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História Here no more - Dom Pérignon


Escrita por: sheslostcontrol

Notas do Autor


Boa leitura

Capítulo 5 - Dom Pérignon


Fanfic / Fanfiction Here no more - Dom Pérignon


Zoë pov

Lisa havia partido rumo a Escócia para gravar o pilogo do programa de tv em que havia sido escalada. Anos se passaram depois de seus grandes trabalhos e as pessoas permeneciam amando sua atuação, eu ficava toda orgulhosa dela. 

Passávamos o tempo todo discutido quando estávamos juntas, o que eram pouquíssimas vezes, mas na hora de se despedir, sempre era uma cena de sentimentalismo digna do Oscar. 

Olhei minhas anotações do dia, e vi uma caligrafia desconhecida em minha agenda. A letra de Chelle, indicando que hoje, seria a festa que ela não parou de falar a semana inteira, como se sua existência dependesse disso. 

Eu não estava empolgada para a tão festa, mas sabia que estava dormindo no ponto, no ponto e não havia coletado informações suficientes nas últimas noites, alguém sempre acabava por me perseguir nos bares, e fazer uma série de perguntas sobre Duff Mckagan, e acabava sempre indo embora, com pouca, ou quase nenhuma gravação. 

Me dediquei a transcrever o pouco conteúdo que obtive nos últimos dois dias, até o final da tarde, parando apenas para almoçar. Comi uma lasanha de beringelas e senti meu corpo pesar, me implorando por um cochilo. Pouco tempo depois, estava eu, deitada no sofá, sendo abruptamente interrompida por Chelle, que invadiu a casa como um furacão Katrina. 

—Zöe, não sei se alguém já te falou isso, mas se vestir como a sua avó, nunca irá sequer te aproximar de uma conversa com as vadias da festa. —ela disse, expondo seu vestido decotado, e apertado o suficiente que parecia mais uma segunda pele.

—Chelle, são apenas nove da noite. Não é possível que comece tão cedo. —disse preguiçosa, cobrindo meu rosto com o travesseiro.

—Zöe, nós não vamos a um bar da esquina, está certo? Vamos a uma festa na mansão de um dos Crüe, entende isso? —ela dizia, como se fosse uma mãe, tentando enfatizar ao filho. — Além do que, precisamos comer alguma coisa antes de chegar lá, não quero passar vergonha e gorfar no tapete. —continuou, puxando meu edredom e acendendo as luzes da sala. 

—Não me importaria se estivéssemos infiltradas na casa da Rainha da Escócia, Chelle, não se cobre tanto assim, são só um bando de homens usando maquiagem. —Revirei os olhos, virando meu corpo do lado oposto a luz. — Vou coletar alguns dados e voltar para casa, esse é o plano. 

—Você é boa demais para essas pessoas, eu já entendi.  Agora vamos procurar algo que te deixe no mínimo atraente para uma conversa. —ela me puxou, pelos ombros, até que estivesse em pé, caminhando sob seus ombros em direção ao quarto. 

(...)

Encarei meu visual no espelho e cheguei a conclusão de que obteria bastante material hoje, eu estava parecendo uma vadia da sunset street. Meu vestido dourado de alcinhas valorizava meu pouco busto e minhas pernas, mas me deixaria com frio, por isso escolhi um casaquinho de pelos e saltos finos. Soltei meus cabelos e fiz uma maquiagem brilhante. 

Chelle já estava praticamente pronta, em seu vestido com estampa de onça pintada, seus cabelos soltos e esvoaçantes e sua maquiagem pesada. Linda, como de costume. 

Pedimos comida Tailandesa pelo telefone e jantamos rápidas, indo em direção a festa em seguida. Chelle estava eufórica durante todo o caminho, e eu, estava mais antipática que o normal, devida falta de uma boa noite de sono. 

(...)

Estacionamos há duas quadras de distância, já que na rua propriamente dita, da festa, era absurdamente impossível de até caminhar. Haviam muitas pessoas ali, por um momento até pensei que a festa estaria acontecendo na rua, ao invés da casa. As risadas e rock pesado eram a trilha sonora para aquele show do horror em que estávamos nos metendo.Entramos na casa depois de dez minutos ali paradas na porta, onde recebíamos olhares e cantadas deploráveis. 

Estávamos dentro da sala, que mais parecia um apocalipse zumbi, onde o consumo de álcool e cocaína, eram encarados como normalidade. Aquilo me estremeceu dos pés a cabeça, eu sabia o que as drogas faziam com as pessoas, e não estava nem um pouco afim de levar uma bofetada de qualquer chapado dali. 

Chelle conhecia a maioria das pessoas ali, os abraçando calorosamente enquanto era servida por drinks coloridos.Eu estava tão exausta que sequer tentava ser simpática, aquelas pessoas me conheciam, não tinha porque tanta emoção em me ver. Minutos depois,  Chelle já estava agarrada com o cara loiro de cabelos longos, que mais parecia seu irmão gêmeo, a namorado. 

Os vi cochicharem algo sobre mim, antes de que ele fizesse menção a se apresentar, me olhando de cima a baixo, como se fosse o rei da porra do castelo de cocaína. 

—Hum, Zoë, esse Vince, e Vince você já a conhece. —disse a loira, que tinha a cintura tomara por uma das mãos do homem. Ele me conhecia? 

—Porra, você é a cara da sua mãe no The Cosby Show. Eu tenho que apresentar ela ao Tommy, ele vai pirar! — sua voz saiu arrastada, enquanto tentava manter equilíbrio em seus pés.

Eu nada disse, apenas o cumprimentei com a cabeça e observei o lugar, atrás do que eu vim fazer.

—certo, vou dar uma volta Zoë. Nos vemos depois. —ouvi a voz distante da loira, que saiu dali com o loiro babaca. —Me desculpe por isso, ela esta tendo uma semana difícil. —a ouvi dizendo, na medida em que se afastava.

—E quem não teve? —disse loiro, às gargalhadas, sumindo dali com minha amiga. 

Sequer o conhecia e já não aprovava esse relacionamento. 

Fui até o bar e servi uma dose de vodka, bebendo tudo em uma golada, sentindo minha cabeça girar em seguida.  Tentei focar minha atenção na música que tocava, mas não a conhecia, ótimo, eu era uma adaptação bizarra de O estranho no ninho. 

O tempo estava passando e ainda não havia conseguido me misturar entre as garotas, e obter qualquer tipo de informação relevante. Corri meus olhos pelo lugar em busca de qualquer rosto conhecido, mas nada, não conhecia ninguém ali. 

Caminhei pelo espaço com certa dificuldade, topando drasticamente com um corpo que estava parado de costas, deixando sua bebida escapulir. Quando estava pronta para pedir desculpas, o corpo se virou, e logo me enchi de decepção. 

Era Duff McKagan.

—Olha, se eu te fiz alguma coisa, acho melhor arrumarmos uma forma mais interessante de usar nossos corpos para resolver. —ele disse malicioso, analisando toda a extensão do meu corpo. Eu ri, alto o suficiente para que as pessoas ao redor nos encarassem. 

—Talves nos seus melhores sonhos, querido. —beberiquei minha vodka, o encarando em seguida. 

—Estou surpreso em te ver aqui, não sabia que frequentava esse tipo de lugar.  -disse, perto o suficiente para que seu cheiro de nicotina invadisse minhas narinas. 

—Chelle me arrastou até aqui por conta do tal Vince. —respondi sem humor, bebendo toda minha vodka, em seguida. Duff parecia levar jeito em conversar com as pessoas, diferente de mim, por isso, iria me aproveitar dele essa noite. —E então, conhece alguma garota que esteja disponível, hoje? —o observei acender seu cigarro, e logo em seguida me encarar malicioso. 

—Então esse é o seu tipo? —ele tragava seu cigarro, divertido. —vadias de festa? —ele dirigiu seu cigarro a mim, e logo, acabei aceitando 

—Não me provoque, McKagan. — respondi seca, tragando a fumaça. —Conhece ou não alguma mulher disponível nessa porcaria? —eu já estava nervosa com a ideia de sair dali sem nada em mãos. Ele me analisou por um tempo, e logo estendeu sua mão em minha direção. 

—Posso fazer esse favor a você. —ele deu de ombros. —Mas... Quero algo em troca. —no mesmo instante, seus olhos ficaram em minha boca, me deixando ainda mais nervosa com a situação. 

—O que quer em troca? —eu estava mesmo muito chapada por tabela em fazer essa pergunta a ele. 

—Quer mesmo saber? —seu sorriso se alargou ainda mais, e suas mãos repousaram em meus ombros. 

—Hum, na verdade não. Agora me apresente alguém aqui, antes que eu morra de tédio. —respondi, repelindo seu toque. Ele fez sinal para que eu o seguisse, e assim eu fiz. 

Atravessamos a pisca onde algumas garotas dançavam, e poucos passos depois, me conduziu até uma das mesas do fundo. Nela, haviam duas mulheres, e três homens. Antes de chegarmos de conseguirmos avançar em direção a mesa, as mãos de Duff me brecaram, e eu pude sentir bseu hálito quente contra meus ouvidos.

—Não tenha primeiras impressões erradas sobre o que ver e ou ouvir naquela mesa. Estamos todos aqui para relaxar. —foram suas palavras. Eu apenas assenti, e assim seguimos.


—Hey, seus desgraçados. Essa aqui é minha amiga Zoë, e vai nos acompanhar hoje a noite. Zoë, esses são os caras, Nikki, Slash e o maldito do Tommy Lee. —os homens estavam tão chapados que sequer ouviram suas palavras. 

—Hey, eu conheço você!  É prostituta? —foram as palavras do cabeludo com a cartola na cabeça.

—Se eu fosse, com toda certeza não foderia com você. —respondi sem humor, me sentando ao lado de Duff, na cadeira. 

—É a filha do Lenny Kravitz, não é? Se parece muito com sua mãe. — a voz da mulher ali presente me indagou, chamando atenção para sua figura ali parada, me oferecendo um cigarro em seguida.

—Me chame de Zoë, apenas. —disse, aceitando seu cigarro. 

—Miss Pérignon, muito prazer. -ela disse, estendendo uma garrafa de vinho para mim.

(...) 

Conversamos durante toda a madrugada sobre os mais diversos assuntos, de teorias da conspiração sobre a beleza da Cher, até seus relacionamentos fracassados. E ocasionalmente, ela acabou por me contar sua história de vida.

Miss Pérignon nasceu na frança, sendo a segunda  filha de casal composto por uma dona de casa e um professor de ciências. Ela queria ser modelo, mas não tinha peso e nem dinheiro para fazer um book de fotos ou mesmo sair do lado marginalizados em que morava com os pais, para seguir seus sonhos em NY ou mesmo LA. Tantas frustrações resultaram em anorexia e sede por se destruir depois de não conseguir o que queria. Se casou com um bancário rico, vinte anos mais velho que ela, que acabou falecendo seis anos depois, a submetendo a miséria novamente. Depois de muito apanhar da vida, ela finalmente conseguiu sair da frança, se tornando uma famosa prostituta de luxo, em Los Angeles. Famosa por sair com os magnatas do rock, que não eram lá muito legais com ela, mas ao menos conaeguiam manter seu estilo de vida refinado.

Eu estava atônita assim que ela concluiu sua história, que infelizmente era um clássico entre as garotas por ali. Senti as mais de Chelle me abraçarem, e logo despertei do transe, vendo seus olhos avermelhados. 

—O que houve? —questionei um pouco bebeda, abrindo espaço para que ela se sentasse ao meu lado. 

—Não foi nada. Apenas o mesmo de sempre. —ela desviou seus olhos, repousando sua cabeça em meu ombro. 

—Garotas, preciso ir agora. O trabalho me chama. —Perignon se despediu, saindo dali com Nikki Sixx, que estava claramente chapado o suficiente para ter uma ereçãozinha sequer.

Duff, Chelle, e eu conversamos durante o restante da madrugada, completamente embreagados pela garrafa de Jack Daniels vazia, depositada na mesa.O loiro era engraçado e falava empolgadamente sobre qualquer assunto,e poupando a necessidade de confirmar com a cabeça ou mesmo responder suas indagações.  Ele bebia sua cerveja e fumava o tempo todo, me fazendo chagara a conclusão de que era ansioso, além de muito atraente. 

—E então, Zoe, conseguiu o que queria? —Chelle questinou, me fazendo desviar a atenção do loiro a minha frente. 

—Ah, sim. Ela é incrível! Espero que eu lembre de tudo isso amanhã. —disse dando uma gargalhada. Eu realmente devia ter bebido bem menos.

—O que você faz, afinal? Estam sempre falando em coletar, transcrever, pesquisa. É da polícia?— Duff caçoou de mim, com um sorriso bonito.

— Se eu fosse da polícia,  te deixaria mofando na cadeia. —disse séria, e o homem continuou sorridente. —Eu trabalho para um lugar, onde tenho que contar a história dessas mulheres para conseguir ser promovida. —respondi embaraçada, falhando miseravelmente em tentar explicar minha atuação profissional. 

—Mas porque precisa de promoção? Seu trabalho é ser a filha do Lenny Kravitz, não deve ser tão difícil assim. 

Fechei meus olhos, sentindo o peso daquelas palavras que eram ditas de tantas formas, desqualificando.Eu era a porra de uma sombra, afinal.

—Vai se foder. —levantei bruscamente dali, jogando a taça de vidro no chão, e caminhando a passos largos até a saída. Aquela noite hvai sido demais para mim.

(...)

Fui andando até em casa, dislumbrando o nascer do sol de Los Angeles, quando reconheci meu quarteirão, apressei o passo até a casa em que viveria durante os próximos meses. 

Assim que entrei na sala, tirei o salto alto, me jogando completamente no sofá macio. Eu nunca mais iria beber. 


Notas Finais


Comentem o que vocês acharam sobre esse rolê torto
E se cuidem nessa quarentena 🖤🖤


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