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História Histórias de um prisioneiro - Capítulo 9 - Caminhos cruzados


Escrita por: Lady_Lestrange

Notas do Autor


🎶Eu volteeei, agora pra ficaaar...porque aquiii, aqui é o meu lugaaaar...🎶

Yoo mina-san, tudo bem com vcs? Voltei em ritmo de Roberto Carlos ashuashua (final de ano chegando né? ) E como a própria música já diz, estou de volta povão, e com capítulo novo \o/ Sei que demorei deveras para postar, mais a falta de tempo não me permitiu postar antes de hoje 😔
Maaas... pra compensar, teremos postagem dupla *aplausos* porém só o farei se vcs comentarem sobre o que acharam ok?
Esse capítulo terá um foco maior em nosso co-protagonista Jonathan e teremos personagem novo na área (espero que gostem dele :3) a capa de hoje é como eu imagino o nosso querido Johnny ok?

Enfim, nos vemos lá embaixo, boa leitura! (>^ω^<)❤

Capítulo 10 - Capítulo 9 - Caminhos cruzados


Fanfic / Fanfiction Histórias de um prisioneiro - Capítulo 9 - Caminhos cruzados

Capítulo 9 – Caminhos cruzados

24 de Setembro de 1943

Pov Jonathan

Impotência. Essa seria a palavra exata para explicar o que estava sentindo ao ver aquele cretino filho de uma puta agredindo meu melhor amigo. Ele não tinha o direito de fazer aquilo, aliás, não ele não tinha o direito de nos manter presos nesse lugar para início de conversa.
Fechei os punhos com força, tentando me acalmar enquanto lançava um olhar pesaroso à Matthew, que retribuiu com um sorriso discreto. “Droga” pensei derrotado, enquanto via meu amigo sendo cruelmente espancado por aquele japonês metido a besta.

Após o acidente com a aeronave, tudo aconteceu muito rápido. O encarceramento na base de Okinawa, fora de longe os piores dias da minha vida e minhas costelas doíam somente em lembrar das surras que levei e levo até hoje desde que viemos parar nesse lugar.
Depois das apresentações, fomos dispensados, e seguimos em direção aos alojamentos, onde avistei Matt conversando com um rapaz baixinho deitado no último colchão encostado na parede. Fui em direção a eles, porém, a voz do comandante do pavilhão, se fez presente.

- Matthew Collins, se apresente em frente ao alojamento agora. – Ouvi o homem gritar do lado de fora e Matthew sair apressado, sem ao menos me ver.

Segui em direção ao baixinho que estava arrumando a mochila gasta embaixo da cabeça e me sentei no colchão improvisado ao lado do mesmo. O moreno percebendo minha presença virou a cabeça em minha direção e sorriu.

- Mais um novato pro pelotão. – Disse com ironia – Seja bem vindo, meu nome é Dylan. Dylan Smith. E o seu soldado? 

- Hughes. Jonathan Hughes – Estendi a mão, sendo prontamente atendida pelo outro.

- Inglês? – Perguntou com o dedo indicador abaixo do queixo – Não, ruivo desse jeito com certeza não...hum...talvez seja dinamarquês...– Disse pensativo.

- Sou irlandês, da cidade de Mullingar no Condado de Westmeath – Eu disse rindo da expressão de espanto de Dylan.

- Sério? Nossa você nem tem sotaque - - O garoto de aparência franzina e grandes olhos castanhos perguntou olhando pra mim interessado.

– Meus pais foram para América quando eu ainda era criança. Em busca de uma vida melhor para eu e meus dois irmãos caçulas. – Falei sentindo o coração apertado ao me lembrar de minha família. –  Eu tinha apenas 8 anos, mais já trabalhava ajudando meu pai na lavoura e a sustentar a casa, além de auxiliar mamãe nos cuidados  de Frigga e Georg. – Contei me lembrando dos momentos complicados que passamos e continuei – Eram tempos difíceis, vivíamos com o pouco dinheiro que ganhávamos vendendo milho e sorgo* nas cidades vizinhas, e às vezes conseguiamos o suficiente para alimentar somente os mais novos já que mamãe não podia trabalhar porque ficara cega quando ainda era muito jovem.
– Percebi que Dylan ouvia atentamente e iria perguntar algo, porém o interrompi. – Vítima de um acidente de trabalho aos 9 anos. Trabalhava em uma fábrica de engrenagens, quando por descuido de um dos operadores das máquinas que soprou a fuligem metálica em seus olhos, causando cegueira irreversível. – Falei observando o garoto abrir e fechar a boca diversas vezes sem saber o que dizer. – Apesar dessa fatalidade, ela nunca deixou de fazer o que qualquer pessoa com um par de olhos saudáveis faz – Comentei sorrindo – Se casou, teve três filhos, cuida da casa e do marido com maestria, você precisa ver – Continuei falando, estudando o peito com orgulho – Apesar de nunca ter saído de Mullingar, jamais teve medo do desconhecido. E foi por isso que ela não pensou duas vezes antes de concordar em ir para os Estados Unidos em busca de algo melhor para todos nós. – Terminei sentindo uma lágrima escorrer de meus olhos.
– Você acredita que eu sou o único que se parece com ela? Digo, em questão de gênio é claro – Dei uma risada
– Mamãe nunca foi de levar desaforo pra casa e eu não sou diferente. – Fechei os olhos.

- Faz quanto tempo que vocês moram lá? – Dylan perguntou interessado

- Estamos lá a pouco mais de uma década. Eu tinha 8 anos, enquanto Georg tinha 2 e Frigga 6 meses quando partimos – Respondi fazendo as contas ao tentar me lembrar das idades corretamente. – Hoje eles nem se lembram do lugar onde nasceram, são praticamente cidadãos americanos – Falei pensativo
– Minha mãe planejava viajar com toda a família para Irlanda e levar os caçulas para conhecer nossas raízes. Porém a guerra alterou o ciclo natural das coisas e cá estou eu longe de todos, do outro lado do mundo e  conversando com um garoto que nunca vi na minha vida – Dei uma risada empolgada e suspirei – Como as coisa mudam de uma hora pra outra você não acha? – Perguntei encarando o garoto olhudo do meu lado.

- Nem me fale – Dylan disse me acompanhando no riso – Uma hora estava brincando de carrinho com meus amigos e de repente estava com um rifle nas mãos– O garoto disse ainda dando risada.

- Quantos anos você tem garoto? – Perguntei curioso.

- Vou fazer 14 o ano que vem. – Disse orgulhoso e o olhei espantado – Ah qual é?  Vai me dizer que me achava mais novo? – Perguntou arregalando ainda mais os grandes olhos castanhos.

- Você tem o tamanho de um garoto de 10, não imaginava que fosse tão velho – Disse rindo da cara emburrada do outro ouvindo -o resmungar um “idiota” baixinho. – Mais como veio parar aqui? – Perguntei intrigado.
Dylan olhou com tristeza para mim e começou a brincar com os dedos da mão em sinal de nervosismo.

- Bom, eu morava em um orfanato em Michigan, fui abandonado pela minha mãe aos 2 meses de idade e não conheço meu pai. Nunca fui adotado por ser considerado “defeituoso demais” para ter uma família normal. – Disse levantando a perna esquerda, mostrando uma prótese metálica. – Não precisa dizer que sente muito. Eu já nasci assim. – Disse Dylan lendo meus pensamentos rindo do meu constrangimento. – Apesar de ser um perneta de nascença, corro melhor do que muitos por aqui.

- Você ainda não respondeu minha pergunta Dylan – Disse rindo da piadinha infame do garoto.
O garoto de cabelos negros parou de rir e virou de lado apoiando a cabeça no braço ficando de frente pra mim.

- Quando a guerra começou o exército precisava de garotos para ajudar a fazer o carregamento de munições para  canhões e armas de fogo. Então as madres do orfanato, fizeram uma seleção entre os garotos, onde pouparam os considerados mais “aptos” a serem adotados enquanto os demais foram para as zonas vermelhas. E claro que fui um dos sorteados para ir ao campo de batalha. – Dylan riu amargo e continuou. – Minha equipe fora capturada por soldados infiltrados na base e o único que saiu vivo dessa história foi eu – Disse pensativo – O que é  estranho, pois a base era vigiada dia e noite e não tinha histórico de invasões.

- Sinto muito.– Eu disse imaginando o que aquele garoto passara durante todo esse tempo.

- Não diga isso, estamos no mesmo barco marujo. – Dylan falou revirando os olhos. – Ainda tenho esperança de sair daqui.

- E o que pretende fazer depois? 
Perguntei interessado.

- Não sei, arrumar um trabalho, uma casa pra morar e voltar a estudar – Disse sonhador – Ainda vou ser um grande cirurgião. Até nome de doutor eu tenho – Falou mostrando o nome bordado na camisa que vestia.
Sorri concordando. Um silêncio confortável se instalou no ambiente.

– Mais mudando de assunto, você sabe o que aquele japonês queria com o rapaz de cabelo comprido? – Perguntei me lembrando de Matt.

- O garoto com cara de menina? – Perguntou e eu assenti concordando. – Eu não sei, mais boa coisa não deve ser – Disse pensativo – Na última vez que isso aconteceu, eu nunca mais vi o sujeito por aqui. – Falou tranquilo me assustando com a possibilidade de algo ruim ter acontecido com Matt.

- Espero que ele esteja bem... - Eu disse sentindo um nó na garganta.
                     
                           =//=

A noite havia caído e todos dormiam, porém até aquele momento Matthew não dera as caras por aqui e minha preocupação estava à níveis catastróficos. Não aguentando mais esperar, me levantei decidido a sair em busca de meu amigo, quando o mesmo apareceu na porta do alojamento. Estava pálido, os olhos vermelhos e inchados e andava com certa dificuldade.

- Matt? O que aconteceu? – Perguntei superando a distância que havia entre nós o acolhendo em um abraço apertado.

- Ah...Johnny...foi horrível, ele é um monstro...um monstro – Matthew disse soluçando alto enquanto me abraçava desesperado.

- O que aconteceu gatinho, o que fizeram com você? Lhe agrediram é isso? – Perguntei desesperado, porém assim que tirei uma mecha de cabelo de seu pescoço encontrei um hematoma arroxeado perto da nuca. “Um chupão” pensei concluindo o que de fato havia acontecido, sentindo o sangue borbulhar em minhas veias.

– Quem fez isso? – Perguntei com a voz rouca.

- Não quero falar sobre esse assunto  agora Jonathan. – Matt disse limpando as lágrimas ainda me abraçando.

- Foi aquele maldito não foi? – Insisti respirando fundo tentando manter a calma – Fala pra mim, por favor. – Peguei seu rosto em minhas mãos, fazendo-o me encarar

- Não há nada que você possa fazer acredite. – Matthew disse de forma triste – Ele vai matar minha mãe Johnny, e eu não tenho escolha se não, aceitar essa humilhação. Agora vem, vamos dormir, estou exausto. – Matt pegou minha mão e me guiou até os colchões se deitando, onde fiz o mesmo e enlacei sua cintura e fechei os olhos com raiva, pensando em uma maneira de fazer aquele homem pagar por ter tocado em meu amigo daquela forma, porém sabia que não poderia fazer nada a respeito. Pelo menos por enquanto.

- Irá pagar caro por isso Miyazaki, pode apostar que vai...  – Disse sentindo o sono me dominar.
    

Continua...


Notas Finais


Glossário da tia Lestrange:

Sorgo: Grãos de fácil cultivo e baixo valor de mercado, muito parecido com milho.

Um capítulo mais suave pra acalmar os ânimos depois da putaria do último capítulo ashuahsua
Espero que tenham gostado de conhecer um pouco da história do Jonathan e do Dylan tbm! Pfvr me perdoem pelos erros ortográfico >.< estava tão empolgada em postar que não revisei (prometo que não irá acontecer novamente) huahua xD

Obrigada a todos que estão acompanhando e fazem um esforcinho de deixarem um comentário ou favorito, vcs são lindoos (๑•̀ㅂ •́)و ✧

Quero a opinião de vocês ok? Senão nada de capítulo novo u.u

Até a próxima pessoal! (>^ω^<)❤

Obs: Estou a procura de alguém que saiba fazer capas (tia Lestrange está sem pc T^T ) Se alguém se interessar entre em contato comigo ou por MP ou nos comentários ok? Obrigada!!

~bye ❤


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