1. Spirit Fanfics >
  2. Hey, Professora - Catradora >
  3. Mestra em solução de problemas - parte I

História Hey, Professora - Catradora - Mestra em solução de problemas - parte I


Escrita por: MrsLaviolette

Notas do Autor


Hey! Relou!

Bom, só dizer aqui parcas (ou não) palavrinhas a respeito da fic. Depois que vi o alcance q pegamos e recebi vários tipos de feedbacks q vcs bem sabem, passei a estudar muito + pra desenvolver o conteúdo, e isso n implica em só reassistir She-ra e fazer laboratório de personagens não. Tenho demorado + pq real oficial tô estudando comportamento humano/o universo bdsm + a fundo (além das minhas próprias experiências, q foi oq deu início à história, de fato.) Por isso tenho aprofundado cada vez + essa história q ao meu ver já não é só por diversão, (e eu fico IMENSAMENTE feliz por ter chegado a ponto de ajudar pessoas q se identificam com os gostos descritos aqui ainda q eu peque em alguns aspectos, seja sobre a Catra, sobre a Adora, sobre os gestos descritos...enfim... Ninguém é perfeito e a gente segue tentando, morô? Errando e aprendendo, é assim que se vive, flw?

Desse cap em diante, passarei a pôr um pequeno glossário dos termos que pouco a pouco devem entrar conforme eu mesma ganho conhecimento. ^^

Sem + delongas, boa leitura!

Capítulo 37 - Mestra em solução de problemas - parte I


 

Enfim, a quarta-feira. Dia de muita tensão para a jovem professora de Inglês. Por outro lado, dentro de um grande prédio no centro urbano tecnológico de First Ones, lá estava Scarlet, a Dama de Etérnia, pretensiosa, arrumando sua nécessaire preta de couro sintético, guardava coisinhas especiais que pretendia usar com Adora naquele encontro noturno em Whispering Woods. Ainda que a loura não quisesse de fato nada com ela nos termos de costume, seria muito difícil resistir ao tremendo poder de persuasão que ela carregava como boa escorpiana que era. Cantarolava I put a spell on you enquanto organizava as coisas na pequena bolsa. No fundo, sentia já estar ficando velha para o negócio, e já que Adora a procurara, viu também a oportunidade de falar novamente com Catra sobre a proposta feita em Etérnia há poucos dias atrás. No mais, ninguém precisava saber de seus reais pensamentos, afinal de contas, ela era uma mestra em manipulação totalmente dissimulada e seus dotes a ajudavam a fazer permanecer intacta sua imagem de poder. Iria até o fim de seus dias com o próprio jogo, afinal, ela nunca perdera uma.

 

.....

____________________________________________________________

 

A contar do dia anterior, Catra não queria saber de sair de casa, que dirá do quarto. As horas eram uma tortura quase infinita, e não era do jeito que ela gostava ou que achava merecer. Na verdade, desejava que passassem o mais rápido possível. Desde que expulsara Adora de sua casa na tarde de ontem, naquela conversa que deveria ter sido o ponto de partida para uma reconciliação e acabou sendo o estopim para o aprofundamento da crise por que estavam passando, não tinha mais nada em seu coração além de uma tristeza profunda, quase um sentimento de fracasso pessoal, como se ela estivesse sendo a pior namorada do mundo. Adora também não era nenhuma santa e carregava vários defeitos, os quais a estudante havia percebido bem e tentava lidar da melhor forma tentando ver o lado bom das coisas.

Se Adora tinha ciúmes e — não era doentio —, era porque gostava muito dela, a amava verdadeiramente. Se era bipolar, poderia mudar da Senhora Grayskull dominadora para a namorada mais carinhosa e atenciosa do mundo em questão de segundos. Se era controladora, apesar de todos os incômodos provenientes disso, ela tentava manter a postura e não se deixar desmoronar pelas intercorrências da vida. Se era imatura, poderia e, aparentava estar tentando, crescer junto com ela. Se era arrogante, apesar disso ser irritante e digno de reprovação, ela era totalmente dona de si porque sabia que era muito boa no que fazia e não devia satisfações à ninguém. E como agora Catra estava junto com ela, estava inclusa em todos os pacotes, tendo para si uma companheira focada, bem-sucedida, protetora, além de loucamente apaixonada por ela. Disposta a mudar até nos mais ínfimos aspectos.

Apesar dos defeitos terríveis de Adora e das consequências deles para o relacionamento, Catra podia ver um grande indício de tentativa de mudança da parte dela, e tudo começara em Belomar. Com aquela confissão dolorosa, e em seguida, a ida à Etérnia. Ela fechou os olhos demoradamente, inspirando e expirando muito profundamente o ar de seus pulmões, tentando arrancar de dentro de qualquer parte de si a mínima coragem para admitir para si própria que agora ela também estava errando, sendo injusta com Adora. Ambas estavam se estranhando muito. Reações como mandar sair de sua casa, de seu quarto eram imaturas, porém, esperadas. Sentou-se sob a cama segurando os punhos, mirando a carteira de cigarros ali ao lado da cama, num móvel pequeno de cabeceira. O vício praticamente a obrigava, mas ela  decidiu seguir firme em uma promessa que acabara de surgir em sua cabeça: pelo menos tentar diminuir o ritmo, ou certamente morreria de câncer, e seria em muito menos tempo.

Era uma manhã de quarta-feira. Iria completar três dias sem muita comunicação com SW, e Adora estava fora de seu alcance novamente. Ou ela resolvia os problemas consigo mesma primeiro, ou ajudaria a condenar tudo à um fim impreciso, mal resolvido. De longe esse pensamento trouxe tristeza em seus dutos lacrimais, ela secou com a lateral do dedo indicador sobre o olho esquerdo antes que aquela lágrima escorresse. Não era hora de se entregar ainda.

 

VAMO LÁ, CATRA APPLESAUCE, SAI DESSA CAMA, SUA SAPATA DRAMÁTICA E FEDIDA.

 

Precisou repetir diversas vezes a autodepreciação até sentir um pouco de energia chegar à seu interior, a mensagem inata e automática do sistema nervoso dando a ordem de movimento às suas pernas paralisadas sob o lençol. Incrível como um psicológico desestabilizado impedia o próprio corpo até de se mexer. Conseguiu se levantar aos poucos, alongando as pernas para frente por um longo tempo. Até seus músculos estavam doloridos de tanto ela ficar deitada, quase imóvel, entregue à um estado depressivo.

 

VOU ME RENDER TÃO FÁCIL NESSA PORRA, NÃO!

 

Praticamente se obrigou a levantar daquela cama e jogar uma água no rosto. Decidiu que faria diferente naquela manhã. Iria até o quarto da mãe, arrastaria SW para algum programa mãe-e-filha, precisava pôr suas relações no lugar novamente. E sobre aquela crise intrapessoal, bem...já era hora de começar a lidar como uma jovem adulta de 21 anos, não é?

Depois de uma longa lavada no rosto, ela olhou no relógio do celular, ainda 09:41. Ainda estava de férias, portanto teria tempo o suficiente para planejar o dia. Lembrou-se do quase falecido PS2 debaixo de quilos de poeira na sala. Teve uma ideia engraçada na mesma hora. Arrumou-se de leve, só para ficar dentro de casa e correu até o quarto à frente, onde SW ficava.

Bateu na porta algumas vezes, SW ainda não tinha respondido.

 

AVÁ QUE A VEIA TÁ DORMINDO AINDA?

 

Mais algumas ideias foram surgindo conforme ela deixava a atmosfera de ânimo voltar a invadir seu ser. Desceu rapidamente as escadas até a cozinha, e de fato constatou que a tia estava mesmo dentro do quarto. Não escutara ruídos de porta se abrindo, passos pelo apartamento, nada que denunciasse que a tia houvesse sequer saído do quarto. Então era certeza de que ela ainda estava em casa. Catra começou a mexer na geladeira e na despensa atrás de ingredientes. Não era uma masterchef na cozinha, mas também não era um completo desastre. Sabia fazer algumas coisas e logo tratou de encomendar uma bandeja de torradas. Cortava os pães em formato de tiras ao passo em que o café ficava pronto. Queria, de algum modo, agradecer à SW por todo o carinho e cuidado para com ela, mesmo em meio a xingamentos, por vezes engraçados, o que acabava por entregar o grau de importância que SW mostrava ter para com ela.

 

No quarto, SW estava naquele estado semidesperto entre dormir e quase acordar. Ela não tinha costume de dormir até tarde mas ver a sua filha naquele estado, quase se entregando a uma depressão simplesmente lhe tirara o chão. Ela havia ficado triste como não ficara nem mesmo quando Micah demorava semanas para lhe responder na Internet. O relacionamento à distância não era fácil e ela gostava muito do astrólogo, mas nada que uma vontade de ferro e uma dedicação enormes não contornassem os quilômetros entre eles. E às vezes ela queria conversar sobre isso com Catra, mas havia aquela velha barreira, além dos últimos acontecimentos com a garota que roubaram qualquer chance de um aprofundamento emotivo entre elas.

SW se remexeu um pouco na cama sendo totalmente despertada pelo cheiro de café e pão torrado vindo de lá de baixo. Imediatamente se levantou, pôs as duas mãos na cama a cada lado do corpo, seus olhos brilharam emocionados.

 

ELA ACORDOU! SAIU DA CAMA FINALMENTE!

 

A velha senhora quase não conseguiu conter a emoção. Sua filhinha estava de volta à ativa. Tinha saído daquela lama de onde se encontrava! Seu estômago roncou com o aroma delicioso que penetrava em suas narinas enquanto ela levantava devidamente. Se recompunha, tentando arrumar os cabelos desgrenhados pelo sono e tomou um susto quando Catra bateu à porta de seu quarto.

 

— SW, já acordou?

SW sorriu tão feliz a ponto de formar covinhas em seu rosto enrugado pela idade. — S-sim, Praga! Já vou, só um minuto....

Catra estava afoita e um pouco impaciente do lado de fora da porta. Segurava uma bandeja em mãos com uma fileira de torradas quentinhas recém-preparadas, e no canto do recipiente de metal, duas xícaras de café que apoiava com um pouco de dificuldade. — É porque tá pelada, é? – gritou.

— É O QUÊ? ME RESPEITA, SUA NIGRINHA! – SW respondeu automaticamente, já estavam à vontade de novo. — Tá aberta....

Catra deu um chute na porta já que estava com as duas mãos ocupadas. A porta se abriu com a violência do pontapé, ela adentrou com a bandeja e SW quase chorou com a cena.

— Oxe, vai chorar por que, velhota? – perguntou vendo-a segurar a emoção.

— É que...estou tão feliz que você saiu daquele quarto... Isso são...torradas? – apontou, com água na boca.

Catra abriu um sorriso. — Então né... tem umas étnicas aí que eu me perdi no tempo no forno, sabe... – coçou a nuca, desconcertada.

SW acabou rindo meio alto. — Hahaha... tudo bem, Praguinha. O que vale é a intenção... – pegou uma assim que a filha sentou na beira de sua cama e começou a comer também.

 

Compartilharam aquele café da manhã inusitado. Catra queria iniciar uma conversa mais profunda com a mãe adotiva. SW queria tocar no assunto de Micah com ela. Ambas não sabiam como começar sem que atropelassem os limites uma da outra. Tudo bem, tudo podia ir no seu devido tempo.

 

 

.....

 

 

Algumas horas depois...

 

Elas passaram boa parte da manhã e do início da tarde conversando trivialidades. Não se havia ainda tocado no nome nem de Micah nem de Adora. SW estava deveras feliz, havia meses desde que ela voltara para Etheria e se reconectado com a sobrinha a ponto de desenvolverem uma relação materna de dar inveja à qualquer um. No outro extremo, Catra também estava feliz naquele momento, pois desde que a tia voltara para lhe atormentar, há seis meses atrás quando ela ainda pensava com a cabeça revoltada e imatura do início de seus 21 anos; e com os preconceitos todos contra a mulher: a idade dela, a aparência descuidada, o jeito com que ela a tratava; sua vida sofreu uma completa reviravolta. Ela descobriu que na figura da tia ranzinza estava a mãe não-biológica que tanto precisava. Um presente dos céus, quase.

Depois de lavar os pratos do almoço, Catra foi até a sala onde a tia assistia TV e se pôs à frente do televisor, gerando por parte de SW um franzir de cenho.

 

— SAI DA FRENTE QUE TU NÃO É TRANSPARENTE! – reclamou.

— Ô véia lazarenta chata, viu? Relaxa aí, hoje o bagulho vai ser diferente aqui. – riu maleficamente e conectou os cabos do PS2, ligando-o e passando para a mão da velha o controle nº 2.

SW olhava curiosa aquele aparato tecnológico preto em suas mãos. — Mas o que...?

— Você vai jogar comigo, Mainha. É UMA ORDEM! – ela falou e em seguida curvou as sobrancelhas confusa e saudosa, reconhecendo um comportamento típico de sua personagem de cena com Adora.

Respirou um pouco fundo, precisava lidar com aquilo da maneira mais leve possível. Voltou o foco à configuração do videogame, procurou por algum outro jogo que poderia ser jogado a dois. Shaolin Monks certamente seria muito difícil para SW acompanhar. Mexeu em seu memory card vendo que tinha um save de Bomberman II.

 

VAI SER ESSE, É ENGRAÇADINHO, ACHO QUE ELA VAI GOSTAR. ­– colocou para rodar o jogo.

 

 

Minutos depois....

 

— CARALHO SW, NÉ PRA SOLTAR O SATANÁS DA BOMBA EM MIM NÃO, PORRA!

— QUE QUE VOCÊ QUER? AWN, ESSES BONEQUINHOS SÃO TÃO FOFOS.

— PUTZ... A GENTE NÃO VAI SAIR DA FASE 1 TÃO CEDO... – riu, mas nervosa, com uma mão na testa.

 

Enfim, a sessão de jogo com a mãe adotiva não tinha falhado totalmente. Embora SW tivesse ferrado com todas as possibilidades de sequer passarem da primeira fase do jogo, inegavelmente elas estavam se divertindo. Ninguém precisava falar nada de relacionamentos, faculdade, dramas pessoais. Aquilo tinha um poder curativo muito maior.

 

.....

________________________________________________________________

 

Naquela quarta-feira, Adora estava mais tensa do que o normal. A tarde já se aproximava e ela fazia uma vaga ideia do que esperar daquele encontro com Scarlet. Certamente a mulher tentaria lhe seduzir de todas as maneiras, utilizaria dos golpes mais baixos uma vez que a conhecia bem e sabia de seus pontos fracos, psicológica e fisiologicamente falando.

O dia havia sido particularmente chato. Ela passara boa parte assistindo besteiras na TV, comendo e fumando. Estava chegando ao nível de vício de sua namorada. Pensar em Catra instantaneamente lhe trouxe aflição. Também se arrependia das várias vezes em que se reconhecera tóxica para com ela. Ninguém é perfeito, afinal. Ela também estava aprendendo. A amar sem amarras. A deixar de querer controlar tudo à sua volta. A ser mais ela mesma, só que sem perder sua essência. E boa parte disso, ela devia à namorada com heterocromia.

Qualquer que fosse a crise por que estivessem passando, cultivava no fundo do coração uma semente de esperança de que tudo se resolveria e ficariam bem novamente. Até mesmo seu pedido de ajuda à Scarlet, ainda que fosse uma prova de sua imaturidade, era antes de mais nada, uma tentativa de ajeitar as coisas entre ela e Catra, e isso era algo a ter algum valor.

Por isso, não queria ligar para ela e estragar tudo de novo. Seu sentimento era bastante profundo, e mesmo com todos os erros, ela amava muito aquela garota em toda a sua essência. Cada pedacinho daquela pele morena, cada atitude teimosa e que a desafiava, sua habilidade quase feita por encomenda em rouba-la do controle; faze-la submissa aos seus pés. Recordou-se com amor e pesar de sua noite memorável em Etérnia. Quando ela se despiu totalmente da arrogância que geria sua vida e se entregou de corpo e alma à namorada oito anos mais nova que ela, inexperiente, porém anos-luz mais madura em alguns aspectos. Era isso o que importava! Se Catra estava se sentindo um monstro porque se soltara naquela noite com ela e estava perdida sem conseguir aceitar direito os próprios gostos; e Scarlet pudesse ajuda-la a se encontrar, então que assim o fosse.

Sua cabeça encontrava-se em uma dor lancinante, quase rasgava seus neurônios, ela precisava de um banho relaxante de espuma. Preparou devidamente a banheira e mergulhou o corpo por inteiro na água na tentativa de relaxar. Havia já um tempo em que não desfrutava de um bom banho relaxante como aquele em sua casa. Aquilo era mesmo incrivelmente relaxante, e graças ao céus ela conseguira se aliviar a ponto de dormir.

Acordou algumas horas depois, no susto, já vendo que era de noite, quase 22:00. Levantou-se mais relaxada, tomou uma ducha não muito demorada no chuveiro. Parou em frente ao closet com uma toalha na cabeça e roupão branco. Mirava os cabides com as peças de roupa. Para ir ver Scarlet que lhe tinha tanta importância, deveria, no mínimo, caprichar no look. Optou por um conjunto social de calça preta e blusa branca com detalhes dourados nas mangas longas, olhou-se no espelho no closet e decidiu pelas madeixas soltas.

Antes de sair, porém, decidiu dar um sinal de vida para Catra mesmo que não tivesse resposta. Digitou um “Hey, love you. Miss you </3” no aplicativo de conversas e desceu para a garagem para pegar o carro com destino à Whispering Woods.

 

 

.....

 

Beirava às 22:40 e Catra viu a notificação do celular, mensagem de Senhora Grayskull <3. Não pôde deixar de revirar os olhos uma vez, mas acabou por pega-lo logo em seguida. Era um sinal de que ela ainda estava tentando embora Catra a tivesse expulsado de seu quarto na terça-feira à tarde. Então era válido dar o benefício de um voto de confiança.

Abriu o chat da conversa e lá estavam aquelas poucas palavras. Adora era sucinta em sua mensagem. “Amo você. Sinto sua falta.” Catra também a amava e sentia falta dela, mas se estavam em polos opostos no momento, o mais certo era respeitar o limite e o tempo de cada uma. E a bem da verdade, as duas não passavam de duas noobs em relacionamentos. Uma com o seu primeiro namoro sério em vinte e um anos, a outra, com um histórico de quase-relações falidas e um jeito controlador. Quem podia julgar a quem, não é mesmo?

 

“Hey, love u too. Miss u too...” – ela chegou a digitar e hesitou em enviar. Adora tinha enviado, mesmo no alto de sua arrogância e imaturidade.

 

BOM, JÁ QUE ELA ENVIOU, VOU ENVIAR TAMBÉM... ­­­­ - confirmou o envio da mensagem que logo se mostrou com duas linhas claras abaixo do texto digitado por ela.

Catra chegou a ficar ligeiramente ansiosa por uma resposta rápida, mas já havia passado mais de três minutos e aquele símbolo não ficava azul. TALVEZ ELA ESTEJA DORMINDO? SEI LÁ…VOU INCOMODAR MAIS NÃO.... – pensou e voltou a mexer no celular, procurando algo para assistir.

 

.....

___________________________________________________________________

 

Whispering Woods

22:52

 

Adora pôs os pés dentro do clube noturno faltando exatamente oito minutos para seu encontro com Scarlet. Não queria decepciona-la, e sabia de sua intolerância com submissas desobedientes, ela não se via como uma brat naquele momento, e considerando que a mulher a exigiria como pagamento àquele favor, já sabia que seria requisitada de alguma maneira. E isso implicava acatar qualquer punição que viesse a sofrer. Tudo bem, precisava manter em mente que valeria a pena de algum modo.

Caminhou pelo salão que lembrava as mesmas cores de Etérnia, só que de maneira simplória e sem aquele jogo de luzes erótico e cativante. Passou por entre um corredor da entrada até o salão principal onde já se podia ver mesas. Ela parou um pouco assim que seu olhar deparou-se com a silhueta de Scarlet sentada em uma das mesas pouco à sua frente. Observou estritamente a perna cruzada dela sobre a outra. Ela trajava uma calça de napa preta extremamente colada, um corselet vermelho vinho espartilhado, e um par de botas de cano longo com salto e solas vermelhas. Havia uma linha lateral de spikes prateadas ao lado dos fechos de zíper. Todo o look envolto por um sobretudo preto entreaberto até a altura das coxas. Seu braço esquerdo residia estirado, a mão segurando a cigarrilha em uma piteira longa entre os primeiros dedos, e que parecia fazer parte dela. Balançou a cabeça ironicamente, voltando a andar até a direção daquela mesa.

 

— Olá, Scarlet. – curvou-se ligeiramente e estendeu a mão direita ao lado direito dela.

A lady virou apenas o rosto de leve, esboçando um sorriso de contentamento. — Grayskull, noite maravilhosa. – tomou sua mão direita por baixo de seu pulso, demonstrando o cumprimento típico de Senhora para com a submissa.

Adora olhou aquele gesto, teve um micro calafrio, mas manteve o olhar sério e a postura de quem não se deixaria intimidar tão fácil. — Você já pediu algo para beber? Oh... – ela acaba de olhar para duas taças de Dry Martini sobre a mesa. — Quando foi que você...? – sorriu desconcertada.

Scarlet a olhava com certo desdém, deixou a cigarrilha por um momento e bebericou na própria taça. — Sempre tenho tudo sob controle, você sabe. – a mirou diretamente por alguns segundos. — Então…o que a aflige?

Adora respirou fundo antes de começar. Levou o drink aos próprios lábios, precisava de coragem e tranquilidade para falar. — Desde que voltamos de Etérnia, a Catra ficou tão estranha... – suspirou, ansiosa.

Scarlet esperou alguns segundos após a loira começar a falar e Adora parou por um instante apreciando a bebida e olhava para ela. — Suponho que a Senhora Felina está lhe trazendo problemas, pfff... – a dama riu de leve.

— E isso é engraçado pra você? – Adora arqueou as duas sobrancelhas e começou a balançar as pernas por baixo da mesa.

— Calma, não precisa ficar nervosa. Apenas reafirmei o que você acabou de me dizer. A....Catra não tem lidado bem com as coisas entre vocês? Tente ser mais específica. – ela deu um gole.

Adora mordeu um pouco a ponta do dedo indicador e cruzou os braços sobre a mesa, sentia a garganta seca. — Não. Ela simplesmente entrou em surto depois das...ahn... bem, depois daquela noite em Etérnia. E eu não estou mais aguentando isso... – balançou a cabeça para ambos os lados, extremamente tensa, ignorando o drink ainda pela metade.

Scarlet observava todos os seus gestos. A linguagem corporal denunciava tudo. — Hm. – ela pôs uma mão no queixo, olhando-a com os olhos semicerrados e as pupilas ligeiramente contraídas, totalmente compenetrada nos olhos azuis da mais nova. — Adora, francamente? – seu tom mudou drasticamente e ela proferiu muito calmamente as palavras. — Dado o que aconteceu entre vocês, e eu sei bem, porque estava lá…enfim.... É muito mais do que óbvio que ela ficaria, no mínimo, confusa. - completou ainda com aquele olhar sério.

— Por que você acha isso? Nós estávamos em consenso. – tentou argumentar.

— Não é o consenso que está em voga aqui, lindinha. – a mais velha a interrompeu e tocou na ponta de seu queixo delicadamente,  com aquele jogo de olhar perverso. — Estamos falando de uma moça que nunca esteve nestes ambientes, e pelo que você me contou, você está sendo a sua primeira, não é? - questionou, firme.

Adora corou um pouco. — S-sim...

Scarlet deu de ombros. — Qualquer um que faça algo que nunca fez na vida terá dúvidas a respeito disso. Até mesmo você, Senhora Grayskull. – a provocou de leve. — Se estivermos falando de práticas bdsm, então... - deu de ombros.

— Eu... - balbuciou.

Novamente Scarlet quebrou seu turno de fala. — A diferença básica entre nous troi (nós três), é que eu e você sabemos como disfarçar melhor as nossas emoções e crises. - disse, compenetreada nos olhos azuis que a fitavam como aprendizes avidos.

— Uau, Scarlet Laviolette tem crises como um mero ser humano qualquer? – ironizou e recebeu um olhar de desprezo da Dama de Etérnia.

— Sabe, Adora... – ela se levantou repentinamente, caminhando por trás da cadeira da loira, deslizou as mãos sobre seus ombros sob a blusa social branca e dourada, Adora arfou de leve. — Eu vejo que você está muito tensa aqui…. – sorriu provocadora enquanto massageava os ombros alheios. — Vamos, continue me falando da Senhora Felina em crise.

— Não tenho muito mais o que dizer... ela tem me deixado louca com isso. Ah, você acredita que ontem eu tentei conversar com ela, e.... – suspirou. — ... e não só eu percebi, como ela me confessou que estava com vergonha de mim? – Adora deu um tapa fraco na mesa.

— Hm, vergonha. Era de se esperar também... – a cacheada massageava seus ombros.

— Scarlet, é....acho que não precisa disso... - gaguejou, sentindo-se tensa.

— É óbvio que precisa. Olhe só esses nódulos de tensão. – ela abaixou mais pelos ombros fortalecidos da professora, mostrando com a palma dos dedos uma massa disforme causada por stress em sua clavícula direita.

— Oooh... – Adora sentiu o toque ali, mordeu o lábio com a sensação de libertação que os dedos habilidosos da mulher causavam em sua pele mesmo por sob a roupa.

— Viu só? – a mais velha a provocava. — Agora, vejamos. E como exatamente você acha que pode resolver isso com a Catra, hm? Scarlet estava atenta à tudo, ainda que com as mãos ocupadas naquela massagem ousada.

— Já...não...aaahh...sei mais, S-scarlet... – Adora fechava os olhos com o relaxamento da massagem feita por ela. — Eu acho que…você não devia fazer isso aqui... – tornou a reclamar.

Scarlet levantou uma sobrancelha, falou perto demais de sua orelha direita. — Por que você não só relaxa, hein, Grayskull? O que eu estou fazendo demais?

— N-nada... – começava a se perder naquela investida provocativa e extremamente relaxante.

— E a Catra, Adora...? – provocou vendo o quanto ela já estava se rendendo em suas mãos. Literalmente.

— Sim, a Catra... Ah, não sei... Estava pensando que talvez você pudesse falar com ela...explicar que ela não fez nada demais, porque sinceramente, a mim, ela não ouve! – despertou ligeiramente do transe e desprendeu-se das mãos habilidosas dela, voltando a beber do Martini.

Scarlet também sentou-se à mesa novamente, de frente para ela. — Eu não sei se você se lembra, mas nossa última interação não foi das melhores. Aquela desaforada me chamou de puta velha safada. - disse com certa indignação ao lembrar da empáfia de Catra.

— Pfff... e o que você é mesmo? – riu com a taça entre os lábios.

— Ora...a Senhora Grayskull está se soltando de novo? Intéressant... – também tomou um gole de seu drink. — Não vamos desvirtuar o assunto principal, okay? - irritou-se de leve.

— Pfff...sim, claro – riu descontraída, com a taça na frente do rosto.

— Parece que alguém já relaxou o suficiente com meros minutinhos de massagem. – a dama ergueu a taça calmamente com a mão direita, a sobrancelha esquerda levemente arqueada, levando o drink aos lábios com a boca semiaberta, transfigurando um olhar de convencimento típico dela. E que soou para Adora como um gatilho difícil de resistir.

— Errr... – a professora olhou um pouco para os lados e juntou imediatamente as duas pernas trêmulas, voltando a beber agora com ainda mais avidez o drink branco e seco.

Scarlet observou bem aquele sinal e partiu para os ataques mais pesados, esfregando a perna esquerda na perna direita dela, cutucando sua panturrilha com a ponta da bota e subindo lentamente até o seu colo. A loira deu um pequeno inclino para trás na cadeira. — Scarlet, não comece… – afrouxou a gola da camisa com o dedo indicador, buscando por mais ar, começara a suar.

A mulher continuou a provoca-la afastando suas pernas com o calçado, podia ver nos olhos da loira aquele desejo implícito por sua pessoa, só que Adora tinha aprendido, justamente com ela, a resistir um pouco mais. No entanto Scarlet era bastante observadora e uma perita em linguagem corporal. Notara desde as mudanças no tom de sua voz, e até mesmo na própria atitude dela em procura-la mais uma vez, o quanto sua armadura já estava em decadência, deixando-a cada vez mais vulnerável ao ataque certo. O que ela sabia fazer muito bem. E estava plenamente ciente dos gatilhos de Adora Grayskull.

A loira escondia visualmente seu atual desejo crescente pela sua tutora, mas seu corpo não era capaz de mentir e a estava traindo descaradamente agora. Naquela noite, Scarlet estava literalmente vestida para matar. E Adora estava disposta a morrer.  Acabou por ceder muito sutilmente àquela provocação quase íntima, mas acabou falando duramente, tentando manter a compostura.

 

— Esquece, Scarlet, não vim aqui para transar com você. Não era o que ela pretendia, mas sabia que era o que a cacheada exigiria de si a qualquer momento.

— E quem falou em transar, Grayskull? Adora... – Scarlet falou manhosamente seu nome. — ...está com tanto tesão assim por mim que mal consegue deixar de verbalizar o próprio desejo? Certeira como uma bala de fuzil.

— E-eu não fiz nada....

— Você não fez, mas seu corpo está fazendo. O tempo todo, enviando sinais para mim. Acho que você esquece quem sou eu... e não deveria. Pode não ser bom para você. Ou pode...a depender das circunstâncias. – retirou as pernas por debaixo da mesa parando de provoca-la e terminou seu drink.

 

Adora se viu desarmada diante de tamanho poder de persuasão, e sim, ela já estava terrivelmente excitada. Podia negar o quanto fosse, Scarlet saberia lhe ler perfeitamente assim como fizera há oito anos atrás, acabando na cama com ela. Precisava se manter com foco em Catra, sua namorada era o real motivo de ela estar ali, mas Scarlet a tinha completamente na palma da mão. Sedutora como uma vampira. A professora voltou a si por meros instantes, levantou-se um pouco bruscamente da mesa.

 

— Eu...eu...acho que vou ao banheiro. - comentou com a voz tremulada, olhando para a esquerda, denunciando sua intenção mentirosa.

— Conheço essa, Adora Grayskull. Se minha ajuda não tem valor para você, então creio que eu deva ir embora. – Scarlet leu perfeitamente aquela mentira e fez que ia se levantar também.

— N-não, espera... – ela desistiu de se levantar. — Eu realmente preciso que você me ajude com isso... Seu olhar estava meio perdido, indeciso.

— Então vamos terminar essa conversa em um lugar mais privado. – Scarlet sugeriu séria.

Adora concordou, acenando com a cabeça. — Sugestões?

A lady sorriu convencida e bateu uma palminha que logo fez surgir um funcionário de prontidão à mesa delas. Adora observou aquela cena com tamanha curiosidade. Scarlet cochichou algo no ouvido do rapaz e ele lhe entregou algo em mãos e se retirou. — Madame Laviolette. – falou ao ir embora.

A loura olhou para a mulher à frente, meio desacreditada. — Espere aí... Só os teus funcionários te chamam daquele jeito.... E ela viu um sorriso cínico brotar da face branca da dama de Etérnia.

— Não me diga que...

Come with me, Adora (Venha comigo, Adora). – Scarlet repetiu naquele inglês perfeito e sedutor, a tomando pela mão. Ela não teve mais como resistir ou negar. Scarlet iniciara a ofensiva com seus golpes baixos.

 

Seguiram para a ala privada de Whispering Woods. A mulher a puxava agora pelas barras do colarinho da camisa social até a entrada daquele quarto com paredes brancas e listras vermelhas sutis. Adora sentou ao pé da cama, Scarlet lhe fitava com ar de admiração e puro desejo, e começava a livrar-se do sobretudo a fim de revelar totalmente o seu look de dominatrix. Adora buscava desviar o olhar do corpo da mais velha. Mesmo Scarlet na casa dos quarenta anos agora, continuava extremamente sexy e sabia usar de seus dotes com maestria. Muito melhor do que ela, inclusive. A lady mexeu um pouco nos cabelos cacheados jogando uma mecha de franja para trás das orelhas e caminhou até a loura lentamente, a loura esfregara as duas mãos de leve e as cravou sobre os tecidos da cama, com os olhos vidrados nela. Sinal corporal de expectativa. Scarlet notara o claro sinal de desejo da parte dela embora sua pupila permanecesse muda, capturada por aquele breve despir sensual dela. A dama seguiu andando provocantemente e tocou a ponta de seu nariz, dedilhando até seu esterno ainda por cima da blusa branca, foi empurrando-a com o próprio corpo até Adora encostar contra a cabeceira.

A cacheada sacudiu novamente as madeixas encaracoladas, colocando-se sobre o colo dela. Adora acompanhou-a com o olhar fixo enquanto ela se posicionava atrás dela agora e tocava seus ombros de novo.

 

— Ainda não terminei aquela massagem. – falou sedutoramente perto de seu ouvido.

— A massagem, é claro... – Adora repetiu, já extasiada.

­— E quero que continuemos conversando... – Scarlet apertou um pouco os ombros alheios e mexeu na nécessaire que trouxera consigo. — Você bem que podia tirar essa blusa. - comentou com a voz  rouca, porém firme no tom sedutor.

— Que pressa é essa? – a professora brincou.

— Não é pressa... Só acho que a massagem seria mais eficaz em sua pele nua. – rebateu-a e retirou da pequena mala um frasco transparente com um líquido de consistência oleosa na cor âmbar. Amarige, Givenchy. ­– leu mentalmente enquanto espalhava pelas mãos e dedos o óleo essencial francês de aroma extremamente forte e suave.

— Okay... – a loura abriu os botões e não hesitou muito em deixar cair a peça de roupa que Scarlet sinalizara como um incômodo para o seu trabalho.

Ela esfregou generosamente a essência floral entre os dedos e começou a massagear novamente, agora sobre a pele exposta da loura. O aroma era tão marcante que inundara o quarto todo com as notas agridoces. Suas mãos apertavam sem rudeza mas com pressão sobre os nódulos de tensão ainda existentes. Adora sentia a delicadeza e precisão simultaneamente, ao mesmo tempo em que se sentia cada vez mais excitada e capturada pela essência doce e salgada do Amarige que Scarlet espalhava sobre suas costas nuas. Mas ainda assim ela não entregaria o jogo tão facilmente.

Já relaxada, pendia a cabeça para os lados quando a mão direita da lady aventurou-se em seu seio direito. Ela despertou imediatamente e lhe segurou o braço invasor na mesma hora. — Isso faz parte da massagem, Scarlet? – perguntou segurando ao máximo o tesão que começava a lhe dominar.

— Você parece estar tensa aqui também. –circulou em torno de seus seios, mesmo ainda por sob o top azul escuro que ela trajava naquela noite. — Até parece aquela garotinha loira herdeira dos Grayskull que bateu na porta do meu clube numa madrugada desesperada por controle. E....eu lhe dei o que você precisava, estou errada? Você sabe que sempre lhe dou o que você precisa. – sussurrou provocadoramente.

A loira começou a afrouxar a pressão sobre a mão escorregadia dela em seu seio direito. Sabia da dívida que tinha com ela. E Scarlet era irritantemente talentosa também com as palavras.

— Então que tal me permitir ajudá-la a relaxar, hum? Não aguento ve-la assim tão tensa. - Scarlet insistia e após Adora libertar seu braço de uma vez, ela deslizou a mão agora livre em conjunto com a outra sobre os dois seios médios nos contornos de suas mãos.

— Scarlet? – Adora arfa com a próxima investida dela.

— Sim?

— Beijos no pescoço também fazem parte da sua massagem para me relaxar? – Scarlet ri provocadoramente, dando selinhos em seu pescoço.

— I-isso é g-golpe baixo... – ela suspira com as investidas ousadas em sua jugular.

— Awn, você me conhece, Adora. Nenhum golpe é baixo demais para mim. – Scarlet traz seu rosto para perto, deixando-a louca ávida pelo beijo que não dá. — Eu faço tudo para você ficar bem, minha querida. - continua a massageá-la, descendo as mãos por suas coxas, Adora as trava entre as coxas, Scarlet já podia sentir seu ponto de excitação.

— Não me obrigue a querer transar com você, por favor...

— Sabe de uma coisa, Adora? Voltemos à Catra. – ela diz firmemente e tirando as mãos do meio das pernas dela, Adora se recompõe de leve, suspirando excitada.

— Sim, a Catra... - disse entre suspiros excitados.

— O que você quer que eu faça, exatamente? - a lady perguntou, parando um pouco os ataques eróticos.

— Quero que... você mostre à ela que não é nada demais isto! – ela tenta olhar para trás das próprias costas banhadas pelo óleo francês.

Scarlet mira as costas dela enquanto termina de cobrir toda a área de sua coluna com a essência afrodisíaca. — Sim, vejo que a Senhora Felina se divertiu muito com você. – passa a mão exatamente em cima dos arranhões selvagens e a marca exata das repetições das tiras de chicote impressas em seu dorso.

Adora geme um pouco e crava os dedos novamente nos lençóis ao Scarlet alisar suas costas carinhosamente com as falanges de ambos dedos indicadores. — Muito bem, sei o que fazer. - A mira de lado, séria, sobrancelha arqueada e move os lábios da direita para a esquerda. — Alguma restrição? - pergunta-lhe diretamente, deixando claro sua intenção.

Adora balança a cabeça negativamente e Scarlet sorri com um ar de vitória antecipada.

 

 — Sabe que esta ajuda terá um preço, não é? -a dominatrix a provoca mais uma vez, dissimulada.

— E eu já não estou pagando? – Adora provoca, mordendo o lábio.

­— Você sabe que não gosto de serviço incompleto. Temos um acordo, Grayskull? – Scarlet pergunta séria e envolve seu pescoço com as mãos, subindo e descendo cuidadosamente pelas laterais do rosto dela, provocando uma sensação de leveza, quase um flutuar e finalmente vira-se para ela.

— Temos. – a loira responde entredentes, embriagada no olhar cor de vinho da dama de Etérnia.

— Ótimo, então exijo que pague a sua dívida comigo agora. – fala em uma postura dominante com a voz firme.

— Laviolette... você é....terrível... - a professora a olha se sentar em seu colo de maneira provocante.

 

Adora a olha de baixo. Aquela mulher dominante e sedutora sentada sobre suas coxas estiradas na cama vermelha de casal. Scarlet a levanta pelo queixo e fita dentro de seus olhos oceânicos, eles brilhavam ainda mais do que quando a conhecera.

Ela força-se mais ainda contra o colo alheio. — Eu quero terminar aquela noite de oito anos atrás. – a cacheada fala olhando-a diretamente.

Começou a inclinar o rosto contra o da professora, que já umedecia os lábios inconscientemente. Seu peito parecia um picadeiro de circo com todos os eventos acontecendo ao mesmo tempo e batia tão rápido que ela mal podia respirar naquele instante. Scarlet abraçou-lhe os ombros desnudos devagar e puxou seu lábio inferior com suavidade e agressão devidamente medidas trazendo-a até a própria face ruborizada, Adora acabou avançando em sua boca logo tratando de invadi-la com a língua molhada e precisa em cada movimento por entre os lábios de sua primeira Senhora. Estava tão imersa naquela atmosfera de sedução e aquele beijo devasso tirara sua atenção de modo que ela mal percebeu a captura de dois seus dois braços simultaneamente, agora Scarlet a tinha colocado à sua mercê, com seus dois pulsos presos contra a cabeceira da cama.

 

— Já começou, Senhora? – perguntou sorridente e ainda tensa, totalmente dominada.

Scarlet a beijou novamente, descendo por seu pescoço e subindo lentamente até sua orelha esquerda.

— Calada. - sinalizou-a em tom de ordem.

Não precisava de mordaça ou outros apetrechos para obriga-la a lhe obedecer, era muito fácil domina-la. Na verdade, ninguém escapava ao domínio de Scarlet Laviolette. Ela beijava o pescoço da mais nova, enquanto sua mão esquerda buscava o fecho de abertura da calça social preta que Adora vestia, e com a maestria digna de uma Senhora experiente, abriu a mesma e logo foi abaixando o tecido até a altura dos calcanhares da loura.

Continuou a despi-la sem dificuldade alguma, Adora não tinha mais forças para resistir àquele charme francês inebriante que emanava dela, e em questão de segundos a única peça que lhe restava no corpo era o relógio caro no pulso esquerdo. Scarlet estava em seus pés, acariciando-os com a ponta da língua e a olhava agora por baixo de seus tornozelos, como se quisesse transmitir visualmente o recado de que sabia que a estava enlouquecendo, e não iria parar tão cedo. Subia agora por suas pernas, sem economizar em beijos e lambidas escoteiras explorando cada músculo torneado das coxas da professora. Scarlet não estava só cobrando uma dívida, estava realizando seu sonho de ter a Adora para si fora de uma cena. Havia mais nela do que apenas uma admiração pessoal e um desejo carnal, mas Adora não precisava saber. Ela precisava sentir, e iria sentir.

 

A cacheada enfim agora estava no interior de suas coxas, abriu-as com certa avidez, uma quase violência permitida que fez a mais nova jogar a cabeça para trás, de olhos fechados e deixar escapar um gemidinho de expectativa sôfrego. A própria Scarlet também não estava mais com tanta paciência para joguinhos demorados, só ela sabia o quanto tinha esperado por aquele momento único, ter a sua língua toda dentro da mulher, com calma, focada tanto em dar quanto sentir prazer e com algum grau de sentimento, que escondia a sete chaves. Logo pôs a língua cálida e suave no sexo da loura, que gemeu manhosa, empurrando um pouco os cachos contra sua intimidade que lembrava uma correnteza selvagem. Scarlet aprofundou-se dentro dela, abrindo-a cada vez mais, explorando-a como um caçador na selva, e consumida pelo fogo do desejo intenso em estar verdadeiramente dentro dela, saiu do meio de suas pernas e girou seu corpo com a ordem na ponta da língua.

— De quatro.

Adora não tinha espírito de brat como Catra e como uma boa sua submissa já tinha acatado a ordem virando-se com o quadril na direção do rosto dela, que apreciava a visão, salivando. — Vai me foder com os dedos, Scarlet? – ela provoca de leve.

Scarlet dá um sorriso malévolo passando a língua entre os dentes, e desliza a mão esquerda pelo próprio peito até chegar na barra de abertura da calça de napa, e abri-la pelo zíper, revelando uma cinta com um strap-on vermelho-vinho articulado de tamanho médio. — Você acha que sou uma iniciante qualquer despreparada, Grayskull? - riu com um sorriso terrivelmente pervertido, alisando o pau.

Adora observava curiosa, na posição ordenada. — Não esperava menos de você. – respirou rápido e fundo ao vê-la ajeitar a peça em volta da cintura rapidamente e encostar em seus quadris expostos, roçando-se contra sua bunda elevada.

— Ssshh. – Scarlet montou sobre seu dorso e a puxou pelos cabelos soltos, girando seu corpo novamente e trazendo sua boca para perto do dildo acoplado à sua pélvis. Olhou fixamente dentro dos olhos azuis pedintes, recebendo de volta um conhecido olhar de cadelinha submissa dela para consigo.

— Faça o que faz de melhor, putinha suja... – ordenou, segurando-lhe os cabelos.

 


Notas Finais


Parte II jájá

Vocês que lutem aí. :3

Intéh


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...