Hinata era forte, até chegar o momento em que não era mais. Hinata conseguia segurar o choro e engoli-lo sem que ninguém soubesse o que se passava por trás de suas íris tristes, isso é, até que não conseguisse mais segurar.
E todos perguntavam: o que tinha de errado? E a resposta era: um pouco de compreensão lhe fez falta. Talvez um abraço nas horas mais difíceis e uma palavra de conforto quando tudo já estava ruindo, tivesse ajudado a consertar o buraco no seu peito. Talvez um pouco mais de atenção sobre si, teria a ajudado, mas eles insistiam em dizer que estava tudo bem e claro, Hinata insistia em concordar.
Todas as palavras que havia engolido, buscando suprimi-las dentro de si, estavam voltando pouco a pouco, mais afiadas, mais fortes, mais dolorosas e como sempre não tinha ninguém ao seu lado para que a dor fosse compartilhada. É difícil conter tudo sem ajuda, mas seu pai dizia que demonstrar fraqueza para as outras pessoas era patético, então engula novamente o choro, Hinata. Suporte tudo sozinha, não deixe que fiquem sabendo.
Porque ela era forte, até chegar o momento em que não era mais, mas e quando esse momento chegasse? Estava tudo bem pedir por ajuda? Não, ela sentia que podia aguentar, até o momento em que não poderia mais.
Porque ela conseguia engolir o choro, até o momento em que não conseguia mais. Era nauseante, queimava e destruía, mas era o certo.
“E está tudo bem?”
Minhas cicatrizes em meu braço mostram a você que não, meus olhos fundos também, minha falta de apetite e sono só deixam tudo mais claro. Você sabe que não está tudo bem, você já notou tudo isso, mas finge que não, apenas para não ter que saber mais sobre os meus problemas, você sabe que já estou quebrada, mas você nem se importa em tentar consertar.
“Claro.”
Porque esconder era o certo. Se suprimisse, talvez um dia seus sentimentos sumiriam. Ela não tinha o direito de reclamar ou pedir por mais, era isso que diziam. Não seja egoísta e não queira mais do que te ofereçam, esse era o certo. Não seja egoísta e não peça por mais sorrisos, ou mais dedicação. Este era o certo.
Não peça por elogios, não clame por atenção e não me peça para estender a mão para você, você sabe que não vai pegar, porque a ensinaram a dizer sempre que estava tudo bem.
Um pouco de compreensão lhe fez falta e ela sempre sentia demais.
Mas está realmente tudo bem, eu posso aguentar, até o ponto em que não possa mais.
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