Para Seonghwa, o tempo parecia que nunca mais passava, parecia que o ponteiro dos segundos do relógio na sua mesinha de cabeceira demorava eternidades a continuar o seu trajeto natural, e portanto, a meia hora que Isabelle esteve desmaiada, pareceu muito mais longa. Foi uma meia hora quase eterna.
- Half Boy… - Foram as primeiras palavras que Isabelle disse, assim que recuperou os sentidos. O loiro olhou para ela, sem saber o que fazer, e sorriu-lhe timidamente.
- Tens fome? – Perguntou Seonghwa, com a voz a falhar-lhe.
- É isso que tens para me perguntar? – Isabelle colocou-se direita no sofá e esticou os braços, estalando alguns dos seus ossos. – Tendo em conta a nossa futura jornada…
- Não sei o que dizer… socializar nunca foi o meu forte…
- O tempo vai fazer com que fiques mais à vontade, não te preocupes. Tens alguma mala para pôr as tuas coisas? – O loiro olhou-a confuso e por isso ela continuou. – Não vale a pena estares a pagar para estar num hotel, eu tenho um quarto livre na minha casa, por isso podes ficar lá. Antes que digas alguma coisa, liga ao Yunho.
- Ao… quê? – Seonghwa estava demasiado confuso e a sua expressão devia ser algo muito engraçada, visto que Isabelle se riu bastante.
- Arruma tudo para irmos embora, depois saberás.
Seonghwa nunca pensou que fosse assim tão difícil estar na presença de uma mulher. As únicas mulheres que ele conhecia viviam todas no Inferno, logo, eram diferentes das Humanas. Talvez a pequena ansiedade que o Half Boy sente, seja derivada do facto de esta rapariga ser a pessoa que o vai “matar”, a pessoa que o irá livrar da vida como “contaminado”.
Saíram do hotel como se fossem dois Seres Humanos banais e começaram a caminhar pelas ruas da cidade. Seonghwa apenas seguia Isabelle pois não sabia sequer para onde eles estavam a ir.
No entanto, assim que avistaram Jeong Yunho sentado nos degraus de uma casa, Isabelle correu para ele e foi abraçá-lo, deixando Seonghwa ainda mais confuso do que ele já estava.
- Vocês conhecem-se? – Perguntou o loiro, tentando não fazer uma expressão que demonstrasse o seu choque.
- Curiosamente… a Isabelle era a melhor amiga do amor da minha vida. – Disse Yunho, olhando o amigo com um olhar nostálgico. – Mas isso não interessa, o importante é… finalmente conheceram-se.
- Parece que sim. – Seonghwa e Isabelle falaram ao mesmo tempo, o que os fez fixarem o olhar um no outro durante breves segundos.
- Tão queridos, até já falam ao mesmo tempo. – Yunho apenas riu da situação, que para os restantes foi constrangedora. – Vamos, podes ir guardar as tuas coisas no quarto livre.
Era difícil estar num Mundo daqueles, ter que se adaptar à cultura das pessoas ao seu redor. Os seus poderes deviam ajudar nessa adaptação, mas parecia que ainda pioravam mais a situação devido à sua intensidade recente. Só lhe restava esperar que as coisas a partir daquele momento se alterassem um pouco.
Inicialmente, o seu pensamento inicial era que esta pessoa… que a Isabelle… podia realmente matá-lo… matar um Ser que nem sequer devia de existir. Depois de ouvir o que Yunho lhe disse há uns dias atrás e depois de ter pensado milhares de vezes no assunto, Seonghwa tem outra perspetiva da profecia que assombra a sua existência.
Isabelle vai ser não a sua morte, mas sim a sua salvação.
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