História Histórias de uma Adolescência - Marilina - Fofocas em Dia

- Tchau Ally, sorveteria depois?

- Sim, sorveteria depois, mando mensagem quando estiver indo, Tchau Marce, tchau Paulo.

- Tchau Lilica.

- Lilica, Paulo?

- Não enche, Marcelina.

- Hmmmmm, então tá.

Entramos em casa e fomos almoçar direto, já que aquele lanchinho da escola não enche e sempre deixa a gente com ainda mais fome. Depois eu vim pro meu quarto e o Paulo foi para o dele.

Bross ❤: Baixinha você tá aí?

Marcê: Tô sim 😜

Bross ❤: Não sei se você percebeu hoje, mas parece até que o Paulo tá dando força pra gente, mandou a gente fazer o trabalho juntos 😂

Marcê: Eu percebi, mas a intenção dele mesmo era poder fazer com a Ally, eu acho que eles estão ficando escondido ( não conte à ninguém )

Bross ❤: Eu tenho é certeza, o Paulo chegou no vestiário todo feliz, quase tão feliz quanto eu

Marcê: 🙈

Bross ❤: 🙊

Marcê: Vou ir tomar sorvete com a Ally, até mais tarde :*

Bross ❤: Ok Baixinha, vai lá :*

Troquei de roupa, escolhi um vestido qualquer que tinha em meu guarda roupas, um florido cor de laranja, calcei sandálias e mais uma vez prendi o cabelo, peguei minha bolsinha com chaves, dinheiro e celular e desci.

- Tchau Paulo, vou ir tomar sorvete. -Fui em seu quarto que estava com a porta aberta.

- Tanto faz.

- Grosso!

Estava acostumada com o Paulo sendo babaca comigo então não dei importância, saí e fui andando até a sorveteria, chegando lá, Ally já me esperava com o skate nas mãos, um short minúsculo como sempre e o boné que é um acessório indispensável pra ela.

- Deixa meu irmão ver você desfilando com esse shortinho por aí!

- Vai te catar, Marcelina! Vamos lá, sentar então.

Entramos na sorveteria e fizemos o pedido, depois nos sentamos em uma das mesinhas de fora.

- Você começa.

- Pergunta o que quer saber, ué.

- É minha cunhada desde quando?

- AF, Marcê.

- Explica aí.

- Já faz muito tempo que eu e o Paulo aproveitamos umas brechas pra dar uns beijinhos, mas você sabe como é o seu irmão, não liga pra nada, ele não gosta de mim.

- Ah mas gosta sim, falta você adimitir que gosta dele.

- Como você sabe?

- Ele pediu pra eu não contar pra ninguém... Não, pera acabei de entregar né?

- Então ele falou isso pra você?

- Ally, ele tá até apoiando eu e o Mário, quer mais o que? O foco dele é totalmente você.

- Tenho que mostrar uma coisa que eu não entendi nada ontem.

- O que?

- Olha esse papel aqui.

- O que é isso?

- Achei no meu ármario ontem na escola, não tive coragem de perguntar se foi ele, lê.

O que cê quer fala do meu defeito

Já me conheceu desse jeito

Mas independente é só você e eu

VOCÊ E EU

Eu não quero nada mais

Só um lugar de paz pra nós

Bem longe dos nossos pais

Onde a gente fique a sós

Com um violão e voz

Te faço um luau, toco Bob e um Marvie Gaye

Depois lanço um James Brown

Deixo de ser loucão então

No passado eu não tinha muita vocação pros papos de coração

Vem como flash back

Até gostava dela, mas gostava mais de bar, de rolê... De rap

Esquece e segue em frente, o tempo já é outro

Eu também sou diferente, eu penso mais na gente

É quente e de repente a minha mente percebeu

Que você não é nada mal pra um maloqueiro que nem eu <3

- Meu Deus!

- Não sei quem deixou lá e nem porquê.

- Olha, Ally, arrisco a dizer que é letra de música, e que a caligrafia é do meu irmão sim, os erros de português também.

- Mas o que significa isso?

- Acho que deve ser alguma música que lembre você pra ele, ele deve estar tentando ser romântico.

- Então ele me dedicou uma música??? - Ally parecia confusa, surpresa e feliz ao mesmo tempo.

- Vamos pesquisar na internet pra ver.

Ally conectou rapidamente o celular ao Wi-Fi da sorveteria e pesquisou um dos trechos do papel no google.

- Você tinha razão, Marcê, é música, vem ouvir! - coloquei um dos lados do fone no ouvido e ela o outro. A música não era daquelas melosas, mas era bem a cara do Paulo e da Alicia mesmo. Paulicia tem até música agora? Hahahaha.

- Agora já podem se assumir mesmo!

- Ah eu adorei a música, adoro seu irmão, mas eu vou deixar rolar, pra ver se ele quer tambem, sabe?

- Óbvio que ele quer, mas tudo bem, você que sabe. Então foi uma das escapadinhas de vocês que eu vi lá no meio dos produtos de limpeza? - Perguntei rindo.

- Foi, mas desembucha sobre você e o Bross.

- Você armou pra mim hoje, né.

- Aham, aposto que deu certo.

- Deu mesmo, menos pelo fato de que ele me viu só de toalha lá no vestiário, Alicia, você quer me matar de constrangimento?

- Um dia ele ainda vai ver sem a toalha mesmo, não vai?

- Te mato!

- Mata nada. Ele me contou que se declarou pra você ontem .

- Sério?

- Eu sou a melhor amiga dele né, Marcê, ele me conta as coisas desde sempre.

- Mas se você já sabia que ele gostava de mim, por quê nunca me contou?

- Ele pediu pra eu não contar pra você e eu não contei, assim como você pediu pra eu não contar que você gostava dele e eu não contei, o que é ridículo porquê já tá escrito à anos na fuça de vocês que se amam.

- Assim como na sua e do Paulo.

- Engraçadinha.

- A Valeria tá desconfiada da gente, sabia?

- Como assim?

- Quando os meninos chegaram ela olhou pra nos duas e fez aquela cara dela, mas você não viu.

- Ah que se dane a Valéria desconfiar ou não.

- Tenho outra coisa pra contar, eu e o Mário temos um trato.

- Como assim?

- A partir de agora, nada de ficar com vergonha um do outro.

- Mas vocês são lerdos, aposto que vão ficar com vergonha de aproveitar esse trato.

- A gente já começou a aproveitar. - Falei rindo.

- Mentiraaaaa! Não me diga que ele arrancou sua toalha.

- Não Ally, mas a gente se pegou, sabe, se pegou muito! Com direito a mão boba da minha parte.

- Não creio, já tá assim? Deixa o Paulo saber.

- Mas a culpa é sua por armar isso pra mim, é proibido pela escola garotos no nosso vestiario.

- A gente era proibido no deles tambem, mas você tava " que se foda " , ontem, ué.

É diferente.

- É nada, olha o sorvete chegando.

Paramos de falar um pouco e demos atenção àquele sorvete delicioso.

- Essa música é muito linda.

- Tá ouvindo a música oficial Paulicia ainda?

- AF, o nome da música é "Não dá mais/ Ela me faz", Marcelina, não é Paulicia, é só uma música que o Paulo deve curtir.

- Deve curtir e se identificar, pra te mandar um bilhete tão fofo assim.

- Será que realmente a letra da música é o que ele sente por mim?

- Acho que sim, mas nem comenta com ele que leu o bilhete, conheço o Paulo e ele vai negar até a morte que foi ele.

- Mas e se não foi ele mesmo?

- Ally, é a letra dele, aceita isso logo.

- Ai, tá bom!

- Então... Quer ir lá em casa ficar atoa um pouco?

- Vamos!

Pagamos pelo sorvete e fomos para a minha casa, eu andando e a Ally no skate.