História High Speed - Zayn Malik. - (Concluída). - Especialidade.

A R I A

  - Que plano péssimo. - Resmungo para Harry, enquanto esperava ele pacientemente pagar o sorvete dele e o meu. 

 - Não é péssimo. - Sentamos na mesa que Penelope estava nos esperando, dias depois da reunião com o seu pai. 

 A corrida estava ficando cada dia mais perto e eu ainda estava sem acreditar que teria que perder de propósito, mas, pelo menos, se eu perdesse de verdade, eu poderia usar a desculpa que eu fui que deixei. 

 - O que é péssimo? - Pen pergunta, pegando a casquinha de sorvete que eu ofereço para ela. 

 - A gente começar a ficar mais perto dos Malik para poder descobrir mais coisa sobre a investigação deles. - Eu pego um pouquinho de sorvete na colher, antes de continuar. - Mas sabe por quê é um plano péssimo? Louis, com certeza, vai estranhar a nossa aproximação, além de que, ninguém ali é burro, mesmo que Zayn as vezes pareça. 

 - O seu irmão está de volta, tem a desculpa perfeita! - Ele teima e eu ignoro, pegando uma parte que estava derretendo com a colher e levando a boca. - Penelope, você então, vai ficar com ele. 

 - Primeiro. - Pen balança a colher no ar, de forma indignada. - Eu virei o que? Segundo, Liam continua firme no seu plano de fingir que ele não me conhece. - Franzo o cenho. 

 - Ele não te disse "oi"? - Isso já era mais do que ele fez comigo por alguns anos. 

 - Disse. Mas isso não conta. - Harry suspira. 

 - Vocês são péssimas. - A gente estava evitando falar as coisas de forma muito clara, então eu sabia que Harry queria acrescentar alguma coisa, mesmo que tivesse ficado claro. 

 - Mas e ai? Já viram onde eles posicionaram os homens? - Eles estavam tentando descobrir o posicionamento deles, para poder plantar pistas falsas, mas Harry nega. 

 - Nada ainda. Eles estão crentes que seja lá quem for, é de fora. É mais difícil achar suspeito de quem possa ser os homens dele fora de Bradford. - Isso, pelo menos, nos davam alguma vantagem sobre tudo.

 - Mas mudando de assunto, vamos na corrida hoje? - Essa seria a última antes da minha com Zayn, estava mais ansiosa do que poderia descrever. 

  - Eu tenho que ir. - Sorrio, pensando em quão irônico seria a minha frase a seguir. - Minha família quer que eu vá. Vamos torcer pro Liam. - Harry se vira para mim, rindo. 

 - Ah, então foi pra isso que sua vó estava me perguntando se eu abriria uma exceção para torcer para a minha "futura família". - Eu quase derreto de vergonha na minha cadeira junto com o sorvete, só não faço porque Harry já estava mais do que acostumado com Nona sendo evasiva sobre esse assunto. 

 - Espero que você tenha dito que não. - Consigo dizer por fim, mas pela cara de Harry, não, ele não tinha dito. 

 - Claro que eu disse que poderia. Se você não quer espionar eles, eu tenho que fazer isso. - As vezes eu achava que Harry não tinha o mínimo apreço pela própria vida, porque não era possível. 

 - Você ficou louco? A gente vai ficar no camarote dos Malik... - Pelo sorriso, Harry sabia exatamente disso então eu ligo os pontos. - Você não está indo lá para espionar coisa nenhuma, você está indo lá para encher o saco deles. - Penelope ri, porque também chega nessa conclusão e concorda. 

 - Se o Harry não tomar um tiro deles qualquer dia, vai ser totalmente por um milagre, porque morre de medo do Louis, mas qualquer oportunidade de encher o saco, está lá. - Outro ponto mais do que certo. 

 - Eu não estou indo encher o saco de ninguém... - Ele fala, com a cara mais cínica que Deus tinha lhe dado. - Eu estou indo torcer para a minha futura família. - Empurro seu ombro, terminando de comer o meu sorvete. 

 - "Futura família"... - Resmungo. - Só se for de irmão de consideração, com eles te adotando. - Harry ri, vindo me provocar. 

 - Não se preocupe, Ariazinha, eu sei que o seu coração só bate por um idiota que de vez em nunca usa os dois neurônios na cabeça dele para pensar. - E estava errado? - Mas, sua avó já me adotou, ela gosta mais de mim do que de você e do seu irmão. - Outra coisa que eu não poderia negar, se não, estaria mentindo. 

Z A Y N

  - Você acha que o tal cara vai aparecer hoje? - Liam me pergunta, entrando na sala que eu estava sem nem bater na porta, abrindo uma garrafinha de suco de laranja no meio do processo. 

 - Não. - Afirmo e tenho toda a segurança do mundo na minha resposta. - Eles querem que ele corra contra mim, ou ao menos, esse é o burburinho que está rodando por ai. 

 - Fico feliz. Eu que não quero ser humilhado por um cara sem rosto, como você vai ser. - Finjo rir de forma bem falsa para Liam, que ri de verdade, sabendo que tinha acertado um ponto fraco meu. 

 - Ele é muito bom. - Eu admito, por fim, fechando o vídeo da última corrida que ele teve contra Maddog. - Mas eu sou melhor. 

 - É, é? - Liam continua com o sorriso provocante, se aproximando e indicando o caderno com anotações na minha frente. - Então pra quê tanta preparação? Eu nunca vi você analisar adversário nenhum. 

 - E eu não analiso mesmo. - Não tinha porque tentar mentir sobre isso. - Só que o cara é bom. É quase olhar um reflexo meu, tendo apenas algumas mudanças e são essas mudanças que eu preciso ficar atento, já que as outras eu posso prever. 

 - Já eu acho que exatamente as coisas que você acha que pode prever, vai ser as que vão ser totalmente o contrário. - Ele senta, na cadeira que estava na minha frente. - Eu olhei uns vídeos dele também e sentir algo familiar, acho que é porque como você disse, vocês tem técnicas parecidas... mas não sei. Não acho que ele mereça todo esse preparo. - Liam indica para as minhas anotações, quase rindo, divertido. 

 - Não acha? É porque não é você que está com Louis quase com uma arma na sua cabeça, lembrando todo dia que a sua única opção é ganhar dele, já que, aparentemente, não vamos descobrir a identidade dele por tão cedo. - Eu já estava ficando um pouco sobrecarregado com essa história. 

 - Não? Achei que o detetive lá era um dos melhores. - Concordo. 

 - E ele é. A situação está tão feia, que nem ele conseguiu descobrir algo. Louis está crente de por a mão no fogo que seja lá quem for, não é daqui e sendo de fora, as opções multiplicam. - Ele acena, levando agora o assunto de forma mais séria. 

 - Quem são as suspeitas de dentro da cidade? - Ai é que estava o problema. Também não tinha muitas. 

 - O filho? Não dá para saber, em uma das corridas, Harry estava na arquibancada, em outra não. Eu já vi ele correndo, não é ele. - Mas, apenas o meu achismo não tirava ele da lista de opções, então não podia falar nada. 

 - Ou, falando nele... - Já sabia que não iria gostar do que estava por vir. - Minha vó convidou ele para a corrida de hoje. - Eu quase rio. 

 - Espero que para sentar bem longe de mim. - Conseguia ler no rosto de Liam que Nona tinha convidado o cara para sentar basicamente no meu colo. 

 - Mas, não se preocupe... - Ele se apressa para continuar. - Harry não seria nem louco de dar um afronte de forma tão aberta desse jeito. Mesmo sendo um convite da minha vó, o cara deve ter algum respeito pela própria vida. 

 - Não que nós vamos fazer algo contra ele. - Esclareço, porque até eu sabia que encostar no herdeiro dos Styles era colocar um alvo desnecessário na nossa cabeça por agora. Ainda não tinha começado a "guerra fria civil", como Aria tinha denominado, mas encostar no filho de Desmond com certeza seria um bom começo para isso e, infelizmente, Louis queria que isso acontecesse apenas mais para frente. 

 - Eu sei que não. - Liam concorda. - Mas eu acho que é uma questão de senso mesmo. 

 - E se ele casar com a sua irmã? - Se Nona estava chamando ele para esse tipo de coisa, então, de verdade, as suas esperanças estavam altas. Liam, de um jeito ou de outro, teria que conviver com ele.

 - Ela não vai. - A sua afirmação tinha tanta confiança quanta a minha de que ganharia do corredor misterioso. 

  - Você parece bem seguro disso... - Provoco, passando uma das páginas do meu caderno. 

   - Ela gosta de você, seu cego. Deus sabe-se lá o porquê. - Ele acrescenta essa última parte, me deixando ofendido. - Mas, felizmente, você não vai nem sequer chegar perto dela, então, sem casamento, já que, parece, que o plano de vovó é esperar pacientemente que você faça uma cagada e desiluda ela, a mandando feliz para a família rival. 

 - Contar comigo para fazer cagada? - Eu sorrio, tentando ignorar todo o resto da frase. - A sorte da sua vó é que ela está apostando em uma das minhas especialidades. - Mesmo que eu não tivesse a mínima intenção de sequer falar com Aria de qualquer jeito diferente, a menos que fosse necessário. 

 E, pensando bem... a conexão dela com os Styles talvez fosse algo útil.

 Opções a serem consideradas, sem sombra de dúvidas.