Nem eles sabiam ao certo como começaram, mas não haviam muitos arrependimentos ali. Eles eram opostos, mas iguais. Eram seus próprios yin e yang, a área em cinza, neve e chuva. Eles eram eles, e isso bastava.
E porque bastava, eles se permitiam sentir. Porque bastava, eles se permitiram ser. Se permitiram envolver. Tanto em seus corações como um no outro. Este era um jogo perigoso, um verdade e consequência com muitas perguntas difíceis, mas eles sempre voltavam ao início. Um ao outro, de mente e corpo. Não alma, nunca a alma. Almas eram um território explicitamente proibido para ambos, um acordo silencioso e mútuo, que eles mantinham com tudo o que tinham. Sempre.
Mas isso não mudava suas emoções em suas horas juntos. Mesmo um simples momento era mágico, como se o mundo fosse só deles, e nada mais importava. Era lindo, era doce, era prazeroso e sempre deixava um desejo por mais.
Ambos sabiam do gosto amargo depois de se despedirem. O gosto agridoce que ficava em seus lábios, as marcas de noites e mais noites regadas de carinho e luxuria. A magia acabava à meia noite e eles precisavam voltar para suas vidas separadas. As vidas que ambos se familiarizaram e se entediaram.
O mundo girava e a rotina seguia. Então a noite chegava e era hora de brilhar.
Em couro e kevlar, eles se encontravam e partilhavam de seu jogo habitual, a caça nunca deixava de divertir, mesmo se depois as jóias brilhantes e a magia da adrenalina fossem embora. Mas tudo bem, sempre haveria mais na noite seguinte. E era isso que os guiava nas despedidas, o conhecimento de que seria temporário e haveria mais por vir.
Somente mais um acordo silencioso.
Eles sabiam aonde se encontrar, quando e como. Esta era uma rotina que eles nunca se cansavam. Era simples, mas sempre trazia novas sensações, a adrenalina do perigo e a pressa quando ficavam muito tempo sem se verem. Um acordo bom, mas que às vezes, precisava ser quebrado. Gotham e o mundo ainda precisavam do Batman para ajudá-los, Catwoman tinha pessoas para vigiar e segurança para garantir àqueles que, às vezes, não eram notados.
Haviam responsabilidade, mas todas valiam a pena depois.
Na cobertura, na mansão ou até em outros lugares, eles sempre eram permitidos aproveitar e sentir, deixar seus instintos e desejos guiarem. À noite, eles podiam ser mais que as máscaras que usavam durante o dia, ou mesmo durante a noite, eles podiam ser eles.
E quando acabava e eles tinham que ir, era algo mais lento. Quando o mundo havia acabado de ser salvo, tudo era mais lento. Garantias de que estavam bem, inteiros. Vivos. Tudo era gentil e lento, em uma dança doce que era tudo o que eles haviam almejado poder ter mais uma vez. Suas vidas em risco e tudo o que importava era garantir voltar para casa. Sua família, seu amor. Era o que importava.
Às portas fechadas, poder e máscaras não importavam. Eram eles e eles, somente.
E com um suspiro, a gata se deixa relaxar no peito do morcego. Porque ela sabe que estão bem, sabe que não precisa se preocupar com coisa alguma ali. Era seguro abaixar seus muros, sentir.
A mão quente e forte brinca com seus cabelos e os coração acelerados cantam uma melodia desconexa e sem sentido. Eles fecham os olhos e relaxam, se deixando adormecer. Porque está tudo bem, ali era seguro. Eles estavam em casa. O suor impregnando seus corpos e o cheiro de couro e kevlar tomavam o ar, mas tudo bem.
Era familiar, era bom. Era deles. Isso bastava.
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