— Pai… — Stiles não conseguia adotar um modo adequado de falar, não queria ser indelicado frente aos sentimentos do pai tampouco displicente com a presença deste.
Apesar disto, o mais novo não deixava de imaginar o desastre iminente: além de estar com uma roupa um tanto quanto sensual diante do progenitor, aguardava um Peter hiper excitado e desatinado por possuí-lo.
Não restava tempo para desmarcar, apenas para remediar.
— Claro — gaguejou —, papai, o que aconteceu?
Noah deixou as sacolas dispostas na mesa de centro.
— Você tem algum salgado? Qualquer coisa você pede algum lanche, uma pizza, tanto faz, eu só preciso encher a barriga e ter você por perto.
Um golpe ainda mais pungente no peito de Stiles; sua noite não seria mais a mesma depois do que o pai havia dito.
— Pai, me conta, o que aconteceu… — Stiles pediu com compaixão.
— O amor fere, às vezes, meu filho. Aliás, você não está com frio?
O Stilinski, perdido, deu de ombros e insistiu no assunto melancólico.
— O que o Parrish fez?
— Não foi culpa dele. — Noah recostou no sofá do filho, arfando alto. — Eu simplesmente não dei atenção para o meu próprio marido por praticamente um mês e nem me toquei disso. Discutimos e eu achei melhor dar um tempo para ele… — As lágrimas escorreram como respingos de chuva que fluem em superfícies verticais.
Stiles sentou ao lado do Stilinski maduro, sendo abraçado pelo braço esquerdo do maior.
— Eu não quero chorar agora, eu quero comer, beber, ligue a TV e deixa o barulho aí, por favor, fale qualquer coisa mas só não deixe eu ficar pensando muito.
— Okay, pai — Stiles disse um tanto desequilibrado —, eu vou pedir pizza, mas eu tenho que dizer uma coisa…
— Não se preocupe filho. Sei o que vai dizer.
O menor fitou o outro totalmente baralhado.
— Só tenho uma condição: eu escolho meus lençóis e o travesseiro. Você tem mais de um né?
— O quê?
— Eu não vou te obrigar a dormir comigo, filhão, eu sei que é constrangedor, apesar de que você sempre vai ser o meu garoto.
— Então é isso… — O jovem massageou a própria nuca, ainda afetado.
— Você quer que eu pegue uma roupa? Abra duas cerveja, eu já volto.
— Claro, pai…
O anfitrião estava involuntariamente afogado em afazeres, em contrapartida, não fazia ideia de onde começar. Podia ligar para a pizzaria, destampar algumas latas, telefonar de urgência para Peter — que provavelmente já estava a caminho.
Um efeito que Stiles sabia que era comum de alguém elevadamente atarefado se tratava de realizar uma ação aleatória e independente das obrigações pendentes. E com ele ocorreu assim como este dito: caminhou para a cozinha e procurou qualquer petisco que estivesse reservado por lá.
Havia dois pacotes de nachos de marca famosa que o Stilinski jovem não recordava estar lá; mas para um coração partido, mal serviria para aquecer a base do estômago.
O som do caos reverberou quando as batidas gentis do visitante grandalhão chegaram aos ouvidos de Stiles.
Com um grunhido de medo, o pobre jovem atendeu fugaz.
— Peter, eu…
— Você… — O Hale prosseguiu nada calmo, empurrando a porta com o braço, adentrando bruto, fechando a entrada da casa com um único movimento grosseiro e prendendo o Stilinski na parede.
— Peter, por favor…
O maior impediu o mais baixo de falar, beijando-o de maneira tão quente que este mal era capaz de resistir. O Hale envolveu o namorado, apertando o bumbum que tanto gostava e mais ainda ao lembrar-se do título.
— Não sei se lhe ponho de joelhos ou lhe dou umas boas palmadas neste traseiro que tanto lhe agrada empinar. — Peter não precisava aumentar o volume da voz, devido à proximidade com Stiles.
O curto intervalo deixava o ambiente tal como uma panela de pressão. O Stilinski menor estava com uma baita ereção e tão abobalhado que não reparou na pequena mochila que o Hale carregava consigo em sua mão esquerda.
— Vamos passar a noite colados — Peter afagou delicado os fios de Stiles, puxando na mesma medida, descendo os lábios para um novo beijo. —, vou ter a chance de sentir o aroma incrustado de sua cama... a não ser que você queira montar em mim onde demos nosso primeiro beijo: no seu sofá.
Stiles não ocultou um sorriso; Peter conseguia romper os limites de ser gracioso; como ele podia lembrar daquilo após os encontros e desencontros? O menor ainda não compreendia por completo.
— E para a minha sorte isso é mais do que um sonho… — A distância obrigava o Hale sussurrar, pois estava prestes a tomar os beiços do menor de novo.
— Como?! Peter, eu tenho que…
— Stiles? — Noah carregava dois edredons ao deparar-se com o filho acompanhado de um desconhecido corpulento.
— Oh, meu Deus! — Peter virou desengonçado, olhando surpreso para o terceiro e ficando ao lado de Stiles.
O Hale utilizava um conjunto de roupas típicas caseiras, incluindo uma bermuda fina, que marcava gritantemente a excitação do dono. Vermelho, o homem cobriu a si mesmo com a mochila, escondendo vergonhosamente sua intimidade.
— Papai, eu… — Stiles também escondia ridiculamente a própria dureza.
— Desculpe, quem é você? — Noah perguntou em tom imperial e diretamente a Peter.
— Pai, preciso contar algo…
— Fala Stiles, você não parou de gaguejar desde que cheguei aqui, estou interrompendo? Sou o chato da noite? Quem é esse cara? — O mais velho da família prorrompeu.
O Hale aguçou os sentidos e esperou o momento mais oportuno. Família era um assunto melindroso e extremamente particular. Ele não queria ser um intrujão, todavia, queria conhecer este lado sensível do parceiro.
— Pai — Stiles manteve-se firme. — Esse é Peter Hale, o meu atual namorado. — A penúltima palavra da frase fora particularmente destacada, o que fez o pronunciado franzir tenuemente o cenho. — Começamos hoje, mal tivemos tempo de conversar sobre nossa relação.
Noah ouviu atento e em silêncio.
— Eu não sabia que o senhor viria, mas é claro que é bem-vindo, assim como meu namorado… — Stiles pegou na mão do companheiro, que sorriu inocente.
— Peter Hale, não é? — O Stilinski maior acercou-se, deixando os edredons no sofá.
— É um prazer conhecê-lo, senhor. — O outro maduro fez um gesto de saudação honrosa e franca; um aperto de mão.
Noah aceitou e riu de lado.
— Você não parece ser muito mais velho do que eu.
— Não sou. — Peter gargalhou.
Uma risada gostosa, sincera e que agiu como um anestésico para o clima tenso. Noah sentiu aquilo, rindo em conjunto. Stiles pôde respirar ao notar que o princípio do conflito se dissipava rapidamente.
— Então, é noite de comemoração, meu filho! — O pai falou alto e com gáudio.
— Pai…
— Stiles, estava prestes a pedir uma pizza! — Noah interrompeu.
— E já pediu? — Peter indagou em animação semelhante.
— Não, é que…
O jovem bufou ao ser atropelado novamente.
— Então, o que acha, senhor Noah, Stiles e eu irmos buscar a comida pessoalmente? Já que temos a bebida. — Peter finalizou observando as cervejas na mesinha.
— Ótimo, eu fico aqui com o barulho da televisão, e Stiles, meu filho, vá vestir uma roupa, eu sei que já é adulto, mas não quero que ande por aí pelado, não é mesmo Peter?
O outro concordou com um vibrar de cordas vocais.
Stiles revirou os olhos com aquela união ao seu desfavor.
— Vem comigo, Peter! — Ele disse sem paciência, pegando a mão do namorado e puxando consigo para o segundo andar.
O Hale sorria como um tolo, inconsciente do que estava acontecendo.
— Nunca imaginei isto, apesar de haver um carro estacionado bem em frente de seu gramado. Por que seu pai está aqui? Ele é distinto do filho; ele parece mais sociável.
— Meu pai brigou com o namorado dele, ou marido… eles moram juntos desde que vim morar aqui. Enfim, não foi nada bom.
— Oh não… — As feições brincalhonas do mais velho eclipsaram em desolação.
— Ele vai passar uns dias aqui, então eu não sei se você... — Stiles esforçou-se para encontrar a expressão correta — vai querer dormir aqui mesmo assim. Meu pai precisa se distrair.
— Você pouco me falou de sua relação com seu pai. — A afirmação era acrescida de interesse, quase que como uma questão para Stiles responder.
Compreendendo e notando que não havia escapatória, o menor elucidou de uma vez.
— Meu pai e eu temos uma ótima relação. Ele sempre me apoiou em tudo, e eu sempre apoiei ele também. Além disso, ele é um pouco defensivo às vezes quando se trata dos meus namoros, porque eu sofri demais e como qualquer pai, o meu odeia me ver chateado.
Peter expôs surpresa à medida que recebia as informações. Stiles nunca havia se aberto tanto e tão facilmente quanto aquele momento.
— E sim, ele é mais social do que eu se quer saber. — O mais novo adicionou, com uma pitada de orgulho e divertimento, estampando um riso lateral. — Ele gosta de falar, conversar, dar risada, sair, é espontâneo, ele é… incrível. Conhecendo ele há pouco mais que 23 anos, sei bem que ele esconde dor e sofrimento ao som de bate-papo, gargalhada e junto com muita comida e muita bebida. Então, eu sinto muito Peter, eu queria muito que essa noite fosse apenas sua e minha, mas o meu pai precisa de mim.
O Hale, enquanto escutava, perdeu-se no horizonte, transparecia a ideia de ter elaborado o próprio plano. Paciente e gentil, colocou as mãos sobre os ombros do menor, conectando-os não apenas com o olhar, mas também com compreensão e calor humano.
— Você ofereceu-me a honra de chamá-lo de namorado. Você me permitira entrar na sua vida. E finalmente, convidou-me esta noite para passar contigo e acabou de revelar uma parte pequena e significante da coisa mais importante, que é família. Se o seu pai te necessita, ele também me necessita. Portanto, Stiles, troque de roupa e vamos empanturrar o seu pai, ficamos com ele até o mesmo pegar no sono e depois vamos dormir como um casal oficial. — Peter declarou com ímpeto e paixão.
O Stilinski apenas foi capaz de sorrir doce e beijá-lo, recebendo um aperto caloroso e reconfortante em resposta. Após isto, colocou uma roupa menos sensual e retornou à sala de mãos dadas com o parceiro.
Noah montou o leito: um edredom foi amarrotado e moldado como um travesseiro enquanto o segundo exercia o papel comum e geral de qualquer cobertor.
— Senhor Noah, irei com Stiles até minha casa, pegar meu carro e de lá vamos comprar o que o senhor desejar e mais um pouco.
— Peter, você é namorado do meu filho né?
— Sim. — Disse risonho e abobado.
— E tem mais de 30 anos, estou errado?
— Não. — Franziu o cenho diante da facilidade do questionário.
— Então não precisa me chamar de "senhor", me chame de "você"! — O Stilinski maduro riu.
O outro fez o mesmo ainda que a graça não fosse tão duradoura quanto os mais velhos fizeram parecer.
Stiles somente balançou a cabeça.
— Olha… — Noah pareceu resgatar algo do edredom. — Aqui estão minhas chaves. — Arremessou para o Hale que agarrou com maestria.
Peter parou estupefato com o súbito aumento de confiança.
— Sabe dirigir, né?
— Claro… — O outro fez menção em colocar o pronome de tratamento indesejado, porém conteve-se. — Claro.
— Ótimo, eu quero algo bem gorduroso, gostoso, viciante e em muita quantidade. Noite dos Homens! Dois homens e meio, não é Peter? — Concluiu aos risos
Stiles revolvia a pupila com cada piada que o pai lançava a esmo. Particularmente àquelas que o diminuia de modo provocativo.
— Já já estamos de volta, coloca na novela pra tirar um cochilo. — Stiles disse, retirando-se ainda de mãos dadas com o Hale.
Os dois se separaram ao entrar no veículo do Stilinski mais velho. Peter ao lado do motorista, evidentemente.
— Não acredito que seu pai deixou eu tocar no carro dele assim pois…
— Vocês acabaram de se conhecer. — O jovem completou. — É, meu pai fica estranho em momentos ruins. E bem que eu acredito que você entrou de cabeça nisso; o homem mais familiar que eu conheço.
O Hale sorriu em ternura, aceitando como um elogio.
— Vamos ao shopping mais próximo buscar a nossa festa. — Peter ativou o sistema e passou a direcionar o automóvel.
— Quer instruções pra falar com meu pai? Os assuntos que ele gosta, esse tipo de coisa?
— Pode dizer…
Stiles começou e em dado momento parou e engoliu em seco quando o mais velho passou em frente ao posto de gasolina.
O mesmo local daquela noite atípica. Onde conhecera o homem grandalhão e cortês de modo desconcertante, que o salvou por um triz. Era curioso e nostálgico repassar os eventos que sucederam após aquela noite.
Peter Hale passou de um desconhecido adorável para um namorado dedicado. Pensar a respeito fazia o coração do jovem bater mais forte.
Contudo, saber que o pai estava mal diante de sua paixão chamada Jordan Parrish também gerava um peso.
Desta forma, a mente do Stilinski menor podia ser comparada a uma balança, com os pesos de amor e dor equilibrados, ao menos por enquanto.
— Pode continuar, estou ouvindo. — Peter irrompeu o devaneio longínquo do menor, que retornou a falar com sucesso.
Em alguns minutos o carro foi estacionado defronte a um shopping que Stiles nunca havia visitado, em realidade, o bairro era desconhecido, ainda que fosse agitado.
— De qualquer modo, eu consigo enrolar muito bem, então pode ficar tranquilo que não deixarei os assuntos esgotarem.
— Se você diz… — O Stilinski elevou os ombros.
Peter ofereceu a mão. Por um instante, o menor hesitou, todavia a expressão do maior exibia um zelo por demais reconfortante e tornava o ato de carinho mais confiante. Stiles aceitou, com um sorriso de não resistência.
O local era movimentado e pessoas de todos os tipos e com os mais variados objetivos entrecruzavam caminhos em todas as direções. O Stilinski imaginou sendo engolido pelo lugar, mas o calor da mão do companheiro musculoso e determinado fazia-o se sentir protegido.
Na praça de alimentação, o casal parou e se mirou.
— Meu pai quer comida gordurosa, então esqueça os restaurantes.
— Tudo bem. Ele gosta de frango frito?
O olhar do menor cintilou. A ideia era genial.
Diante de um estabelecimento pequenino, ainda que charmoso, a dupla pediu três baldes gigantes de frango, além de três combos com lanches em formato de sanduíches grandes, sacos de batata frita e mais tiras de galinha; um pouco de molho incluso fechava o pedido. A cadeia de lanchonetes famosa corroboraria para um fim de noite delicioso, para dois corações apaixonados e um decepcionado.
A comanda foi paga em união, por insistência de Stiles, que não deixou o parceiro pagar tudo sozinho. No entanto, Peter disse que cobraria a sobremesa com outros favores. — O lado sensual do Hale aparecia em momentos inusitados, pelo que o Stilinski pôde constatar. — A dupla passou no supermercado e o mais velho levou uma caixa de sorvete cremoso de flocos e uma caixa de bombons brancos de amêndoa e coco, sendo o último um regalo para o seu mais novo e sexy namorado.
— Você não pode ser real. — Stiles falou aos risos, enquanto desfrutava do doce maravilhoso na boca.
Peter começou o caminho de volta enquanto o Stilinski entregava um bombom em seus lábios parcialmente abertos.
Chegaram depressa, por sorte, e carregaram consigo as embalagens para viagem quentes e com o logotipo da cadeia de lanchonetes, que resplandecia em vermelho esfomeado.
— Vamos comer, papai!
— Oba!
Peter gargalhou para reforçar o clima.
Stiles pegou duas cadeiras e organizou próximo ao sofá num círculo, deixando a mesinha no centro com as cervejas e os baldes.
A primeira coisa a ser devorada foram os combos. Os homens comeram com urgência, com a obsessão que o lanche induzia em qualquer um. A cerveja descia gélida e harmônica, contrapondo com seu amargor as notas picantes do frango e do molho.
Noah finalizou em primeiro lugar, seguido do outro maduro e após alguns instantes o mais jovem, terminando suas batatas lambendo os dedos. Peter, com um olhar afiado, arrancava suas roupas e fazia o menor lamber igualmente outra coisa.
— Vocês moram no meu coração. — Noah falou parcialmente satisfeito, dedilhando o primeiro balde e abrindo a terceira lata.
Stiles guiou uma coxinha para a boca do namorado, mas foi dispensado.
— Não, querido, comi fritura demais por hoje.
Querido. Esse seria o pronome especial de casal. Stiles adorou e aderiu à ideia.
— Tem certeza, querido? — Disse em tom irônico, dançando o pedaço crocante próximo aos beiços do maduro.
— Tenho. — Peter tomou da mão do jovem e colocou fugaz na boca do Stilinski, que mal teve tempo de pensar antes de começar a mastigar. Ambos riram.
— Olhem pra vocês, dois pombinhos… — Noah apresentava os primeiros sinais de embriaguez ao passo em que se lambuzava de molho e bebida. Passava para a quinta lata.
— Peter, você nem vai comer o seu balde? — Stiles questionou amistoso.
— Não, eu comprei para vocês dois. Podem colocar na boca o quanto quiserem. — Concluiu a frase espreguiçando-se e direcionando uma mirada sugestiva para o menor.
Por ventura, Noah estava concentrado ao ponto de não captar o duplo sentido da frase do Hale. Em contrapartida, Stiles devolvia o olhar em uma mescla de bronca e desprezo pela inconveniência.
O Stilinski mais velho relaxou no sofá, dando um intervalo ao ataque sedento.
— Temos sorvete de sobremesa, Noah.
— Eu não vou querer não. — Arrotou ao abrir a sexta lata.
— Vou pegar uma taça, quer uma também Peter?
— Deixe que eu ajude você. — Respondeu levantando-se junto ao companheiro.
Na cozinha, Stiles abriu a geladeira e colocou o pote majestoso por sobre a pia, sacando dois cálices para enchê-los de sorvete.
Peter o pegou de repentino, beijando sua boca com potência, quase forçando o menor a se render.
— O que está fazendo? — Stiles murmurou.
— Vamos para o seu quarto, seu pai não vai demorar muito para dormir, então podemos fazer amor, como há tempos não fazemos.
A roupa do mais velho, a proximidade com sua barba, o hálito de cevada, quente e irresistível; era um tormento resistir àquilo.
— Peter! — Stiles afastou o maior com as duas mãos em seu tórax. Sua tentativa de manter-se estável apenas fomentou mais sua ereção.
— Prometo ir com carinho, para você não gemer tão alto.
Stiles conseguiu se desvencilhar do seguinte beijo.
— Por favor, o meu pai precisa de mim.
— Desculpe. — Peter esfregou a barba.
— Só mais alguns minutos, e depois vamos deitar.
O Hale deu-se por vencido, deixando o devido espaço para Stiles servir a sobremesa. Logo após, os três homens estavam reunidos novamente.
E enfim, os assuntos começaram. Peter conduzia o papo com habilidade impressionante; a tarefa era mais simples conforme o outro maduro estava ébrio.
As taças foram esvaziadas aos poucos, e foram deixadas sobre a mesinha, ao lado das cervejas restantes e dos baldes já frios.
Stiles não conseguia se concentrar no som da televisão, que falava sozinha. Sendo assim, o menor optou pela distração mais eficaz em momentos como aquele: postagens no twitter. Apesar de lidar com algumas situações tóxicas — bem como quase qualquer outra rede social —, Stiles ignorava as discussões de gente boba e desfrutava de imagens e textos sobre seus livros e personagens favoritos.
Ocasionalmente, os dedos ásperos de Peter tamborilavam em sua coxa, mas não passava de um gesto trivial e carinhoso.
— … é, Stiles gosta de agradar o papai. — Noah disse risonho, terminando a latinha que o jovem perdera a conta.
— Eu sei. — Peter concordou às gargalhadas.
Por estar de lado, os outros dois não repararam no rubor do Stilinski menor diante da declaração descarada do Hale.
— Papai, acho melhor irmos todos dormir.
Noah meneou a cabeça positivamente, deitando.
— Posso deixar a televisão ligada?
— Claro, pai.
Stiles recolheu a bagunça.
Quem era o jovem dali? — O pensamento não poderia ser mais irônico ou nostálgico.
— Boa noite, Senhor Noah. — Peter se despediu simpático.
Stiles beijou a testa do pai e o cobriu, apagando as luzes, deixando a TV acesa e tagarela no volume mais baixo. Por fim, foi com o companheiro para o quarto.
Os dois trocaram de roupas. Peter, de sua pequena bagagem, tomou suas vestimentas de dormir, guardando as outras que usava mais cedo no lugar. Stiles resolveu ficar somente com a cueca.
— Querido, preciso dizer. Hoje foi um dia muito longo. — O Stilinski iniciou. — Eu comecei o dia decidido, conquistei algo e me deparei com meu pai em apuro.
Peter escutou com um sorriso culto, abraçando o menor como um urso. — O urso de pelúcia de sempre.
— Tudo bem, querido. — O Hale beijou, não voraz, não veloz, mas calmo e romântico.
A tensão e o receio de Stiles exauriram-se com o acolhimento do mais velho.
— Podemos transar quando você quiser, já que estou bem. — Peter piscou. — Quando você quiser. — Seus murmúrios acabaram em um beijo no pescoço do parceiro.
— Você… — Stiles sorriu.
— Sim. Sou seu. — O Hale fez o mais novo rir. — Deite comigo, me deixe sentir o seu cheirinho, quero fazer parte do seu ninho.
— Claro, querido.
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