de fato, preciso descansar.

Ele tinha o olhar distante, e o conhecendo tão bem quanto o conhecia, já sabia que alguma merda estava por vir.

—Desembucha logo, Lenny. -disse sem rodeios, pronta para alguma notícia ruim.

—Ainda não me acostumei ao fato de ser uma pessoa tão transparente aos mais próximos. -ele disse, com um leve sorriso nos lábios carnudos.

Quando tomou fôlego e bebericou seu chá, senti a ansiedade crescer, já imaginando o pior.

—Olha Chell, você é uma filha para mim e apenas quero o bem estar de vocês, espero que saiba disso. Espero que no mínimo, além de respeito, nossa relação se baseie em confiança. Mútua.

Ele puxou o ar mais uma vez, passando as mãos pelos cabelos e barba. Eu senti meu coração acelerar cinco vezes mais rápido.

—Está me assustando Lenny. -foi tudo o que consegui proferir, em meio aquele turbilhão de sentimentos.

—Peguei o primeiro vôo para Los Angeles assim que vi a imagem de vocês duas associadas a overdose daquele garoto, Duff McKagan.

Suas palavras eram duras, como as de um pai proferindo um discurso sobre comportamento, mas essa não era a vibe do Kravitz, por isso interpretei como reação de um pai preocupado.

—É isso que a mídia está dizendo?

—Quando cheguei, encontrei Zöe dormindo no chão do quarto, completamente imóvel, assim como alguns anos atrás. Você tem noção do que eu senti vendo aquilo? -sua voz se alterou um pouco, enquanto suas mãos tamborilavam o vidro da mesa.

—Eu... não sabia que ela estava assim de novo. Acho que com os últimos acontecimentos não consegui perceber nenhum comportamento estranho dela. -disse, chocada com a informação que acabara de receber.

Mais uma fodida no barco dos fodidos.

—Quero saber a verdade, somente a verdade Chelle. Vocês estão se drogando? -ele perguntou, olhando fundo nos meus olhos, com a expressão rígida e irreversível.

No fundo eu sabia que ele estava com medo da resposta, mas não havia porque.

—Por deus, Lenny! É claro que não! Duff é meu companheiro, e está passando por alguns problemas com a heroína. Zoë nem sequer gosta dele, e você sabe muito bem a opinião dela sobre drogas... E quanto a mim, não precisa se preocupar, me libertei disso há anos.

Ele soltou todo o ar que estava segurando, passando as mãos pelos cabelos e depois enxugando as lágrimas que brotaram em seus olhos.

— Eu fiquei apavorado quando vi vocês duas naquele hospital, e quando cheguei ela estava lá, imóvel no chão... Eu não tenho mais forças para ver minhas filhas sendo vítimas de Los Angeles.

—Como ela está? -perguntei, sem tentar esconder a apreensão na minha voz.

—Acordou um tempo depois e disse ter uma crise de ansiedade, nada fora do normal. Disse estar sobrecarregada com algumas coisas e ansiosa com o novo cargo. Também me falou da briga de vocês duas.

—Imaginei que fosse por esse motivo, ela tem dificuldade em pedir ajuda quando precisa, tenho certeza que herdou isso do pai. -disse, rindo em sua direção, na tentativa de romper com a tensão que havia se criado.

—Não tenho dúvidas disso, mas saiba que tenho buscado melhorar a cada dia que se passa, ser uma pessoa melhor é difícil pra caralho. -ele disse, entendendo seu braço, e apertando minhas mãos, numa tentativa de conforto.

—Onde ela está agora?

—Foi anunciar o desligamento do Consulado. Insisti para que tirasse o dia para descansar, mas infelizmente ela herdou minha teimosia também...

Tive que concordar, e acabamos rindo juntos.

—Estava tão imersa nos meus problemas, que não consegui perceber qualquer comportamento incomum dela, me desculpe por isso. -disse, sentindo o peso nas minhas costas se multiplicar.

—Você não é babá, não se culpe por isso. Eu só fico preocupado com vocês aqui, sei o quanto essa cidade adoece os jovens, por isso peço que se cuidem e se mantenham vivas.

Lenny tinha seu olhar terno e sensível no rosto, as vezes penso que ele foi o único homem que me tratou com respeito e dignidade em toda a minha vida. Nem mesmo meu próprio pai foi capaz disso, Lenny apareceu como uma figura paterna que me acolheu e me fortaleceu pois tínhamos histórias de vida muito parecidas.

—Agora, caso se sinta confortável para isso, me conte sobre seu namoro com o baixista da banda “Mais perigosa do mundo” -ele disse, bebericando seu chá e servindo um pouco mais do conteúdo do bule em minha xícara.

—Bom, é uma longa história... E isso envolve uma outra banda...

Comecei a contar a história completa, desde meus namoros destrutivos com Slash, Axl, minha relação com o Guns, minha relação com algumas outras bandas, minhas saídas as escondidas com Nikki Sixx, até conhecer o maldito Vince Neil, e engatar um namoro sem rótulos com Duff.

Lenny ouviu tudo atentamente, sem julgamentos, me deixando livre para expor meus sentimentos sobre cada situação que havia passado com aquelas pessoas. Sobre minha confusão de sentimentos sobre Vince, sobre Duff, e até mesmo sobre mim. A sensação de vomitar tudo aquilo sem ser julgada era de alívio, tornando a nuvem nebulosa da minha cabeça num pouco mais transparente, para que pudesse trilhar meus próximos passos com mais cuidado e responsabilidade, acima de tudo, comigo mesma.


Notas Finais


Comentem o que tão achando da história e os pontos que precisam melhorar :))


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