História Histórias de uma Adolescência - Marilina - Paulícia?

- Podemos explicar, Daniel, mas não grita, cacete!! - Alicia sempre delicada.

- Podem começar.

- V-Viemos atrás de vocês. - Gaguejei, sempre acabo entregando a mentira quando faço isso, droga.

- Tá todo mundo lá na quadra escolhendo o time já, conta outra, por quê estariam atrás da gente?

- Tá bom, eu vou falar aqui, odeio mentir! Daniel, a gente estava aqui espiando uma pessoa, mas não é do jeito que você pensa não, só queríamos ouvir uma conversa.

- Olha, vocês são proibidas de entrar aqui, e ainda entram pra nós espiar?

-  Nós viemos espiar uma pessoa só, Daniel.

- Pra Marcelina ter coragem de fazer isso, só pode ser o Mário.

- A idéia foi dela mesmo. - Valeu hein Alícia ¬_¬

- Gente isso ta errado, vocês ficaram loucas.

- Vai dedar a gente?

- Não sou assim.

- Não conta pra ninguem!  - ( ; _ ; )

- Eu não vou contar, mas as senhoritas podem sair antes que chegue mais alguém?

Então saímos de lá com muito cuidado, por mais que eu tivesse ouvido que toda aquela cena tinha sido mentira, ainda senti raiva deles, afinal aquele acampamento era perfeito pra ele se declarar pra mim, mas ela pediu esse favor pra ele e ele escolheu ajudar ela ao envez de ficar comigo de uma vez. E ela sabia que eu gostava dele, assim como a Alicia, e entre tantos meninos pra pedir ajuda ela o escolheu!

- Ally, eu vou ir pra sala até acabar a educação física, se perguntarem, eu estava com dor de cabeça e você tava cuidando de mim, ta?

- Ta bom, Marce, vou ir pra quadra.

Fui pra minha sala, sentei em minha carteira de sempre, olhei pra mesa de trás, um caderno de capa simples, com uma foto do Rabitto dentro. Por que eu tenho que amar tanto esse garoto? Por que ele?  :'( 

A hora não passava de jeito nenhum, rabisquei o caderno, masquei um chiclete, dei voltas pela sala e nada. Resolvi sentar na carteira de novo, mas acabei derrubando o frasco de cola no chão, droga, fiz uma bagunça daquelas, resolvi chamar o Firmino, mas ele não estava em lugar nenhum, a Graça também não estava, só me restava ir eu mesma limpar. Fui pro deposito onde ficavam os produtos de limpeza da Graça, mas o que eu menos acreditei que poderia acontecer, aconteceu, lá estavam Alícia e Paulo.

Ele estava com as mãos na cintura dela;

Ela com as mãos na nuca dele;

Roupas amassadas;

Bocas vermelhas;

Assustados.

- O QUE TA HAVENDO AQUI???????

- MARCELINA NÃO GRITA!!!!!!!  - Paulo se irritou.

- PAULICIAAAA, PAULICIAAAAA, PAULICIAAAAA!!!

- Marcelina, você quer apanhar? A gente pode explicar, ta bom? Mas não grita, droga!