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História Hero Universe - Pensamentos


Escrita por: Mutekai e QueenRoxy1st

Notas do Autor


Gentem... desculpem a demora estamos nos desencontrando demais ;-;

Capítulo 8 - Pensamentos


Infelizmente, certa tigresa não queria sossegar se eu não fosse levá-la para dar uma volta. Sim, tinha que ser eu, preferia ficar em casa, não queria deixar Luna sozinha com as crianças. Era um perigo, imagina uma mulher cega, sozinha, com crianças aprontando. É claro que ela ia prender as crianças em uma ilusão como forma de punição, tenho pena das crianças. O pior de tudo é o Dusk, ele não dorme a noite depois de uma dessas punições, ou melhor, não dorme sozinho. Nesse caso eu vou ter que dormir com esse macaquinho pendurado em meu braço, eu prefiro usufruir do meu próprio espaço.

Aposto que alguém está se perguntando, quem será que está contando essa chatice toda? Quem mais? A chata em pessoa, digo, antissocial, Morgana, aliás.. a Tigress cismou com um cara, melhor eu mandar um basta.

O homem estava em cima do poste, gritando por socorro, a tigresa sentada em frente ao poste olhando para ele, com um olhar feroz. Eu apenas observava a cena, sentada em um banco, bebendo refrigerante de morango, sabe-se lá por que comprei essa merda, e apenas pensando na vida.

-Alguém me ajude.- gritava o homem apavorado.

-Quando o senhor paga?- disse um rapaz com uma roupa estranha, esses herois fantasiados são tão estranhos, principalmente os que cobram por isso, pra mim, se quer ajudar, tem que ser por vontade própria, por isso que mal saio de casa.

-Cem pratas.- gritou.

-Não pague.- interrompi, enquanto o rapaz esticava os braços para tocar na MINHA tigresa.. aliás.. ela está comigo desde que me entendo por gente, ninguém a machuca.

-Me deixa fazer meu trabalho moça.- ele franziu a testa, achei desnecessário descrever o magrelo, não estava interessada em concentrar minha mente em suas características.

-Se você se ferir, não irei me responsabilizar.- levantei do banco, peguei a coleira e coloquei na Tigress, porém, não segurei a guia, preferi ver no que daria.

-Ela é sua? Que absurdo, um vilão devia estar preso.- gritou, o homem do poste concordou com a cabeça.

-Essa tigresa não oferece perigo a ninguém, a menos que a provoque.- olhei para o homem. -Se pedir desculpas por pisar no sorvete dela, talvez ela lhe deixe em paz.- o mesmo tremia assustado.

-Um animal não é racional.- gritou.

-Eu tenho sentimentos.- falou a tigresa com sua voz rouca.

-ELA FALA?- o garoto e o homem disseram em coro.

-ESTÁ BEM, DESCULPA.- gritou.

-Eu te salvo.- o rapaz esticou os braços para tirar o homem do poste.

Optei por segurar a guia, após o pedido, a tigresa já preferiu seguir a rua, ignorando completamente o homem. Essas pessoas pensam que todo mundo é vilão, apenas por não seguir suas “regras” estúpidas. Nem dá para caminhar mais na calçada.

-MORGANA, HOJE TEM COMIDA NA PRAIA.- gritou me puxando em direção a praia.

-Calma.- eu não tinha força para contê-la então precisava mantê-la calma, essa tigresa enorme arrastaria até um brutamontes, já que tem uma força absurda. Um tigre normal já é forte, imagina um tigre dez vezes maior, com certeza a força deve ser proporcional.

Sorte que a grandona me obedecia, sorte não, respeito. Nunca entendi o motivo dela me respeitar e obedecer tanto, por um lado era bom, mas por outro, era complicado ter que resolver todos os problemas que ela causava.

-FOGO.- não consegui segurar, ela correu em direção a praia, soltei a guia para não ser arrastada.

-TIGRESS.- gritei correndo atrás dela.

-FOGO, FOGO, FOGO.- falava animada correndo ao redor da enorme fogueira.

-É fogo.- falei ironicamente, ao chegar correndo no local, já estava arfante. Um tigre normal teria medo de fogo, mas por algum motivo ela gosta muito de fogo. Imagina um gato gigantesco dormindo na frente da lareira em chamas.

-Fogo, fogo, fogo, fogo.- repetia correndo incansavelmente.

Cruzei meus braços esperando ela cansar, ia demorar, mas eu não tinha pressa.

-Não entendo.- ouvi uma voz familiar, virei meu rosto e vi Lapis Lazuli, a mesma levou as mãos ao rosto, estava chorando.

MEH, odeio pessoas chorando, principalmente se eu conheço. Minha empatia superdotada, me faz com que eu sinta exatamente o que a pessoa próxima sente, principalmente se conhecer ela. As vezes acontece com um simples contato visual. Essa habilidade me faz ser extremamente fria com emoções, já que não sei o que pertence a mim.

Caminhei até perto dela e sentei no tronco ao seu lado, não era de falar, então coloquei a mão em seu ombro.

-Morgana.- ao me ver disse soluçando e me abraçou.

Durante o abraço e vi uma maldita cena, onde ela conversava com uma garota, eu acho, e ela dizia que precisava ir, me senti tão culpada. Tal cena desapareceu quando a empurrei.

-Sem contato físico.- reclamei, odiava ver lembranças das pessoas, era perturbador. A maior parte delas eram ruins.

-Desculpe, eu estou triste.- falou chorando.

-Me diga uma novidade.- dei de ombros.

-Grossa.- me empurrou.

-Lapis.- dei um tapa na cara dela, o que fez ela ficar com raiva e me olhar.

-TÁ DOIDA? PERDEU A NOÇÃO DO PERIGO?- gritou se levantando.

Apenas apontei para a fogueira, onde a tigresa corria igual uma louca.

-Ela está correndo desde que chegou.- senti a raiva dela passando, e um pingo de alegria crescendo, seguido de uma risada.

-Só você mesmo pra saber lidar comigo.- disse rindo.

Literalmente, eu conseguia ouvir os pensamentos dela as vezes, e a única maneira de quebrar isso tudo, era agredindo ela. Com raiva ninguém consegue pensar direito. Por isso que não gosto de pensamentos depressivos, me deixam em certo transe.. me deixam confusa.. esses poderes são estranhos, mas me acostumei a ser assim.

-Fogo, fogo, fogo...- Tigress continuava repetindo.

-GWEN.- gritou a do cabelo azul.

-LAPIS?- a tigresa parou de correr em volta da fogueira, agora ela corria em nossa direção.

Com passos rápidos me afastei da Lazuli, em pouco tempo as duas rolaram na areia, a grandona, em cima dela, a lambia.

-Acho que quebrou minha costela.- falou reclamando.

-Deixa eu lamber pra curar.- disse a tigresa animada.

-Não, para, tira essa cara enorme de cima de mim, me deixa levantar.- falou empurrando o focinho da outra.

-Lapis, Lapis, Lapis...- começou a repetir o nome dela e lamber.

-Ahh para, não quero outro banho.- falou rindo.

-Lapis, Lapis, Lapis..- continuava.

-Gwen, por favor, vira humana, assim você fica muito.. err.. muito.. animal..- acho que ela tentou não magoar a tigresa com suas palavras.

-Lapis.- se afastou da azulada, um brilho fez seu corpo mudar de forma.

Ela encolheu, sua forma quadrúpede virou bípede. Sua pele era agora morena, os olhos em um tom dourado, em seu rosto apareciam várias sardas, seu cabelo ruivo alaranjado é bem comprido e estava amarrado em um rabo de cavalo, com algumas mechas caindo próximas ao rosto, assim como uma franja que quase cobria um dos olhos. Nessa hora os olhos dela estavam finos, mas logo ficaram circulares, como de uma pessoa normal. Gwen estava com um vestido não muito curto, deixando seus braços de fora, sem decote, medindo até o joelho. Como de costume ficava descalça.

Apesar de sua aparência humana, ela tinha uma altura incomum para uma mulher, não sabia exatamente quanto ela media, mas eu com um metro e setenta encostava minha testa ao ombro dela.

-Gwen, oi, saudades.- falou Lazuli sorridente.

-Lapis.- disse com um enorme sorriso, seus dentes ainda eram levemente pontiagudos.

-Adorei o vestido, laranja é sua cor.- comentou.

-Azul é a sua.- ajudou a menor a levantar, com um único puxão.

-Calma.. assim você me desmonta.- disse rindo ao ser levantada.

-Meh.. melação, o caranguejo na brasa está pronto. Melhor comer para não esfriar.- estraguei o clima meloso, sinceramente, se deixasse elas ficariam a noite toda conversando.

-Adoro frutos do mar.- Gwen correu até mim.

Saí da frente com um pulo, em pouco tempo ela pegou uma velocidade, quase me atropelou.

-O quê você não adora comer?- disse retoricamente.

-Eu quero um pedaço.- Lapis correu e passou por mim.

Ótima sozinha novamente, isso que estava ao lado da mesa de madeira, onde estavam sendo postas as comidas. Fechei meus olhos, respirei fundo, ouvindo o barulho das ondas. Em pouco tempo o barulho desapareceu totalmente, eu ouvia uns gritos de crianças rindo.

“Está tudo bem por aí?” minha voz perguntava.

“Sai da minha cabeça, estou bem.” a voz de Luna respondia brava.

Não conseguia ver nada, já era de se esperar, Luna era cega, mas o barulho das crianças me intrigava, ainda mais uma imagem daquela estranha mulher, que não é bem vinda por sinal. Sério que a Luna tava pensando nela? Ainda mais o jeito que a imagina, como se ela fosse fortona assim, acho que a Luna não sabe que ela tá gordinha.. ou um pouco acima do peso.

“Por que está pensando na peste?” reclamei.

“Ela é gentil comigo. Agora me deixa pensar.” retrucou.

“Responda.” insisti.

“Vou pensar em coisas piores se não sumir.” falou de maneira pervertida, mas eu entendi.

“Poupe-me.” resmunguei e abri meus olhos.

Gwen estalava os dedos na minha frente, com um enorme caranguejo na mão.

-Mo? Tá aí? Abandonou o corpo?- perguntou.

Apenas pisquei algumas vezes, só para ter certeza que minha mente estava no lugar certo.

-Estava falando com alguém?- insistiu.. CARALHO ELA COLOCOU O CARANGUEJO INTEIRO NA BOCA, COMO QUE COUBE? Se eu não tivesse visto, nunca acreditaria.

-Luna.- respondi, minha mente já estava em sua “velocidade normal”, já que fico um pouco lerda quando entro na mente de alguém, principalmente quando está longe.

-Ela está bem?- perguntou novamente.

-Mais do que devia.- disse pensativa.

-AHH QUE BOM.- me puxou para a mesa.

Sentei ao lado dela, em seu outro lado estava Lapis. As duas comiam igual dois dragões, mas nada, nada mesmo supera a quantidade de comida que Gwen colocou na boca, aquela garota é um buraco negro, não pode, ela come até pedra.

-Fico honrado de ter vindo.- disse o surfista chato, filho do anfitrião.

-Sempre que convidamos, vocês nunca vem.- falou o pai.

-Não tive nada melhor pra fazer.- comi vagarosamente um mexilhão, estava delicioso por sinal.

-Pensou no meu convite gatinha?- perguntou o mimadinho.

-Você me fez convite?- me fiz de desentendida.

-Adoro quando é grossa comigo.- disse sorridente.

-Adoro quando fica em silêncio.- ao dizer, ouvi as risada de Lapis e Gwen, pensa em duas escandalosas rindo.

-MORGANA, VOCÊ SE SUPEROU. Cada fora é melhor que o outro. Me ensina?- Lapis falou rindo.

-Eu só to rindo por que ela tá rindo, na verdade nem ouvi o que disse.- Gwen pareceu confusa, mas não menos risonha.

Por sorte, o mimado ficou em silêncio. As duas comeram pra caralho e eu comi apenas o necessário pra não morrer, ou seja, pouco. Não tenho muito apetite. Sentei ao tronco próximo a fogueira e fiquei observando o “dançar” do fogo, aquelas imagens da minha mente, era difícil de acreditar que a Luna era teimosa o suficiente pra ficar pensando em outra pessoa. Elas nem se conhecem direito, espero que isso acabe logo. Odiaria ver ela em depressão novamente. Principalmente, na última vez ela teve dois complementos, até que as crianças não são ruins.. mas.. ainda preferia o silêncio do nosso lar.

-Mor-ga-na.- Gwen soletrou meu nome enquanto se aproximava com sua amiga.

-Fala peste.- olhei para a mesma.

-Abraço.- ela abriu os braços para fazer tal ato, mas saltei para trás e desviei da mesma.

-Sem contato físico.- resmunguei.

-Não faça cú doce.- falou alegre.

-EU CONSEGUI.- Lapis disse olhando o celular.

-O que?- Gwen correu para perto dela. Ufa! Ela me esqueceu.

-P-d.. ela aceitou minha solicitação de amizade... NÃO ACREDITO...- falou contente. -Preciso mandar mensagens.- completou.

-Quem é P-d? Me conta.- Gwen disse alegre.

-É uma longa história... AHHHH ELA ME RESPONDEU.- sério que ela gritou?

-Ué.. você disse oi e ela falou “ppppppp”? É um código?- disse pensativa.

-Não sei, mas vou perguntar.- mexeu no celular novamente, digitando algo. -Mas o que eu digo?-

-Usa emoticons e palavras fofinhas.- sugeriu Gwen.

-Não quero parecer muito melosa.- reclamou.

-FALEM BAIXO, QUERO OUVIR MEUS PENSAMENTOS.- reclamei, essas duas estavam quase gritando de empolgação.

-Estraga prazeres.- disseram em coro e riram em seguida.

Revirei os olhos, não estava nem um pouco a fim de ouvir aquele “mimimi” de garotas.. sim eu era uma garota, mas estava pouco me ferrando pro que elas faziam.

-Eu vou dormir na praia hoje, só tenho que passar em casa pra pegar uma barraca.- comentou Lapis.

-Vamos dormir a céu aberto, adoro céu aberto.- as duas me olharam, com aquelas caras de quem queriam algo, eu já sabia.

-Está bem, vamos dormir aqui. Emerald já deve estar em casa mesmo.- revirei os olhos, ela disse que não iria dormir fora, então poderia passar a noite fora.

Apesar de tentar avisar Luna, ela insistia em ficar me mandando “pastar” e pensava naquela praga quadrada, porra, nem dar um aviso consigo. Mas bem... estava tudo sob controle.. eu acho.

Lapis por fim decidiu não pegar barraca, apenas estender um enorme pano sobre o chão, onde as duas deitaram e ficaram conversando. Eu simplesmente peguei outro pano, dado pela garota, e estendi mais longe, fiz um travesseiro de areia, em baixo do pano, e fiquei olhando para o céu. A única pergunta que não saia da minha mente era “qual o meu propósito?”. Não sou muito forte pra ajudar alguém, minhas habilidades são espirituais, não sei exatamente o motivo disso me incomodar tanto, mas queria me sentir útil e não apenas ser a “sem coração” da “família”, aliás.. de onde eu vim? Será que meus verdadeiros parentes eram assim também? Bom.. isso era aquela crise existencial básica antes de cair no sono. Pensei demais por hoje, melhor descansar a mente com uma refrescante soneca ao ar livre.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado..
Parece que Lapidot vai se resolver? Ou será que não? e.e


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