História Hi, Im Liv (Reescrevendo) - First competition

Quando sábado chegou, eu fui uma das primeiras a chegar ao ginásio em que ocorreriam as primeiras competições do campeonato. Eu andava em direção as arquibancadas com os meus pais e com Tyler que acabou vindo junto com a gente e eu olhava atentamente as outras competidoras que se alongavam para se preparem antes das apresentações. Olhei o corpo delas vendo o quanto eram magras e desviei o olhar rapidamente para seguir o nosso caminho.

-Hey, tudo bem? –Tyler perguntou atrás de mim massageando os meus ombros por ter visto o quanto eu estava tensa.

-Sim, eu só estou um pouco nervosa... Logo vai passar, já estou acostumada. –eu disse e ele assentiu com a cabeça dando um beijo na minha testa que causou um olhar estranho do meu pai que estava ao nosso lado.

-Ok. Escuta... Eu vou ir me sentar e como provavelmente não iremos nos falar antes de você arrasar naquelas coisas ali atrás, eu te desejo uma boa sorte. Irá se sair muito bem Liv, e o seu fã número 1 está bem aqui. –ele falou me fazendo sorrir e olhou para os lados para ver se os meus pais estavam olhando. Ele me beijou novamente dando um sorriso para mim e eu ri fraco agradecendo. Tyler subiu as escadas correndo atrás deles e eu soltei um suspiro. As arquibancadas começavam a lotar e eu me despedi deles assim que vi Kaya sentada no banco de frente para os aparelhos.

-Oi. –eu disse jogando a minha bolsa perto dos meus pés e ela me cumprimentou no instante que eu focava na mesa dos juízes se enchendo com o passar do tempo.

-E então? Você e o Tyler... –ela disse com um sorriso no rosto por ter visto o beijo.

-É... A gente está junto. Eu sei que é estranho, não me pergunte também o que aconteceu entre nós dois porque eu também não sei. –eu respondi e ri fraco assim como ela. Engoli em seco sentindo meu coração batendo contra o meu peito fortemente e minhas mãos começavam a suar de ansiedade. Eu sabia que a qualquer momento chegaria a minha hora de apresentar e eu rezava para que tudo saísse como o planejado por mim. Olhei a nossa treinadora checando os equipamentos junto com os outros e eu tirei minha calça de moletom ficando com o colã preto com prata que eu havia escolhido para usar no dia de hoje. Juntei o meu cabelo o prendendo em um coque perfeito com a ajuda de Kaya e me sentei no chão começando a passar uma faixa branca em volta dos meus calcanhares já que a primeira prova seria o cavalo. -Ela está de bom humor hoje? –perguntei me referindo à treinadora.

-Está mais bruxa que o normal e tão tensa quanto estamos. –Kaya disse se sentando ao meu lado e fazendo a mesma coisa que eu. Eu assenti com a cabeça mostrando ter entendido e olhei para arquibancada atrás de mim. Tyler deu um aceno ao me ver e eu acenei de volta vendo o meu pai se sentando ao lado dele depois que buscou pipoca junto com a minha mãe que segurava um cartaz que fez para mim. Eu ri fraco e continuei a fazer o que eu fazia mudando de pé quando eu acabei. Percebi quando Riley chegou com seus pais e Alex com os dele e todos reclamavam que a garota não parava de soprar um apito.

-Vai lá Liv! –Riley gritou sacudindo um pompom azul e eu me levantei sorrindo para ela. A porta do ginásio foi aberta novamente e vi as garotas da outra escola entrando junto com seus treinadores e familiares que vieram as assistir. E lá estava Dakota Price, a garota que eu já competi por dois anos seguidos e ela ganhou às duas vezes. Eu engoli em seco e ela sorriu falsamente vindo caminhando até mim como se estivesse desfilando no instante em que me viu.

-Wow! Olha só. Você está ótima... –eu disse sendo simpática enquanto Alex segurava Riley para ela não descer aqui ao ver com quem eu estava falando.

-Ah eu sei. –ela falou se gabando. -Não nos vemos há quanto tempo, Olívia?

-1 ano e meio, eu acho. –respondi colocando as mãos na cintura enquanto Kaya alternava o olhar entre nós duas podendo sentir a pequena tensão que crescia por aqui.

-Ah é... Tínhamos aquele treinador que te dava toda a atenção por que você era tão ruim. –ela falou mexendo no seu coque cheio de gel com glitter e fazendo um biquinho na minha direção.

-É. Eu era tão ruim que eu fui para o mundial... –eu disse. -E você ficou na platéia porque não se saia bem no solo e nem nas argolas... Parece que você continua muito, mas muito, sem noção das coisas Dakota. –falei franzindo meu nariz.

-Pelo menos eu não cheguei até o mundial para depois... Estragar tudo. –ela falou. Eu soltei uma risada debochada e cocei minha nuca.

-Agora deixa eu te falar o que eu vou estragar... –eu me aproximei dela agarrando em seu colã rosa choque e a sacudindo enquanto ela gritava tentando se desprender de mim.

-Pare já com isso as duas! –a treinadora gritou nos separando enquanto Kaya nos olhava de olhos arregalados assim como todo mundo da arquibancada mais próxima. -Eu disse para parar! –eu a soltei a empurrando para trás.

-Eu estou bem. –Dakota disse arrumado o coque que começava a se desfazer. -Ela é louca e quer saber de uma coisa, você não está magrela como antes, não tem jeito nem de zuar você.  –ela saiu saindo e eu respirei fundo me controlando.

-Invejosa. –Kaya falou. -Ela disse isso porque ela não tem as pernas tão definidas quanto as suas...

-Que ódio! Eu vou dar na cara dessa palhaça. –eu disse. Cara, eu falei igual a minha mãe. Eu olhei para a arquibancada e minha mãe me fazia um joinha sorrindo enquanto Thomas, meu pai, e Tyler me olhavam assustados. -O que foi? –perguntei alto para eles me ouvirem.

-Agora me explica Liv, o que foi isso? –Kaya perguntou quase rindo.

-Essa garota me irrita. Às vezes eu me descontrolo e viro minha mãe em uma versão mais jovem. –eu disse. -Eu a odeio.

-Já competiram antes? –ela perguntou e eu assenti me abaixando e pegando o spray para eu bater na região da minha bunda em que o colã ficava.

-Já, apenas em campeonatos da região e ela ganhou às duas vezes. Ela é boa, mas as antigas coreografias eram horríveis... Tem um monte de dedinhos e bumbum empinado do tipo “que coisa feia Dakota”. Aí ela desce a mãozinha do ponto A até o B e finaliza com dois mortais. É a mesma coisa sempre. –ela riu por eu ter imitado exatamente como ela fazia e eu a acompanhei. -Estou sentindo que já vai começar então... Faça os juízes te notarem. E eu não estou falando de colocar só um sorriso no rosto, faça eles te olharem e se forem para cair, caia com estilo... Eles amam um drama.  –ela sorriu para mim assentindo com a cabeça e eu retribuí.

“A primeira competição do campeonato estadual da Geórgia será iniciada pelas escolas de Atlanta High School e Madson High School. Kaya Scotts e Olívia Riggs se preparem para a modalidade um.”

-kaya, se prepare... –a treinadora disse quando chegamos perto do equipamento e eu me alonguei já que eu seria a próxima. Eu me entreolhei com a garota assentindo com a cabeça e ela foi se apresentar. Kaya caiu sentada na hora da finalização e a treinadora a segurou para que ela não vazasse para o lado de fora. As pessoas a aplaudiram e eu olhei a nota que ela recebeu no painel, era um 8.3 e eu sabia que na nossa escala isso era baixo. Eu subi nos colchões e me curvei passando um pouco de pó de giz em minhas mãos e nos pés. Eu os sacudi tirando o excesso e fui para a pista.

“Segunda candidata: Olívia Riggs da Madson High School”

-VAI LÁ OLÍVIA! –eu ouvi Tyler gritando e sorri encarando o equipamento enquanto o ginásio todo ficava em silencio para a minha concentração. Respirei fundo soltando o ar pela boa e então eu comecei a correr no instante em que a juíza havia levantado uma bandeira preta mostrando que eu poderia ir. Aumentei a velocidade dos meus passos e então dei uma estrelinha. Meus pés bateram contra o trampolim me dando impulso e eu apoiei minhas mãos rapidamente contra o cavalo. Eu passei por cima dele girando três vezes de frente no ar e caí em pé em cima dos colchões sem dar nenhum passo por desequilíbrio. As pessoas se levantaram gritando e aplaudindo e eu sorri já descendo e fazendo uma careta para Dakota que me olhava do banco.

-Você foi incrível... –a treinadora disse e nós duas comemoramos por sabermos que eu levaria nota máxima depois de um salto desses. Eu me sentei no banco esperando as outras garotas irem se apresentar e olhei no painel das classificações quando a prova foi finalizada.

Primeiro lugar Cavalo: Olívia Riggs

Primeiro lugar Argolas: Olívia Riggs

-Hey... Está na hora da “Trave”. –a treinadora disse enquanto eu bebia mais água. -Quero que se concentre tudo bem? Não é um dragão de sete cabeças... Você já está classificada, arrase nessa prova para ter a vantagem de estar em primeiro lugar ok? –eu assenti com a cabeça e me levantei indo até lá assim que fui chamada. Eu engoli em seco ficando de cara com o equipamento e respirei fundo sentindo a minha visão ficar um pouco embaçada como se eu estivesse meio tonta. Fechei meus olhos fortemente para eu voltar ao normal e foi isso que aconteceu.

-Você vai arrasar! –ouvi minha mãe gritando e levantando o cartaz com o meu nome.

-Pronta? –a treinadora perguntou e eu assenti com a cabeça meio relutante.

-Vai lá Liv! Você consegue!  –Alex gritou e eu olhei o equipamento bem na minha frente, eu não tinha muita certeza disso. Quer dizer, eu me saí muito bem nos meus últimos treinos, mas só havia eu no ginásio e não centenas de pessoas. Esperei alguns segundos criando coragem e rezando para dar certo, mas foi então que eu vi a bandeira preta sendo levantada.   Eu corri pelo colchão e pulei em cima do trampolim dando entrada com um mortal de frente. Meus pés bateram na madeira e eu não desequilibrei com o impacto que causou um barulho alto. Eu ouvi alguns aplausos quando levantei meus braços para iniciar a apresentação e dei duas estrelinhas para trás o que fez as pessoas se assustar por não ser não comum. Eu respirei fundo me concentrando em cada passo e dei outras três estrelinhas seguidas tomando cuidado para não errar nenhum movimento. Me preparei para o mortal de frente e assim que eu o fiz, um dos meus pés bateu fora da madeira me fazendo perder o equilíbrio e cair lá de cima. Eu tombei de cara no colchão e eu fiz uma careta de dor pelo impacto causado em um dos meus braços que ficou por baixo do meu corpo.

Ah droga.

Eu ouvi alguns múrmuros não acreditando ainda que eu havia caído e então me levantei subindo na trave novamente. Minha primeira reação foi olhar para a treinadora que passava a mão no rosto e se virava de costas para mim também sem acreditar que eu levei um tombo que me faria perder o primeiro lugar. Kaya se sentava no banco um pouco preocupada com a nota que eu receberia e eu olhei para Riley que fez um joinha provavelmente tentando me passar alguma tranqüilidade para continuar. Eu me concentrei novamente enquanto eu ouvia Dakota rindo do outro lado do ginásio junto com as meninas da sua escola. Meus olhos se encheram de lágrimas e provavelmente meus pais já sabiam que eu cairia no choro a qualquer momento. Eu continuei com a coreografia e dei outra estrelinha ficando de cabeça para baixo e abrindo uma abertura enquanto equilibrava o meu peso nos meus dois braços. Eu me apoiei com apenas uma mão e vi uma gota de água caindo dos meus olhos e pingando na madeira. Eu me ajeitei fazendo uma abertura e andei pela trave até uma das pontas para fazer as estrelinhas invertidas novamente. Eu me equilibrei com cuidado para não errar novamente e então corri pela trave para dar dois mortais como a finalização. Os meus pés bateram nos colchões azuis com equilíbrio e quando eu ouvi os aplausos, caminhei até os bancos já desfazendo o meu coque que me causavam dores de cabeça.

-Relaxa o corpo Olívia, haverá outras apresentações na trave, você se sairá melhor, só precisa ficar menos ansiosa. –a treinadora disse me olhando. -Vai se aquecer um pouco e esqueça isso. –eu neguei com a cabeça e vesti minha calça com pressa para sair daqui. -Olívia! –eu peguei minha bolsa e saí andando para o vestiário começando a chorar descontroladamente com o que havia acontecido.

-Droga. –eu disse soltando minhas coisas e andando de um lado para o outro. -Mas que droga, eu não acredito... –eu falei. -Ela vai ganhar o 10 novamente... Ela vai estar em primeiro novamente, que ódio! –eu gritei e chutei um dos armários que se abriram com o impacto.

-Liv. –Riley disse entrando no banheiro correndo. -Você está bem?

-Eu caí de novo Riles... E eu treinei tanto que minhas mãos até doíam, eu fiz tudo que a treinadora mandou. Eu fiz tudo e nada adiantou! –eu disse já vermelha o suficiente e ela veio até mim me abraçando. -Eu não devia ter caído. Eu sempre caio!

-Isso é normal Liv. Você estava nervosa, só isso. –ela disse tentando me acalmar e eu neguei com a cabeça.

-É, você parecia uma estrela lá em cima. –Alex falou entrando no vestiário e eu o olhei sabendo que ele falou isso apenas para me animar.

-Ah ok. –eu disse com ironia enxugando o rosto. Tyler e Zay entraram atrás dele enquanto eu me sentava no banco entre o corredor de armários e enxugava o meu rosto molhado.

-Você mandou bem. Teria se saído melhor se não tivesse caído. –Zay falou e Tyler o olhou bravo tampando a boca dele com um de seus braços. -Eu não consigo respirar. Eu não consigo respirar! –Zay disse dando tapas no braço dele para que o soltasse.

-Não vai respirar nunca mais se não calar essa boca. –Tyler falou e eu ri fraco revirando meus olhos.

-Liv, eu quero te perguntar uma coisa. –Alex falou se aproximando de mim. -Por que vocês usam tanto spray no bumbum?

-Para a roupa não sair do lugar. –eu disse rindo e ele arregalou os olhos.

-Eu quero ser aplicador de spray. –Alex disse batendo uma palma. -É isso que eu quero fazer. Aplicar spray no bumbum das garotas.

-Você não vai fazer isso. –eu falei obviamente e funguei.

-Só mudando um pouco de assunto para você se esquecer da competição por apenas um minuto... Contou para seu pai que estamos juntos, porque não foi tão legal sentar do lado dele quanto eu imaginei. –Tyler perguntou me olhando e eu franzi o cenho percebendo que eu havia me esquecido de mencionar essa parte a ele.

-Vocês o que? –meu pai perguntou entrando e eu o olhei de olhos arregalados assim como todo mundo que fez uma cara de riso.

-Cara, se ferraram. –Thomas disse entrando atrás dele. -Já vou cair de fora, tenho certeza que conseguirei ouvir os gritos lá do ginásio, além do mais, a mamãe tem que comprar um algodão doce para mim já que ela está comprando para você se sentir melhor. –ele saiu pela porta e Zay o acompanhou com o olhar.

-Thomas me espera! –ele gritou antes de sair correndo atrás dele.

-A gente tem que ir. Vamos olhar o quadro das classificações para você.  –Riley disse puxando Alex que resmungou. -Temos certeza que continuará nas primeiras posições.

-Certo, obrigada. –eu falei e olhei para o meu pai quando ela saiu.

-E então... –ele começou.

-Eu e Tyler vamos ver se agüentamos um ao outro como um casal. –eu falei e ele me olhou assentindo antes de olhar para Tyler. -Pai desfaz essa cara. Ser bravo não cola com você. –eu disse pegando a minha garrafinha de água para beber um pouco.

-Fica sabendo, que eu vou estar de olho em você. –meu pai disse o olhando e me ignorando.

-Tenho certeza disso senhor. –Tyler falou.

-E de olho em você também. –meu pai falou apontando para mim.

-Sim, eu também estou. –Tyler disse e eu o olhei com uma cara estranha por ele ter dito isso quase me fazendo rir.

-Como? –meu pai perguntou sem entender.

-Nada não. –ele disse e veio até mim para se sentar ao meu lado. Ele apoiou seus cotovelos por cima dos joelhos e nós dois nos entreolhamos por alguns segundos. Eu sorri para ele sem mostrar os dentes e então me curvei em sua direção colando nossas bocas o que fez meu pai se virar de costas.

-Se você meter minha filha em problemas, eu juro que mato você... –ele disse e eu ri.

-Pai. –eu disse. -Para de falar esse tipo de coisa...

-Qual é Olivia! –meu pai gritou se ajoelhando na minha frente. -Você é toda princesa, linda, meu amor, fofa, meiga, e vai namorar um tatuado, com uns parafusos a menos e um garoto!

-Está exagerando mais que eu Chandler. –nós olhamos para a porta e eu sorri quando vi meu avô. Eu gritei sem acreditar e corri ate lá o abraçando de imediato por estar morrendo de saudades. -Maya me disse que estariam aqui.

-O que veio fazer aqui? –eu perguntei.

_Eu vim ver você se apresentando... –ele respondeu. -E outra, sua mãe disse que se o Chandler continuasse a agir desse jeito ela daria à louca e internaria ele então eu vim conhecer o namorado da minha neta. –ele disse e eu fui até o Tyler novamente. Ele me abraçou de lado dando um beijo na minha cabeça e meu avô foi ate ele. -Oi, muito prazer, eu sou o Erick.

-Eu sou o Tyler. –ele disse apertando a mão. -É um prazer conhecê-lo.

-Então você que é o doido de entrar para essa família? –meu avô perguntou enquanto meu pai continuava ajoelhado perto dos bancos me fazendo rir.

-Isso é um absurdo. –meu pai disse. -A Maya armou contra mim.

-É, ela é ótima nisso... –eu disse e franzi o cenho. -A gente vai lá para fora. Acho que vão conversar sobre algumas coisas e nos dar avisos do que já sabemos e não precisamos passar por nenhum constrangimento então...  Estamos vazando. –eu falei pegando minha bolsa e saindo do vestiário puxando Tyler pela mão.

**

2 semanas depois

Eu ainda lembrava muito bem da minha reação ao ver o meu nome ocupando o sexto lugar na lista de classificados. Eu ainda estava dentro assim como Kaya, ou seja, nossos treinos continuavam tão pesados como para o primeiro dia de competição. O nome de Dakota ocupava a primeira posição no hancking por ela ter ganhado um 9.3 na Trave e isso me dava uma vontade maior de bater nela, mas eu estava bem feliz por estar competindo e dessa vez, com sangue nos olhos. Eu continuava treinando todos os dias depois da aula, já que a próxima competição seria daqui dois meses e eu já me preparava para dar o meu melhor.

Sobre o assunto de eu estar namorando com Tyler, foi como se uma bomba fosse jogada no meio do pátio da escola. As garotas me olhavam com raiva não sabendo o que eu tinha e elas não e os garotos me olhavam como se a qualquer momento fossem me agarrar. Eu ainda não me acostumei muito bem com essa idéia de ter um namorado, mas as coisas haviam melhorado comigo estando com ele.

-Que inferno! –eu gritei jogando meu caderno de partituras no chão ao lado do piano na nossa sala de estar.

-Liv? –minha mãe me chamou desviando o olhar de uma revista enquanto estava sentada na sala. -O que houve?

-Eu estou bem, só um pouco estressada. –eu disse soltando um suspiro. -Não estou conseguindo fazer essa tarefa, eu perdi muitas aulas por causa dos treinos então estou um pouco atrasada. –eu falei e ela riu enquanto se levantava. Ela caminhou até mim pegando o caderno e se sentando ao meu lado no banco do piano.

-Se isso está estressando você, não tem problema se quiser dar um tempo... Pelo menos até competir novamente. –ela disse e eu assenti.

-Acho que irei fazer isso, poderei treinar mais... –ela sorriu para mim e franziu o cenho pegando a minha mão e olhando os meus dedos que estavam avermelhados e com pequenas bolhas.

 -O que é isso? Você se queimou, por acaso? –ela perguntou preocupada e eu olhei as feridas causadas pelo ácido que saia do meu estômago toda vez que eu vomitava.

-Hmm... Não, eu só... –eu disse tentando inventar algo. -Começou a aparecer por causa dos treinos e o pó de giz começou a fazer esses rachadinhos aparecerem. Tenho que passar a fazer curativos. –continuei puxando minha mão de volta e a escondendo para que ela não olhasse novamente.

-Ok, acho que é melhor mesmo. –ela falou me olhando estranhamente. -Faça, antes que piore. –eu assenti.

-Mãe! –Thomas falou entrando pela porta segurando algumas cartas. -Isso aqui é para você, para o papai e para a família.

-Então é para todos nós, gênio. –eu disse enquanto minha mãe abria o envelope preto. -O que é? –eu perguntei curiosa.

-Humm... Olha só Chandler. –minha mãe disse sorrindo e meu pai parou de andar interrompendo seu caminho até a cozinha. -O Jake vai se casar.

-Sério? –meu pai perguntou caminhando até nós enquanto minha mãe assentia com a cabeça com um sorriso no rosto.

-É, olha o convite. É na semana que vem. –ela falou. -Estou tão feliz por ele, acho bem fofo.

-Eu e a Liv também vamos ao casamento do seu amigo gay? –Thomas perguntou e eles assentiram enquanto eu segurava o riso. Eu e ele fizemos um toquinho comemorando e sorrimos. Geralmente, nós adorávamos essas festas chiques que tem comidas boas e drinks legais.

-É o Sam. –meu pai falou pegando o celular no bolso quando ele tocou soltando o som parecendo de um animal morrendo. -Eu já volto. –ele saiu andando enquanto conseguíamos ouvir a conversa daqui já que ele estava no jardim bem na nossa frente.

-Pode desenhar um vestido para mim? –eu perguntei olhando para minha mãe que me olhou e sorriu.

-É só me falar como lindinha...