História Heritage (imagine Bang Chan - Stray kids) - Instinto

Jaebeom On

Até hoje eu não sei o que Jennie fez com meu padrasto, eu só queria que ele saísse da diretoria mas parece que ele saiu da minha vida. Eu nunca devia ter confiado na Jennie, agora minha mãe só anda deprimida e não tem como eu voltar atrás.

Tudo que preciso fazer é manter a s/n no hospital e não deixar ela fugir. Eu nunca quis ser um vilão, mas eu preciso ser para poder conseguir o que quero, só os mais espertos que se dão bem nesse mundo.

Eu precisei dar um jeito de fazer a s/n se manter aqui mas não transparecendo que é normal, mas parece que não está dando certo. Eu falei com Samuel, expliquei a situação, não ao todo. Só disse que a s/n é uma garota má e quer machucar ele. E então ele persegue ela agora feito um psicopata. Minha intenção nunca foi querer machucar ela, mas Samuel já pensa o contrário.

– Mandou me chamar ? – Changbin pergunta entrando em minha sala.

– Sim. – Falo me ajeitando na cadeira. – Eu percebi que o garoto tá apegado a s/n.

– O JeongIn ? – Ele pergunta e eu afirmo. – Quer que eu faça algo em relação a ele?

– Nossa você faz de tudo pelo Felix né ? Se eu te mandasse matar o garoto pelo Felix... – Falo sarcástico e ele me olha sério.

– Você não quer que eu mate uma criança, não é ? – Ele Pergunta receioso e eu nego rindo.

– Ele deixa a s/n um tanto... Feliz. – falo me lembrando dela cuidando dele. – Podemos usar ele contra ela, se é que me entende.

– Mas o que quer exatamente é...

– Deixe os dois terem muito momentos juntos, quanto mais eles se aproximarem melhor. Se ela tentar algo, usamos ele contra ela. – Falo simples.

– Usando uma criança... – Changbin nega com a cabeça.

– Ela não vai tentar algo, ela vai pensar nele, não é nada certeza... É só se ela tentar algo. – Falo e ele da de ombros.

– Não podemos misturar as crianças com os adultos. – Ele diz me irritando.

– Eu sou o diretor, então eu libero o JeongIn pra ver a s/n sempre que ele quiser. Mas fica de olho nele também, ele parece ser bem espertinho. – Falo e ele afirma. Logo ele anda até a porta e sai me deixando sozinho.

Vamos ativar seu instinto materno s/n.

Felix On

Nayeon me ajuda a levantar da cama com dificuldade e nós fomos até o refeitório juntos, eu não sei o que está acontecendo comigo, quando eu acho que estou tendo uma melhora, eu acabo piorando.

A enfermeira né deixa sentado e vai pegar minha bandeja, vejo O médico Jaebeom deixar a s/n com Seungmin e ele sai em seguida.

Eu não sei o que essa garota tem de tão especial para os médicos a tratarem como prioridade, queria tanto que fosse assim comigo, mas com Changbin claro. Imagina ter ele cuidando só de mim como prioridade, seria meu sonho.

– Aqui está Felix. – Nayeon coloca a bandeja na minha frente, acabo ficando enjoado só de olhar e afasto. – Algum problema ?

– Eu não quero comer. – Falo desviando o olhar da comida.

– Você precisa comer, faz um esforço. – Ela diz empurrando a bandeja novamente pra mim.

– Cadê o Chan hein ? Ele não me força a comer. – Falo ríspido e ela revira os olhos. – Aliás, o que aquela garota tem ? Que os médicos vivem em cima dela ?

– Eu não sei. Agora come. – Ela diz autoritária.

– Se você me contar, eu como. – Falo apontando pra garota e logo ela olha para o lado observando.

– Eu acho que o nome dela é s/n, e os médicos disseram que ela é perigosa. – Ela diz isso e me olha. – Eu não acho isso, já que eles estão deixando ela com uma criança.

– Ah... E o que ela tem ?

– Eu não sei, eles nunca falaram para os enfermeiros, isso é entre eles. – Ela diz e faz sinal pra mim comer. A contragosto pego a colher e coloco na boca.

S/n On

Depois do café, todos nós fomos levados até o jardim. JeongIn e Seungmin ficaram brincando juntos, Seungmin parece uma criança quando está com JeongIn.

– Eu estou curioso sobre você. – Escuto uma voz grossa e logo vejo Felix ao meu lado.

– O que quer saber ? – Falo simples e ele ri nasalado.

– O que tem com os médicos ? – Ele pergunta me encarando nos olhos.

– Eu não tenho nada com eles. – Falo e ele nega com a cabeça. – Confia em mim. Quem me dera eu estar longe desse lugar e nunca ter conhecido eles.

– Rancorosa... O que eles fizeram pra você ? – Ele pergunta curioso.

– Não queira saber Felix.

– Então você me conhece. – Ele diz semicerrando os olhos. – Olha aqui garota, eu só vou te dar um aviso, e sorri que eu esteja sendo claro. Fi...

– S/n. – Felix é cortado pelo Changbin que nos encara sério. – É hora do seu descanso.

– Não acha que eu já descanso demais nesse lugar ? – Pergunto óbvia e ele revira os olhos.

– Tenho novidades pra você e JeongIn. Vamos logo. – Ele vai pra trás de mim e empurra a cadeira. Tento olhar para trás para ver Felix mas Changbin coloca seu corpo na frente. – Deixa ele em paz s/n. Só isso que eu te digo.

– É mais fácil ele me deixar em paz, ele sempre me encara com aquele olhar de que vai me matar a qualquer momento. – Falo e acabo me arrepiando.

– Fica de olho s/n, do Felix se vem de tudo. – Ele diz e eu olho para cima para encara-lo.

– O que o Felix tem ?

– Não te interessa. – Ele diz e para a cadeira perto do JeongIn. – Eae garotão. Podemos conversar um pouco ?

– Sim. – Ele diz sem olha-lo.

– Pode nos deixar sozinhos Seungmin ? – O rapaz afirma e sai de perto. – Você gosta da S/n ?

– Muito. – JeongIn diz e fica em pé ao lado da minha cadeira.

– Então eu tenho uma notícia para vocês dois. – Changbin diz e dá um sorriso mínimo. – Você vai poder ficar com a s/n quando quiser.

– Qualquer horário ? – O menino pergunta esperançoso.

– Claro. – Changbin diz. Porque deixariam JeongIn comigo a hora que ele quiser, isso não está me cheirando a uma simples bondade.

– Escutou s/n. Eu não vou mais ficar sendo preso na ala da crianças, eu posso ficar com você. – O pequeno diz dando pulinhos.

– Sim pequeno. – Falo sorrindo pra ele.

– De noite vocês vão dormir separados claro. – Changbin diz, um barulho é escutado atrás de nós, e eu me viro na cadeira.

Felix parece passar mal, está vomitando, olho para Changbin que só observa calado.

– Não vai ajudá-lo ? – pergunto fazendo o mesmo me encarar.

– As enfermeiras ajudam ele. – Changbin vai para atrás da cadeira e me empurra. – Amanhã você já poderá caminhar, mas com moderação para não piorar seu estado.

– Tabom.

[...]

Passei o dia todo alterando entre o quarto e o jardim, aos poucos Jaebeom e Changbin estão me deixando "mais solta" já que eu sempre ficava presa dentro do quarto. Está tudo indo tão rápido que eu não sei nem mais que dia é hoje, ou que dia da semana estamos. Foi tudo tão aleatório.

JeongIn passou metade do tempo me distraindo, já Seungmin dormiu na minha cama e ainda está lá.

Eu estou intrigada com as atitudes dos médicos, eles parecem estar planejando algo só que entre eles. Eu não sou besta, por mais que sempre tive tudo, eu sempre soube que nada vem de graça e tudo tem um preço. Quando eu era pequena eu sempre ficava atrás da porta do escritório do meu pai e escutava as conversas, tudo que ele fez foi por mim, mas toda minha mordomia tinha preços, claro que nem tudo era pra mim, mas podemos dizer que algumas partes sim.

– Está pensando no que ? – Seungmin pergunta ao me ver olhando pela janela.

– Em como minha vida virou de cabeça para baixo em tão pouco tempo. – Respondo e sorrio fraco. – Não sei como eu estou aguentando tudo isso.

– S/n... Qual é a sua história ? – ele pergunta novamente, já que eu nunca contei nada a ele e sua desconfiança vem desde que eu entrei aqui.

– Eu não sei se posso falar. – Falo e faço sinal indicando o JeongIn que brinca no chão com um boneco que eu nem ao menos sabia da existência.

– Tudo bem. Quando der você me conta ? – Ele sorri fraco e eu afirmo. – Já está ficando tarde, eu vou para o meu quarto. Vamos JeongIn ?

– Changbin disse que posso ficar quando quiser. – O pequeno diz cruzando os braços.

– Na hora de dormir não. – Falo batendo na minha coxa e ele levanta vindo em minha direção. – Agora vamos nos ver mais vezes. Não se preocupa.

– Isso está estranho, os pacientes não podem se misturar em horários que não sejam o intervalo. – Seungmin diz pensativo, ele parece estar pensando como eu. – Mas enfim, melhor nós irmos.

– Boa noite Noona. – JeongIn me abraça e beija minha bochecha.

– Boa noite IN e Seungmin. – Falo sorrindo e os dois saem. Eles deixam a porta fechada mas não trancada.

Fico sentada na cadeira esperando alguém vir me ajudar, mas ninguém aparece. Tento me levantar e logo pulo na cama. Se eu tivesse com a perna boa concerteza eu estaria fugindo pra bem longe daqui. Mas antes eu preciso analisar as coisas aqui dentro, e esperar minha perna curar.

A claridade do corredor sai fazendo eu olhar para a porta vendo alguém na porta. Meu coração dispara e tento me cobrir com a coberta.

"Por favor não seja o Samuel! Não seja o Samuel!" Penso desesperada.

A coberta é abaixada e quando eu ia gritar, Bang Chan tampa minha boca.

– Está tudo bem. Sou eu. – Ele diz baixo me acalmando. Fico olhando para seus olhos que me transpassa confiança, tiro sua mão da minha boca devagar. – O que houve ?

– Eu... O Samuel... – Tento falar mas não consigo. Tiro a coberta de cima da minha perna e aponto para meu tornozelo.

– O Samuel te machucou ? – Ele pergunta analisando minha perna.

– Não exatamente. – Falo dando de ombros. – Ele tentou invadir aqui, e eu acabei caindo em cimado meu tornozelo, e piorou mais do que já estava.

– Eu sinto muito. – Ele diz cabisbaixo. – Você está sendo uma prisioneira aqui.

– Eu não aguento mais.

– Imagino... Eu falei com Hyunjin. – Ele diz mudando de assunto fazendo eu me animar um pouco. Ele se levanta, vai até a porta para analisar o corredor e depois volta sentando na cama.

– E então ?

– Ele pediu desculpas por não vir, ele disse que a tal da Jennie disse que você estava morta.

– Vaca. – Falo e ele ri nasalado. – Acha isso engraçado ?

– Não, desculpa. É que você é tão séria. – Ele diz e respira fundo.

– Nem sempre. – Falo cruzando meus braços. – Só continua.

– Parece que a Jennie está morando na sua casa, mas ele não sabe como, até porque ela não tem nenhum tustão, pelo que ele disse. Então estamos tentando entender como ela está tentando te manter aqui. – Ele diz e fica quieto.

– Você... Você vai me ajudar até o final ? – Pergunto baixo e ele olha além da janela.

– Eu quero. Mas eu não sei... Poxa, é difícil pra mim. Eu tenho um emprego, tenho contas. Se eu te ajudar minha situação pode...

– Tudo bem. – Falo pegando sua mão o surpreendendo. – O que você já fez foi muito. Eu estou muito agradecida.

– É... – Ele diz e tira sua mão com cuidado. – Me desculpa, eu preciso ir. Espero que vocês consigam.

Ele levanta e sai do quarto, eu pensava que ele iria querer me ajudar até o fim, mas pelo menos ele já deu grande passo por mim.

Bang Chan On

Eu me sinto muito mal, o que estão fazendo com a s/n é desumano, mas eu prometi pra Sana que não ia me meter em coisas que não tem haver comigo.

Ela é minha namorada, eu precisava de um caminho, conselho, uma luz... Ela não é a pessoa mais indicada pra isso, mas eu odeio esconder coisas dela.

Eu acabei conversando com ela hoje, e a mesma me prometeu a não me meter nisso, se não ela mesma iria até o hospital falar com os médicos.

Ela não entende a situação, e ela não me entende, eu quero te ajudar s/n, mas terei que seguir meu caminho.

Caminho pelo corredor cabisbaixo, escuto vozes atrás de mim e olho para trás, vejo o psiquiatra Changbin sair do quarto de Felix, entro na primeira sala que vejo e olho escondido.

– Amanhã eu volto. – Changbin diz olhando para dentro do quarto.

– Vou estar te esperando. – Vejo Felix se aproximar dele e os dois se beijam. O que está acontecendo?

– Eu preciso ir. – Changbin diz.

– Chan ? – Olho para o lado vendo JeongIn me olhando. Tento olhar o corredor e Changbin se aproxima.

Pego JeongIn no colo e caminho com ele para o outro lado.

– Oi garotão. O que faz acordado uma hora dessas ? – pergunto e ele sorri.

– Estava indo ver a s/n.

– Você sabe que não pode. – Falo e ele nega.

– Changbin deixou eu ver ela na hora que eu quiser. – JeongIn diz fazendo bico.

– Eu acho que na...

– Eu disse que de noite não. – Me viro para trás vendo Changbin nos olhar sério. – O que está acontecendo ?

– Eu vi ele andando sozinho no corredor. – Falo e o pequeno deita sua cabeça em meu ombro.

– JeongIn, eu já disse que de noite não. Amanhã quando você acordar, pode ir vê-la. – Changbin se aproxima e tenta pegar JeongIn no colo mas o mesmo me aperta. – Vamos logo garoto!

– Não! Channie... – Changbin consegue o pegar e o pequeno se debate nos braços dele. – Eu não quero voltar pra lá! Chan!

– Fica quieto garoto! – Changbin o segura forte e o leva. É só mais uma birra de criança.

Vejo os dois se distanciarem e JeongIn me olha chorando, porque tem que ser tão fofo, isso parte meu coração.