História Marca Negra. (Taekook) - ;you're gonna break my heart tonight;

"Você vai partir meu coração esta noite
Você vai partir meu coração esta noite
E garoto está tudo bem
É preto e é branco
E se não for pedir muito
Você poderia quebrá-lo muito rápido?"

— Olá, bom dia. Sou o Sr. Hina. Como posso ajudar? 

— Oi, bom dia. — Taehyung fez uma reverência — Estamos procurando tecidos de qualquer tipo para o verão. 

— Verão? — perguntou — Estão aqui por alguma agência, sunbae-nims? 

— Somos estagiários da Yin Hit. — Jungkook mostrou o crachá. 

O Sr. Hina deu um pulo animado e gritou para que seus funcionários fizessem alguma coisa que Jungkook não entendeu. Apenas observou os outros correndo de um lado para o outro. 

— Yin Hit! Ah, Kim Seokjin... — Hina suspirou — Grande homem, grande homem! Tão belo, tão caridoso, tão bom em tudo que faz... 

— É, é. Ele mesmo, nosso chefe. — Taehyung disse emburrado. Jeon riu baixinho. 

— Venham, venham! Se Seokjin os mandou ate minha loja para a coleção de verão, faremos a melhor da década! 

Eles foram adentrando a loja, cada vez mais longe da saída. Não tinha um filme assim? O Kim começou a andar em passos pequenos então Jungkook teve de segurar sua mão para que acompanhassem o Sr. Hina. 

Ver o pequeno sorriso de Taehyung fez com que o mais novo se sentisse um idiota. Um completo idiota. Quantas vezes Taehyung havia o deixado? 

Depois de seu primeiro beijo, ganhou oito anos de pura mágoa e distância. Depois da primeira vez que ficaram, dias do outro fingindo que ele não existia e desviando de si nos corredores. Depois de sua segunda ficada, semanas de férias sendo ignorado, para quando se vissem de novo, receber fechos a cada vez que se aproximava. 

Mas ele não conseguia se manter longe. Mesmo que soubesse que estava cometendo um erro, que iria se machucar, só conseguia pensar no Kim. Ele queria cada pedacinho de Taehyung para si, mesmo que o coração nunca fosse seu. 

Passou as férias inteiras bebendo e chorando em bares, sentindo aquilo no coração que conhecia bem. Paixão, amor, carinho, o que quer que fosse, seus sentimentos por Taehyung nunca haviam desaparecido. 

Sentia raiva de si mesmo por nunca ter o superado. Queria gritar e chorar, queria socar Taehyung por o fazer sentir assim. Mas quando via seu sorriso, toda a raiva sumia. Como poderia culpá-lo de ser tão apaixonante? Como poderia culpá-lo de seus próprios sentimentos? Como poderia culpá-lo se ele não era bom o suficiente para ninguém amá-lo ao ponto de ficar para sempre?

Taehyung havia ido embora e o faria de novo, disso ele tinha certeza. Ele não via sentido em seus sentimentos serem recíprocos, quando foi sua culpa do garoto deixá-lo para sempre. A única maneira de se manter por perto de seu amado sem que ele fosse embora... Era fingir que não sentia nada, fingir que era algo casual... Quando a cada beijo Jungkook se sentia mais e mais entregue àquele buraco negro. 

Não importava quantas vezes tentasse fizer algo a mais, alguma coisa o impediu, sua garganta parecia travar e a mente parar de funcionar. Como se o destino em si não quisesse que proferisse aquelas palavras tão simples, mas tão significativas. 

— Aqui está. Guardamos os melhores tecidos aqui. Se precisarem de algo, é só chamar. 

O Sr. Hina indicou a sala no fundo da loja e saiu para que pudessem escolher. Taehyung passou a mão pela primeira pilha de tecidos com um suspiro. 

— Não sei porque nos mandaram pra cá. A gente não entende nada de tecido...

— Às vezes acho que seu irmão não sabe o que fazer com a gente. — riu. 

— Você também acha?! Um dia estamos servindo café, no outro vamos a um show de um girl group... 

— Pelo menos estamos ganhando dinheiro. — falou — Essa cor combina com seu cabelo. 

Apontou para um tecido azul piscina jogado no canto da mesa. O Kim pegou o rolo e colocou na frente do corpo, fazendo uma pose. 

— Acha mesmo?

— Acho. — confirmou — Ficaria lindo em você. 

— Vamos modelar em cuecas azuis da próxima vez. — riu. 

— Ah, eu espero que não. 

— Por que? — levantou o olhar. O mais novo sorriu de lado. 

— Porque vai ser ainda mais difícil ficar me esfregando em você só de cueca sem fazer nada. 

— Você consegue. Já fez isso uma vez. — falou irônico. 

— Então... — estalou a língua — Prefiro que seja pelado! Fotografar essas sua bundinha linda e- 

Foi interrompido com Taehyung tapando sua boca com o tecido azul. 

— Idiota. 

— Você gosta. — falou embrulhado por causa do tecido. 

— Vai se foder. 

— Prefiro foder você. Ou você me foder, pode escolher. — ele cuspiu o tecido e puxou Taehyung para perto. 

— Pervertido! São nove da manhã. 

— Em algum lugar do mundo já são nove da noite... — sussurrou e deu um estalado no pescoço do outro — Vamos acabar logo com isso. Hoje você vai me pagar almoço. 

— Aish, por que?! 

— Porque eu quero. — sorriu. 

Taehyung revirou os olhos e voltaram a escolher tecidos. Sem muita experiência ou noção, foram enchendo o carrinho com rolos de cores vivas e felizes. O Kim riu alto quando Jungkook resolveu imitar a reação de Irene quando visse os tecidos. 

O Jeon disse que tinha de ir ao banheiro e saiu. Quando voltou, viu um garoto loiro e bastante alto conversando com o outro. Franziu o cenho e fixou esperando atrás da porta. Não que quisesse ouvir... Ele queria escutar. 

— Cara! Nem acredito. Se soubesse que estava em Seul teria te chamado para sair. — falou o loiro. 

— Faz tanto tempo, desde... Ano sophomore na faculdade? Ainda tem meu número Yuta-ssi? — Taehyung perguntou. 

— Tenho! 

— Achei que todos sabiam. Apareci na capa de uma revista! 

— Não! Sério? Isso é irado! Estou falando com uma celebridade! — Yuta riu — Me mostre! 

O barulho de Taehyung abrindo a bolsa ecoou nos ouvidos de Jungkook. Yuta deu um gritinho. 

— Não! Tá um gostosão, caralho, Tae. — Yuta falou — E esse cara do seu lado, me parece familiar... Ele era seu amigo na faculdade? 

— Ah... Não. 

— Tenho certeza que conheço ele. Me dê um minuto. — coçou a cabeça — Ah! Já sei. É o Garoto de Busan, não é?! 

Todos os amigos dele me chamam assim? Jungkook se perguntou. 

— É... É ele mesmo. 

— Puts, gay... Que falta de sorte. Trabalhar com esse daí. — bateu nas costas do Kim — Se precisar de algum pra beber, já sabe né? Vamos sair! 

— Claro que vamos. — Taehyung sorriu. 

— Bem, eu preciso ir, meu cheiro. Tô em horário de trabalho, vim só ver se tinha um tecido que minha chefe queria... Te mando mensagem quando sair no trabalho! 

Yuta mandou um beijo no ar para Taehyung e saiu da sala. Jungkook finalmente saiu de seu esconderijo para encarar o mais velho, que tinha uma expressão angustiada. 

— Jeongguk... Eu... — gaguejou. Iria chorar. 

Jungkook abaixou a cabeça, segurando o bolo que tinha na garganta, quase sem ar. Tudo parecia doer, até Taehyung colocar seus braços em volta de seu pescoço e abraçá-lo. O mais velho chorou baixinho enquanto Jeon acariava suas costas. Lágrimas caiam de ambos, preenchendo a sala com sons deprimentes. 

O abraço era forte e fazia tudo doer. Jungkook soluco na curva do pescoço do Kim e o abraçou ainda mais forte, com o grande arrependimento de ser incapaz de falar algo. Novamente, sem se comunicar ou resolver seus problemas passados. apenas silêncio e contato físico. 

 O garoto de Busan quebrou abraço e limpou as lágrimas do garoto de Daegu com o polegar. Acariciou as bochechas dele até que parasse de chorar, murmurando um "Vamos sair daqui..."

Mas Jeon Jungkook não era apenas um garoto de Busan. Era um tolo perdidamente apaixonado pelo homem que o abandonou.