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História Hipérbole - (Des)Cio


Escrita por: SatanJoker

Notas do Autor


[AVISOS E AGRADECIMENTOS]
O capítulo a seguir contém conteúdo NSFW (Not Safe For Work, Não Seguro para se ver em público), e também considero vocês lerem mais confortáveis em casa ou algo assim... Como diz a deusa do omegaverse.

Pra uma interação mais entre autora e leitores, vamos fazer um joguinho: digam nos comentários que personagens, quando misturados, daria sua personalidade! Eu primeiro: seria o Midoriya Izuku do início de BNHA + Tokoyami Fumikage.

Capa do cap por @HR_gyu1 (tão inocente para o resto do conteúdo mas tão relacionado...)

Sem mais delongas, boa leitura!

Capítulo 2 - (Des)Cio


Fanfic / Fanfiction Hipérbole - (Des)Cio

Izuku havia acordado naquele dia com o som incessante do alarme do celular, notificando do horário que ele devia já estar pronto para ir às aulas. Tinha dormido demais após uma noite carregada de estudos em seu quarto, e agora arcaria com as consequências do horário.

Olhou de relance pro celular ainda tocando em cima do criado mudo postado do lado de sua cama, e como numa onda forte batendo sobre si, lembrou que ainda tinha aula naquele sábado.

— Merda! — antes que percebesse já havia levantado e corrido ao banheiro, escovando os dentes em seguida e arrumando o cabelo de forma que continuava bagunçado no fim do dia. Pegou o celular e a bolsa, metendo todos os cadernos esparramados junto do aparelho ali, sabendo que além de estar atrasado ele atrasaria o melhor amigo, Shouto.

E com os sapatos meio soltos nos pés porque estavam desamarrados saiu porta a fora, se esbarrando com o bicolor. Quase caiu e levou o amigo consigo, porém foi segurado pelo mesmo.

— Não adianta correr porque está atrasado se os sapatos estiverem desamarrados. Você provavelmente vai se machucar no caminho e não vai conseguir chegar a tempo — o bicolor frisou aproveitando que o esverdeado tinha parado para poder amarrar os sapatos do mesmo.

— Eu não sei se fico bravo por isso parecer um sermão ou se agradeço pela preocupação — Izuku gostaria de não corar em um momento como esse, pois já era vergonhoso o suficiente ter esquecido de amarrar os sapatos a ponto de Todoroki ter de fazê-lo ele mesmo.

— Fala como se eu nunca me preocupasse com você — terminou de dar o nó nos cadarços, voltando a ficar em pé com um meio sorriso na face.

— T-tá, vamos logo pras salas e depois você me dá seu discurso de bom samaritano — acabou por ser um pouco grosseiro com o amigo que era combinado de buscar ele todo dia nos dormitórios, um gesto para que a amizade não ficasse perdida nas pilhas de estudos diferentes que divergiam História e Matemática, mas tinha noção de que o outro não se afetaria por aquilo devido às circunstâncias atuais.

— Está certo, senhor atrasado. Seu desejo é uma ordem — brincou em resposta enquanto notava o esverdeado o puxar pela mão em sentido ao corredor.

Já no caminho até as salas aproveitou minimamente aquele contato pelo ato de segurar a mão do amigo, liberando alguns feromônios que não passaram despercebidos. No entanto não era como se fosse a primeira que os liberava na presença de Shouto — este que adorava o cheiro de cravo e canela do ômega.

Infelizmente esses episódios continuavam a acontecer, muitos deles ocasionando em cios repentinos. Tudo por causa do quanto amava Todoroki e ficava constrangido por pequenos gestos que não deveriam significar nada para melhores amigos, principalmente se este tivesse namorada e o conhecesse desde o colegial.

— Você vai na festa da Uraraka essa noite? — o alfa quebrou o silêncio nada incômodo entre eles, curioso sobre o quanto a dedicação aos estudos de Midoriya o afetariam.

— E eu tenho escolha? — sorriu divertido sabendo que a amiga tinha comentado da dita festa que seria com os colegas de classe do ensino médio, tipo, durante toda a semana — Você vai?

— Claro, não perderia essa reunião para ver os colegas bêbados por nada.

— Mesmo que agora esteja namorando? —  tentou se manter intacto quanto a essa frase, pois seria o correto não se intrometer nesse assunto com o amigo, ainda mais porque já tinham discutido algumas vezes. Izuku sempre sentia como se a garota o provocasse.

— Ela vai junto — respondeu de forma curta e direta, afinal ela era sempre o motivo de suas brigas.

— Você só pode estar brincando! — bateu o pé no chão, sinalizando que estava realmente decepcionado pela informação. Acabaram por parar no corredor, o esverdeado já nem ligando pro atraso. Se fosse pra começarem uma briga, começariam ali mesmo, e o bicolor sabia bem disso.

— O que você esperava que eu fizesse? Ela é minha namorada — suspirou, já sabendo onde aquilo iria dar, mas não dando um passo atrás em suas palavras. Midoriya tinha que entender logo a diferença entre sua amizade e o namoro!

— Ela é uma interesseira. E fedida — complementou, olhando em seguida o rosto surpreso ao ouvir o adjetivo que Izuku havia dado para a namorada — E você não pode negar nenhuma dessas coisas!

— Izuku, limites, sim? E estamos atrasados — resolveu mentalmente que iria ignorar os comentários, então agarrou-o pelo pulso e saíram andando novamente. Não é como se aquilo fosse uma ação rude; a amizade deles já alcançava um nível onde conheciam um ao outro como um casal de anos casados, e o bicolor tinha conhecimento do que viria a seguir, quando o esverdeado voltasse à si e percebesse o que havia falado.

— Eu… Shouto… Não era a intenção te ofender quando falei dela, me desculpe — se embaralhou nas escusas, mas conseguiu realizá-las, e só percebeu quando viu o sorriso de “tudo bem” no rosto do amigo, indicando que ele não se atingiu tanto pelas palavras.

— Relaxa. Não é como se eu estivesse morto de amores por ela ou algo assim… — complementou na aceitação das desculpas, deixando um leve ponto de interrogação estampado na face do amigo.

— Então por que continua com ela?

— Você sabe… Já estamos no quinto semestre, daqui a pouco vamos terminar a faculdade e logo vem a questão de emprego e família, e meus pais dizem que é melhor noivar logo com alguém até o fim do ano — respondeu como se aquilo fosse óbvio, e relembrou Midoriya da tanta pressão que seus pais, mesmo sendo um adulto, colocavam em si, insistindo que terminasse o curso de história com um pé no altar.

— Seus pais e essa bobagem de casamento, ainda mais com alfa-alfa e alfa-ômega mulher — lembrou-se do quão detestava a pressão estúpida dos pais do alfa por coisas tão supérfluas.

— Mas me explique uma coisa, como você consegue achar o cheiro de uma alfa ruim? — aquilo era básico já que ômegas eram naturalmente atraídos até alfas.

— É baunilha! Desde quando ômegas gostam de coisas doces? Seria melhor se fosse como o seu, mais almiscarado — a resposta saiu sincera, no entanto só percebeu o quão direto tinha sido em suas convicções e o quanto aquilo era constrangedor. — É-é só o básico de sempre, você já deveria saber.

Evitou olhar para o bicolor enquanto terminavam de caminhar até as salas, fazendo com que não percebesse que o próprio Shouto tinha ficado ruborizado com a informação.

— Bem, minha sala fica aqui — anuiu o esverdeado ao se soltar de Todoroki, acenando rapidamente. Era comum querer ir embora mais rápido possível quando estragava as coisa, ou quando achava que estragava as coisas. — Te vejo na festa!

— Até mais — ouviu-o responder enquanto se distanciava.

(...)

Só tivera duas aulas no dia, sendo estas de Análise I e Geometria, e logo assim que chegou em seu quarto olhou ao relógio na parede, percebendo que ainda estava muito cedo para ir direto pra casa da amiga, então se jogou na cama, apenas pensando por alguns minutos a fio sobre a decisão do melhor amigo em relação a quem escolhia como parceiro.

Não que fosse culpa de Todoroki o seu comportamento, pois não era, e Midoriya tinha total noção daquilo. Vira o desenvolver humano de Shouto ao longo dos anos, desde o garoto que se cortava no primeiro ano da escola média¹ por causa de sua situação doméstica até o estudante de História Geral, viciado em compartilhar dos novos conhecimentos consigo.

É, essa amizade foi de uma longa jornada.

E depois de vivenciar tantas coisas como amigos, seria estranho mudar essa relação que tinham para algo a mais. Ou no caso, esse era um dos grandes medos de Izuku, de estragar uma amizade tão bonita com algum egoísmo seu ao ter se apaixonado pelo melhor amigo.

Como poderia correr um risco como esse, sendo que Shouto precisava tanto de sua companhia? Afinal não era como se seus problemas psicológicos, junto da automutilação, tivessem de fato terminado.

E suas recaídas já não eram mais tão frequentes, porém continuavam a existir, essas que aconteciam agora somente nas épocas de provas devido a pressão dos professores. De toda forma Midoriya se preparava para a época tão agitada que estava se aproximando, pois teria de dedicar um bom tempo ao alfa.

Essas situações foram um grande precursor do motivo pelo qual Izuku era sempre tão bem empenhado e evoluído no quesito estudo, pois sabia que precisaria dedicar algum tempo uma hora ou outra ao amigo, então era sempre bom que já soubesse o conteúdo.

Determinado a esquecer qualquer problema se levantou e se dirigiu ao banheiro do quarto, aproveitando a água morna do chuveiro para tirar qualquer preocupação de seu corpo. Então decidiu-se sobre o que faria a seguir, se preparando para qualquer coisa que pudesse vir a acontecer na festa.

Ao menos dessa vez ria prevenido com uma coleira anti marca, não correndo o risco de por causa do álcool fazer alguma bobagem ou deixar que fizesse. Já era incômodo se lembrar que na última vez que havia participado de uma festa tinha ganhado uma mordida na coxa, qual tinha tido um trabalho imenso para remover. O infeliz quisera marcá-lo como seu na coxa. Quem diabos tem uma ideia tão ruim?

(...)

— Deku, isso é uma festa, quer fazer o favor de se levantar da poltrona e ir dançar? — Uraraka insistia pela milésima vez que o amigo, já bastante alterado pelo álcool, pudesse ao menos colocar um sorriso no rosto.

— Eu não quero! Ele me deixou sozinho... sozinho — repetiu embargado, provavelmente as doses de tequila tinham sido muito mais do que as duas que havia estipulado como seu máximo — Pra ir ficar com aquela “namorada” dele, fora que ela fede!

— De quem você está falando? — a verdade é que para Ochako o álcool também já havia passado dos limites, e por isso tinha decidido parar e ajudar os amigos. Até porque era o mais sensato a se fazer, se tratando que a festa era na casa dela, e qualquer vômito perdido por aí seria ela quem limparia.

— Ele me trocou, depois de tudo me trocou — as lágrimas começaram a querer brotar dos olhos de Izuku. Estar bêbado e ainda chorar era a pior tragédia, tanto para ele quanto para os demais da festa.

— Então vai lá e troca ele também — não era como se soubesse exatamente de quem estavam falando, no entanto a lógica mais correta para a embriaguez, que dava sinais de que passaria em breve, pareceu ser a mais correta.

Izuku fez menção de falar algo, porém pareceu pensar melhor sobre isso, chegando a se levantar do sofá e andar meio cambaleante em direção ao corredor perto do quintal, onde um dos intrusos da festa se situava, fumando um baseado.

— Ei, calouro — chamou-o da saída do corredor, observando que ele parecia mais calmo do que os boatos indicavam ser.

— Eaí, quer dar um tapa na pantera? — sorriu soltando a fumaça pela boca, recheando o recinto com o cheiro típico de marijuana.

— Hã? — procurou com os olhos verdes pelo corredor onde estava a dita pantera — Por que daríamos um tapa nela? Maus tratos contra animais é crime, você sabia?

— Cala a boca e fuma logo — ofereceu o resto de ponta que havia sobrado, não sabendo se achava aquele ômega bonito ou idiota.

— Aaah! Essa pantera! — exclamou enquanto finalmente se aproximava, sem noção do que faria a seguir — Eu não fumo, cara. Nem normal nem desses. Já basta o Shouto…

— Tanto faz — deu de ombros revirando os olhos vermelhos, tanto pela íris quanto pelo globo.

— Como você chegou aqui? Não faz parte da turma da escola secundária. Eu não te conheço… Nem de nome — separava as palavras por bocejos, indicando que dormiria ali mesmo caso nenhuma diversão se instalasse.

— Bakugou Katsuki, primeiro semestre de Medicina — apresentou-se junto de um dar de ombros, dando outra tragada na ponta.

— Ah, você é da mesma turma que o Kaminari — cambaleou se apoiando na parede, se aproximando ao ponto de encostar no loiro — Mas você não tinha sido convidado, tinha?

— Você por acaso é o dono da festa? — soltou a fumaça de forma indulgente no rosto do esverdeado, sentindo o cheiro sufocante da erva lhe adentrar as narinas.

— Não, mas...

— Então por que se importa? — seria uma pergunta fácil de se responder se Izuku conseguisse seguir algum raciocínio lógico, mas isso não existia mais em sua mente — Você não me conhece, mesmo.

— Vamos se conhecer através de um beijo, então? — ignorou a primeira pergunta enquanto sorria-o de forma galante. Sim, a bebida já tinha passado de todos os limites de sua razão, tornando-o um conquistador nato.

— Tá me estranhando? Meu negócio é com mulher — blefou e disponibilizou-o de um sorriso ironicamente malicioso.

— É mesmo? — se aproximou dele, retribuindo o sorriso da forma grogue que pôde — Ah, é uma pena. Imagino quão gostoso seria transar por horas com você no dormitório da facul. Adoro maratonas.

— Ah, você não aguentaria uma maratona comigo — riu jocoso enquanto Midoriya mordia o lábio inferior, tentado.

— Por que você não tenta? — terminou de se aproximar, fazendo com que Bakugou jogasse a baga² fora antes de pegá-lo pela cintura e começar a beijá-lo.

Estar bêbado durante um beijo era péssimo para um ômega, que descontroladamente soltava sua essência de cravo e canela, atribuindo à uma voracidade maior do alfa no beijo, quem lhe prensou contra a parede enquanto deslizava os dedos firmes pelas costas até o quadril.

Foi impossível não soltar um arfar pesado quando constatou a perna direita do alfa entreabrindo as suas, enquanto roçava o joelho em sua intimidade. Massageava o local logo fazendo a ereção de Midoriya surgir, o que não era muito difícil se tratando da pegada.

Com uma das mãos o Izuku desceu até o membro do loiro, o apertando, sabendo que não seria carregado embora estivesse bêbado. Por causa da tensão disposta no ambiente, o cheiro da lubrificação natural dos ômegas, que já começava a escorrer pelo canal, mostrava-se presente. Aquilo deixava os instintos do alfa aguçados, começando a fazê-lo perder o fio da razão.

— Por que a gente não sobe? — Midoriya disse da forma que pôde dentre os beijos, percebendo a outra mão do loiro entrar por dentro da camiseta branca com estampa de anime.

— Sim — sibilou anestesiado pelo cheiro de cravo e canela que parecia lhe implorar para que fosse degustado, todavia assim que Bakugou entendeu com o resquício de sanidade que ainda tinha que estava sendo encaminhado pela situação, afastou o esverdeado de forma brusca, tentando não deixar com que os feromônios lhe guiasse, não repetindo o mesmo erro de sua adolescência.

— O que foi? — questionou confuso pelo súbito afastar.

— Eu lembrei que preciso fazer outra coisa — não sabia porque estava justificando, só sentia que precisava afastá-lo o quanto antes, provavelmente por estar chapado demais, onde todos os seus sentimentos ficavam mais intensos.

— Ah, tá me zoando, né? — ele rebateu, vestindo uma cara de decepção pelo agir do alfa à sua frente — Você me deixa lubrificado assim pra nada? E a nossa maratona? — logo voltou a dar em cima dele, tentando voltar para o beijo, necessitado — Se você começar a me foder em dois minutos eu esqueço toda essa sua atitude idiota.

— Agora não, tá? — virou-se, ficando de costas e ignorando as investidas do ômega.

— Quer saber? Se você não quer, tem quem queira! — ainda assim não queria deixar o alfa e ir embora assim. Tinha gostado tanto do beijo. — Então até depois.

Tonto, apertou os olhos sabendo que precisaria resolver essa excitação de alguma forma, então voltou-se para onde veio, caminhando a passos largos que pareceram uma eternidade. Mal tinha entrado na casa e bateu de frente com o melhor amigo, não dando tempo à ele para explicar as lágrimas em seu rosto, beijando-o afobado.

Pelo fato de estarem ébrios demais acabaram por cambalear em direção a porta e tropeçarem no pequeno degrau que havia ali, caindo um em cima do outro. Se separaram do beijo e riram do acontecido, mas não por muito tempo, pois já beijaram novamente enquanto se levantavam.

— Por que a gente não sobe? — repetiu a pergunta, dessa vez ciente de que Todoroki, em sua forma mais bêbada e excitada com resquícios de lágrimas nos olhos, não lhe negaria aquilo.

— Eu adoraria — sorriu enquanto as covinhas demonstravam sua beleza em seu rosto, liberando um pouco mais da essência de Izuku, que não resistia em sua paixão.

Esbarraram em algumas pessoas, com direito a alguns derrames de bebidas nos pés, recebendo uma olhada de soslaio de uma Ochako mais sóbria agora, e chegaram ao segundo andar em tropeços, beijos e amassos, sem mais vergonha de demonstrar os sentimentos para quem quer que se localizava ali.

Entraram no quarto da anfitriã, já que Midoriya tinha passe branco para todos os cômodos e aquele em particular seria ótimo para sua cópula, e trancaram a porta assim que se localizaram. Os beijos e toques quentes continuavam e não davam espaço para o retiramento das roupas, que às vezes era leigo às vezes era rápido, com direito a atrapalhadas como a camisa xadrez do alfa presa na cabeça, porém logo se encontravam um sobre o outro, nus a pelo, na cama da amiga.

— Deixa eu te chupar? — rebolava animado enquanto pedia entre súplicas acompanhadas de beijos, querendo ao menos um contato maior logo. Estavam com as mãos um descobrindo o corpo do outro, mas desejava ir além.

— Só se me deixar fazer o mesmo depois — Shouto não negaria caso Izuku não o deixasse opções, no entanto era uma justificativa.

Sorrindo empolgado, balançou a cabeça positivamente muito animado e descendo os beijos do pescoço até a barriga. E que barriga; Shouto sequer tinha o corpo de alguém que ficava com a cara nos livros 24h sete dias por semana. No mínimo parecia de alguém que estudava Educação Física.

Mordiscou o abdômen ouvindo um suspiro baixinho, até meio rouco, e voltando a descer até a área desejada. Então Midoriya olhou-o com luxúria naquela área tão desejada por si, imaginando se caberia tudo em sua boca ou…

Sucintamente deslizou a língua umedecendo o falo ereto, o contornando enquanto mantinha seus olhos no bicolor, bastante atento aos movimentos e sons que este transmitia. Aqueles olhos heterocromáticos tão fixos em si, revirando-se com alguns choques de prazer ao ato que lhe era feito, aumentaram a sua lubrificação natural, fazendo com que esta escorresse pelas pernas.

Este pequeno impulso de seu lado ômega acionou um cio passageiro, seu corpo entendendo que havia encontrado um parceiro apto pelas reações que lhe eram proporcionadas.

Sem mais delongas, por isso, colocou o membro todo na boca, ou quase todo, iniciando os movimentos de vai e vem, circulando com a língua assim que chegava no topo da glande, voltando a aprofundar até o seu máximo novamente e novamente.

O cheiro do cio assolou o jovem alfa, estimulando-o cada vez mais o pensamento de foder o melhor amigo até que este gritasse. Ah, e como queria que ele gritasse.

Gritasse por si, para que fosse mais rápido ou devagar, para que fosse mais profundo e/ou direto naquele ponto que Shouto tinha certeza que ele devia ter, gritasse seu nome, gritasse para ser mordido e que o bicolor simplesmente tirasse-lhe a gargantilha e o fizesse.

Izuku desceu pequenos beijos até os testículos, arrepiando os pelos do parceiro no processo, enquanto sorria de forma felina. Voltava ao ato em si e cravava as unhas nas coxas, deixando suas marcas à medida que o sentia ir fundo em sua garganta.

Todoroki não aguentaria por muito tempo aquela boca aveludada o contornando de forma tão sagaz, ao mesmo tempo em que aqueles olhos esmeraldinos o encarava com um brilho desejoso.

Assim que se desmanchou nos lábios rosados do ômega, fez questão de inverter as posições o mais rápido possível. Estava sedento porém ainda cumpriria sua vontade de retribuí-lo.

O esverdeado se assustou um pouco com a voracidade, ainda que isso só tenha servido para o excitar ainda mais. Eram os hormônios a flor da pele que falavam mais alto agora, incluindo a fragrância que contaminava o quarto e ludibriava aos dois.

— Sho... Shouto, agora não! — gaguejou por conta do desejo na voz. Não aguentava mais aquele sofrimento por conta do cio doloroso e repentino. — Você fica me devendo esse boquete. Agora me fode logo!

Meio a contragosto, mas não tanto, o alfa aceitou, voltando a beijar o amigo enquanto se encaixava na entrada extremamente lubrificada, desejando de fato entrar nele o quanto antes.

— Por favor… — suplicou em sua forma mais manhosa, interrompendo o beijo, agraciando Todoroki com a visão ofegante e ruborizada de si, e sendo atendido logo em seguida.

Por causa da penetração que tinha sido assídua, Izuku não pôde evitar o gemido alto e as unhas que fincaram fortemente nas costas do bicolor.

Sedento pelo cheiro do cio, Todoroki, que há tanto era calmo e paciente, acabou por iniciar os movimentos às pressas, se enterrando fundo no corpo do amigo.

Era inegável, por causa do coração acelerado, das pupilas dilatadas, que acabara apenas por provar que eles desejavam estar nessa situação há muito tempo.

Gemendo alto por conta das estocadas, o ômega se agarrou aos fios de cores distintas, puxando-o para um beijo necessitado e voluptuoso, que foi cedido como se fosse a última coisa que pudesse fazer.

Enquanto que Shouto foi descendo as mãos para o quadril dele, fazendo questão de levantá-lo para que contribuísse com a proximidade dos corpos e pudesse sentir seu interior ainda mais fundo. Ah, e como desejava poder gozar ali mesmo, bem no fundo.

A lubrificação natural dos ômegas contribuía muito para que deslizasse seu falo facilmente no corpo do sardento. Aquilo era um deleite, ômegas eram um deleite único. O líquido que escorria ali se tornava de um volume ainda maior, pois por causa da paixão que sentia por Todoroki, que estava guardada por tanto tempo, seu corpo inconsequente somente entendia que aquele era o parceiro perfeito, o ideal para reprodução.

Decididos a trocar de posição, obviamente porque o alfa queria deleitar seus olhos por todo o corpo do esverdeado — principalmente as costas e a bunda —, pausaram a contragosto enquanto Midoriya ficava de quatro. A ardência no traseiro só fora a prova do belo tapa que o esverdeado recebeu antes de ser empurrado, de forma um tanto violenta, pelo quadril de Shouto, que já o penetrava novamente.

Os olhos heterocromáticos contemplaram o desenho definido das costas levemente arqueadas para recebê-lo por completo, com todas as sardas pintadas na pele alva, que só indicavam ser a maior beleza que já tinha tido o prazer de se deleitar.

— Sho… Shouto… Aí — aquelas palavras só podiam indicar que Todoroki havia achado o ponto certo, no entanto sua vontade de fazê-lo implorar acabou falando mais alto, parando as estocadas logo em seguida — Não… Não me tortura...

— Por quê? — sorriu mostrando as covinhas e vendo Midoriya tentar olhá-lo — Ficar quieto dentro de você é tão bom... — aquilo era uma mentira clara, mas valeu a pena quando este passou a rebolar necessitado, exibindo aqueles músculos do cóccix. Shouto soltou um gemido rouco pela reação desesperada do ômega, não resistindo e levando seus dedos para as nádegas, as apertando e iniciando as estocadas novamente.

O ritmo por parte do esverdeado começava a vacilar, denunciando o orgasmo que vinha, enquanto Todoroki não parava as investidas em seu interior, sem segurar os gemidos agora. E ambos retribuíam os gemidos um do outro, seja clamando por seu nome ou por mais força e profundidade no ato.

— O que você quer? — o alfa havia notado que o clímax de Midoriya estava próximo, então decidiu sussurrar contra a orelha dele, depositando um hálito quente que o arrepiou, contribuindo para a sensação. Era verdade que Izuku não se lembraria de nada mais tarde, no entanto havia aprendido que Shouto poderia ser torturante demais na cama.

— Me faz gritar por você, Shou... to… — prolongou-se na pronúncia de seu nome por causa de um gemido causado pela grande pressão dentro de si naquele ponto, resultando em seus olhos revirando-se e lábios sendo mordidos a par de que o alfa continuava a estimulá-lo.

A voz melodiosa estimulou ainda mais o bicolor, que acabou por morder o ombro na altura da escápula do esverdeado, causando uma sensação prazerosa que apenas uma marca poderia fazer, mesmo que esta não fosse uma mordida definitiva. Não obstante ainda agarrou o falo carente do ômega o estimulando, e o fazendo atingir o orgasmo em poucos segundos.

As paredes de Izuku comprimiam-se ao redor do membro no dito ápice, não dando tempo ao bicolor para respirar ou pensar, e se desfazendo ali mesmo. O limite lhe arrebateu tão forte que quis arrancar de Midoriya a gargantilha, desejando inebriado em instintos marcar aquele ômega como seu.

— Izuku… Tira… — as palavras incertas escapuliram de seus lábios, mas o outro, ainda deliciando-se dos espasmos do orgasmo, sequer prestava atenção. Impaciente, o alfa levou uma das mãos até o acessório, tentando puxá-lo, contudo ele ainda estava bêbado demais para fazê-lo direito, ocasionando numa mordida ali mesmo, na faixa de couro.

— Shouto, o que tá fazendo? — voltava a si aos poucos, e sequer ligava pra situação de ambos, mas queria um esclarecimento rápido.

Cansado e realizado de que havia mesmo dado uma mordida no melhor amigo a quem amava, jogou-se ao lado do corpo marcado de dedos e sujo de sêmen. Fechou os olhos na intenção de relaxar os músculos e reduzir a tontura por causa do álcool no sangue, e só os abria quando sentia a cama se mexer ou ouvia da voz de Midoriya.

— Vou pegar uma garrafa de vodca pra gente tomar e conversar sobre essas suas lágrimas aí — citou as esquecidas e secas que antes banhavam o rosto do outro, levantando-se e pondo as roupas todas abarrotadas no corpo. Sequer vestiu a cueca, mas agradeceu mentalmente que sua calça era mais fácil de ser colocada que a justa jogada no canto do quarto, provavelmente pertencente ao alfa.

— Hnn…Ótimo…  — respondeu sibilando ébrio, pondo o antebraço sobre o rosto, como se tampasse uma luz que não existia no quarto.

— Me espere acordado! — afirmou querendo muito a atenção do bicolor e querendo beijá-lo de novo, mas saindo tropeçando pela porta em seguida, quase caindo na descida pelas escadas da casa de dois andares da amiga.

O som da festa continuava muito alto e atordoando Izuku, que revirou alguns armários da cozinha achando uma garrafa de tequila, pegando os pedaços de limões que estavam cortados possivelmente de alguém que tinha passado por ali para fazer o mesmo.

Sem delongas encheu o primeiro copo pequeno para transformar aquilo num shot, experiente ao pegar o sal para que pudesse tomar de sua bebida favorita. Repetiu o processo mais uma vez, sequer pensando que aquilo seria seu carma.

O que ele deveria fazer? Já não se lembrava mais. Aonde deveria ir? Não tinha certeza e tampouco entendeu aonde estava, esbarrando em algumas pessoas no caminho até a música, pois a sua única vontade agora era dançar.

Com a mente girando esbarrou em Bakugou, já um pouco mais sóbrio e menos chapado do que antes, o que o deixava um pouco mais responsável — se isso era realmente possível.

— Ka-tsu-ki, a minha maratona — estava muito mais do que péssimo, até mesmo para pronunciar palavras e frases coerentes.

— Você não quer voltar para os dormitórios? — o loiro perguntou até um tanto preocupado, mesmo que isso não fosse de seu feitio, porém era visível os efeitos do álcool em todas as atitudes do ômega, além do cheiro de cravo e canela habitual a se misturar com algum cheiro estranho que não soube definir se era bebida ou algo meio almiscarado. Entendeu que deveria ser mesmo a bebida.

— E então começaremos lá? — cambaleou se apoiando em Bakugou, que teve de concordar com a cabeça, pois só assim convenceria alguém que já estava no limite da bebedeira — Sim, eu topo.



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