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História Him - Incheon - Domingo


Escrita por: Bbraettgo

Notas do Autor


Resolvi aparecer por aqui antes!
Espero que gostem.

Betado por: @ladyshirahime

Capítulo 5 - Incheon - Domingo


Jungkook continuava dentro de seu pijama. Estava sentado na lateral da cama, de frente para a cama de Taehyung. Mantinha os cotovelos apoiados nos joelhos, que não paravam quietos, demonstrando a ansiedade que habitava seu corpo. Alternava o olhar entre seus dedos entrelaçados e o corpo parcialmente nu — já que estava coberto com o lençol — do irmão de sua namorada. Ficara a noite inteira naquela posição, praticamente.

Estava furioso.

Estava irritado.

Estava fora de si.

Não conseguia decidir se queria que ele acordasse para matá-lo, ou se o mataria dormindo mesmo. Passou a madrugada nesse dilema ético. O dilema moral vinha em relação à maneira que o mataria. Sufocado? Ou jogaria a cama em sua cabeça?

 Viu o corpo do rapaz se remexer. Se fosse mata-lo sufocado, agora era o momento, pois o ruivo falso dava indícios que acordaria. Percebeu que pensou demais quando viu o mais velho se espreguiçar na cama.

Taehyung coçou os olhos e virou-se para o lado de Jungkook. Fitou o semblante sério do rapaz fitando-o e permitiu-se sorrir mínimo.

— Dormiu bem, Jungkookie?

Atrevido.

Não se atreveu a responder. Apenas pensou nas possibilidades existentes naquele quarto que poderia usar para forjar uma morte acidental. Olhava-o com tanta raiva, que quase se esqueceu de piscar.

Mais uma espreguiçada gostosa e lenta e então Taehyung se sentou, ainda com as partes mais íntimas cobertas pelo lençol.

— Eu podia acordar do seu lado sempre se você colaborasse. — disse durante um bocejo longo e preguiçoso.

O rosto ainda inchado e sonolento dava um ar quase infantil para Taehyung. No entanto ao se levantar, toda a inocência abandonou a áurea do rapaz, que exibiu as nádegas bronzeadas e redondinhas. Ele caminhou lentamente, levando o olhar de Jungkook consigo, até o banheiro. O pênis levemente ereto foi devidamente ignorado pelos olhos odiosos do mais novo.

Jungkook ouviu a porta do banheiro fechar atrás de si e bufou. Pressionou os olhos com os dedos numa tentativa falha de se acalmar. Dahyun não merecia a decepção de saber que o irmão era um pervertido sexual, mas ele próprio não merecia as investidas descaradas do mesmo.

Levantou-se em direção a mala e escolheu uma roupa para passar o dia. Definitivamente, estava de mal humor. Tinha certeza que nem as carícias mais fofas da namorada poderiam alterar seu estado de espírito. Ouviu a porta se abrir e virou-se rapidamente, trombou de propósito no ombro desnudo de Taehyung e entrou no banheiro, fechando a porta com violência.

Taehyung riu da situação e se deixou levar por um sentimento provocativo. Se o menor queria guerra, guerra ele teria.

— Duas coisas, Jungkookie, a primeira é que você deixou o banheiro limpinho, parabéns; e a segunda é que se você quiser tocar no meu corpo, não precisa esbarrar, pode pegar, não quebra. Juro que não vou odiar.

Riu com o silêncio do rapaz. Um pensamento malicioso passou por sua cabeça, fazendo-o sorrir ainda mais. Caminhou silenciosamente até a porta e a trancou, retirando a chave com cuidado e em seguida se sentou com um sorriso traquina, na sua cama, de frente para a porta do banheiro, colocou a chave embaixo de si, sabia que o menor provavelmente procuraria a chave.

Começou a estimular o próprio pênis de maneira lenta, abrindo as pernas levemente sem pressa. Logo uma excitação se fez presente, deixando as veias de seu pênis completamente em evidência. Mantinha os dedos longos e ágeis numa masturbação lenta e inicial. Sentia-se excitado só de imaginar a cara do Jeon ao sair do banheiro.

Taehyung era controlado. Conseguia manter a respiração sob o máximo de controle possível. Ouviu o barulho da porta destrancar e um semblante pecaminoso surgiu acompanhado de um sorriso torto, devido a mordida extremamente sensual no lábio inferior.

Jungkook saiu do banheiro, cheio de marra. No entanto, foi pego de surpresa pela a imagem em sua frente. Dessa vez não paralisaria. Sentiu o corpo amolecer e sem dizer uma única palavra, correu para a porta do quarto, e foi então que percebeu que a mesma estava trancada e a chave desaparecida.

— A chave Taehyung.

— Ah Jungkookie — soltou uma arfada lenta e rouca — vai ter que vir procurar.

— Taehyung, a chave — disse com mais firmeza e bateu com a própria testa na porta.

— Vem aqui, Jungkookie, se você for bonzinho eu te mostro onde escondi a chave.

— Seu maníaco, eu vou gritar.

— Hum… — continuava a masturbação, no entanto agora controlava menos a sua respiração, soltando leves gemidos de vez em quando — Vai em frente, grite como uma donzela em perigo.

— O que você quer de mim? Que desgraça!

— Quero que você venha aqui.

— Quer plateia para o seu showzinho?

— Vem, Jungkookie, vem… — soltou um gemido comprido e sofrido, deixando a cabeça tombar para trás.

Jungkook respirou fundo e cruzou os braços. Olhando para o teto caminhou até sua cama, tomando cuidado para não esbarrar com nada, e se sentou de frente para o ruivo. Apesar de não trocarem nem uma palavra durante um tempo, não se podia dizer que o silêncio ali morava, uma vez que o quarto era banhado pelo som proveniente da boca de Taehyung — que por vezes, além de gemer, estalava a língua — e pelo som da mão veloz durante o ato masturbatório.

Taehyung não deixava de olhar Jungkook. Ele estava um pecado com o calção de banho e a regata branca, quase transparente, deixando em evidência os mamilos do garoto.

— Pare de ser bobo, Jungkookie, só quero te mostrar como eu fico pensando em você, apesar de achar que você fica bem mais gostoso que eu quando está pensando em mim.

— Não sei de onde tira essas ideias.

— Você se esqueceu de ontem? De como ficou por causa de mim?

Jungkook continuou olhando para cima, sentindo seu rosto corar com a fala do mais velho, no entanto começou a sentir pontadas tímidas, mas certeiras, no baixo ventre. As arfadas do ruivo ficavam cada vez mais constantes e fortes.

— Vamos fazer um jogo?

— Ah claro que vou fazer um jogo com você…

— Se você olhar para mim e não se excitar, eu te deixo ir embora e não te encho mais o saco…

— Nunca mais?

— Nunca mais. E se eu descumprir minha palavra, você pode denegrir minha imagem como quiser e para quem quiser.

— Hum… mas se você ganhar? — se arrependeu logo em seguida da pergunta estúpida que fez.

— Mas se eu ganhar? Está com medo de perder?

— Claro que não — riu soprado e nervoso.

— Mas tudo bem, se você perder, vai ter que me deixar fazer algo com você.

— Fazer o que?

 — Eu escolho.

— Não aceito… uma hora você vai ter que sair daqui também.

— Ou não, Jungkookie, eu não tenho nada a perder, posso ficar aqui pelo resto da vida.

— Não vou deixar você fazer nada comigo.

— Não confia na sua heterossexualidade?

— Claro que confio, você deve ser idiota para perguntar isso.

— Então me olha, você não vai perder mesmo… é o cara mais hétero que eu conheço — sua voz tinha um ar de divertimento.

Jungkook estava hesitante. Sabia que precisava reunir todas as suas forças para não se excitar. Por mais que não entendesse bem a resposta de seu corpo a estas novas situações, sabia que o corpo do mais velho estava lhe causando sensações diferentes. Descruzou os braços e puxou o travesseiro, apoiando-o em seu colo.

— Tsc tsc… tira isso daí.

— Então não olho.

— Bom, tudo bem, você quer complicar as coisas… mas quando eu terminar aqui eu vou ter que verificar de pertinho a sua situação.

Jungkook bufou e retirou o travesseiro de cima de si. Fechou os olhos num suspiro longo, tentando organizar a sanidade e voltou o rosto para frente. E após mais um suspiro, abriu os olhos lentamente.

A primeira coisa que viu, foi o sorriso sarcástico de Taehyung ser umedecido pela língua teimosa. Sentiu o corpo esquentar na medida em que descia o olhar para o ponto específico que deveria ser observado. O coração acelerado parecia que abandonaria o corpo a qualquer instante.

— Muito bem, Jungkookie. Assim que eu gosto… bem obediente.

Taehyung relaxou verdadeiramente. Já estava um tormento controlar tanto a velocidade de sua mão, quanto o orgasmo, tão próximo. O espaço entre um gemido e outro foi diminuindo paulatinamente. Permitiu-se fechar os olhos brevemente ao mesmo tempo em que puxou o ar com força entre os dentes.

Jungkook estava muito nervoso. Sentia o membro pulsar dentro da sunga. Ele já estava desperto até demais e isso lhe causava um imenso desespero. Ele precisava terminar com aquela ereção. Viu um pouco de suor escorrer do pescoço amorenado em direção ao tigre tatuado. Torcia as pernas numa tentativa falha de disfarçar a ereção, por vezes colocando a mão em cima do colo. No entanto, esse ato não ajudava, já que a região estava demasiadamente sensível ao toque, fazendo a mão ser repelida com velocidade.

Taehyung sentia o corpo se contorcer em espasmos ritmados, que indicavam que o gozo já estava para chegar. Desceu o olhar para a região tão desejada do cunhado e não deixou de notar o volume grosso ali formado. Mordeu o próprio lábio com força e se permitiu relaxar.

O gozo espirrou em sua barriga meio definida e o líquido escorreu ralo pelo umbigo até alcançar len-ta-men-te a virilha. Arfou pesado e se deixou pender para trás na cama. Rindo satisfeito em seguida.

— Ah… Jungkookie você perdeu, quem diria, tem certeza que é hétero? — disse rindo gostoso. — Nossa, cara, eu precisava disso. Você é muito gostoso mesmo, se só te vendo foi assim, imagina quando estivermos aproveitando juntos…

Jungkook sentia a boca seca.

Taehyung se levantou nu, agora com o pênis retraído, passando a mão no próprio gozo sem tirar os olhos de Jungkook. Andou pausadamente, passando por Jungkook em direção ao banheiro.

— Preciso de um banho, talvez elas estejam nos esperando já… ah… a chave está no meu colchão.

Fechou a porta e em seguida ligou o chuveiro. Jungkook ainda estava em choque. Mordendo a lateral de sua destra, se levantou confuso e procurou a chave em cima da cama. Pegou-a sentindo o calor que emanava dela, fazendo-o soltar uma careta de nojo por imaginar que a bunda de Taehyung provavelmente a teria mantido aquecida. Rápido como um raio, saiu do quarto, liberando o ar preso nos pulmões em seguida.

Encontrou Dahyun impaciente junto com a tia no hall de entrada. A menina levantou-se rapidamente ao vê-lo, iniciando uma bronca pela demora e por não ter visualizado suas mensagens, no entanto, parou ao perceber o semblante perdido do namorado.

— Amor? O que houve?

— Eu odeio seu irmão.

Dahyun se espantou com a declaração, ficando breves segundos em silêncio.

— Nossa, mas vocês estavam tão bem ontem. O que houve?

— Pergunte para ele — respondeu sério e ainda meio aéreo.

Dahyun ficou preocupada. Certamente confrontaria o irmão sobre o motivo de seu namorado o odiar. Logo viu Taehyung surgir pelo corredor, andando sorridente e tranquilo. Definitivamente, eles não pareciam ter brigado, o que a deixou perplexa.

— Vamos família? — Taehyung exala bom humor.

Jungkook revirou os olhos, que, desta vez, não passou despercebido por Dahyun.

Os quatro seguiram para fora da pousada em direção à praia, mais especificamente o mesmo local do dia anterior. Foram atendidos pelo mesmo rapaz ágil, no entanto o pedido incluiu menos cervejas e mais refrigerantes. Taehyung beberia apenas uma latinha, já que iria voltar dirigindo. Não que ele sempre fosse prudente, mas não poderia pôr em risco seu prêmio.

Quando os quatro estavam acomodados, o silêncio e o olhar vazio de Jungkook incomodaram Dahyun, que deu um golinho curto no conteúdo estupidamente gelado e alcoólico.

— Orabeoni, Jungkook disse que te odeia e pediu para eu lhe perguntar o que houve.

Jungkook se interessou pela conversa a ponto de sorrir simples, olhando na direção de Taehyung que por sua vez, não mostrou um pingo de incômodo com a pergunta da irmã.

— Ele perdeu para mim em um jogo — disse se ajeitando mais para frente na cadeira de Sol — Ele não sabe perder, está bravo comigo.

— É sério, amor? — disse com um risinho debochado, tão adorável — Quando me disse que era competitivo, não imaginei que fosse para tanto — voltou o olhar para o irmão — E que jogo foi esse?

Jungkook sentiu o corpo tremer. Afinal ele perdera por ter ficado excitado com o irmão da garota. Quando propôs que ela perguntasse, não imaginou que Taehyung poderia contar o ocorrido. Imaginou a decepção da garota, mais em si do que no irmão.

— Eu conto ou você conta, Jungkookie? — Taehyung perguntou malicioso, fazendo todos os olhares se voltarem para o silêncio do mais novo — Bom, Dahyun, acontece que o…

— Jo Ken Po. — respondeu rápido, fazendo o mais velho dos dois sorrir vitorioso e se encostar novamente na cadeira de Sol.

— É… perdeu três vezes no Jo Ken Po.

— Não acredito que está bravo com ele por causa de um jogo bobo desse, amor. — Dahyun o repreendeu. — Kookie, você precisa controlar melhor essa sua competitividade.

— É verdade, Jungkookie, você precisa se controlar melhor. — disse rindo maliciosamente e bebendo mais de sua cerveja.

— Verdade, Taehyung, eu preciso aprender a controlar muitas coisas. — pegou uma lata de cerveja, após lançar um olhar de fúria para ele.

— Dahyun, menina, quero molhar os pés, venha comigo.

— Claro tia! — a garota levantou rápido e deixou um breve selar seguido de um “já volto” para Jungkook. Saiu com a tia, em passos lentos, deixando os dois a sós.

 Quando os corpos das mulheres se tornaram um ponto no horizonte, Jungkook olhou para Taehyung e com uma voz séria, chamou sua atenção.

— Sei perder sim. Diga logo o que quer.

— Calma, Jungkookie — disse tranquilamente, colocando os óculos de Sol — Não quero hoje, já gozei gostoso.

— Você não vai meter em mim. — disse impositivo.

— Já disse que sou vou meter em você depois que você implorar… e muito.

— Vai sonhando com esse dia.

— Não sei se quero sonhar com isso, porque pode estragar a sensação real quando o momento chegar.

— Eu tenho direito de saber o que você vai pedir.

— Ainda vou pensar sobre o que eu quero fazer com você. Só esteja preparado para não negar.

Jungkook não sabia dizer se desespero era a melhor palavra para descrever seu sentimento naquele momento. Sentia um vazio. Uma inércia. Não sabia mais o que pensar, o que falar ou o que fazer. O fato é que estava nas mãos de seu maior inimigo na vida, logo ele, que sempre fora tão bem relacionado.

Viu as mulheres voltando entretidas numa conversa animada. Dahyun ria da tia que acabou molhando mais do que o pé. A felicidade da namorada era o que Jungkook mais admirava. Ah… e o coração puro e bondoso também.

— Família, vamos comer algo e voltar, senão pegaremos um trânsito enorme. — Taehyung disse firme.

— Orabeoni, você manda. Só queria agradecer pelo fim de semana maravilhoso que você nos proporcionou, não é tia?

— Com certeza — disse ainda ríspida, mas com um tom de felicidade na voz.

— Você não concorda, amor? Que foi um fim de semana maravilhoso?

— Com certeza foi — disse seco e irônico, fazendo Taehyung sorrir em resposta.

Por que raios aquele garoto não parava de sorrir? Apenas isso! Mas não… qualquer coisa fazia o sorriso retangular brotar naquela cara dourada. Aquela boca cheia de dentes branquinhos e alinhados. Que raiva.

Após comerem, voltaram para a pousada para arrumarem suas coisas. Jungkook manteve o silêncio enquanto arrumava a mala para voltar. Finalmente estaria livre de Taehyung, pelo menos temporariamente. Taehyung também arrumava as suas coisas enquanto cantarolava uma música qualquer, fazendo os pelinhos do braço de Jungkook se levantarem. Verdade seja dita, a voz dele cantando era maravilhosa.

— Você canta bem, pelo menos.

— Resolveu se entregar aos meus encantos?

— Não começa… não dá para tentar começar uma conversa decente com você mesmo.

— Queria conversar comigo? — Taehyung parou segurando o calção de banho nas mãos e o encarou.

— Taehyung, entenda, não quero nada com você… de nenhuma maneira, principalmente sexualmente falando…

— Percebi… - disse com o maldito sorriso nos lábios de novo.

— Continuando… mas a gente se dar bem é importante para minha namorada que infelizmente é sua irmã.

— Ai, vai, fala.

— Quero tentar o mínimo da cordialidade com você.

— Você sabe que eu só quero foder com você, não? Essa história de amiguinhos para a felicidade da irmãzinha princesa Disney não rola comigo.

— Sei tanto quanto você deve saber que não vai foder comigo.

— Então você não sabe de nada. — voltou a sorrir — Não se apaixone por mim, Jungkookie.

Jungkook soltou uma gargalhada alta e bateu uma palma em descredito total. Era sério o que ele estava falando?

— Acho que quem tem que tomar cuidado aqui com a paixonite não sou eu, Taehyung.

— Ah… claro. — revirou os olhos de maneira quase caricata.

— É… parece que o jogo virou, não é mesmo?

— Lembre-se que quem me deve algo é você, Jungkookie.

— E vou cumprir com minha parte, mas saiba que você vai morrer querendo transar comigo.

— É o que veremos, Jung-koo-kie.

Taehyung voltou a cantarolar, sem tirar os olhos do mais novo, enquanto dobrava a peça de roupa já não esquecida em suas mãos.

Em pouco tempo, Taehyung fazia o check-out e pagava as despesas extras. E novamente, não deixou Jungkook pagar um mísero won, o que o irritou demais. Odiava se sentir bancado, ainda mais por outro homem, ainda mais por Taehyung.

O retorno para casa foi mais longo do que a ida, já que metade de Seul parecia ter tido a mesma ideia, tanto de ir para a praia quanto de voltar no meio da tarde. Jungkook dormiu no ombro de Dahyun grande parte do caminho, já que estava demasiadamente cansado, uma vez que passara a noite em claro, com ódio.

Taehyung manteve o som ligado, mas em um volume confortável. Dahyun por vezes, cochilava e a tia não largava as cruzadinhas. O trânsito era lento. Muitos carros congestionaram a via principal, na entrada de Seul. Taehyung odiava ficar parado no carro. Já havia perdido a conta de quantos cigarros fumou naquela espera interminável.

Viu o dia se findar lentamente. Por vezes olhava o semblante sereno, porém desconfortável, de Jungkook pelo retrovisor, só pensando no que pediria para o garoto. A lembrança de que o domingo se findava lhe invadiu a mente, já pensando na semana cheia de trabalho que teria. Só de pensar nisso, sentia o corpo implorar por uma massagem e o estresse lhe consumia o oxigênio.

Poderia pedir uma massagem para Jungkook. Não. Fácil e simples demais. Balançou a cabeça negativamente para afastar esse pensamento simplório.

— Orabeoni?

— Hum?

— Estamos chegando?

— Parece que estamos chegando, Dahyun?

— Desculpe-me — a garota se retraiu com o humor ácido do irmão.

— Saco… não, ainda falta um pedaço considerável, que faríamos em meia hora se esse monte de porcaria não estivesse no meio do caminho.

— Obrigada.

Jungkook despertou desorientado e com um bico nos lábios, fazendo um barulhinho manhoso com a boca, chamando a atenção do motorista do carro, que molhou os lábios de maneira atraente. A verdade é que Taehyung adorou ouvir o sonzinho manhoso de Jungkook e logo imaginou o quão gostoso devia ser ouvir essa manha toda na cama.

— Você é sempre manhosinho assim, Jungkookie? — não controlou a curiosidade, pouco se importando com os demais ocupantes do veículo.

— Só quando estou com Dahyun. — respondeu baixinho, puxando a garota para seus braços.

— Hum… — Taehyung fez um estalo com a língua e prometeu internamente que faria o garoto ficar manhoso consigo durante o sexo.

Finalmente, Taehyung, conseguiu sair da via expressa e entrou na local. Por dentro dos bairros chegaria mais rápido, por mais que o caminho fosse mais longo, já que era mais fácil fugir de novos congestionamentos.

— Vou deixar o Jungkook primeiro.

— Não, não! — a tia protestou — Não aguento ficar mais nenhum segundo nesse carro e preciso ir ao banheiro.

— Bom… tudo bem, para casa primeiro.

Jungkook sentiu-se novamente incomodado. Voltaria de carro, sozinho com Taehyung? Teria que pensar numa maneira de convencer Dahyun de ir consigo.

Taehyung seguiu o caminho para casa de maneira despreocupada. No entanto, de repente teve uma reação de sobressalto. Viu um rapaz esguio parado na porta do seu prédio. Ele estava fodido.

— Fodeu! — disse apreensivo

A expressão de Taehyung fez os três olharem na mesma direção que ele. A tia resmungou algo de maneira desgostosa.

— Que foi? — Jungkook perguntou baixinho.

— Yoongi. — mantenha o cenho franzido — O que ele faz aqui?

O carro foi parando vagarosamente ao lado do rapaz que tinha uma expressão séria e uma cara de poucos amigos. Seu cabelo preto deixava sua pele ainda mais branca, devido ao contraste de tonalidades. Ele segurava um cigarro pela metade entre os dedos.

— Yoongi! — Taehyung disse forçando uma alegria.

— Vai se foder!

Jungkook estava mais perdido do que cego em tiroteio. Nunca esperava ver uma postura incerta e vacilante em Taehyung, o cara mais irônico do mundo.

— Me dê um bom motivo para eu não socar essa sua cara agora mesmo! — disse encostando-se à janela, que mantinha o vidro abaixado.

— Oras… minha cara é muito bela para ser deformada por um soco — Taehyung disse mais relaxado.

— Mas que porra… onde você estava?

— Fui levar minha linda família à praia.

— Puff — olhou para dentro do carro — Não é que é verdade — sorriu breve, voltando a adquirir uma expressão séria — Você tem merda na cabeça? A licença desse carro está vencida… se você tivesse sido parado…

— Mas não fui parado. Oras.

— Mas quando eu disse que deixava você levar o carro eu quis dizer para usar na sexta! E não no fim de semana!

— Ai cara… tinha outros carros para você usar.

— Você me deve uma!

— Ok… ok…

— E vai pagar hoje!

— Manda…

— Tenho uma festa, duas entradas, coisa boa.

— Cara amanhã eu tenho que entrar cedo. Amanhã chegam as frutas e vou carregar caixas como um escravo — disse desanimado.

— Não quero saber, você vai e ponto.

— Tá… posso pelo menos levar meu cunhado para casa?

— Não? — disse sorrindo — Vai todo mundo descer aqui agora e você vai comigo. Fora que você que vai levar o carro para o Choi amanhã, se explique para ele.

— Ele foi trabalhar no fim de semana?

— Você acha que eu já não ouvi um monte por causa dessa lata velha?

— Quem caralhos vai para aquele ferro velho no fim de semana?

— O Choi — sua fala era carregada de desprezo.

— Certo — olhou para os ocupantes do carro — Jungkook, eu não vou poder te deixar em casa e também vocês só vão descer, não dá para pegar as malas agora. Durma no meu quarto — pegou o molho de chaves e retirou uma pequena — Não mexa em nada! Eu conheço cada poeira naquele quarto — olhou para Dahyun e depois para a tia — Não ousem entrar lá. Amanhã cedo eu volto para levar vocês dois para a faculdade e passo na sua casa na hora do almoço para deixar sua mala, peça para alguém me receber.

— Não vou dormir aqui — Jungkook retrucou.

— Para de cu doce, vai dormir aqui sim.

— Eu posso voltar sozinho.

— Amor, por favor?! Podemos ver um filme na sala antes de dormir.

Jungkook não conseguia negar nada para aquele par de olhinhos fofos. Apenas concordou com a cabeça.

— Preciso pegar pelo menos uma roupa na minha mala.

— Sem chances, queridinho — Yoongi respondeu — use algo do Taetae.

— Só abra a porta direita do guarda roupa, não mexa em mais nada, você me entendeu? — foi taxativo.

Jungkook apenas concordou pegando a pequena chave das mãos de Taehyung. Os três deixaram o carro e viram Yoongi passar para o outro lado do carro, entrando em seguida no lugar do passageiro. Ele parecia mais animado e logo ambos começaram a conversar sobre algo divertido, dado o som das risadas. O carro deu partida e logo virou um ponto vermelho no horizonte.

— Avise sua mãe, amor! Estou tão feliz, é o fim de semana mais feliz da minha vida.

Jungkook apenas sorriu e pegou o celular, digitando o número da mãe na tela. Os três entraram enquanto ele falava com a genitora.

Seria a primeira vez que o garoto dormiria na casa da namorada.

No quarto de Taehyung.


Notas Finais


Ai meu coração? Socorro? Jesus me leva?
Aqui embaixo óh...

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