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História Hey, Hands Up! - Capítulo 23


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos 129 favoritos e a todos que comentam!!! :D

Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
nos sigam no Twitter: @giseledute | @isidoroka ;)

Boa leitura :D

Capítulo 23 - Capítulo 23


Mark estava entediado na loja. Há muito tempo aquele estabelecimento não recebia quantidade significativa de pessoas e o moreno até se viu com medo dele fechar. Ele trabalhava ali há cinco anos e o chefe era um senhor legal e o funcionário realmente não queria perder aquele emprego.

O americano tinha a mão apoiada no queixo quando sentiu o celular vibrar no bolso de trás da calça. Logo o pegou e constatou que eram os seus namorados. Ha! Era um pensamento engraçado.

 

MarkJinSon

 

WangPuppy

Então… eu estou com saudades!

Eu tenho dois namorados.

E os dois estão ocupados

demais para me ver!

O quão injusta é a vida?

 

ParkPuppy

Amor, estou na aula.

 

Haneul’s Dad

Eu também estou no tédio.

Me entretenham.

ParkPuppy

Qual parte do estou na aula vocês não

pegaram? Céus, eu odeio amar vocês!

Volto em dez minutos!

Haneul’s Dad

Luv u 2, Jinyoungie!

Então… Jackson,

Você não deveria estar investigando

ou sei lá o que detetives particulares fazem?

 

WangPuppy

Já terminei tudo.

E recebi a grana.

Agora sou rico e tal.

Haneul’s Dad

ATA.

Cadê os outros clientes?

WangPuppy

Também estou procurando…

Hum… Mark.

Acho que temos que conversar, né?

Haneul’s Dad

Acho que sim, mas essa

conversa precisa da participação

do nerd, mas ele está muito ocupado

conseguindo um diploma para nos

dar atenção agora.

WangPuppy

Ao menos ele será rico

o suficiente para nos sustentar.

Eu adoraria ser um sugar baby.

 

ParkPuppy

Da licença, mas eu sou o mais novo por aqui.

Eu não deveria ser o sugar baby de vocês?

Haneul’s Dad

Eu tenho dois empregos

de salário mínimo.

Eu preciso de alguém

para me sustentar, isso sim.

Isso sem mencionar a minha filha!

 

WangPuppy

Gente, todo mundo aqui é pobre.

Vamos mudar de assunto.

Acho que precisamos pensar melhor nossa

relação, não é?

Eu nunca tive um relacionamento a três.

Na verdade, nunca tive um relacionamento.

 

ParkPuppy

1ª regra: paciência com Jackson.

Haneul’s Dad

2ª: Paciência com Mark que tem dois empregos

e uma filha pequena para criar.

WangPuppy

How rude!

2º A gente sabe, anjo… e nós

vamos ajudar com a Haneul.

Sabemos que ela é sua filha, mas

ao menos eu quero estar presente nessas

coisas também.

Puppy, você concorda?

 

ParkPuppy

Óbvio!

Agora vamos as regras sérias.

Hm… eu gostaria de saber não de tudo, mas

quase tudo? Quando eu não estiver envolvido

diretamente?

 

WangPuppy

Mas é um ciumento mesmo.

 

Haneul’s Dad

Hum… Eu também

meio que concordo com

Jinyoung.

 

WangPuppy

Então, 3ª regra: nada de segredos.

Contaremos tudo.

Então, já que é assim…

Mark, Jinyoung e eu já fizemos sexo.

Tipo, muito.

 

Haneul’s Dad

Eu ri.

Jinyoung e eu também,

mas faz anos…

ParkPuppy

Ah… bons tempos…

Hum… Vocês já fizeram?

Haneul’s Dad

Só oral, mas não chegamos a

terminar. Então… Não.

Haneul sempre aparece.

 

WangPuppy

Temos que mudar isso!

 

ParkPuppy

Concordo.

Haneul’s Dad

Vocês são muito safados.

Eu sou muito inocente para os dois.

 

WangPuppy

Ah… tá bom!

Eu me lembro muito bem de alguém dizendo:

“Ah… eu preciso que você me foda até eu não

conseguir lembrar meu nome amanhã!”

Hm… quem será que disse isso?

Haneul’s Dad

Hm… de repente eu não sei ler.

Não entendo nada.

 

ParkPuppy

4ª regra: Vamos sempre conversar.

Qualquer coisa, dúvida, angústias…

Conversar, okay?

 

WangPuppy

Okay!

5ª: Não tomarmos decisões em particular.

Os três sempre.

Haneul’s Dad

Eu não consigo formular a frase, mas

e se algum de nós não quiser mais

o relacionamento a três?

E se só quiser com um?

ParkPuppy

Questão importante!

Mas antes...

6ª: Ninguém além de nós três. Ao menos,

não sem conversar com os outros antes.

Agora sim… sobre se alguém não quiser mais…

Acho que se aplica na regra de não tomar decisão

sozinho, certo?

7ª: Se houve mudança de sentimentos os outros

deverão ser alertados imediatamente

e uma nova conversa será feita.

 

WangPuppy

Não é lindo como ele é todo

inteligente e consegue formular

frases profundas em três segundos?

Divindade, eu amo um nerd!

Haneul’s Dad

Concordo.

Eu me apaixonei por ele da primeira vez

por conta disso.

ParkPuppy

Eu me apaixonei porque você

era um vagabundo.

8ª regra: Sem comparações ou não aceitação.

Sou bi, Mark é bi e Jackson é pan.

Nada de problema com as orientações…

 

WangPuppy

Okay!

Ah, gostei desse negócio de comparação…

Meu boquete é péssimo.

 

ParkPuppy

¬¬

Haneul’s Dad

Estamos bem de regras por hora, certo?

Eu tomei a liberdade de colocá-las todas juntas

em um documento e estou carinhosamente

enviando para vocês.

E Jackson, seu boquete é de outro mundo,

então fica quieto.

Tudo o que você quer é elogio.

Não que eu reclame, adoro elogiar vocês.

 

ParkPuppy

Estou com saudades de vocês!

E excitado graças ao Jackson!

Dois namorados e ninguém para

resolver este problema?

Céus, que mundo injusto!

 

Haneul’s Dad

Cala a boca que só não bato

uma porque tô no trabalho.

 

WangPuppy

Namoro dois safados o_o

Será que conseguirei acompanhar

o ritmo?

 

ParkPuppy

Ah… Mas você consegue.

Oh!

Droga!

Haneul’s Dad

Aconteceu algo, amor?

 

ParkPuppy

Minha formatura…

Eu coloquei que ia levar só três

acompanhantes, meus pais e Jaebum.

Tenho que mudar isso.

 

WangPuppy

Nosso nerd vai se formar T_T

 

Haneul’s Dad

Me mata de orgulho.

Mas, anjo…

ParkPuppy

Oi?

Haneul’s Dad

Você ia chamar Jaebum

e não chamar Youngjae?

 

ParkPuppy

É verdade, eu esqueço que

ultimamente eles são como

“pague um, leve dois” :/

Só paguei mico, hein?

 

WangPuppy

Você não sente ciúmes de ser

substituído pelo Youngjae, Puppy?

Parece que Jaebum está tentando

mudar seu posto de melhor amigo…

 

ParkPuppy

Nah… Jaebum seria incapaz.

Ele sabe que eu tenho muito material

de blackmail para tentar me trocar assim…

Sem contar que… Hm…

Nora sentiria muito minha falta agora.

 

Haneul’s Dad

Não precisa fingir que não sabe que

eles tão transando.

 

WangPuppy

O QUE????

 

ParkPuppy

Não sei de nada...

Haneul’s Dad

Tudo bem…

Vou fingir que não vejo…

WangPuppy

#Chocado

Puppy, pode chamar Bambam?

Ele é meu amigo… E já ouviu

meus lamentos.

 

ParkPuppy

Dramático.

Haneul’s Dad

Chamar Bambam

significa chamar Yug.

 

ParkPuppy

Porra, eu esqueci de chamar Taek!

E Jin… Ai socorro.

E claro, Namjoon.

 

WangPuppy

Só seus convidados vão encher o auditório.

 

ParkPuppy

Cala a boca!

Haneul’s Dad

Tem um cliente chato

perguntando se vendemos armas.

Já volto.

 

WangPuppy

Que? Anjo!

Precisa que eu vá pra aí?

 

ParkPuppy

Até você chegar…

Anjo, ligo pra Jaebum?

 

Haneul’s Dad

Ele foi embora irritado.

É mole? Cada louco

que aparece aqui.

Ah… Vocês me amam <3

ParkPuppy

Claro que sim.

Tem certeza que está

tudo bem?

Haneul’s Dad

Sim, sim.

WangPuppy

Que bom.

Mark, hoje eu posso ficar

com a Haneul depois que  acabar o

horário de Bam.

 

ParkPuppy

Eu também posso…

 

Haneul’s Dad

Ihhh hoje ela vai ter

os dois Oppas?

Ela vai surtar.

 

ParkPuppy

Eu que vou surtar.

Amo tanto aquela menina.

 

WangPuppy

Ah! Eu também.

Haneul’s Dad

*-*

Eu amo tanto vocês

Céus… esse relacionamento a três

foi tão rápido

Duas semanas e já estamos “eu te amo”

ParkPuppy

Três pessoas

Três vezes mais amor, certo?

Agora eu preciso realmente

terminar meu TCC!

Divindade me ajuda!

Jackson, você me busca e depois

vamos para a casa de Mark?

 

WangPuppy

Combinado.

 

Haneul’s Dad

Nada de darem doces

para a minha filha.

ParkPuppy

Quem faz isso é o

seu outro namorado.

 

WangPuppy

Só respondo na

presença do meu advogado.

 

ParkPuppy

Oi, prazer.

Meu nome é advogado

de Jackson.

 

Haneul’s Dad

Que nome sexy.

Você vem sempre aqui?

ParkPuppy

Ahhhh

Eu preciso revisar a

merda do TCC.

Me desculpe T_T

 

WangPuppy

Tudo bem, mozinho.

Boa sorte.

 

Haneul’s Dad

Ai, inteligência me dá tesão.

 

WangPuppy

Mark… para de nos

provocar.

 

ParkPuppy

Amo vocês.

Até mais tarde.

 

Haneul’s Dad

Tchau, bebê.

Também te amo.

 

WangPuppy

Bye, Puppy.

Te amo!

 

Haneul’s Dad

Jack… Obrigado por cuidar

de Haneul.

(Jinyoung também. Depois quando você

ler isso aqui, saiba que sou imensamente

grato).

WangPuppy

Não é incômodo.

Ela renova minhas energias.

Assim como vocês.

 

Haneul’s Dad

Nossa! Todo romântico…

Jinyoung me falou algo sobre

você ter demorado

para assumir seus sentimentos...

WangPuppy

A culpa é dele!

Ele me fez ficar assim e você

com sua filha fofa, só pioraram!

Anjo, preciso ir.

Seokjin apareceu aqui

e ele está me obrigando a comer e é claro

contar as novidades.

O que eu fiz para merecer?!

 

Haneul’s Dad

O que você fez para

merecer isso tudo?

Você tem um coração enorme, meu

amor. Todos, em algum momento,

vão te amar.

Bom almoço.

Também vou almoçar aqui.

WangPuppy

Eu te amo, estou com saudades.

Coma direitinho!

Haneul’s Dad

Você também.

Até mais tarde.

 

– Divindade! Você está namorando duas pessoas? Eu preciso de todos os detalhes! Agora!

Jackson riu da reação de Seokjin. Ah! Seria um longo almoço.

 

***

 

Na próxima folga que tiveram, Jaebum e Youngjae resolveram ir atrás de pistas. Eles haviam bolado parte de um plano: tentariam conversar com algumas pessoas envolvidas diretamente nos roubos de joias. Segundo o moreno, havia mais do que isso para olharem, mas resolveram começar pelo o mais óbvio.

Em primeiro lugar, eles foram visitar o joalheiro que havia voltado duas vezes na delegacia reclamando dos pertences dele. Pelo visto a loja era recente e os trâmites do seguro ainda não estavam prontos e por isso ele ficara com todo o prejuízo. Até o dia atual, a joalheria continuava fechada.

– Acha que ele vai querer conversar conosco? – questionou Jaebum, retirando o cinto de segurança. – O cara deve tá puto com a polícia.

– Vamos falar que estamos investigando… Tentando encontrar as joias dele. – afirmou Youngjae, também retirando o cinto. – Espero que consigamos algo.

– Eu também.

O Peugeot ficou estacionado em frente a uma casa de classe média, com um grande quintal atrás das grades. A residência era cercada de árvores e as flores do jardim já chamavam atenção mesmo do lado de fora do terreno. O imóvel em si era bege, com uma varanda de madeira.

– Cara, sempre tive o sonho de morar em um lugar desses. – comentou Youngjae, suspirando fundo. – Nossa, do jeito que eu imaginei.

– Sério? – O moreno tocou o interfone e tentou observar melhor o local, absorvendo detalhes. – Coco ia amar correr por um quintal desses.

– Ia mesmo. – concordou o loiro. – Nossa… É igual a um dos quadros da minha mãe… Quem sabe um dia eu não consigo, né?

– Vai conseguir, tenho certeza. – Jaebum esticou o braço e deu umas batidinhas no ombro do outro. – Qualquer coisa, te empresto uma grana para ajudar…

– Mas você é mesmo um parceiro, hein? – O mais baixo sorriu e brincando, afastou a mão do outro. Nesse momento, o interfone fez um barulho e uma voz escutada. – Olá, somos policias e gostaríamos de conversar sobre o roubo a sua loja, senhor.

O homem apareceu na vista deles uns três minutos depois, mas pareceu um pouco desconfiado. Os policiais puxaram os distintivos e o senhor os leu por um momento e logo depois abriu o portão, os deixando entrar.

Jaebum esticou o pescoço por trás do parceiro, tentando olhar mais da casa. Notou que havia uma parte com um balanço e um escorrego. Haneul amaria brincar ali.

Já dentro da casa, a esposa do joalheiro serviu uma xícara de café para os policiais e ofereceu biscoitinhos, que o moreno aceitou de bom grado. Estavam deliciosos.

 – Senhor, gostaríamos de fazer algumas perguntas… – começou o loiro, após um gole do líquido. – Sabemos que seu estabelecimento foi assaltado e nós que prendemos os meliantes.

– Oh, sim, sim…

– Então, o senhor disse que as joias não foram devolvidas, é isso? – questionou o moreno, com uma expressão séria. – Porém elas foram entregues, depois da análise e da catalogação.

– Não foram não. – O homem era baixo e tinha o cabelo metodicamente ajeitado na testa. – Aquilo não era nem metade do que os bandidos levaram.

– Hum… – Youngjae fez um pequeno sinal com a cabeça para o parceiro e o outro devolveu o gesto. – O senhor não viu mais alguém próximo da cena do crime? Talvez um terceiro bandido que fugiu com o restante das joias?

– Não. Somente dois entraram… Olha, a loja está fechada, pois além do prejuízo que levei, fui ameaçado para parar de reclamar.

– O que? – O loiro parou a xícara no meio do caminho para a boca e arregalou de leve os olhos. – Como assim, senhor?

– Chegou pelo correio, sem remetente, um envelope grandinho. Quando eu abrir, tinham fotos do meu filho, nora e meus netos. A última foto tinha um ‘x’ riscando o rosto de todos eles e atrás estava escrito que se eu continuasse insistindo com as joias, eles seriam mortos. – O homem contou o relato, porém pareceu bastante abalado e a esposa dele se levantou e sumiu no corredor. Jaebum olhou para parceiro e repuxou o lábio inferior. – Eu não preciso do dinheiro, sabe? Sou aposentado como gerente de um banco e eu resolvi parar de procurar. Não sei quem me roubou, mas acho que foram mais do que bandidinhos.

A senhora voltou após alguns minutos, com o envelope amarelo nas mãos e entregou para os policiais que o analisaram antes de abri-lo e retirar as fotos de lá. Realmente eram como o aposentado havia descrito, inclusive a última, com riscos vermelhos nos rostos da feliz família.

– Eu só aceitei falar com vocês, pois quero que parem de investigar ou se continuarem, retirarem meu nome do meio. – afirmou o homem, com uma expressão séria. A esposa estava do lado segurando a mão do marido. – Eu acho que tem alguma coisa com a máfia, gangue, sei lá… Antes de eu abrir a loja, o dono da lanchonete ao lado falou que seria uma péssima ideia, por causa de quem controla a região, mas eu fui teimoso e agora me arrependo profundamente… Pretendo vender aquilo lá e se a divindade for boa, eles deixarão minha família em paz.

– Entendemos o seu medo… – Jaebum balançou a cabeça, pensativo. – Por que o senhor acha que é uma máfia ou gangue?

–  Não sei… Mas eu dei uma conversada com os comerciantes da região e falaram de uma espécie de aluguel extra que teria que pagar. Na época não entendi, mas agora eu acho que eu teria que pagar algo para alguém para poder continuar com a loja…

 – Hum… – O loiro suspirou alto, terminando o café. – Mais alguma coisa que o senhor se lembre?

– Não... Por favor, não coloquem mais a joalheria ou meu nome no meio disso…

– Tudo bem, tem a nossa palavra. – Jaebum se levantou e o parceiro seguiu o exemplo. – Peço desculpas pelo incômodo e sentimos muito pelo medo que o senhor está passando. – falou, depois se virando para a mulher. – O café e os biscoitos estavam ótimos, senhora.

– Vão com a divindade. – falou a mulher, com um tímido sorriso. – Vocês parecem ser bons rapazes… Cuidado com isso tudo.

– Agradecemos a preocupação, senhora. – Youngjae fez uma pequena reverência e Jaebum fez o mesmo. – Fiquem com a divindade.

Os policiais seguiram para saída e logo atrás veio o dono da casa, para abrir o portão de grade. O homem colocava a chave na fechadura quando Jaebum resolveu perguntar algo.

– A casa do senhor está à venda? – O moreno deu um sorriso e Youngjae reconheceu como o sorriso simpático com um toque de confiança. – Ela é muito bonita.

– JB…

– Eu comprei quando tinha a idade de vocês… Ela estava caindo aos pedaços. – O homem olhou para os dois e sorriu. – Infelizmente não está à venda.

– Ah, tudo bem. – falou o policial mais alto. – Obrigado mesmo assim.

Após mais uma rápida despedida, os parceiros seguiram para o carro prata e rapidamente adentraram nele.

– JB, não era para você perguntar da casa.

– Não custava tentar. – O moreno balançou os ombros. – Viu aquele chão todo em madeira?

– Vi… Muito bonito.

– Pode deixar, Jae… Ainda vamos conseguir uma casa daquela para você.

– Ai, ai ai… – O loiro sorriu e puxou o cinto de segurança, o prendendo na trava. – Pro presídio agora?

– Vamos lá!

 

 

Após assinarem os nomes no livro de registo – Jaebum não queria fazer aquilo, mas eles não tinham outra opção –, os dois seguiram até uma grande sala, com várias divisórias de vidro e telefones acoplados a elas. Cada um ficou em uma extremidade, para uma conversa não atrapalhar a outra.

Alguns minutos de espera e Youngjae ficou entediado. Conhecia aquela dinâmica e sabia que demoraria ainda um pouco para prepararem o preso e o levarem até ali. Por isso, ele buscou o celular – que só foi autorizado por que os vidros não tinham nenhuma passagem – e mandou uma mensagem.

 

JB

 

Tédio…

Você está literalmente

sentado há um minuto  aí.

 

E daí?

Estou entediado.

Hum… Mais tarde…

Depois de tudo… Vamos

assistir aquela série?

Você está me enrolando!

Ai, tá bom.

Mas se eu não gostar,

você assiste aquele filme

do Oscar.

Saco!

Tudo bem.

JB,

estamos fazendo

a coisa certa, né?

Eu acredito

que sim.

 

Não deveríamos

falar disso no celular, né?

Não.

E por que você

respondeu, então?

Porque você perguntou.

Eu realmente queria

poder comprar uma

casa daquelas. :/

Casa dos sonhos de Jae,

Google, pesquisar.

Infelizmente

tudo caríssimo.

Queria ser rico.

Também!

Quando você

vai ganhar na loteria e

dividir o prêmio comigo?

Se eu ganhar algo,

vou desaparecer.

Nada de dividir.

Que horror!

Pior parceiro.

Mentira,

eu comprava a casa

para você.

 

O loiro se arrependeu de mandar o coração, mas antes que consertar com alguma piadinha, o preso chegou. O cara magrelo que ele havia perseguido estava ainda mais magro e Youngjae parou para pensar se ele não estava se alimentando ou se ele estaria depressivo. Não era incomum em um lugar daqueles.

– O que você quer? – perguntou o presidiário, pelo telefone. – Se gabar da prisão?

– Eu tenho mais o que fazer do que me deslocar da minha casa até aqui só para atestar algo óbvio.

– Fala logo o que quer, cara.

– Por que você assaltou aquela loja? – Youngjae foi direto ao assunto. – E onde estão o restante das joias?

– Não sei de joia nenhuma, tá tudo com a polícia.

– Não estão.

– Então está com os seus amiguinhos policiais. – O homem balançou os ombros e desviou os olhos, olhando para o outro lado. – Será que aquele vidro segura meu mano de quebrar a cara do seu parceirinho?

Youngjae fingiu não escutar, mesmo que a vontade de virar a direção para Jaebum fosse imensa. Eu não podia demonstrar fraqueza e tinha que ser um bom interrogador e por isso se lembrou de todo o seu treinamento e o colocou em atividade.

– Ei, presta atenção aqui. – O loiro bateu com o aparelho no vidro e o homem virou para ele. – Você não tem nada a perder… Mas quem tá aqui fora, tem. Para quem você venderia as joias?

– Não vejo vantagem nenhuma para mim de colaborar com você.

– E eu não nada para te oferecer. – O loiro remexeu a cabeça. – Não é como se você fosse importante ou soubesse de algo que fosse prejudicar alguém, mas só estamos fazendo nosso trabalho aqui de procurar provas. 

– Eu sei algumas coisas…

– O que?

– Se você me tirar cinco anos da sentença, eu falo.

– Okay, foi ótimo conversar com você. – Youngjae colocou o telefone no gancho e se preparou para levantar, mas o outro bateu no vidro, pedindo para falar mais. – O que é?

– Eu roubei as joias a mando de alguém.

– Quem?

– Eu não sei…

– Você rouba algo sem saber para quem? – perguntou o loiro, levantando uma das sobrancelhas – Parece absurdo.

– Quer saber? Foda-se. – O homem passou o aparelho na cabeça e logo depois voltou com ele para a orelha. – Tô todo fodido mesmo. Aqui dentro nem proteção da gangue eu recebi então… As joias era uma forma de lavagem de dinheiro, sei lá? Só sei que era para eu entregar para o responsável pelo prostíbulo da rua trinta e dois.

– Lavagem de dinheiro em prostíbulo? Isso não faz sentido.

– Olha o cérebro da coisa não era eu. – Youngjae não comentou que aquela constatação era óbvia. – Sei lá… Talvez presentes pras mulheres?

– Por que alguém ia ter esse trabalho todo para presentes?

– Olha… Quem sabe mais é o chapa ali. – O preso apontou com a cabeça para o lado. – Ele que sabe os detalhes. Eu era apoio.

– Entendi… Mais alguma coisa que queira acrescentar?

– Você vai me tirar daqui?

– Adivinha a resposta?

– É, suspeitei.

Youngjae fez um sinal de despedida e colocou o telefone no gancho. Não havia sido algo muito produtivo, mas talvez o parceiro tivesse tido mais sorte que ele. O loiro saiu da sala assim que o preso foi levado para dentro. O policial foi direto para o carro e lá ficou esperando Jaebum.

O moreno chegou alguns minutos depois e pediu para eles saírem logo dali. O loiro acelerou o carro, acatando o pedido do parceiro.

A estrada até a casa deles era longa, o que permitiu que eles conversassem. Youngjae contou tudo que o prisioneiro lhe falara, o que não foi muito.

– É, realmente ele não sabia de muito. – comentou Jaebum, enrugando a testa. – Então o cheio de músculo também era o cérebro… Engraçado

– O que você descobriu, JB?

– Então, o cara tava puto que abandonaram ele ali dentro… – Youngjae concordou, comentando rapidamente que o dele também estava. – Ele falou que o chefe da máfia da região mudou… Que o antigo se aposentou.

– Eu nem sabia que tinha máfia aqui. – O loiro mordeu o interior da bochecha, pensativo. – Sabia da prostituição, das drogas, mas não pensei que tinha uma grande cabeça por trás.

– Pelo visto eles estão bem escondidos, o que os deixam mais perigosos. – Jaebum se ajeitou no banco e olhou para o parceiro que parecia estar mordendo a parte interna da boca. Era visível pela forma como a bochecha do outro estava contraindo e esperado, pois Youngjae sempre fazia aquilo quando estava preocupado. – Jae, ele me falou que aquilo era uma forma de fazer o joalheiro ficar temeroso e pagar a proteção.

– Então o aluguel extra que o senhor falou era isso. – O mais baixo suspirou fundo. – Então as joias foram só para assustar?

– Sim e não… Pelo visto esses caras usam joias para as transições, pois é fácil de trocar por dinheiro em lojas de penhores. Se acontecer algum problema, eles vendem rapidamente os acessórios e pronto, dinheiro vivo.

– Além do mais que ouro e pedras preciosas não perdem o valor. – completou Youngjae.  – Bem inteligente o esquema.

– Sim e… eu acho que realmente temos colegas envolvidos…

– É, provavelmente sim. Ainda mais que as joias sumiram lá de dentro. – falou o mais novo, parecendo um pouco frustrado. – Me sinto um idiota. Tanto tempo naquela delegacia e nunca percebi nada. E na cidade? Também nunca soube… Sou um péssimo policial.

– Nada disso, Jae. Isso tudo significa que você não é corruptível. Provavelmente esses policias estão na estação antes de você chegar lá e eles sempre estão de olho nos iguais a eles.

– Ou significa que eles me acham um policial bosta. – brincou o loiro.

– Isso é mentira. Você tem uma ótima mira, é forte, inteligente e seria uma ótima adição para qualquer coisa. – afirmou o moreno, ligando o rádio. Uma calma música pop preencheu o carro. – Não que eu queria você na máfia.

– Hum… Não me encaixo nesse tipo de atividade. – disse o loiro, abaixando a proteção contra o Sol. Era à tarde, mas a estrela ainda brilhava forte no Céu. – No fundo, sou uma pessoa boa.

– No fundo? – Jaebum perguntou, dando uma gargalhada. – Você é repleto de bondade, Jae. Maldade não tem espaço no seu coração.

Youngjae sentiu as bochechas ficarem vermelhas. Era bom ser elogiado. O loiro não estava acostumado com esse tipo de coisa, sempre se achou mediano e não digno de enaltecimentos, mas lá estava Jaebum, levantando várias características dele sem nenhuma dificuldade e dizendo que elas eram ótimas.

– Você também não é corruptível… – falou o loiro, olhando de relance para o parceiro. – Eles não te procuraram, né?

– Não. Acho que viram que nós éramos meio grudados…

– Caráter passa por osmose? – perguntou o mais baixo, rindo da piada. – É isso que você quer dizer?

– Você não me aceitaria se eu não prestasse. – respondeu o moreno, balançando os ombros. – Conhecemos por quanto tempo? Oito meses?

– Isso mesmo.

– Olha pelo tanto que passamos juntos? Nossa! – Jaebum balançou a cabeça e abaixou o vidro, deixando o cabelo preto balançar um pouco. – Jinyoung vai me matar por admitir isso antes para você do que para ele, mas… Até bi descobri que sou.

– Bi? – Youngjae não esperava por aquilo e acabou respirando audivelmente. – Tem certeza?

– Sim.

– Hum… Espera!  Eu fui a primeira pessoa que você saiu do armário? Uau! – O loiro olhou para o lado e o parceiro balançava a cabeça em afirmativo. – Me sinto especial.

– Você é especial.

Youngjae sorriu, mudando a marcha e diminuiu a velocidade antes deles passarem por um radar. A música agora que tocava em alguma estação para jovens era animada e ele a conhecia. O loiro, sem perceber começou a cantarolá-la. Jaebum se esticou ao seu lado e diminuiu o volume do rádio e ficou encarando o parceiro, com um sorriso.

– Não… Não para de cantar. – O moreno pediu, fitando o parceiro. – Sua voz é a minha favorita.

O loiro soltou um som divertido pelo nariz e aumentou o tom da própria voz, cantando a música no ritmo enquanto o outro se remexia no banco, dançando com as pernas. Os dois eram uma dupla e tanto.

No próximo sábado Jaebum levaria o levaria para o ensaio final, antes da apresentação que o grupo de dança do moreno faria em um festival, que teria na próxima semana. Youngjae estava animado para ver o mais alto dançando e também teria a oportunidade de ver Yugyeom. Parecia um ótimo plano para o final de semana, principalmente para ele que quase não saia do apartamento. 

– Jae, você vai querer continua investigando? – questionou Jaebum assim que estacionaram na vaga que o loiro tinha no prédio. – Por enquanto não temos provas nenhuma…

– Sim, eu quero. Uma hora esbarraremos em algo.

– Então, tá. – O moreno apertou o botão da trava, retirando o cinto de segurança. – Mas se percebermos que ficará perigoso demais, deveríamos parar…

– JB, se você não quiser continuar, eu entendo. – afirmou Youngjae, se virando para o outro. – Não ficarei magoado.

– Não é isso. É que… é a máfia. – Jaebum suspirou alto, os lábios visivelmente rebaixados nos cantos. – Eu só não quero que você se machuque ou… morra.

– E você? Aí não tem problema?

– Não muito…

– Mas que absurdo é esse que você está falando? – Youngjae enrugou a testa e saiu do carro, o outro imitou a ação. Seu parceiro estava louco? Que papo era aquele? – Eu vou ficar arrasado se você morrer. Jinyoung também...

– Eu sei… Não é isso que eu quero dizer. – Jaebum balançou os ombros para cima e para baixo e aquele ato irritou o loiro. – É só que… Se apontarem uma arma para você, eu vou entrar na frente, é isso.

– Eu faria o mesmo por você.

– Então, eu não quero que você faça.

– Você pode morrer por mim, mas eu não posso morrer por você? – Youngjae revirou os olhos e o outro deu um tímido sorriso. – Você é ridículo.

– Me promete que vamos parar antes de morrermos?

– Fazer o que, né? – perguntou o loiro, fazendo uma expressão entediada. – Com essa sua pressão psicológica…

Jaebum pareceu satisfeito com a resposta do outro e sorriu enquanto entravam no elevador, dando pequenos soquinhos no braço do loiro, que revirava os olhos para aquilo. Assim que chegaram e frente aos apartamentos, se separaram. O moreno prometendo que mais tarde aparecia para eles assistirem uma série e o loiro informando que esperaria.

Youngjae seguiu direto para a cozinha e começou a pensar no que faria para o jantar. Provavelmente algo envolvendo frango, pois era a comida favorita de Jaebum. Mas ele não faria pelo moreno e sim por ele. Pelo menos foi isso o que o loiro se convenceu enquanto separava os ingredientes.

 


Notas Finais


Ps.: Amanhã postarei o capítulo de manhã, pois à tarde tenho médico. Mas, se por algum motivo eu não postar, coloco no ar à noite. Se eu sumir, aí vocês cobrem da Karina.

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Até amanhã ;*


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