História High Speed - Zayn Malik. - (Concluída). - Misterioso.

Z A Y N

Ainda estava distraído, convencendo a mesma menina que tinha acabado de me mandar fotos a sair comigo, coisa que não foi tão difícil, considerando que foi ela que tinha me chamado no Instagram em primeiro lugar, quando o celular de Aria toca.

Ela tinha ido no banheiro e pela tela apenas dizia "Número do Atendimento ao Cliente" e um sinal de mensagem novo. Pelo visto ela não estava com tanta liberdade igual aparentava, apenas tinha aprendido a mentir melhor.

- Grace? Seu telefone está apitando. - Aviso, porque tinha escutado a porta do banheiro abrindo e pelo olhar que ela me dá, ela poderia facilmente cavar a minha cova com as próprias mãos e me enterrar vivo. - Número do atendimento ao cliente... está com qual problema no seu telefone? Talvez eu possa te ajudar. - Brinco, porque em menos de um dia de volta, eu tinha percebido que um dos meus passatempos favoritos estava sendo trazer o olhar mortal aos seus olhos. Na verdade, eu sempre gostei, por isso que eu comecei a chamar ela de Grace, em primeiro lugar.

- Para alguém que diz ter tantas pessoas correndo atrás, você está bem desocupado, Malik. - Rio, enquanto ela pega o celular.

- Mas eu não tenho que fazer nada. Essa é a graça. Elas vêm até mim. - E eu não estava mentindo.

- Que seja... - Sem olhar para mim e bloqueando o celular, Aria chama Louis, que aparece na porta, com uma escova de dentes na boca.

- Que foi?

- Abre lá para mim, por favor. E impeça que os seguranças atirem no coitado. - O jeito que Louis sorri me deixa curioso em saber em que seria o coitado.

- Eu faço questão, espere só um minutinho... - Ele some novamente e volta com uma arma na mão.

- Louis! - Eu não entendo a piada por trás, mas Aria parece entender claramente.

- O que foi? Deixa eu pegar um paninho e vamos.

- Seu pai veio te buscar? - Eu pergunto, tentando achar o sentido. Talvez ele estava pegando a arma para se defender? Pelo que eu lembro bem, o comportamento dos Payne não era dos melhores quando se tratavam dos filhos.

- Não. - Ela não parecia querer me falar muita coisa não, já que apenas acena para mim. - Fale pro meu irmão que foi ótimo "passar esse tempo com ele", muito proveitoso. Para Pen, não precisa falar nada, eu mando mensagem. - Me sinto quase um empregado com o tom que ela usa comigo, mas quem era eu para discordar?

- Tá bom...? - Nem eu sabia que horas veria os dois, mas Liam nunca foi muito de pegar alguém numa noite só. Se bobear, ele já estava planejando o pedido de namoro, então quem sabe eu veria eles logo, quando ele decidisse que deu o tempo e que seria "respeitoso". Talvez ele lembrasse da existência da irmã também, nesse meio período.

- Tchau, Malik. Queria dizer que foi bom te ver de novo, mas foi péssimo. - Eu rio quando ela acena para mim, dando as costas e eu vou atrás. Aparentemente, eu estava ficando muito bom em fazer isso.

- Não foi tãao ruim assim, foi? - Louis estava andando na nossa frente, ainda com um sorriso estranho no rosto e com a arma e o paninho na mão.

- Foi sim. - Eu ia discordar, mas ela anda um pouquinho na frente e segura a mão de Louis. - Pare de ser infantil. - Meu irmão ri, guardando a pistola na calça e levantando as mãos em rendição.

- Tá legal, tá legal. Na próxima vez eu faço. - Ainda estou meio perdido e chegamos do lado de fora, um carro que eu tinha a impressão de já ter visto antes estava parado do lado de fora, mas as janelas estavam fechadas.

- Tchau pra vocês. - Louis fala um tchau animado, mas eu estou concentrado, tentando lembrar de quem é o carro, conforme ele dá partida e sai pelo portão da frente.

- Quem era? - Pergunto pro meu irmão, que dá de ombros.

- O Styles mais novo. - Arregalo meus olhos com a informação.

- E você deixou ele entrar aqui? Deixou ela ir com ele? - Qual a parte de "inimigos mortais" Louis não estava entendendo?

- Primeiro, ele fez alguma coisa? Não. O cara morre de medo de mim por algum motivo que eu não tenho a mínima ideia. Segundo, eu não mando na Aria, muito menos você. No máximo Liam poderia falar algo, mas ele está muito ocupado no momento. - Eu odiava que Louis sempre tinha bons argumentos, não importava a situação.

- Tá bom. - Resmungo enquanto voltamos para a cozinha e encontramos Liam e Penelope, parecendo estar procurando algo.

- Achamos vocês. - Liam sorri, mas a expressão cai, quando nota que está faltando alguém. - Cadê a Aria?

- Mandou avisar que foi "muito proveitoso" o tempo de irmão que vocês passaram juntos. - Deixo ele assimilar isso e depois jogo no seu colo: - E foi embora com o Harry.

Penelope concorda com a cabeça, como se fizesse sentido.

- Imaginei. - Liam e eu olhamos para ela com uma interrogação no rosto. - O que foi?

- Por que você está falando como se fosse algo normal? Ele vai levar ela para casa? - Liam pergunta e Penelope ri.

- Sim, para a dele. - Percebendo que a expressão de Liam não estava ficando melhor, ela suspira. - Relaxa, cara. A Aria dorme mais lá do que na própria casa.

- Era suposto eu relaxar com essa informação? - Aparentemente, Penelope pensou que sim.

- Ai, como você é hipócrita. - Ela resmunga, indo comer uma das coisas da bancada, assim como Aria, parecendo ser familiarizada com a casa. - Sua sorte é que você é bonito.

- Obrigado? - Liam responde confuso, mas ainda parece estar chateado. - Eu deveria ter passado mais tempo com ela.

- Você é dramático também. - Louis resmunga, servindo um copo de suco de laranja para si mesmo. - Não é o fim do mundo não, a menina só cansou de ficar de vela para você e ainda de vela para Zayn, mesmo que a menina que ele estivesse falando nem estivesse aqui.

Isso sim parece relaxar Liam.

- Ao menos você não deu em cima dela. - Desvio o olhar antes que ele veja no meu rosto que eu tinha sim, dado em cima dela. Mais de uma vez até. E que provavelmente daria de novo.

- Só deixando claro que você seria talarico com o seu irmão. - Olho confuso para Louis.

- Você? - Eu e Liam perguntamos juntos e ele nega.

- Niall. - Mas que caralho. Por um momento, eu não tinha concorrência nenhuma, na outra, até meu irmão e um suposto noivo estava na jogada. Não que antes eu sequer considerasse, já que idade era uma coisa que eu levava a sério, mas, de qualquer jeito, era estranho perder o posto.

- Já basta esse. - Liam aponta para mim e eu exclamo um "ei!".

- Eu nunca fiz nada. - Além de umas piadas aos longos dos anos.

- Niall também não, relaxa. E nem vai fazer. Não é como se o penhasco que a Aria sempre teve por você fosse segredo. - Penelope se levanta.

- Ei, ei, ei. Bora parar de falar de quem não está aqui e além disso, não tem nada garantido para você não. - Levantando as mãos.

- Eu não pedi nada. - Okay, tinha pensado, mas falado em voz alta eu não tinha.

- É bom mesmo. - Para alguém tão baixinha, Penelope tinha uma personalidade e tanto.

- Esse é meu trabalho. - Liam resmunga e quase começo a ver o arrependimento nele. Talvez o pedido de namoro estava mais longe do que eu pensava.

- O trabalho que eu estou fazendo a anos, se manca. - Então o sorriso volta para o seu rosto e eu estava mais confuso do que tudo.

Com o meu celular apitando, eu vejo uma ótima brecha de sair dali. Meu limite de interação social no dia já tinha sido atingido.

- Olha, eu vou deixar vocês ai que eu tenho mais o que fazer. Qualquer coisa, falem com o dono da casa. - Louis me mostra o dedo do meio conforme eu me afasto e deixo ele para lidar com os dois.

Apesar da minha falta de vontade de socializar, eu não estava mentindo quando disse que tinha mais coisa para fazer. Além de conseguir marcar "encontros" com pessoas antigas que eu estava mais do feliz em rever, Louis tinha me botado para descobrir quem era o tal do corredor misterioso. O bom foi ele ter jogado no meu colo, sem nem ao menos me dar um norte por onde começar.

- Olá, senhor Malik. Ainda não temos nenhuma informação. - Eu achava isso uma perda de tempo. O que saber o rosto do cara mudaria? Nada. Ele iria perder de qualquer jeito. Mas, para Louis e para o nosso meio, tudo funcionava na base da ameaça, logo, saber coisas dele poderia ajudar nisso. - Desconfiamos que ele não seja daqui. Vamos estar monitorando outras corridas fora da cidade, para ter certeza.

- Ótimo, façam isso. Eu também não acho que ele seja de Bradford. - Ele não demoraria tanto para aparecer, se fosse. Com a troca de mais algumas informações, desligamos.

O tal de corredor misterioso não iria permanecer no mistério por tanto tempo, se dependesse de mim.

Principalmente se ele ganhasse a corrida que iríamos ter daqui a alguns dias. Coisa que eu duvidava muito que ele fosse fazer.