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História Hey, Thief - Capítulo 14


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos 60 favoritos e a todos que comentam!!!

Boa leitura.

Capítulo 14 - Capítulo 14


Parado! Polícia!

O de cabelos verde olhou para o lado, seu amigo havia corrido e se escondido perto da casa vizinha. Respirando aliviado, pensou em qual seria sua próxima ação. Claramente ele havia sido avistado, mas se o policial chegasse mais perto, ele provavelmente veria o outro de cabelo cinza.

– Vire-se lentamente com as mãos para o alto.

Seguiu as ordens da autoridade ali presente. Bem devagar, levantou os braços e demorando-se mais, se redirecionou para encarar o homem de farda.

– Algum problema senhor policial? – Anos de sarcasmo tinham que servir para alguma coisa. O alto homem ainda mantinha arma alinhada.

– Por que você estava correndo? – Com um movimento desleixado, Min deu um pequeno passo para frente. – Sem gracinhas. Não quero preencher nenhum relatório afirmando que atirei em um bandido de quinta categoria.

Mordendo os lábios para não responder a ofensa, Yoongi colocou o olhar mais santo na cara; o mesmo olhar que ele fazia desde pequeno para a mãe.

– Eu estava indo para a casa, oficial. – falou, praticamente miando. – Estou em apuros senhor?

– Você acha que eu me formei ontem? Essa é uma das desculpas mais usadas, seu idiota.

– Com essa cara de bebezinho, eu não duvido nada. – falou sabendo o resultado que suas palavras gerariam. Ele queria acabar logo com aquilo. Pelo menos as duas pessoas que ele queria salvar, estavam bem.

Com uma das mãos, o homem fardado puxou as algemas do bolso que ficava em baixo do colete a prova de balas, a outra ainda mantinha a arma. Dando passos largos, ele se aproximou do mais baixo, indo em direção às suas costas.

– Você está preso. – falou enquanto apertava, mais do que necessário, as algemas nos punhos do rapaz. – Tudo o que você disser poderá e será usado contra você no tribunal.

– Ei, seu brutamontes. Assim minhas mãos vão cair. – Yoongi começou a se mexer, tentando se soltar do policial. – Essa merda está muito apertada.

– Vai idiota, continua. Agora além de roubo, vou adicionar resistência a prisão. – comentou com um sorriso brincalhão. – Sua ficha vai ficar linda.

Min parou de se debater e se deixou ser carregado para viatura. Ele observou Jimin ameaçar sair do local escuro em que havia se escondido do policial, mas com um aceno rápido de cabeça e um olhar desesperado, pediu para que o mais novo não cometesse a loucura de se intrometer. Park parecia desolado, mas pelo menos, não iria ser preso.

O policial de topete preto o empurrou para dentro do veículo e sua cabeça bateu no teto do carro. A dor surgiu na hora.

Que dia merda.” Pensou enquanto encostava a cabeça na lateral do carro ao mesmo tempo que fechava os olhos para tentar reorganizar seus pensamentos.

Estava sendo preso. Estava sendo preso e o pior, pelo crime que ele não havia cometido.

Que ironia dessa divindade filha da puta.

***

Yoongi acordou com o policial batendo no vidro da janela do carro. Sem entender o que estava ocorrendo, ele se mexeu bruscamente, o que lhe causou uma forte dor de cabeça. Seus olhos não estavam se acostumando com o ambiente e suas mãos doíam por algum motivo que não conseguia se recordar.

– Cuidado com a cabeça. – disse enquanto puxava o outro da parte de trás da viatura. – Não quero ter que levar bandidinho para o hospital.

Min cerrou os olhos, se deixando levar para dentro da delegacia. Lá, a claridade tomava conta do ambiente e mentalmente ele se arrependeu de ter reclamado da escuridão.

– Nome e idade. – perguntou enquanto o algemava em uma cadeira. – Responde logo. Não tenho o dia todo.

– Min Yoongi, vinte e três anos.

Estava exausto e ainda tinha que ficar respondendo um monte de perguntas inúteis. O que ele não faria por Jimin, não é?

O policial só calou a boca quando retirou suas algemas e o carregou para uma outra sala, onde suas digitais foram coletadas. Agora, sua mente já estava mais clara e percebeu que se lembrava daquele cômodo.

– Papai, papai. – A criança pulava enquanto chamava atenção de um adulto. Suas feições parecidas deixavam claro o parentesco. – Posso colocar o dedo na tinta azul?

– Filho, isso não é para crianças. Só os homens maus colocam o dedo aí.

O menino fez a cara mais infeliz do mundo: seus olhos aumentaram de tamanho e sua boca ficou em formato de um arco para baixo; tinha somente cinco anos, mas sabia convencer alguém a ficar do seu lado. O homem, que nunca resistiu a carinha triste que seu filho sempre fazia, cedeu, deixando o pequeno brincar a vontade.

Aquela lembrança trouxe um aperto no coração de Yoongi, fazendo algumas lágrimas rolarem de seus olhos. A qualquer momento, alguém da velha guarda o veria e o reconheceria. Cresceu dentro daquela delegacia, brincou em todas as mesas, encantou todas as secretarias, ganhou presentes de todos os colegas de trabalho do seu pai. Estar preso não decepcionaria somente o seu progenitor, decepcionaria todos que um dia o chamaram de “bom garoto.”

– Acho melhor você parar de chorar. – falou o mais alto com um olhar de descaso. – A única cela daqui está lotada e não quero ouvir gritos quando te fizerem de mulherzinha.

– Sabe… – Yoongi começou, um riso de escárnio escapando por entre seus lábios antes dele continuar a falar. – Às vezes vocês pedem para serem desacatados. Eu devia continuar? Já fui autuado mesmo, não é? – Subitamente, Yoongi se virou pro policial, precisando olhar um pouco para cima graças a diferença de tamanho, mas ainda sim, qualquer um em sã consciência pensaria duas vezes em enfrentá-lo. – Eu deveria dizer quem faria quem de mulherzinha aqui? Hm… acho melhor não. – Com um último olhar de desprezo ele se virou de costas para o policial esperando ser levado para a cela.

O homem de farda ficou sem palavras. Sua vontade era levá-lo para fora da estação e bater no marginal até ele implorar por clemência, porém nunca faria isso. Além de não aguentar mais aquele plantão de merda que foi empurrado quando Youngjae pediu uma folga para o Capitão, ele não era algum membro de milícia que saia por aí batendo quem julgasse culpado.

Respirando fundo para controlar a irritação, ele deu um pequeno empurrão no ladrão indicando que ele andasse. Quebrando o protocolo, não o algemou. Talvez Namjoon estivesse se sentindo mal pelo o que falou para o outro ou por ter quase acabado com a circulação sanguínea das mãos do preso das últimas duas vezes que o algemou ou talvez seu instinto tentasse lhe dizer algo.

Min, silenciosamente, caminhou até a única cela da cadeia, logo atrás o de topete preto o observava atentamente. Este, com uma chave abriu a cela e deu passagem para o outro entrar.

– Não quero saber de confusão. – falou para os cinco presos. – Espero ter uma noite bem tranquila.

Assim que Yoongi pisou na cela ele desejou nunca ter nascido. Toda a gangue estava presa naquele cubículo e irritados até o último fio de cabelo. Os cinco ocupantes do local se colocaram de pé e aguardaram pacientemente Kim Namjoon deixar a aquele cômodo para trás.

– Ora, ora, ora. Parece que até mesmo o mão leve aqui foi preso. – Mais uma vez a bile subiu a garganta do homem assim que seus ouvidos captaram o tom de deboche na voz de Wonshik. – GD, você conhece o Min Yoongi aqui? Ele e o pirralho costumavam ser melhores amigos. – O fim da frase ganhou um tom infantilizado, que somente irritou ainda mais Yoongi. – Fala verdade… Você se divertiu bastante com aquele corpinho antes de mim, não é? Não julgo, o garoto é gostosinho.

A risada de escárnio de Ravi preencheu todo o ambiente. Yoongi o encarou com ódio, os nós dos dedos brancos tamanha a força com que seus punhos estavam cerrados. Ele queria partir pra cima daquele filho da puta e socá-lo até seus miolos saírem pelas orelhas. O outro comparsa encarava tudo encostado nas grades de ferro da cela, um sorriso arrepiante brincando em seus lábios. Yoongi não tinha muitos detalhes daquele homem, só sabia o que todos comentavam por aí: “G-Dragon é própria reencarnação do capeta.”

Ignorando todos os comentários de Wonshik, o homem se afastou, se sentando no canto mais afastado da cela. Ele já tinha problemas o suficiente. Não precisava arrumar uma briga, pois iria perder de qualquer forma.

– Sabe… me surpreende o pirralho não estar aqui e você sim… – Uma risada sarcástica deixou os lábios do bandido, enquanto ele começava a andar de um lado para o outro da cela, os dedos da mão direita bagunçando os próprios cabelos. – Ah, aquele filho da puta sortudo…

– Não acho que tenha sido sorte Ravi. – G-Dragon, com um olhar frio, se pronunciou pela primeira vez. Sua voz era tão gélida que não seria difícil temê-lo só de ouvir. – Aquele moleque estava quase se mijando. Ele não conseguiria sair daquela casa sozinho.

– O que você está falando? Que ele teve ajuda?

“Não é que o cara é esperto…”

Sorrindo cinicamente, o homem andou até o canto em que Min estava e sentou ao seu lado. Seu cabelo preto estava jogado na testa e sua língua passeava pelos lábios em um gesto que ele sabia ser ameaçador.

– Foi você que ligou para a polícia? – perguntou  inclinando sua cabeça para o lado direito, como se estudasse o outro. – Como você sabia onde estávamos? Jimin te contou?

 Yoongi permaneceu em silêncio, tentando ao máximo ignorar o olhar ameaçador ao seu lado.

– Ah… vai ser assim? – Mexendo a cabeça, ele fez um gesto para Wonshik. Este, por sua vez, parou na frente do mais baixo e com um sorriso sarcástico, o puxou pelo ombros, o deixando em pé.

Yoongi sentiu a aproximação do outro homem, mas manteve-se impassível. GB tomou o lugar do comparsa e o encarou, enganchando suas mãos e no seu casaco.

– Vai admitir, seu desgraçado? Não? Quer saber, tanto faz… –  E então, as coisas começaram a acontecer rápido demais.

O punho destro do homem acertou Yoongi em cheio no queixo e o gosto de sangue logo invadiu seu paladar. Em seguida outro soco foi desferido contra sua barriga, obrigando-o a arquear o tronco e arfar em busca do ar perdido.

Chutes, socos. Barriga, cabeça, costelas. Cada canto de seu corpo ganhava um novo hematoma graças ao espancamento que Min Yoongi recebia. Eram dois contra um. No início ele até conseguiu acertar um soco, ou dois, nos agressores, mas quando foi parar no chão a luta já estava terminada para ele.

Os outros presos riam, apreciando a cena. Bando de carniceiros! Por sorte seus gritos atraíram a atenção dos policiais. Pelo menos, se fosse o desejo daquela divindade desgraçada, eles conseguiriam chegar a tempo de encontrá-lo  ainda com vida.

–  Seu filho da puta… Você vai aprender a nunca mais se meter no meu caminho! –  GD voltou a colocar Yoongi de pé e a sacudi-lo pela gola do casaco.

O homem de cabelo verde, por sua vez, não conseguia deixar seu orgulho de lado nem mesmo numa situação como aquela. Com dificuldade, ele sustentou o olhar do bandido, enquanto a língua passava pelo canto do lábio que sangrava, o gosto metálico aquela altura já era familiar em sua boca. Recolhendo toda a coragem que tinha Yoongi cuspiu o sangue contra a face de G-Dragon.

Era agora. Ele iria morrer. Iria morrer e prestar suas contas com a divindade que brincara com seu destino. Estava pronto pra dizer poucas e boas na cara da infausta. Contudo, a morte não veio. Enquanto G-Dragon se preparava para atacá-lo, as grades foram abertas e os policiais entraram, separando a briga. Nessa hora, a visão do rapaz ficou turva e então, a consciência se perdeu.


Notas Finais


Esperamos que estejam gostando! :)


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