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História Hey, Capitão! - Horas e horas.


Escrita por: Seola______

Capítulo 21 - Horas e horas.


– Ai Deus, estou tão nervosa – comecei a rir sentada na sala de espera – vai nascer antes do tempo previsto!

– Não tem problema – Steve tentava me tranquilizar – ela vai nascer bem.

– Eu não posso... – então fiquei de pé em tempo de surtar e fui até a secretária – eu não posso acompanhar o parto, moça?

– Há alguém no quarto com sua amiga? – ela perguntou fitando na tela do computador.

– Sim, o marido dela, mas...

– Então, não. – ela me cortou.

A fitei com fogo nos olhos, queria cortar a cabeça daquela enfermeira. Estava muito preocupada com Mary e Lilian, a bebê que ia nascer. Mary estava de sete meses e não sabia se isso era, ou não, prejudicial em alguma coisa. A bolsa de Mary havia estourado essa madrugada e Peter só me ligou pela manhã, porque achou que iria atrapalhar. Por um momento quis xingar Peter – e principalmente Mary por não deixar – por não me ligar assim que estivessem a caminho do hospital, mas aquele não era momento para isso e é claro, o que eu não faria naquele momento seria xingar os dois.

Peter não saía do quarto e os pais de Mary não estavam presentes, e nem estariam para ver a neta, não pessoalmente. Mary havia perdido seus pais há alguns anos, mas tinha certo contato com as primas de sua família e a irmã mais velha, mas pelo que Peter disse a irmã já estava a caminho.

E ele estava certo, a irmã de Mary entrava apressadamente pela sala de estar e assim que me viu suspirou aliviada. Em passos rápidos, veio caminhando até mim com um enorme sorriso, me deu um abraço e fiz o mesmo. Me dava muito bem com Kyara e simplesmente por não vê-la a tanto tempo, dei um abraço extremamente apertado.

– Como vai? – ela sorria feliz.

– Bem, e você? – sorri.

– Muito bem, e completamente feliz pela minha irmãzinha! Não acredito!

Eu gargalhei – Nem eu! Foi tão imprevisível.

– Nem me fala! – ela me acompanhou na gargalhada.

A enfermeira nos olhou de cara feia logo após fazer um sonoro “Shhhhh!” e colocar o dedo na boca, estava nos mandando ficar quietas como se fôssemos duas criancinhas do jardim de infância. A encarei com mais ódio no olhar e ela ficou me fitando. Que mulher rude! Desviei meu olhar sem graça e fitei Steve, não tinha apresentado ainda ele para Kyara e não poderia esperar mais.

– Kyara, este é Steve, meu namorado.

– Olá Steve – ela deu um fraco sorriso dando rápido aperto de mão – sou Kyara, irmã de Mary, como já deve ter percebido.

Ele deu um fraca risada – Prazer, Kyara.

Ela se sentou na cadeira confortável no meio de nós dois, ficamos de pé apenas fitando-a, ela mexia na bolsa procurando algo, foi quando achou o celular e deu um sorriso levantando-o. Não havia como negar: ela era divertidamente estabanada. Ela se desesperava por qualquer coisa, quando tentava achar algo entrava em desespero e por ai ia, mas acho que esse é o motivo de nos darmos tão bem: sou bem estabanada, mas ao contrário, não divertida.

Apenas nós estávamos na sala de espera da maternidade. Nós e aquela enfermeira secretária que não parecia de bem com a vida e que de segundo em segundo nos lançava um olhar repreensivo. Estava me sentindo uma criança de doze anos na sala da vice-direção.

– Então – Kyara ficou de pé – acredito que posso entrar, no parto de David minha mãe e Mary puderam entrar. Sou família.

A enfermeira então falou da mesa sem sequer levantar o olhar – Familiares podem, mas no máximo dois.

Fitei Steve quem segurava a risada sentado na cadeira acolchoada.

– Oh, ótimo! – Kyara virou-se para mim – falarei com Mary que está aqui e logo que der a luz aviso a vocês, tudo bem?

– Claro – falei me jogando na cadeira ao lado de Steve – claro.

Foi quando apressadamente Kyara sumiu depois de empurrar a porta e entrar no corredor que daria para o quarto de Mary. Steve passou um braço pelos meus ombros e me puxou mais pra perto, como quem tentasse me tranquilizar. Ele sabia que eu estava muito nervosa e que precisava de noticias.

– Vai ficar tudo bem, Helena – ele deu um beijo no topo da minha cabeça.

Apenas dei um fraco sorriso fitando o chão. Ficamos esperando por cerca de horas, tinha perdido as contas quando olhava no relógio de minuto em minuto. A medida que o tempo ia passando mais pessoas iam chegando. Algumas das primas de Mary, as amigas do trabalho, alguns conhecidos, vizinhos e eu me perguntava: como tanta gente ficou sabendo?

Cumprimentei a todos com um fraco sorriso, não conversava com suas primas, nem com as colegas de trabalho, muito menos com conhecidos e vizinhos de Mary. Apenas ficava ali, sentada e apreensiva esperando noticias da minha melhor amiga que já estava há quase um dia completo dentro do hospital. Ela tinha optado por cesariana desde o principio, mas acho que Lilian havia apressado as coisas, ela não tinha muita escolha, mas a única coisa que me preocupava era toda aquela demora horrível e a falta de notícias, não tinha ideia do que estava acontecendo.

O silêncio pairava na sala de espera, alguns sussurros e fracas risadas davam para escutar bem ao fundo da sala, a enfermeira estava tomando seu café enquanto assistia televisão, Steve estava com os olhos pequenos de sono e eu estava apenas ali, com fome, com sede, mas não sairia dali enquanto não escutasse o primeiro grito e o primeiro choro de Lilian.

Steve algumas vezes, para espantar o sono, ia até a máquina de café expresso pegar uma xícara de café puro e me oferecia, mas como não gostava muito de café preferi deixar para outra hora. E lá estava ele, eu o fitava sem perceber a cada passo que ele dava, quando estava se atrapalhando na máquina de café expresso, o que me fazia rir. Até sem querer ele me fazia rir nos meus momentos de preocupação, e ali estava ele, desde de manhã, saindo do meu lado apenas para ir ao banheiro, ou beber café. Lá estava ele sorrindo e tentando me alegrar – o que estava dando certo – e mais ainda: como sempre, me protegendo. Mesmo sem nem precisar.

E por um instante senti algo dentro de mim. Aquela vontade imensa de largar tudo e ficar com ele, só ele. E estávamos perto disso, ele havia procurado uma casa para nós! E o que mais queria era que morássemos oficialmente juntos e tivemos ideias iguais, o que foi estranhamente perfeito. Mas o melhor de tudo era aquela felicidade que tomava conta do meu peito, aquele frio na barriga quando ele me olhava, dava aquele sorriso – que só ele consegue – e vinha para perto para me dar um beijo. Era aquela sensação de querer arriscar tudo por ele e com ele. Aquela era a melhor sensação de todas.

Steve vinha andando em minha direção com um sorriso no rosto, enquanto meu olhar se movia a medida que ele andava. Ele sentou ao meu lado novamente e me deu um rápido beijo seguido da pergunta:

– O que foi?

– O que? – perguntei sorrindo completamente sem graça.

– Por que me olha tanto?

Eu ri – Porque você é lindo.

Ele sorriu e olhou nos meus olhos – E eu te amo.

– Eu te amo, Steve Rogers. E obrigada por estar aqui comigo, e sempre, quando eu preciso ou não.

Ele sorriu e me deu um beijo na testa – Sou seu protetor, amor.

Eu ri balançando a cabeça – Sim, você é.

Ficamos alguns segundos nos encarando nos olhos e com sorrisos bobos. Foi quando um barulho ecoou pelo corredor e no mesmo instante foi um som fácil de distinguir: o primeiro choro da pequena Lilian. No exato instante em que todos estavam calados, em que todos fitavam o chão enquanto eu e Steve trocávamos olhares. No exato momento o sorriso de Steve abriu e pude sentir meus olhos enxerem de lágrimas, de alívio, de felicidade e de todas as coisas boas. Fiquei de pé com um enorme sorriso e então a gritaria começou. Steve me abraçou e Kyara saiu da porta com um enorme sorriso no rosto e então deu o grito:

– Nasceu!

Todos se abraçavam contentes e até vi surgir um sorriso no rosto da enfermeira, sorri enquanto ela me lançou um olhar e Kyara me puxou e o que fiz foi puxar Steve. Ela então nos empurrou para dentro do enorme corredor enquanto segurava a porta e falava com os outros algo sobre esperarem que todos poderiam ir ver Lilly, mas depois.

– Não acredito! – eu sorria contente.

– Olha minha cara de boba, estou pálida!

– Não vá passar mal, hein?

Ela riu e então paramos em frente á uma sala que continha um vidro enorme como janela. Lá dentro havia vários “bercinhos” para os bebês recém-nascidos, mas havia apenas dois bebês adormecidos. Paramos de andar assim que chegamos lá e ficamos fitando os bebês lá dentro. A porta ao lado do berçário se abriu e uma enfermeira alta e magra carregava um bebê nas mãos, sorria para ela enquanto a bebê se aconchegava em seus braços. Era Lilian, pude ler pela pulseirinha. A tia da recém-nascida estava chorando, mas com um sorriso tão grande na cara que obviamente estava feliz.

A enfermeira colocou Lilian no bercinho mais próximo á janela em que estávamos colados, Steve estava ao meu lado e também tinha um enorme sorriso no rosto. Assim que a enfermeira colocou Lilian no berço, ela se mexeu manhosa, ameaçando chorar, mas apenas bocejou e fechou os olhos, o que nos fez rir e quase derreter de tanta fofura. Ela estava bem, a nossa garotinha, estava bem.

A enfermeira então fechou a porta depois de sorrir para a enfermeira que ficava lá dentro, caso algum dos bebês chorassem, ou algo do tipo. Assim que fechou a porta delicadamente a enfermeira sorriu olhando para nós três.

– Ela é tão linda, e nasceu em perfeito estado para um bebê prematuro.

– Como está a mãe? – perguntei.

– Está ótima, a cirurgia foi um sucesso e assim que for pro quarto vocês poderão vê-la.

– Tudo bem – sorri – obrigada.

– Por nada – ela sorriu virando-se para a porta do quarto de cirurgia.

Mas parou assim que a porta abriu, era Peter todo bobo com um sorriso na cara e os olhos inchados. Poderia dizer que ele havia chorado, mas que estava incrivelmente feliz.

– Oi! – ele sorriu quando nos viu.

– Oi Peter! – sorri indo até ele, lhe dei um abraço forte – parabéns papai!

– Obrigado – ele riu.

– Parabéns, Peter – Steve lhe deu um forte aperto de mão.

– Obrigado cara – Peter sorriu e então fitou a filha dormindo no berçário – ela é tão linda, vocês viram?

Todos viramos em direção á Lilian – Ela é – Kyara disse – ela tem seu nariz, Peter.

Ele sorriu – Ela tem os olhos e a boca da mãe – ele suspirou em seguida – ela é a coisa mais linda do mundo. Não há nada melhor do que ter mais um motivo para viver. As únicas mulheres da minha vida: Mary e Lilian – ele então olhava para todos enquanto falava com seu sorriso bobo – sabem... Ela mal nasceu, mas até antes de nascer eu já amava essa pequena – ele fitou a bebê no berçário – a melhor coisa que tem é amar tanto alguém.

Steve então segurou minha mão e por uma fração de segundo senti um arrepio percorrer pela minha espinha. Levantei meu olhar em sua direção e ele estava me olhando, com seus olhos azuis focados nos meus. Peter estava certo: a melhor coisa que existe é amar alguém.



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