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História High Hopes - Senhor Choi, vice-presidente


Escrita por: feelsobanghim

Notas do Autor


Voltei! Bom, obrigada a quem leu, favoritou e comentou o capítulo passado. Acho que vocês realmente gostaram, né? Aproveitem esse cap e até mais, boa leitura <3

Capítulo 2 - Senhor Choi, vice-presidente


Mesmo com os olhos fechados e consideravelmente fraco, Jaebum conseguia sentir um forte cheiro ao seu redor e barulhos de máquinas. Abrindo-os com lentidão e demorando algum certo tempo para conseguir focá-los em algum ponto qualquer, deparou-se com paredes, chão e teto da cor branca, possuindo apenas uma linha azul clara no contorno da porta; o cheiro hospitalar não o incomodava de fato, mesmo estando parecendo um pouco mais forte que o normal. Inclinando a cabeça um pouco para o lado, incomodou-se ao perceber um curativo em seu braço, tal que indicava que havia tomada injeção e incomodando-se ainda mais ao ver uma agulha posta em sua mão esquerda. Odiava agulhas. Encolheu-se um pouco ao mexer a mão e sentir o objeto se movimentar dentro de si. A porta do quarto fora aberta e Jaebum se ajeitou na cama com certa dificuldade, fitando a enfermeira chegar mais perto de sua cama com uma prancheta na mão e sorrindo amigavelmente.

 

- Demorou para acordar, senhor… - Deixando de fitá-lo por míseros segundos e analisando seu nome nos papeis fixados na prancheta que carregava, para depois sorrir novamente e olhá-lo – Im Jaebum.

 

- Para acordar? - A enfermeira assentiu – Quanto tempo?

 

- Hm, dois dias.

 

- Dois dias?! - Ditou incrédulo enquanto tentava se levantar, tal ato que foi impedido pela moça – Eu preciso trabalhar!

 

- Agora o senhor precisa descansar, ainda não está recuperado por completo. - Sua voz soava calma enquanto empurrava o mais velho de modo suave para que escorasse novamente no encosto da cama, logo após o cobrindo até a altura da cintura.

 

- Posso perder meu emprego por isso. - Em um sussurro quase inaudível proferiu fazendo a moça sorrir de leve.

 

- Isso não vai acontecer, fique calmo. - Respondeu ajeitando o soro que o mesmo recebia na veia, tirando o saco já vazio e pondo outro – Logo mais terá alta, por ora, descanse.

 

- Espere. – Jaebum disse fazendo a jovem enfermeira parar perto da porta, voltando a fitá-lo – Como cheguei aqui?

 

- Oh, o senhor realmente não se lembra?

 

- Só até a parte em que desmaiei no colo do… Eu não sei o nome do rapaz que me ajudou. Quer dizer, acho que ele me ajudou. - Parecia um tanto quanto confuso.

 

- Sim, ele lhe ajudou. Chamou a ambulância e o acompanhou até aqui. Ficou como acompanhante até algumas horas atrás, até mesmo dormiu no corredor esperando o senhor acordar, mas depois de uma ligação disse que precisava ir embora. Deixou sua carteira comigo também.

 

- Dormiu aqui. - Sussurrou - Ele foi embora? - Em um assentimento rápido da parte da mais nova, Jaebum jogou a cabeça para trás bufando – Não disse nome nem nada do tipo?

 

- Não, senhor. Mas parecia preocupado com seu estado, ambos estavam cobertos de sangue. - Após responder, o aparelho de comunicação médica da jovem apitou informando que algum paciente precisava de sua ajuda – Preciso ir. Descanse e daqui a algumas horas eu ou outro enfermeiro viremos aqui ver como está.

 

Saindo da sala as pressas e batendo a porta atrás de si, a enfermeira deixou o outro novamente sozinho no quarto de hospital. Jaebum indagou-se se o jovem rapaz estava bem, por mais que não se importasse de fato, o mesmo salvou sua vida. Um erro o rapaz ter o feito, admitiu, mas apenas ponderou que ele deveria ser uma boa pessoa por agir daquela forma. Indagou-se também se boas pessoas ainda existiam ou era só apenas mais um fingimento. Apertou seus olhos com força e abaixou seu corpo, assim, deitando na cama e encarando o teto claro. Suspirou de modo leve pela primeira vez em dias e permitiu-se descansar por um tempo.

 

///

 

Youngjae brincava com seus dedos e piscava diversas vezes seus olhos, estava extremamente nervoso com o primeiro dia no emprego novo. Levantou a cabeça o suficiente para ver até onde era possível o prédio gigantesco e espelhado em sua frente, respirando fundo e entrando no local. Depois de ser transferido de uma empresa em Mokpo, local onde nasceu, para a filial trinta vezes maior e mais importante em Seul, Choi Youngjae via-se nervoso em um nível surpreendentemente alto. Trabalhou duro durante o estágio e conseguiu uma vaga como Relações Públicas da Skyway em Mokpo, onde ficou durante dois anos, quando recebeu uma promoção para tornar-se vice-presidente da Skyway em Seul. Tal que não havia como recusar. Em anos não se via tão nervoso assim, sempre esteve confiante de seu trabalho e tudo o que executava perante a empresa e seu serviço, mas isso era demais para si e refletia em seu corpo fazendo suas mãos tremerem. Inspirando e expirando diversas vezes até sair do elevador em seu andar, onde todos os funcionários o esperavam em pé em fileiras desorganizadas. Ao dar da cara com todos aqueles ali presentes, uns sorrindo amigavelmente e outros cochichando algo sem importância, assustou-se quando todos reverenciaram de uma só vez.

 

- O senhor parece bem jovem. - Um rapaz que, saindo da multidão e se pondo ao seu lado, ditou simpático.

 

- Espero que isso seja um elogio. - Ditou sorridente – Ah, não precisam ficar tão formais assim.

 

- É só fachada, senhor Choi, logo mais verá como todos são. - O mesmo rapaz disse fazendo todos rirem.

 

- Não sejam relaxados também, mas não precisam agir como robôs o tempo todo. Trabalhem duro!

 

Após dizer e ser aplaudido – inexplicavelmente – por todos ali, questionou onde era sua sala e coisas do tipo, sendo guiado pelo mesmo rapaz de antes. Dispensando apresentações do local no momento já que mesmo que tivesse acabado de chegar sabia que trabalho não faltava, o rapaz lhe entregou algumas pastas e retirou-se da sala. Youngjae hesitou em chamá-lo novamente para que se apresentasse já que, mesmo sendo gentil, o rapaz pareceu esquecer de dizer seu nome quando saiu da sala dizendo estar atarefado.

 

Abriu seu notebook e organizou as papeladas sobre sua mesa, parando um momento apenas para levantar-se e analisar sua sala. As paredes no tom branco apareciam em poucas partes do local pois grande parte do mesmo era ocupado por prateleiras e estantes na cor preta e cinza; o chão de madeira fosca tinha sua parte do meio coberta por um tapete cinza onde, em cima dele, ficava sua mesa de madeira escura com a superfície de vidro; duas cadeiras giratórias e acolchoadas com couro pretas posta de frente para sua mesa; sua cadeira no mesmo tom, um pouco maior, posta atrás da mesa; ao virar-se deparou com uma grande parede de vidro - tal que não havia notado antes por distração – que dava vista por grande parte de Gangnam a sua frente. Chegando mais perto da janela, engoliu a seco quando viu o quão alto aquele local era, fechando as persianas escuras a sua frente por puro medo, mas sem escurecer o local.

 

Suspirou leve ao se dar conta de onde estava; aos 23 anos era vice-presidente de uma empresa reconhecida e importante em Gangnam. Sorriu um pouco incrédulo com tudo isso, todo seu trabalho duro durante anos, todas as noites de sono perdidas estudando valeram apena. Sonhava em chegar onde estava, mas nunca de fato pôs muita confiança nisso, sabia que haveriam muitos concorrentes à vaga e todos muitos bons e, quando fora escolhido, precisou de alguns dias para cair na real. Mas aqui, em seu escritório de vice-presidente da Skyway em Gangnam, vislumbrando um pouco amedrontado a vista do local, ainda sentia-se extasiado.

 

Mas algo invadiu sua mente sem ser convidado, algo que lhe roubou o sorriso e fez um muxoxo pairar sobre sua feição. Como estava o homem ao qual ajudou uns dias atrás? Havia acordado? Estava vivo? Choi praguejou-se por ser assim, era inevitável, sempre fora muito preocupado com todos, sempre quis proteger todos de tudo. Até mesmo um estranho. Aquele estranho qual feição não saia de sua mente. Bufou com o estado qual se encontrava, preocupado com alguém que nem sabia o nome, já havia feito o bastante, certo? Mas ainda assim queria saber como ele estava, mesmo tendo outras milhares de coisas para se preocupar. Sacudiu a cabeça em negativo e piscou os olhos algumas vezes, voltando a se sentar em sua cadeira confortável e começando com seu trabalho. Mas antes retirou algo de sua bolsa, pousando sobre sua mesa e sorrindo ao fitar a pequena bandeira LGBT ali. Minutos depois um funcionário entrou apenas para lhe avisar que, no final do expediente, teria uma pequena festa de boas-vindas a ele e saindo da sala logo depois.

 

///

 

- O senhor está recebendo alta, mas precisa se cuidar. - Assentindo enquanto calçava seus sapatos, Jaebum praguejou ao ver que não havia nenhuma camiseta sua por ali – Ah, então, sua camiseta estava em um estado precário, senhor Im, então tivemos que jogar fora. Tentamos providenciar uma, mas o rapaz que o trouxe aqui fez questão de jogar ele mesmo fora aquele trapo… Perdão, sua camisa, e deixou esse casaco para o senhor vestir. - Disse esticando a mão e lhe dando um suéter de lã branco com a ponta azul.

 

- Ele deixou para mim?

 

- Sim, sabia que não teria o que vestir. Poderíamos providenciar uma camiseta para o senhor mas ele fez questão.

 

Jaebum assentiu e vestiu a peça sem pensar muito, sentindo um cheiro bom e confortável vindo da roupa mas não se prendeu muito a isso. Seguiu a enfermeira até a recepção onde usou um de seus cartões para pagar a despesa do hospital, parando um pouco para notar que sua carteira estava intacta, tudo no mesmo lugar. Depois de perguntar se podia usar o telefone para fazer uma ligação e ser concebido, fez a mesma e sentou em um banco do lado de fora esperando seu amigo chegar. Não queria ligar para ele depois de tanto o ignorar, não queria ter que responder perguntas naquele momento, mas não podia voltar andando para casa. Ao longe escutou barulhos de buzinas e xingamentos, para logo depois ver o carro prata parar em sua frente com todos ao redor xingando o motorista que saiu em disparada do veículo indo até o amigo.

 

- Ainda vão tomar sua carteira de motorista, Jackson. - Jaebum proferiu enquanto o amigo corria em sua direção, parando em sua frente respirando rapidamente. O mais velho deu tempo para que ele recobrasse a respiração normal, começando a contar em sua cabeça: um, dois, três…

 

- Porra, Im Jaebum, você está maluco? - Não teve como evitar a risada nasalada quando sua contagem regressiva fora exatamente na hora em que seu melhor amigo começou a lhe dar sermão – Não faça mais isso, seu imbecil, eu te procurei como um louco por todo lado, sabia? Até contratei uns caras para arrombarem a porta da sua casa porque pensei que você pudesse estar machucado lá dentro.

 

- Você fez o que?! - Jaebum levantou-se ficando de cara a cara com o colega que sorriu com uma expressão assustada, coçando a nuca.

 

- Ah, quanto a isso, sua porta… - Jackson desviou o olhar para o amigo que lhe fitava incrédulo – Aigoo, não tente mudar o rumo dessa conversa, hyung. Eu fiquei preocupado, onde você estava? O que aconteceu? Mereço explicações.

 

- Agora não, por favor.

 

- Como assim agora não? Eu…

 

- Yah, Jackie, agora não! - Jaebum lhe interrompeu enquanto caminhava até o carro do amigo, entrando no mesmo sem precisar pedir permissão e esperando Jackson entrar no mesmo, o que não demorou muito. Sorriu fraco ao ver a expressão emburrada do outro, reconhecia sua preocupação e seu esforço – Prometo contar tudo depois, ok? Mas não agora, estou exausto.

 

- Tudo bem. - Respondendo de modo seco, Wang deu partida no carro e começou a dirigir em silêncio.

 

- Não faça essa cara para mim, Jackson Wang, já disse que vou te contar tudo, eu…

 

- Não preciso que me conte tudo se não quiser, hyung, também não quero reconhecimentos ou elogios por ter me preocupado, é meu papel de melhor amigo. Só quero saber se está bem física e psicologicamente. Conte-me apenas o que quiser. - Im apertou os olhos com força e encostou a cabeça na janela do carro, vendo as coisas passarem rápido por si. Não queria ter agido assim com Jackson. Contaria tudo assim que se sentisse melhor.

 

- Eu não sei se estou bem, Jackie. Me desculpe. - Respondeu por fim, suspirando e pensando em tudo o que havia feito nos últimos dias.

 

Arrependimento não era a palavra correta, por mais que fosse similar ao que sentia. Jarbum estava indefinível. Nem mesmo se reconhecia. O estrago que Lee SunHee causou nele era muito mais forte do que qualquer um poderia imaginar. Ainda que aparentasse ser o mesmo, interiormente estava em cacos e sabia que quando fosse consertado, estaria diferente. Como se estivesse morto por dentro. Im Jaebum havia morrido por dentro e isso lhe fez pensar em uma coisa que, de princípio, o assustou, mas logo passou a não se importar. Podia sentir amor por seu amigo ainda, amor de irmão, mas era diferente do outro tipo de amor que havia presenciado. Aquele amor, paixão, entre duas pessoas que querem um relacionamento amoroso e não afetivo como amigos. Jaebum sabia o que esse seu interior frio significava e mesmo tentando estar assustado, nenhum sentimento aflorou em si com o que percebera. Mas lá no fundo, na parte onde ainda existia uma pessoa com sentimentos e não aquela pessoa fria que SunHee havia criado; aquela pessoa viva em seu interior sentia medo por si, e parece que aquela pessoa estava com medo de nunca sentir isso de novo. De nunca amar novamente. Algo que o novo Im Jaebum não ligava mais, já que não acreditava mais no amor.



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